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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 20, 2010

"PiG"Partido da imprensa Golpista = contagem regressiva

A Folha está querendo brincar com fogo


A Folha de São Paulo está querendo brincar com fogo.

Quem enfrentou uma ditadura militar, não tem medo de enfrentar um jornalzinho que passou os anos de chumbo a serviço dos tortudarores safados, filho da puta.

Concordo que a História da Revolução de 64 tem que ser contada à sociedade, mas a História tem que ser contada integralmente, sem poupar nenhum dos lados envolvidos na maldita Revolução.

Ao ajuizar a ação na Justiça para ter acesso aos dados de Dilma, a Folha mostra que o objetivo maior de sua pretensão foi prejudicar a candidatura Dilma, não foi para mostrar a verdade ao povo.

Como a Folha não atingiu, antes da eleição, seu intento, agora começa a divulgar trechos do inquérito policial, conduzido por torturadores, com o nítido intento de forçar um terceiro turno e, se caso não consiga isso, o que não vai conseguir, construir uma pauta visando a eleição de 2014.


Destaco da reportagem um trecho que fala sobre um "senha" usada por Dilma quando atuou na organização que combateu a ditadura, diz o sabujo da Folha de São Paulo:


"Trata-se de depoimento dado em março de 1970 por João Batista de Sousa, militante do mesmo grupo de guerrilha do qual Dilma foi dirigente. Sob tortura, ele revelou detalhes do arsenal reunido para combater a repressão e disse que Dilma tinha recebido a senha para acessá-lo".
Veja que o repórter bandido, mesmo admitindo que o depoimento de João Batista de Souza fora obtido mediante TORTURA, acredita no contido no inquérito.Para justificar sua crença, vai atrás do cidadão que sofreu TORTURA, que confirma que Dilma tinha acesso a tal "senha"
Agora, independentemente do que diz o inquérito, Dilma, para mim, foi uma heroína.Eu tenho orgulho de ver meu Brasil presidido por uma mulher que enfrentou os ditadores de 1964.A bravura de Dilma, naquele período triste da História do Brasil, deve ser visto por todos como virtude e não defeito.Vergonha eu sinto do vampiro Serra que, covardemente, correu do país ao ouvir um barulho de uma bala de festim.Vergonha também eu sinto da Folha, que se vendeu por migalhas para apoiar os torturadores.


PIG: contagem regressiva


Você se considera-se antenado? Reconhece que a mídia manipula a informação de acordo com seus interesses ou de grupos a ela associados? Certo… Isso não é mais novidade para muita gente. Mesmo assim, não estamos imunes à manipulação, pois nem sempre reconhecemos sua sutileza.

Não fosse o cinegrafista do SBT e a edição correta do episódio “bolinha de papel”, iria prevalecer a versão de que Serra fôra vítima do “ódio petista”. O ataque “mortal” ao candidato teria sido atestado pelos médicos e pela reportagem fajuta do Jornal Nacional, onde o “perito” Ricardo Molina “provou o crime”. Sua campanha plantaria a violência usando camisetas do PT nos comícios e tudo seria distribuído ao público na TV e nas manchetes das bancas de jornal. Os marqueteiros trariam à tona as mentiras associando o PT ao narcotráfico e às Farc, associando Dilma a assassinatos na época da luta contra a ditadura… e assim por diante.

Na Copa de 86, o gol de mão de Maradona contra a Inglaterra levou a Argentina às finais e ao título. As TVs viram o que o juiz não viu. E apesar do gol ter sido validado, Maradona ficou marcado para sempre por ter fraudado o lance.

A farsa de Serra que só o SBT denunciou e o gol de mão de Maradona que só o juiz não viu, mostraram a verdade dos fatos e decidiram destinos. Estamos sempre dependendo da versão de quem nos transmite (ou omite) a imagem e o texto dos fatos. Isso acontece o tempo todo. As vezes em favor da verdade. Noutras, da mentira.

O poder da mídia é imensurável. Fez as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki parecerem autodefesa – quando, na verdade, a Segunda Guerra Mundial já havia terminado e o Japão já estava derrotado. Morreram mais de 250 mil civis no “teste” e outros milhões em consequência da radiação nuclear.


No Brasil, os governos e a mídia sempre viveram uma doce lua de mel. Folha, Estadão e Globo criaram o ambiente para o golpe de estado em 64 e apoiaram todos os governos que se seguiram. A partir de Lula, tudo mudou: seu governo era indesejado pelas elites e foi combatido desde o primeiro dia. Lula não os enfrentou no início porque não tinha a força da aprovação popular. E não os enfrentou no final porque tinha aprovação de sobra!

Dilma Rousseff nem tomou posse ainda. Mas continua a ser agredida e desrespeitada pelo PIG. O “jornalista” Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, já mostrou que uma das frentes de ataques contra a presidenta será de ordem machista. Previsível, o blogueiro já havia dado demonstrações de sua “virilidade” quando publicou a charge do Nani.

Outro exemplo de como o governo Dilma será tratado pela imprensa foi a invenção de uma crise por causa do erro de impressão em 0,05% das provas do Enem. É um problema minúsculo e simples de resolver. Não merecia mais do que uma nota de rodapé. Mas como não perdem uma única chance de desqualificar o governo petista (neste caso o Ministério da Educação) – amplificaram o fato e o mantém nas manchetes já há duas semanas. Querem que o exame seja cancelado ou refeito a todo custo. Imaginem o que seria por em risco o trabalho de um ano de 4 milhões de estudantes? Um belo estrago para um começo de governo Dilma. Certo?

Estas ações que tentam forjar crises, criar factoides, alimentar o ódio e preconceitos não terão fim se o governo Dilma não enfrentar o problema desde o primeiro dia. Caberá dar nome aos bois e iniciar os processos do marco regulatório dos meios de comunicação. Também deve investir pesado em novos veículos de mídia. Deve impor limites ao monopólio imoral que vem sendo praticado e seu uso político contra os interesses da maioria povo brasileiro. Deve implantar o direito de resposta, na mesma medida, para as mentiras, calúnias e difamações produzidas ou veiculadas na mídia.

O governo deve lembrar e esclarecer a quem nunca soube, que o funcionamento das rádios e TVs é concessão pública com finalidades educativas, culturais e informativas. Ou seja, permissão concedida pelo governo à empresa de comunicação para atuar no Brasil. E a concessão, como nos países mais desenvolvidos do mundo, não é eterna e está sujeita a um conjunto de regras, podendo até ser suspensa. As regras estão na Constituição Brasileira. Precisam virar LEI. E antes de mais nada, essas Leis estão a anos-luz de distância de caracterizarem-se como censura.

Por outro lado, há uma tendência irreversível de convergência dos meios de comunicação eletrônicos digitais. É uma questão de tempo para que rádios e TVs se integrem à Internet da mesma forma que o computador e o celular. O fluxo de informação, cultura e entretenimento terá múltiplas vias e as ferramentas de produção e transmissão de conteúdos deverão ser acessíveis a um espectro maior e mais diverso da sociedade. PNBL – Plano Nacional de Banda Larga – será realidade, garantindo acesso de alta qualidade em todo o território nacional.

O PNBL e a regulamentação das comunicações vão doer no fígado do PIG. O porco vai berrar e estrebuchar. Mas é uma ação necessária para conquistarmos a liberdade de expressão verdadeiramente democrática.

Num cenário assim, José Serra – que atualmente é o exemplo mais desonesto da política brasileira – não valeria um tostão furado.

*TERROR DO NORDESTE

Quanto vale a palavra da Folha?

Quanto vale a palavra de torturadores?

O Superior Tribunal Militar abriu o processo da Presidenta eleita, Dilma Rousseff, que um órgão da imprensa – aquele cuja executiva disse que a mídia é o partido político da oposição – buscava afoitamente na reta final da campanha eleitoral.

O que teremos nesse processo? A versão que os torturadores davam das suas vítimas, dos torturados. Essa mesma imprensa que reclamava, com razão, da censura, vai agora acreditar no que os verdugos diziam do crime monstruoso da tortura, que praticavam? E do comportamento das vitimas indefesas desse crime hediondo?

É como se levassem a sério o que os censores devem ter escrito sobre as publicações que censuravam e os jornalistas. Nós nunca os tomaríamos a sério, utilizamos os documentos da censura para denunciar ainda mais o obscurantismo da ditadura.

O processo tem que ser mais um instrumento de denúncia da tortura – crime imprescritível – e não instrumento de manipulação política justo do jornal que emprestou carros para que a órgãos da ditadura, disfarçados de jornalistas, cometessem suas atrocidades. O mesmo órgão que considerou que não tivemos uma ditadura, mas uma “ditabranda”.

O processo é um testemunho dos agentes do terror, daqueles que assaltaram pela força o Estado, destruíram a democracia e se apropriaram dos bens públicos para transformá-los em instrumentos dos crimes hediondos que cometeram – em nome da “democracia”.

Nas mãos de democratas, se transformará em mais uma prova da brutalidade dos crimes cometidos pela ditadura militar contra seus opositores. Nas mãos dos que foram complacentes e se beneficiaram da ditadura, será instrumento político torpe. A mídia que acreditar no que diziam os torturadores, será conivente com eles, ao invés de denunciar os crimes que eles cometeram.

Para os que se sujaram com a ditadura é insuportável que houve gente que se comportou com heroismo e dignidade. Querem enlamear a todos, porque se houve tanta gente que resistiu à ditadura, mesmo em condições limites, havia alternativa que não a conciliação e a conivência com a ditadura.

Postado por Emir Sader


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