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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 14, 2010

Em carta a Marx, Engels diz que as sagradas escrituras hebraicas são registros árabes






Tudo começou há oito anos quando o saudoso Sérgio de Souza, fundador e diretor da Revista Caros Amigos, me telefona para dizer que tinha em mãos um texto de Engels a Marx que o deixara impressionado.

E que deixaria a mim muito mais ainda.

Na ocasião Sergio estava realizando a leitura final do livro Socialismo, uma utopia cristã ( 1.150 páginas – Editora Casa Amarela), do procurador da República Luiz Francisco F.de Souza( pequeno perfil do autor AQUI).

Cheguei à redação de Caros Amigos e confesso que fiquei fascinado com a revelação do texto, eu que pensava já ter lido tudo do grande amigo de Marx.

Perguntei então ao Sérgio se ele conseguiria o original da carta. Imediatamente remeteu fax ao procurador que respondeu, no mesmo dia, enviando uma cópia, ainda em meu poder.

E outro dia, consultando o livro, eis que surge novamente o fax. E como na era da Internet praticamente tudo é acessível, realizei uma consulta pelo Google.

Dito e feito, localizei a correspondência e a repasso a quem tiver interesse.

Segue abaixo, o trecho da correspondência, como foi publicada no livro à pagina 333, e mais abaixo, o endereço eletrônico, em inglês, para copiar.

De Engels a Marx: (...)

“Agora está completamente claro para mim que as chamadas sagradas escrituras hebraicas não passam de registro das antigas tradições religiosas e tribais árabes, modificadas pela precoce separação dos hebreus dos seus vizinhos, parentes de tribos, mas nômades”.

E AQUI a íntegra da carta em inglês

* GilsonSampaio

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