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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 20, 2010

Presidente Lula: Personalidade França-Brasil 2010



Brasil e França juntos para alterar o “tabuleiro da indústria aeronáutica mundial”

Brasil e França, duas nações de destaque mundial, estão sintonizados para alterar o “tabuleiro da indústria aeronáutica mundial”, com tecnologia de ponta e presença efetiva nos mercados de países emergentes e europeu, afirmou o presidente Lula nesta sexta-feira (19/11), ao ser agraciado com o Prêmio Personalidade França-Brasil 2010, no Rio de Janeiro (RJ).
Em seu discurso, Lula lembrou que o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países tem se traduzido em convergente sintonia sobre grandes agendas que emergem no plano multilateral, como o controle dos capitais especulativos; a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU); a parceria contra a fome e a miséria e o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente.
A cooperação francesa e brasileira estende-se hoje desde o campo da defesa à pesquisa espacial; passa pela energia nuclear e abrange nossas responsabilidades comuns com o desenvolvimento sustentável. São esses compromissos que em última instância realimentam fortemente o intercâmbio entre as nossas nações… É inexorável o aprimoramento da relação França e Brasil.
Outros assuntos tratados pelo presidente foram a guerra cambial provocada pelos Estados Unidos, que “não deve ofuscar a visão do amplo horizonte que se abre à nossa frente”, e a crise financeira mundial, que mostrou às nações que o fortalecimento da economia perpassa pelas economias emergentes, “sobre as quais estão depositadas as esperanças e as energias do comércio e do crescimento nos próximos anos”.
O que está em jogo é uma convergência de interesses que a lógica corroída do passado não consegue enxergar. Trata-se de superar o círculo vicioso da fome e da miséria nas economias pobres, para, simultaneamente, romper o espiral da recessão e do desalento nas economias ricas. A duras penas, o mundo em desenvolvimento aprendeu nos últimos anos quais são as suas obrigações.
O Prêmio Personalidade França-Brasil, oferecido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), foi criado em 2001 com o objetivo de homenagear uma personalidade de reconhecimento público – tanto brasileira, como francesa – que tenha contribuído para as relações entre os dois países por meio de sua atividade, seja ela comercial, política, filantrópica, cultural, acadêmica ou esportiva. Na ocasião, Lula recebeu uma escultura simbolizando duas taças em um brinde contínuo, em alusão à relação de amizade e parceria entre a França e o Brasil.
*planalto

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