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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 21, 2010

A FOLHA DEU + UM TIRO NO PÉ


*José Flávio Abelha
A grande novidade que O Globo exibiu hoje não pode ser considerada um "furo jornalístico", no jargão midiático. Quando muito, o carro-chefe dos Marinhos fez um buraco, e que estrago, na débil credibilidade de uns tantos periódicos e hebdomadários e, indo mais longe, na banda podre da mídia brasileira.
Quando a Folha insistiu em abrir o que ela pensava ser a caixa-preta da candidata Dilma e o STM negou, um pensamento me perseguiu até hoje, dia 19 de novembro de 2010: a insistência da Folha é um TIRO NO PÉ.
Elementar, meu caro Watson, preste a atenção na linguagem silenciosa dos detalhes!
Inês Etiene Romeu, irmã da minha saudosa amiga Beth, foi declarada desaparecida mas estava enterrada viva em um sítio nas cercanias de Petrópolis, onde ficou mais de 1 ano, tirante o antes, nas mãos carinhosas do famigerado delegado Fleury. Washington Alves, sua filha Jessy Jane e demais familiares foram presos, torturados, trocados por embaixadores e asilados na Suécia. Walkyria Afonso Costa, desapareceu nas margens do Rio Araguaia, até hoje insepulta. Em um edifício do Conjunto Santos Dumont, em Belo Horizonte, morava um senhor paraplégico, preso a uma cadeira de rodas e sem fala, tal qual foi entregue à família depois de meses de tortura. Era bancário, jovem, atuante no seu sindicato e participante dos movimentos de protestos contra a ditadura implantada no dia 1º de abril de 1964. E muitas outras vítimas do torturador Daniel Antonio Mitrioni e americanizado Dan Anthony Mitrioni ou Dan Mitrioni, que a CIA mandou para o o Brasil e Uruguai como "assessor agrícola" cuja função era ensinar a interrogar presos políticos, tão importante para os militares que mereceu nome de rua em Belo Horizonte, quando os Tupamaros o fuzilaram no dia 10 de agosto de 1970 no Uruguai, grupo esse chefiado pelo guerrilheiro José "Pepe" Mujica, hoje Presidente da República.
Por essa gota de informação, pode-se ver que uma assassina, assaltante e mais adjetivos que recebeu a candidata Dilma durante a recente campanha eleitoral, depois de torturada, não ficaria menos de três anos na prisão. Com o negro quadro biográfico que a oposição apresentou, a candidata seria hoje, tão somente, uma lembrança amarga para a família Rousseff, um nome numa lápide, se cadáver houvesse, haja vista que, atualmente, ainda existem cerca de 460 desaparecidos.
TIRO NO PÉ que a Folha deu, abrindo as portas do STM às várias famílias que desejam saber o que consta nos processos de seus entes, presos, torturados, desaparecidos.
Vamos saber agora porque o inesquecível Presidente Juscelino, depois de cada interrogatório no Forte Imbuí, urinava sangue e tomou um tiro no pé ao responder à idiota e humilhante pergunta: trabalhava? o que fazia?, ao que JK literalmente respondeu: entre outras coisas promovi você a coronel, seu filho-da-puta.
TIRO NO PÉ que a Folha deu, ao se ler palavras emblemáticas contidas no "secretíssimo" processo da assassina e assaltante Dilma Rousseff, que ponho em relêvo no texto abaixo:
1. Joana d'Arc da subversão. A padroeira da França também foi uma subversiva cujo castigo foi ser queimada viva. Passados mais de 400 anos, canonizada pelo Vaticano. Hoje é Santa Joana d'Arc.
2. Não se pôde COMPROVAR que tenha participado diretamente em nenhuma ação armada. Segundo os arquivos.
3. É uma figura feminina de expressão tristemente notável, mas com uma dotação intelectual bastante apreciável. (Dizem os arquivos que O Globo teve acesso). Sem parti pris, isso é um elogio e, convenhamos, "expressão notável" e "dotação intelectual bastante apreciável" não deixam de ser atributos positivos para uma pessoa que almeja ser Presidente.
4. Os grupos de inteligência das Forças Armadas não confirmaram sua participação direta em NENHUMA AÇÃO ARMADA, de acordo com os arquivos do Ministério Público Militar. Uma opinião pessoal: pode ser Presidenta ou seja lá o que for, neste episódio não se pode cogitar de uma "anistia", um deixa-pra-lá, um esquece, e sim, de um processo para que a tão decantada LIBERDADE DE OPINIÃO seja colocada nos trilhos. Uma coisa é Liberdade, outra, essa que vimos é Libertinagem.
5. Documentos que POUCO FALAM sobre vínculos de Dilma às guerrilhas urbanas contra a ditadura.
Concluindo, UM TIRO NO PÉ é pouco. Melhor dizendo, a Folha arrancou o próprio pé. Agora, o melhor a ser feito e meter a viola no saco e demitir o rapaz que serve o cafezinho na redação, autor das inverdades, mentiras assacadas contra a candidata Dilma. E os canalhocratas que repetiam tais afirmativas, naturalmente desejando implantar no Brasil uma canalhocracia finjam-se de morto, tirem umas férias, mandem a empregada dizer qualquer coisa, uma sugestão, férias em Paris. Pega bem, FHC deve estar lá tomando a sua champanhota.
Quando falam que a mentira tem pernas curtas, muitos não acreditam. Desta vez, a Folha pagou para ver. O STM mostrou. A Folha viu!!! O Brasil está vendo.
*Mineiro, autor de A MINEIRICE e outros livretes, reside na Restinga de Piratininga/Niterói, onde é Inspector of Ecology da empresa Soares Marinho Ltd. Quando o serviço permite o autor fica na janela vendo a banda passar.

Padre Eunuco ou fim do celibato

sábado, novembro 20, 2010

Presidente Lula: Personalidade França-Brasil 2010



Brasil e França juntos para alterar o “tabuleiro da indústria aeronáutica mundial”

Brasil e França, duas nações de destaque mundial, estão sintonizados para alterar o “tabuleiro da indústria aeronáutica mundial”, com tecnologia de ponta e presença efetiva nos mercados de países emergentes e europeu, afirmou o presidente Lula nesta sexta-feira (19/11), ao ser agraciado com o Prêmio Personalidade França-Brasil 2010, no Rio de Janeiro (RJ).
Em seu discurso, Lula lembrou que o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países tem se traduzido em convergente sintonia sobre grandes agendas que emergem no plano multilateral, como o controle dos capitais especulativos; a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU); a parceria contra a fome e a miséria e o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente.
A cooperação francesa e brasileira estende-se hoje desde o campo da defesa à pesquisa espacial; passa pela energia nuclear e abrange nossas responsabilidades comuns com o desenvolvimento sustentável. São esses compromissos que em última instância realimentam fortemente o intercâmbio entre as nossas nações… É inexorável o aprimoramento da relação França e Brasil.
Outros assuntos tratados pelo presidente foram a guerra cambial provocada pelos Estados Unidos, que “não deve ofuscar a visão do amplo horizonte que se abre à nossa frente”, e a crise financeira mundial, que mostrou às nações que o fortalecimento da economia perpassa pelas economias emergentes, “sobre as quais estão depositadas as esperanças e as energias do comércio e do crescimento nos próximos anos”.
O que está em jogo é uma convergência de interesses que a lógica corroída do passado não consegue enxergar. Trata-se de superar o círculo vicioso da fome e da miséria nas economias pobres, para, simultaneamente, romper o espiral da recessão e do desalento nas economias ricas. A duras penas, o mundo em desenvolvimento aprendeu nos últimos anos quais são as suas obrigações.
O Prêmio Personalidade França-Brasil, oferecido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), foi criado em 2001 com o objetivo de homenagear uma personalidade de reconhecimento público – tanto brasileira, como francesa – que tenha contribuído para as relações entre os dois países por meio de sua atividade, seja ela comercial, política, filantrópica, cultural, acadêmica ou esportiva. Na ocasião, Lula recebeu uma escultura simbolizando duas taças em um brinde contínuo, em alusão à relação de amizade e parceria entre a França e o Brasil.
*planalto

Íntegra do discurso do presidente Lula no estaleiro Mauá





"PiG"Partido da imprensa Golpista = contagem regressiva

A Folha está querendo brincar com fogo


A Folha de São Paulo está querendo brincar com fogo.

Quem enfrentou uma ditadura militar, não tem medo de enfrentar um jornalzinho que passou os anos de chumbo a serviço dos tortudarores safados, filho da puta.

Concordo que a História da Revolução de 64 tem que ser contada à sociedade, mas a História tem que ser contada integralmente, sem poupar nenhum dos lados envolvidos na maldita Revolução.

Ao ajuizar a ação na Justiça para ter acesso aos dados de Dilma, a Folha mostra que o objetivo maior de sua pretensão foi prejudicar a candidatura Dilma, não foi para mostrar a verdade ao povo.

Como a Folha não atingiu, antes da eleição, seu intento, agora começa a divulgar trechos do inquérito policial, conduzido por torturadores, com o nítido intento de forçar um terceiro turno e, se caso não consiga isso, o que não vai conseguir, construir uma pauta visando a eleição de 2014.


Destaco da reportagem um trecho que fala sobre um "senha" usada por Dilma quando atuou na organização que combateu a ditadura, diz o sabujo da Folha de São Paulo:


"Trata-se de depoimento dado em março de 1970 por João Batista de Sousa, militante do mesmo grupo de guerrilha do qual Dilma foi dirigente. Sob tortura, ele revelou detalhes do arsenal reunido para combater a repressão e disse que Dilma tinha recebido a senha para acessá-lo".
Veja que o repórter bandido, mesmo admitindo que o depoimento de João Batista de Souza fora obtido mediante TORTURA, acredita no contido no inquérito.Para justificar sua crença, vai atrás do cidadão que sofreu TORTURA, que confirma que Dilma tinha acesso a tal "senha"
Agora, independentemente do que diz o inquérito, Dilma, para mim, foi uma heroína.Eu tenho orgulho de ver meu Brasil presidido por uma mulher que enfrentou os ditadores de 1964.A bravura de Dilma, naquele período triste da História do Brasil, deve ser visto por todos como virtude e não defeito.Vergonha eu sinto do vampiro Serra que, covardemente, correu do país ao ouvir um barulho de uma bala de festim.Vergonha também eu sinto da Folha, que se vendeu por migalhas para apoiar os torturadores.


PIG: contagem regressiva


Você se considera-se antenado? Reconhece que a mídia manipula a informação de acordo com seus interesses ou de grupos a ela associados? Certo… Isso não é mais novidade para muita gente. Mesmo assim, não estamos imunes à manipulação, pois nem sempre reconhecemos sua sutileza.

Não fosse o cinegrafista do SBT e a edição correta do episódio “bolinha de papel”, iria prevalecer a versão de que Serra fôra vítima do “ódio petista”. O ataque “mortal” ao candidato teria sido atestado pelos médicos e pela reportagem fajuta do Jornal Nacional, onde o “perito” Ricardo Molina “provou o crime”. Sua campanha plantaria a violência usando camisetas do PT nos comícios e tudo seria distribuído ao público na TV e nas manchetes das bancas de jornal. Os marqueteiros trariam à tona as mentiras associando o PT ao narcotráfico e às Farc, associando Dilma a assassinatos na época da luta contra a ditadura… e assim por diante.

Na Copa de 86, o gol de mão de Maradona contra a Inglaterra levou a Argentina às finais e ao título. As TVs viram o que o juiz não viu. E apesar do gol ter sido validado, Maradona ficou marcado para sempre por ter fraudado o lance.

A farsa de Serra que só o SBT denunciou e o gol de mão de Maradona que só o juiz não viu, mostraram a verdade dos fatos e decidiram destinos. Estamos sempre dependendo da versão de quem nos transmite (ou omite) a imagem e o texto dos fatos. Isso acontece o tempo todo. As vezes em favor da verdade. Noutras, da mentira.

O poder da mídia é imensurável. Fez as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki parecerem autodefesa – quando, na verdade, a Segunda Guerra Mundial já havia terminado e o Japão já estava derrotado. Morreram mais de 250 mil civis no “teste” e outros milhões em consequência da radiação nuclear.


No Brasil, os governos e a mídia sempre viveram uma doce lua de mel. Folha, Estadão e Globo criaram o ambiente para o golpe de estado em 64 e apoiaram todos os governos que se seguiram. A partir de Lula, tudo mudou: seu governo era indesejado pelas elites e foi combatido desde o primeiro dia. Lula não os enfrentou no início porque não tinha a força da aprovação popular. E não os enfrentou no final porque tinha aprovação de sobra!

Dilma Rousseff nem tomou posse ainda. Mas continua a ser agredida e desrespeitada pelo PIG. O “jornalista” Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, já mostrou que uma das frentes de ataques contra a presidenta será de ordem machista. Previsível, o blogueiro já havia dado demonstrações de sua “virilidade” quando publicou a charge do Nani.

Outro exemplo de como o governo Dilma será tratado pela imprensa foi a invenção de uma crise por causa do erro de impressão em 0,05% das provas do Enem. É um problema minúsculo e simples de resolver. Não merecia mais do que uma nota de rodapé. Mas como não perdem uma única chance de desqualificar o governo petista (neste caso o Ministério da Educação) – amplificaram o fato e o mantém nas manchetes já há duas semanas. Querem que o exame seja cancelado ou refeito a todo custo. Imaginem o que seria por em risco o trabalho de um ano de 4 milhões de estudantes? Um belo estrago para um começo de governo Dilma. Certo?

Estas ações que tentam forjar crises, criar factoides, alimentar o ódio e preconceitos não terão fim se o governo Dilma não enfrentar o problema desde o primeiro dia. Caberá dar nome aos bois e iniciar os processos do marco regulatório dos meios de comunicação. Também deve investir pesado em novos veículos de mídia. Deve impor limites ao monopólio imoral que vem sendo praticado e seu uso político contra os interesses da maioria povo brasileiro. Deve implantar o direito de resposta, na mesma medida, para as mentiras, calúnias e difamações produzidas ou veiculadas na mídia.

O governo deve lembrar e esclarecer a quem nunca soube, que o funcionamento das rádios e TVs é concessão pública com finalidades educativas, culturais e informativas. Ou seja, permissão concedida pelo governo à empresa de comunicação para atuar no Brasil. E a concessão, como nos países mais desenvolvidos do mundo, não é eterna e está sujeita a um conjunto de regras, podendo até ser suspensa. As regras estão na Constituição Brasileira. Precisam virar LEI. E antes de mais nada, essas Leis estão a anos-luz de distância de caracterizarem-se como censura.

Por outro lado, há uma tendência irreversível de convergência dos meios de comunicação eletrônicos digitais. É uma questão de tempo para que rádios e TVs se integrem à Internet da mesma forma que o computador e o celular. O fluxo de informação, cultura e entretenimento terá múltiplas vias e as ferramentas de produção e transmissão de conteúdos deverão ser acessíveis a um espectro maior e mais diverso da sociedade. PNBL – Plano Nacional de Banda Larga – será realidade, garantindo acesso de alta qualidade em todo o território nacional.

O PNBL e a regulamentação das comunicações vão doer no fígado do PIG. O porco vai berrar e estrebuchar. Mas é uma ação necessária para conquistarmos a liberdade de expressão verdadeiramente democrática.

Num cenário assim, José Serra – que atualmente é o exemplo mais desonesto da política brasileira – não valeria um tostão furado.

*TERROR DO NORDESTE

Quanto vale a palavra da Folha?

Quanto vale a palavra de torturadores?

O Superior Tribunal Militar abriu o processo da Presidenta eleita, Dilma Rousseff, que um órgão da imprensa – aquele cuja executiva disse que a mídia é o partido político da oposição – buscava afoitamente na reta final da campanha eleitoral.

O que teremos nesse processo? A versão que os torturadores davam das suas vítimas, dos torturados. Essa mesma imprensa que reclamava, com razão, da censura, vai agora acreditar no que os verdugos diziam do crime monstruoso da tortura, que praticavam? E do comportamento das vitimas indefesas desse crime hediondo?

É como se levassem a sério o que os censores devem ter escrito sobre as publicações que censuravam e os jornalistas. Nós nunca os tomaríamos a sério, utilizamos os documentos da censura para denunciar ainda mais o obscurantismo da ditadura.

O processo tem que ser mais um instrumento de denúncia da tortura – crime imprescritível – e não instrumento de manipulação política justo do jornal que emprestou carros para que a órgãos da ditadura, disfarçados de jornalistas, cometessem suas atrocidades. O mesmo órgão que considerou que não tivemos uma ditadura, mas uma “ditabranda”.

O processo é um testemunho dos agentes do terror, daqueles que assaltaram pela força o Estado, destruíram a democracia e se apropriaram dos bens públicos para transformá-los em instrumentos dos crimes hediondos que cometeram – em nome da “democracia”.

Nas mãos de democratas, se transformará em mais uma prova da brutalidade dos crimes cometidos pela ditadura militar contra seus opositores. Nas mãos dos que foram complacentes e se beneficiaram da ditadura, será instrumento político torpe. A mídia que acreditar no que diziam os torturadores, será conivente com eles, ao invés de denunciar os crimes que eles cometeram.

Para os que se sujaram com a ditadura é insuportável que houve gente que se comportou com heroismo e dignidade. Querem enlamear a todos, porque se houve tanta gente que resistiu à ditadura, mesmo em condições limites, havia alternativa que não a conciliação e a conivência com a ditadura.

Postado por Emir Sader


Dia da Bandeira Negra




DIA DA BANDEIRA NEGRA

Ontem, 19 de novembro, Dia da Bandeira.
Hoje, 20 de novembro Dia da Consciência Negra.
A Bandeira, em que se lê Ordem e Progresso, foi criada pelos positivistas brasileiros.
O lema todo seria “Amor, Ordem e Progresso”.
Tiraram o Amor.
Mas neste dia da Consciência Negra relembro o amor de todas as “mães-pretas” desta nação que amamentaram com seu seio generoso a elite que a escravizava.
Relembro todos os afros que mesmo sob trabalho escravo, dedicaram todo o amor à terra e à vida,  e ajudaram a construir este País.
Hoje para mim, como ontem, foi o Dia da Bandeira Negra... Verde, Amarela... Vermelha.... uma imensa Bandeira com as cores do Arco Íris sob a qual devem abrigar-se todos os brasileiros, caminhando sempre para um País mais fraterno, tolerante e igualitário.

Com carinho coloco aqui para reprodução a música de Jorge Mautner: “A Minha Bandeira”
*BemVindo

SE TRIBUNAL LIBEROU DOCS DA DILMA, TEM QUE APURAR TORTURADORES TAMBÉM

O raciocínio foi levantando pelo jornalista Paulo Cézar da Rosa, no "Carta Capital".
Concordo com ele.
E é muito simples. Leiam  o trecho abaixo:

"Esta semana, a Folha de S. Paulo obteve autorização para ter acesso ao processo da Ditadura Militar contra Dilma Roussef. Fui contra isso antes das eleições, porque era evidente o objetivo eleitoral de atingir a candidatura de Dilma. Mas agora estou achando ótimo, porque se liberaram um processo que envolveu a atual presidente da República, a Justiça vai ser obrigada a liberar todos os podres da Ditadura. É, ou não é?
Sei, o cérebro do PIG é perverso é já deve ter antecipado uma medida contra essa abertura ampla, geral e irrestrita. Vai que apareçam as colaborações que fizeram à Ditadura? Como explicar?

A fôia ditabranda é cúmplice de torturadores

GilsonSampaio
Baseado no livro de mesmo nome e de autoria de Frei Beto, Batismo de Sangue é um filme de Helvétio Ratón, que conta a história do envolvimento dos dominicanos com a resistência à ditadura.  Neste pequeno vídeo de horror podemos ver apenas uma amostra de como eram obtidas as informações que serviriam à formação dos respectivos processos.
A fôia ditabranda é cúmplice desse estado de terror por apoiar a ditadura e por emprestar carros para o transporte de resistentes aos centros de tortura. Esta participação é o que sabemos até o momento, porém, não é impossível que surjam outras evidências de cumplicidade tão logo outros arquivos estejam ao alcance da sociedade.
A fôia ditabranda não aceitou a derrota de seu candidato e vai lutar ensandecidamente pelo terceiro turno e a divulgação do processo da Presidenta Dilma é só uma parte do pretendido golpe.
Depois de ver o vídeo, responda para si:
Qualquer processo montado à base de tortura tem algum valor?


Ivan Seixas: Folha apoiou a ditadura
 

O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia

Abdias Nascimento, 96 anos, que esteve presente e participou de inúmeras passagens importantes das lutas negras do século 20, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na África. Sua vida é ela mesma a própria história da luta negra.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Abdias dá um recado à nova geração de jovens negros militantes: “O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas.”
Qual a importância de se criar o Dia Nacional da Consciência Negra? Por que o senhor lutou para que a data fosse instituída no dia 20 de novembro, dia da morte do líder Zumbi dos Palmares, e não no dia 13 de maio, dia da promulgação da Lei Áurea, data antes escolhida pelo governo?
Abdias do Nascimento – A demanda de se instituir o Dia Nacional da Consciência Negra no dia 20 de novembro surgiu na década dos 1970 a partir do Rio Grande do Sul, onde o saudoso poeta Oliveira Silveira militava no Grupo Negro Palmares. O movimento negro como um todo, organizado em entidades em vários estados do Brasil naquela época, a encampou. Eu já costumava dizer que a Lei Áurea não passava de uma mentira cívica. Sua comemoração todo ano fazia parte do coro de autoelogio que a elite escravocrata fazia em louvor a si mesma no intuito de convencer a si mesma e à população negra desse esbulho conhecido como “democracia racial”. Por isso o movimento negro caracterizou o dia 13 de maio como dia de reflexão sobre a realidade do racismo no Brasil.
O dia 20 de novembro simboliza a resistência dos africanos contra a escravatura. Essa resistência assume diversas expressões táticas e perpassa todo o período colonial. Durante esse período, em todo o território nacional, havia quilombos e outras formas de resistência que, em seu conjunto, desestabilizaram a economia mercantil e levaram à abolição da escravatura. Esse é o verdadeiro sentido da luta abolicionista, cujos protagonistas eram os próprios negros. Eles se aliavam a outras forças, mas, muitas vezes, foram traídos por seus aliados. Mais tarde, entretanto, a visão eurocêntrica da história ergueria os aliados como supostos atores e heróis da abolição. A comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de novembro tem como objetivo corrigir esse registro histórico e reafirmar a necessidade de continuarmos, nós, os negros, protagonizando a luta contra o racismo que ainda impera neste país.
O Memorial Zumbi, movimento nacional que agregava entidades do movimento negro de todo o país em torno da demanda da recuperação das terras da República dos Palmares, ergueu essa bandeira na década dos 1980. Tive a honra de participar desse movimento. O Memorial Zumbi instituiu a tradição de se realizarem peregrinações cívicas anuais às terras de Palmares na serra da Barriga, estado de Alagoas. Conseguimos, em 1989, a desapropriação dessas terras. O objetivo era instalar ali um polo de cultura de libertação do negro. Hoje, existe um monumento e assistimos a cerimônias cívicas no dia 20 de novembro em que participam altas autoridades do governo federal e estadual. Mas para nós, negros, o monumento lembra a necessidade de continuarmos lutando pelo fim da discriminação racial.
O senhor esteve no exílio, de 1968 a 1981, por conta da enorme repercussão que teve a sua “carta-declaraçãomanifesto” na qual denunciava a farsa do paraíso racial que se dizia viver na América Latina. Como o senhor avalia a questão da “democracia racial” no Brasil de hoje? Onde é possível dizer que a crítica a ela colheu frutos?
O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica. Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem não quer se iludir ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial. O olhar aprofundado só confirma a primeira impressão: os negros estão mesmo nos patamares inferiores, ocupam a base da pirâmide social e lá sofrem discriminação e rebaixamento de sua autoestima em razão da cor. No topo da riqueza, eles são rechaçados com uma violência que faz doer. Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção. Os estudos aprofundados dos órgãos ofi ciais e acadêmicos de pesquisa demonstram desigualdades raciais persistentes que acompanham o desenvolvimento econômico ao longo do século 20 e início do 21 com uma fi delidade incrível: à medida que cresce a renda, a educação, o acesso aos bens de consumo, enfim, à medida que aumentam os benefícios econômicos da sociedade em desenvolvimento, a desigualdade racial continua firme.
Pensando o caso de Cuba, em específi co, como o senhor considera o fato de que um governo dito socialista, num país de população negra tão expressiva, aparentemente não mostra avanços na participação política dos negros?
A ideologia racial cubana é irmã gêmea da “democracia racial” brasileira. O ideal da “Cor Cubana” acompanha a constante referência ilusória à suposta cordialidade latina. A história recente envolve os ideais da revolução, o engajamento militar na África durante as guerras de libertação nacional e a atuação internacional de médicos em países como o Haiti. A dinâmica entre o sonho e a realidade do socialismo dá um tom distinto ao questionamento do sistema no que diz respeito à questão racial. Entretanto, não há como negar certos fatos:
(a) Os negros não estão presentes no poder político do regime cubano em número proporcional à sua participação na população.
(b) As desigualdades raciais perduraram ao longo do processo de mudança social implantado após 1959 e continuam sendo constatadas em pesquisas recentes.
(c) Há uma crescente discussão da questão racial em Cuba conduzindo ao reconhecimento de que a revolução não resolveu essa questão.
(d) Hoje, a demanda por uma abertura democrática do regime não é o discurso só de uma minoria elitista, branca, incrustada em Miami e aliada aos interesses do bloqueio. Há uma oposição de origem humilde, composta em parte por negros e mestiços que apontam processos de exclusão e de desigualdades raciais. Não podemos mais rechaçar essa oposição como um bando de criminosos cuja traição se basearia em mentiras fabricadas pela direita fascistoide.
Durante o período em que o senhor esteve exilado, pôde estabelecer o contato entre o movimento social negro norte-americano e o da América Latina, até então, quase desconhecido daquele. Esteve com movimentos inspiradores, como os Panteras Negras. Atualmente, muitos desses lutadores ainda pagam o preço da sua resistência, vários estão presos desde os anos 1970, condenados à pena de morte ou à prisão perpétua nos EUA. Como pode ser possível que se fale tão pouco desses presos políticos?
Como sabemos, a mídia é dominada pelo poder econômico e não lhe interessa divulgar esses casos. Mas não é só o poder econômico, também a ideologia pode contribuir para isso. Não é fato novo para mim. Na década de 1940, quando o Brasil passava por um processo de redemocratização depois do regime do Estado Novo de Getúlio Vargas, eu ajudei a fundar o Comitê Democrático Afro-Brasileiro.
Aguinaldo Camargo e Sebastião Rodrigues Alves participaram, além de outras lideranças, e nós nos reuníamos na sede da União Nacional de Estudantes, a UNE, uma organização de esquerda. O Comitê era aberto e defi niu como prioridade imediata a luta pela libertação dos presos políticos do regime. Entretanto, quando essa libertação foi conquistada e nós negros queríamos tratar das questões específi cas relacionadas à discriminação racial, nossos companheiros brancos de esquerda não aceitaram. Taxaram-nos de racistas e exigiram que fizéssemos autocrítica. Não entramos nessa conversa, evidentemente. O Comitê morreu de morte matada. Depois, na época em que eu voltava do exílio no final dos anos de 1970, havia um movimento pela anistia ampla e irrestrita. Mas a liderança esquerdista desse movimento não reconhecia a prisão dos negros por discriminação racial como uma forma de perseguição política. Morriam trabalhadores negros nas prisões, como continua acontecendo hoje. Nós negros consideramos isso uma questão política. Mas, para as forças de esquerda, presos políticos seriam apenas os fi lhos de classe média e alta, quase todos brancos, que roubavam bancos, jogavam bombas ou sequestravam embaixadores. Esses, em muitos casos, efetivamente haviam cometido atos de violência, enquanto não raro negros são presos e torturados sem terem cometido crime algum.
Qual a importância que o senhor credita ao hip hop, no Brasil, para o movimento negro e para a população negra em geral? É um movimento herdeiro das lutas que pioneiros como o senhor travaram?
Considero o hip hop um movimento muito importante, sobretudo no aspecto da autoestima, pois as letras de muitas músicas e a atuação social de muitos de seus integrantes ajudam os jovens negros e as jovens negras a elevar o conceito que têm de si mesmos e de sua comunidade. Certamente, o hip hop cuida de muitas questões que são as versões atualizadas dos problemas que o movimento negro tem enfrentado desde sempre, e o hip hop oferece para a juventude uma referência, uma esperança e uma visão diferente daquela que a sociedade dominante e os meios de comunicação cultivam e que a juventude reconhece como mentirosa e interesseira. Entretanto, creio que seus protagonistas tenham pouco acesso aos referenciais históricos das lutas anteriores, e, nesse sentido, sua condição de herdeiros seja um pouco simbólica. Por exemplo, me parece que eles conhecem mais a história do movimento negro nos Estados Unidos, o discurso de Malcolm X e Martin Luther King, e os referenciais do reggae da Jamaica do que os fatos e os discursos do movimento negro no Brasil dos séculos 20 e 21. Pode ser que eu esteja equivocado, espero que sim!
Depois de séculos de lutas, hoje vemos uma juventude negra que está conseguindo chegar às universidades, ter mais oportunidades econômicas, formando uma elite intelectual negra. Como o senhor compararia a atual situação da juventude negra com a da época do senhor, com a da Frente Negra? Quais os conselhos que daria a essa juventude?
As entidades negras atualmente promovem muitas iniciativas análogas às da Frente Negra. O Estatuto de Igualdade Racial e todos os outros dispositivos legais, programas governamentais e instituições ou órgãos de governo dedicados às políticas públicas de igualdade racial, por exemplo, são conquistas concretas, frutos da atuação política do movimento negro. Nenhum deles foi uma bênção ou dádiva dos governantes ou políticos, muito ao contrário. Se há uma crítica ao Estatuto, é porque, em razão da ferrenha oposição contra ele nos setores conservadores que dominam a política brasileira, o processo de negociação de sua aprovação no Senado impôs uma série de aparentes retrocessos na letra da lei em relação a programas de governo já implantados como resultado da atuação do movimento negro. Mas foi o movimento negro que conseguiu implantar esses programas, então ele está longe de se limitar a atacar o governo. Foi ele que inseriu na Constituição de 1988, por exemplo, o direito das comunidades quilombos à titulação de suas terras. O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas. Cada um tem seu talento e sua área de interesse. O importante é se colocar a serviço do avanço e dedicar-lhe as suas energias.
Muito se fala do movimento negro no âmbito urbano, mas o Brasil assistiu, nos últimos anos, ao crescimento do movimento negro rural, particularmente o movimento quilombola, para o qual também o senhor teve especial importância na garantia do direito fundiário das comunidades quilombos. Qual a importância da questão da terra para o movimento negro, hoje?
Como fruto da mobilização política do movimento negro, a Constituição de 1988 estabeleceu o direito à titulação das terras das comunidades chamadas “remanescentes de quilombos”. Em 1989, como fruto do trabalho do Memorial Zumbi e do movimento negro como um todo, criou-se a Fundação Cultural Palmares, que seria responsável pelo processo de titulação. Entretanto, a Fundação é um órgão do Ministério da Cultura que não dispõe dos recursos humanos ou fi nanceiros para executar o trabalho de titulação. Essa tarefa passou, então, para o Ministério da Reforma Agrária. Entretanto, a Fundação Palmares dá parecer sobre a questão fundamental da condição quilombola, que determina o direito à titulação. O grande argumento para negar o direito de uma comunidade é alegar que ela não tem ou não provou que tem antecedentes históricos que a qualifi quem como remanescente de quilombo. O processo tem sido muito lento. Alguns anos atrás, a Fundação Palmares publicou um levantamento em que identificou a existência de mais de três mil comunidades quilombos em todo o país, ressalvando que certamente não conseguiu realizar um levantamento exaustivo ou defi nitivo. A questão da titulação esbarra, evidentemente, em poderosos interesses contrariados que, no contexto rural, ainda exercem a violência como forma de se impor.
Vale observar, também, que é negra a grande maioria dos sem-terras hoje organizados e conduzindo uma luta que tem sido defi nida como um dos mais importantes fenômenos sociais e políticos do século 21. A importância da terra está fundamentalmente ligada ao fato de que as cidades estão inchadas, inviabilizadas, e não dão conta de oferecer condições de vida dignas à população que já as habita, tendo grande parte dela migrado do interior. A economia rural baseada na agroindústria não tem condições de sustentar a população rural, porque não oferece trabalho em condições dignas. A produção agrícola baseada em unidades pequenas, familiares ou comunitárias, é a única solução para o campo e ela precisa, hoje, de subsídios e políticas de Estado para se viabilizar. As comunidades quilombos fazem parte integral dessa solução e precisam de subsídios específicos e de políticas específi cas para o seu desenvolvimento como unidades comunitárias rurais.
Na América Latina em geral, a questão étnica tem ganhado uma importância fundamental nas lutas políticas dos povos, em países como Bolívia, Equador, México – com diferentes tons, mas sempre realçando o fator étnico sobre o fator classe. No Brasil, o fator étnico de maior potencial é justamente o negro. Qual o papel que o fator étnico ocupa na luta política nacional? Será que ele poderá ocupar papel de semelhante preponderância na luta política?
Não recorro ao eufemismo “questão étnica” porque creio que seu uso reforça o equívoco da suposta acepção biológica do termo “raça”. Esta é uma pista falsa cuja manipulação abastece de grande e valiosa munição aqueles que procuram desmoralizar e deslegitimar a nossa luta. A categoria social de “raça” é uma realidade socialmente construída que independe das justifi cações genéticas e biológicas. Estas constituem apenas um pequeno episódio no milenar processo histórico de construção das categorias sociais de “raça”, da subordinação e desumanização ideológica de grupos raciais e da discriminação racial institucionalizada em sociedades capitalistas plurirraciais modernas e contemporâneas. Os grupos discriminados nessas sociedades não correspondem a nenhuma etnia, portanto, é conceitualmente confuso e cientificamente incorreto falar de “discriminação étnica” quando o alvo desse tratamento vem a ser a população negra ou indígena, por exemplo. Um negro no Brasil, na Venezuela ou na Costa Rica não é identifi cado como ibo, acã, zulu, hutu ou ioruba, mas como negro ou afrodescendente. Os indígenas nas Américas não são discriminados na sua condição de maias, incas, quéchuas, aimaras, cheyenne, iroquois, sioux, tupis ou guaranis, mas como indígenas.
Adotar o eufemismo “questão étnica” significa, a meu ver, uma tática defensiva que instaura a confusão conceitual entre nós e entrega os pontos aos adversários que alegam que nós, ao defendermos os nossos direitos, estamos sendo racistas. Ao aceitar a defi nição deles, identificando a categoria social de raça com o critério genético biológico, nós nos submetemos ao discurso hegemônico que desmoraliza nossa própria luta e deslegitima nossa própria experiência histórica de opressão e discriminação. Dito isso, creio que fica evidente que considero o “fator racial” como uma questão eminentemente política e não a separo de uma suposta “outra” luta política “maior”. Considero a luta por justiça social e pela dignidade dos povos como parte integral da luta por nações mais justas e seguras, por uma comunidade internacional mais justa e coesa, e por um futuro de vida humana capaz de sustentar com dignidade nossa população, nossos ambientes e nosso planeta.

Brasil de Fato

sexta-feira, novembro 19, 2010

20 de Novembro dia da consciência Negra


Navio Negreiro

Com imagens do filme Amistad, realizado por Steven Spielberg. Escute Tragédia no mar (ou O navio negreiro) de Castro Alves, na voz de Paulo Autran.
O poeta Castro Alves escreveu O navio negreiro aos 22 anos, em 1869. A lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos, fora promulgada quase vinte anos antes. Cada parte do poema tem métrica própria, de maneira que o ritmo de cada estrofe retrata a situação apresentada nela.
*comtextolivre

Revolta da Chibata

Imagens do "Almirante Negro" e da Revolta da Chibata, com trilha musical de João Bosco e Aldir Blanc "O Mestre-sala dos Mares". Apresentada a letra original, censurada pela ditadura militar no Brasil.
 

Alguns desses depoimentos são parte do filme O Grande Tambor, que o Coletivo Catarse está produzindo e que será lançado em dezembro. A montagem da matéria é de Jefferson Pinheiro e Sérgio Valentim.

Dilma se emociona em encontro com petistas



*briguilino

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