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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 25, 2011

McDonald’s e o inferno do trabalho

Por Vivian Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

Pesquisa aponta que o McDonald’s é a empresa que mais contrata no Brasil e uma das cem melhores empresas para se trabalhar no país. A avaliação divulgada nesta semana foi produzida pelo Instituto Great Place to Work – que atua no país em parceria com a revista Época (Editora Globo). No entanto, a rede de fast food é alvo de denúncias de funcionários e do Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis e Restaurantes de São Paulo (Sinthoresp). As principais denúncias são em função dos baixos salários e ambiente de trabalho degradante.



Cuidado, Dilma. FHC é traíra!

Por Altamiro Borges

Josias de Souza relata em seu blog: “Nesta terça (23), após fazer uma palestra a empresários, FHC conversou rapidamente com os repórteres. Falou sobre corrupção. Sem citar o nome de Lula, o grão-tucano responsabilizou-o pela sistematização dos malfeitos: ‘[É preciso] acabar com a corrupção sistêmica que, na verdade, foi o que foi sendo consolidado no governo anterior [de Lula]’”.

CARTA DE CHE GUEVARA Á JUVENTUDE COMUNISTA

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"O jovem comunista sempre foi e sempre será símbolo de renovação; não este símbolo descaracterizado, mistificado e calcado numa fé que não trabalha; mas um jovem que tenha a honra de ser comunista e que demonstra sê-lo com orgulho e a cada momento, porque esta é a sua bandeira.

É necessário que tenha a consciência de dever para com a sociedade, com os seres humanos, com a humanidade. Sensibilidade para identificar os problemas e injustiça; inconformidade e espírito guerreiro contra todo e qualquer formalismo. O jovem comunista deve sempre ser um exemplo vivo, um espelho para os mais velhos que já perderam a sua jovialidade, o entusiasmo juvenil e a fé na vida e que, frente a esses exemplos acabam sempre por reagir vem.

Ser jovem comunista é ser essencialmente humano, ser tão humano que este sentimento seja capaz de purificar o próprio homem através do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade para com seu povo e todos os povos do mundo. É desenvolver o máximo a sua sensibilidade e sentir-se entusiasmado frente a uma injustiça cometida em qualquer canto do mundo, mas também sentir-se entusiasmado quanto, em algum canto do mundo, se alçar uma nova bandeira.

O jovem comunista não deve ser limitado pelas fronteiras, deve ser um internacionalista proletário, baseado nos exemplos vitoriosos de uma realidade palpável na luta contra o imperialismo e todas as formas de opressão dos sistemas injustos. Somos um facho de luz, unidos no mundo ideal, um espelho aos povos da América, aos povos oprimidos do mundo, que lutam por sua liberdade. Devemos ser sobretudo dignos desses exemplos.
Os jovens devem ser românticos, idealistas inveterados, quase utópicos; mas capazes de mostrar que uma nova sociedade é possível.

Cabe ao jovem trabalhar todos os dias, aumentar seus conhecimentos sobre o mundo que o rodeia, colocando sempre os problemas do mundo como seus próprios problemas. E, assim, com o passar dos anos, de muitos sacrifícios e de muitas vezes termos estado á beira da destruição, teremos criado, junto com os povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal!"
 

SETE BILHÕES (EU DISSE SETE!) DE PESSOAS NA TERRA EM 2011 - EM ORDEM INVERSA A PRODUÇÃO DE ALIMENTO QUE DECLINA = GUERRA?

http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2010/06/18/article-1287643-06A92BFC000005DC-110_468x226.jpg A população mundial superará a barreira dos 7 bilhões de pessoas em 2011, sendo a África o continente que mais cresce, segundo estudo bianual publicado pelo Instituto Francês de Estudos Demográficos (Ined) neste mês de agosto.

Segundo o relatório, a população mundial levou 12 anos para chegar aos 7 bilhões, depois de superar os 6 bilhões em 1999.
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De acordo com as projeções do Ined, a Terra terá 8 bilhões de pessoas em 2025.
Este ano, o crescimento se estabilizará durante um século, situando-se entre 9 e 10 bilhões de pessoas, segundo o Ined - que faz seus estudos em paralelo aos da ONU, o Banco Mundial e outros institutos nacionais.
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Em 2011, o crescimento demográfico mundial cairá 1,1% em 2011, visto que contrasta com o aumento de 2% alcançados há 50 anos, segundo o estudo.
A desaceleração do crescimento responde à diminuição da taxa de fecundidade mundial, que caiu a uma média de 2,5 anos por mulher contra cinco filhos em 1950.
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Confira vídeo: POPULAÇÃO MUNDIAL CHEGA A 7 BILHÕES EM 2011 da revista NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL que vai discutir os desafios do crescimento da população mundial, que está prestes a atingir esta elevada marca de habitantes. A série de grandes reportagens começou na edição de janeiro. 

Neste vídeo, veja detalhes da reportagem de capa de revista NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL de janeiro.
 
O Ined destaca as enormes diferenças entre alguns países, como por exemplo no Níger (sete filhos por mulher) frente a Taiwan (com taxa de 0,9).http://churchandstate.org.uk/wordpressRM/wp-content/uploads/2011/01/promulgation.jpg
A África é o continente onde o crescimento demográfico continuará em clara ascenção, principalmente na zona subsaariana, assim como uma parte da Península Arábica e as regiões que vão do Afeganistão ao norte da Índia.
http://drpinna.com/wp-content/uploads/2011/03/population-explosion.jpg
A população africana poderia quadruplicar em um século, segundo o Ined, passando de 800 milhões de pessoas no ano 2000 para 3,6 bilhões em 2100, apesar da alta mortalidade causada pela Aids.
"Em menos de um século, uma em cada três pessoas viverá na África, contra uma em cada sete hoje em dia", explicou à AFP o investigador Gilles Pison, autor do estudo.
http://www.spotlightofpeace.com/wp-content/uploads/2011/01/population.jpg Confira vídeo da BBC: Quantas pessoas podem viver na Terra? (Parte ¼) Em um programa especial, o naturalista Sir David Attenborough investiga se o mundo ruma a uma crise populacional. Em sua longeva carreira, ele observou a população humana mais que dobrar, de 2.5 bilhão em 1950 para quase 7 bilhões. David reflete sobre os efeitos profundos desse rápido crescimento, para o homem e para o meio ambiente. Embora a maior parte do crescimento projetado da população provenha do mundo em desenvolvimento, é o estilo de vida de muitos países do ocidente que mais impacta o planeta. 

http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2011/01/25/article-1350373-0CE6CA6A000005DC-187_468x549.jpg
Alguns peritos sustentam que os consumidores da Grã-Bretanha usam duas vezes e meia a parcela que teriam direito sobre os recursos. David afirma que não é apenas obrigação do homem se comprometer a ter famílias pequenas, mas de mudar sua forma de vida pelo bem da humanidade e do planeta.
Atualmente, os países mais populosos do mundo são China (1,33 bilhão), Índia (1,17 bilhão), Estados Unidos (306,8 milhões), Indonésia (243,3 milhões), Brasil (191,5 milhões), Paquistão (180,8 milhões) e Nigéria (162,3 milhões).
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Estes países representam mais da metade da população mundial.

Em menos de 10 anos, a Índia se tornará o país com mais habitantes da Terra, com um crescimento anual de 28 milhões de pessoas, superando a China, que aumenta anualmente 16,3 milhões de pessoas.
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Segundo o estudo, a classificação dos países mais populosos mudará pouco em 2050: a Índia terá 1,69 bilhão de habitantes, à frente da China 1,31 bilhão, a Nigéria 433 milhões, os Estados Unidos, 423 milhões.
http://www.tribuneindia.com/2005/specials/tribune_125/population.jpg
O Paquistão se situará na quinta posição, seguido da Indonésia, enquanto Bangladesh alcançará o sétimo lugar, desbancando o Brasil.

A União Europeia tem atualmente 502,2 milhões de habitantes, mas registrará um leve crescimento até 2050, quando o Ined prevê que alcance os 513 milhões.
http://assets.knowledge.allianz.com/img/global_risks_2011_demographic_challenges_population_cluster_bombs_rtr2ekxx_ah_26530.jpg
A população da Espanha, com 46,2 milhões de pessoas, praticamente não crescerá até a metade do século XXI, quando chegar aos 49 milhões.
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Confira vídeo da BBC – Quantas pessoas podem viver na Terra? (Parte 2/4)

 
A América Latina sofrerá um crescimento importante até 2050, passando de 596 milhões de habitantes a 746 milhões de pessoas.

Em 40 anos, o México será o país que terá o maior crescimento - à frente do Brasil -, passando de 114,8 milhões de pessoas para 144 milhões. Será seguido de Argentina (de 40,5 para 58 milhões), Venezuela (de 29,3 a 42 milhões), Guatemala (de 14,7 a 27 milhões) e Bolívia (de 10,1 a 17 milhões).
http://www.blogcdn.com/massively.joystiq.com/media/2009/06/mmogrowthstrategyanalyticsreport2_580px.jpg
Por outro lado, o Japão é o país do mundo com maior número de pessoas idosas - 23% da população têm 65 anos ou mais -, à frente da Alemanha (21%).
http://www.risingsunofnihon.com/wp-content/uploads/2011/02/japan-population-growth.jpg
O país asiático também é aquele com maior expectativa de vida, 83 anos, enquanto a média mundial é de 70 anos.

A expectativa de vida na União Europeia é de 80 anos, enquanto Afeganistão e Zimbábue têm as mais baixas, com 44 e 46 anos, respectivamente.
 
 
*militânciaviva 

EMBAIXADA DA VENEZUELA NA LÍBIA É ASSALTADA E SAQUEADA




(ANSA) - A Embaixada da Venezuela na Líbia, localizada em Trípoli, foi "assaltada e saqueada" hoje, informou o presidente Hugo Chávez, citando um informe do ministro de Comunicação e Informação, Andrés Izarra. 

O mandatário venezuelano classificou o ataque como um atentado contra a própria Venezuela, "levando em conta que uma embaixada é território do país que representa", observou.   

Chávez declarou hoje na sede do governo, o Palácio de Miraflores, que o "drama da Líbia" não irá terminar com a queda do governo de Muammar Kadafi, mas ao contrário disso, "irá começar". "Destroçaram um país e não foi [culpa de] Kadafi", mas da "loucura imperial e da crise do capitalismo global", criticou.  

Para ele, a perseguição a Kadafi vivo ou morto faz parte desta "loucura desatada" que classificou como "pilhagem" por parte dos países que alimentam interesses "imperialistas". Segundo o venezuelano, "não os interessa que saibamos" o que ocorre na Líbia.    

Chávez lembrou que, "além do destino do nosso amigo Kadafi", incontáveis crianças foram vítimas do conflito que está em curso no país. Ele ainda revelou ter informações que comprovam que a entrada em Trípoli por parte do exército rebelde foi feita "em meio a um massacre da população civil" que incluiu "bairros inteiros".   

"Falam de dois ou três mil [mortos], ninguém sabe, ninguém saberá a cifra exata", concluiu o presidente, que ontem afirmou que só reconheceria um governo na Líbia caso este fosse liderado por Kadafi.   

O chefe de Estado venezuelano recebeu o secretário do Comitê Popular Geral de Planejamento e Finanças da Líbia, Abdulhafid M. Zlitni, enviado do ditador Muammar Kadafi, no começo deste mês.  

Ele disse na ocasião que Kadafi estava "resistindo à agressão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], que bombardeia até meios de comunicação", e ao mundo, que assiste a tudo de braços cruzados.
*Cappacete

Greve nacional no Chile: os conflitos e limites de um modelo




Uma greve nacional de dois dias segue no Chile nesta quinta-feira, resultando em confrontos violentos entre policiais e grevistas. Segundo o governo, 36 pessoas ficaram feridas e 348 foram detidas nos confrontos. Inúmeros sindicatos aderiram ao chamado da Central Unitária de Trabalhadores (CUT). A central sindical exige uma reforma tributária, da previdência social e do sistema de ensino, além de uma nova Constituição.
– Há uma escandalosa desigualdade social e econômica, cuja face mais suja é a forte concentração de riqueza do país, que faz com que os 20% mais ricos detenham 80% dos recursos nacionais – afirma um porta-voz da CUT.
Durante anos, o Chile se orgulhou de ter a economia mais forte da região e foi apontado como um modelo para seus vizinhos. Hoje, o país sofre as consequências de um sistema marcado por desigualdades na distribuição de renda e nas oportunidades.
– O sistema neoliberal não é suficiente para estabelecer um dos bens mais importantes na vida de um país, a paz social. Estes protestos são um sintoma da insatisfação com esse sistema. Em um país rico como o Chile de hoje, é absolutamente necessário que os políticos encontrem formas de diálogo para solucionar esse problema. Se uma sociedade se esquece de seus jovens, isso traz grandes problemas, que podem gerar manifestações e protestos sociais ainda mais violentos – diz o pesquisador Stefan Rinke, do Instituto de Estudos Latinoamericanos da Universidade Livre de Berlim, especialista em história latino-americana.

Educação em crise
Cara, ruim e elitizada: assim é caracterizada a educação chilena por aqueles que a criticam. O Chile é um dos países em que a contribuição estatal para a educação superior é mais baixa – inferior a 20% – e a maior parte dos custos fica por conta dos estudantes.
De acordo com um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as universidades chilenas estão entre as mais caras do mundo. Estudar Medicina no país, por exemplo, pode custar até 800 euros por mês. Em busca de melhores oportunidades, milhares de estudantes migram para a Argentina, onde há universidades públicas gratuitas.
Embora por lei a educação no Chile não deva ter fins lucrativos e seus lucros devam ser reinvestidos na própria universidade, isso não ocorre na prática. O fim dos lucros é uma das principais reivindicações dos estudantes, os quais veem as universidades – que recebem recursos do Estado – ganhando dinheiro enquanto eles se endividam.
– Os novos setores que têm acesso à educação superior ingressam num sistema com uma dívida que os acompanhará durante os primeiros 15 ou 20 anos de sua vida profissional – aponta Juan Eduardo García-Huidobro, diretor de educação da Universidade Alberto Hurtado, em Santiago.
Um dos problemas básicos é a segmentação da sociedade. Quem tem uma renda mais baixa e estudou em escola pública, onde a educação é de pior qualidade, dificilmente terá acesso à universidade. Cerca da metade das famílias chilenas paga pela educação de seus filhos, buscando o melhor colégio possível de acordo com sua renda. Assim, há escolas para distintos grupos socioeconômicos, dependendo de quanto se pode pagar por elas.
A desigualdade social se reflete no desempenho acadêmico. Na PSU 2010 – prova de seleção nacional para ingressar nas universidades chilenas –, os alunos de colégios municipais gratuitos obtiveram uma média de 472 pontos; os dos particulares subsidiados (em que os pais pagam uma parte), 501; e os dos privados pagos, 611.

Ponto cego
A agitação social ultrapassou o âmbito da educação e o conflito adquiriu um caráter político. Diante da convocação da greve nacional, o governo ameaçou aplicar a Lei de Seguridade Interior do Estado, medida duramente criticada e que remete à repressão dos tempos do ditador Augusto Pinochet.
Para o chileno José Miguel Insulza, diretor da Organização dos Estados Americanos (OEA), isso seria um erro gravíssimo, pois não é o momento de reprimir manifestações, mas sim de canalizá-las.
– Este tipo de movimento juvenil é um sinal de esperança. Antes havia no Chile essa atitude dos jovens de ‘não estou nem aí’ e, com esse movimento, eles mostram a força que têm para se organizar e se fazer ouvir sobre um tema fundamental para o futuro do país – diz Rinke. Contudo, ainda não se vê uma solução.
García-Huidobro diz que o conflito chegou a uma espécie de ponto cego, com inflexibilidade de ambos os lados.
– O movimento social se sente com muito poder, eles sabem que têm um grande apoio. Pedem mudanças estruturais, de um sistema basicamente mercantil para um que volte a conceder ao Estado o papel central. E negar isso faz parte da ideologia de direita – considera.
*Cappacete

Charge do Dia

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Dilma aposenta os aprendizes de feiticeiro


*Tijolaço

O soldado que humilhou o Império

Legendário general vietnamita VÕ NGUYÊN GIAP faz cem anos
O general vietnamita Võ Nguyên Giáp completa 100 anos neste dia 25 de agosto. Filho de camponeses e ex-professor de História, ele se tornaria um dos maiores gênios militares de todos os tempos ao liderar seus compatriotas em guerras contra os franceses e depois os americanos – sem falar nas derrotas que ele impôs aos chineses e cambojanos em 1979.
Sua carreira militar começa em 1939, quando Giáp foge com Ho Chi Minh para a China para participar de treinamento guerrilheiro. Quang Thai, sua mulher tailandesa e também comumista, é presa no Vietnã em 1943 pela Segunda Seção da Sûreté, braço do serviço secreto francês encarregado de reprimir os revolucionários, sendo torturada até a morte.
Ho Chi Minh
No início dos anos 1940, Giáp atua como conselheiro de Ho em operações de guerrilha. À época, o Vietnã e a China estavam sob ocupação japonesa. Em 1941, Giáp participa da fundação da Liga Vietnamita para a Independência (Viet Minh). Quando os japoneses se rendem em 1945, Ho Chi Minh, declara a independência do Vietnã em Hanói. Giáp é nomeado Ministro da Defesa e comandante do Exército. Mas em 1947 a França reocupa a Indochina e os comunistas se internam na selva, iniciando uma guerra de guerrilhas que se estenderá até 1954.
Vitória vietnamita em Diên Biên Phú, 1954
A batalha final contra os franceses ocorre na fortaleza de Diên Biên Phú, em 1954. Os franceses, superiores em homens e armas, deslocam tropas paraquedistas da Legião Estrangeira atrás das posições inimigas, concentrando-as em grandes linhas ao redor da fortaleza para forçar os vietnamitas a um confronto direto. Giáp monta uma operação de cerco mobilizando milhares de civis que, por dentro das picadas da floresta fechada, a pé ou com bicicletas, trazem todo o equipamento de artilharia necessário para contrabalançar o poderio francês.
Em decorrência da derrota francesa, o Vietnã é dividido, com o norte governado pelos comunistas liderados por Ho Chi Minh e o sul um governo vinculado aos Estados Unidos. Hanói organiza um movimento guerrilheiro no sul, o Vietcong, e os norte-americanos passam a dar apoio militar e financeiro ao governo sul-vietnamita. Os EUA acabam se envolvendo diretamente a partir de 1964 e chegam a enviar 500 mil soldados para lutar contra o Exército norte-vietnamita e o Vietcong.
Ofensiva norte-vietnamita do Tet, 1968
As forças lideradas por Giáp enfrentam o mais poderoso Exército da terra com uma desgastante guerra de guerrilhas. Na Ofensiva do Tet, em 1968, norte-vietnamitas e vietgongs chegam a combater nas ruas de Saigon, capital do Vietnã do Sul.
Os EUA perdem 58 mil sldados e os vietnamitas, 4 milhões, entre civis e militares. Os norte-americanos deixam o país em 1973; dois anos depois, os norte-vietnamitas derrubam o governo fantoche do general Van Thieu e unificam o país. Giáp se torna ministro da Defesa e brevemente primeiro-ministro.
Ele enfrentaria ainda dois outros países: em 1979, tropas vietnamitas invadem o Camboja e depõem o regime do Khmer Vermelho; em represália, a China invade o Vietnã, mas se retira “estrategicamente”.
Giáp retira-se das funções públicas em 1991. Ultimamente, o veterano líder militar abraçou causas ecológicas ao se tornar um crítico da mineiração de bauxita no país, alegando que estudos dos anso 1980 apontam essa exploração como ambientalmente danosa.
Quando ainda presidente, Lula e a ex-guerrilheira Dilma (ao fundo), levam o seu abraço ao legendário general que humilhou o Império.
No MilitânciaViva
*comtextolivre

Rio de 6 mil km é descoberto embaixo do Rio Amazonas

Pesquisadores do Observatório Nacional (ON) encontraram evidências de um rio subterrâneo de 6 mil quilômetros de extensão que corre embaixo do Rio Amazonas, a uma profundidade de 4 mil metros. Os dois cursos d’água têm o mesmo sentido de fluxo - de oeste para leste -, mas se comportam de forma diferente. A descoberta foi possível graças aos dados de temperatura de 241 poços profundos perfurados pela Petrobras nas décadas de 1970 e 1980, na região amazônica. A estatal procurava petróleo.
Fluidos que se movimentam por meios porosos - como a água que corre por dentro dos sedimentos sob a Bacia Amazônica - costumam produzir sutis variações de temperatura. Com a informação térmica fornecida pela Petrobras, os cientistas Valiya Hamza, da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional, e a professora Elizabeth Tavares Pimentel, da Universidade Federal do Amazonas, identificaram a movimentação de águas subterrâneas em profundidades de até 4 mil metros.
O dados do doutorado de Elizabeth, sob orientação de Hamza, foram apresentados na semana passada no 12.º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio. Em homenagem ao orientador, um pesquisador indiano que vive no Brasil desde 1974, os cientistas batizaram o fluxo subterrâneo de Rio Hamza.
Características
A vazão média do Rio Amazonas é estimada em 133 mil metros cúbicos de água por segundo (m3/s). O fluxo subterrâneo contém apenas 2% desse volume com uma vazão de 3 mil m3/s - maior que a do Rio São Francisco, que corta Minas e o Nordeste e beneficia 13 milhões de pessoas, de 2,7 mil m3/s. Para se ter uma ideia da força do Hamza, quando a calha do Rio Tietê, em São Paulo, está cheia, a vazão alcança pouco mais de 1 mil m3/s.
As diferenças entre o Amazonas e o Hamza também são significativas quando se compara a largura e a velocidade do curso d’água dos dois rios. Enquanto as margens do Amazonas distam de 1 a 100 quilômetros, a largura do rio subterrâneo varia de 200 a 400 quilômetros. Por outro lado, a s águas do Amazonas correm de 0,1 a 2 metros por segundo, dependendo do local. Embaixo da terra, a velocidade é muito menor: de 10 a 100 metros por ano.
Há uma explicação simples para a lentidão subterrânea. Na superfície, a água movimenta-se sobre a calha do rio, como um líquido que escorre sobre a superfície. Nas profundezas, não há um túnel por onde a água possa correr. Ela vence pouco a pouco a resistência de sedimentos que atuam como uma gigantesca esponja: o líquido caminha pelos poros da rocha rumo ao mar.
*Terra

quarta-feira, agosto 24, 2011

Mais de 20 mil brasileiros declaram ao BC ter US$ 274 bilhões no exterior

Mais de 20 mil brasileiros declararam ao Banco Central ter US$ 274 bilhões no exterior 
Stênio Ribeiro 
Repórter da Agência Brasil

O Banco Central (BC) divulgou hoje (23) que 17.879 pessoas físicas e 2.191 empresas declaram ter US$ 274,6 bilhões no exterior, em dezembro do ano passado. Comparado a 2009, representam aumentos de 18,6% no número de declarações de capitais brasileiros no exterior e de 23% no volume de recursos.

A declaração, iniciada no ano-base 2001, é obrigatória para pessoas físicas e jurídicas que detinham ativos acima de US$ 100 mil em outros países, para permitir ao Brasil medir sua posição internacional de investimentos (PII). Isso e o balanço de pagamentos constituem as estatísticas fundamentais para a análise do setor externo da economia brasileira.

O balanço divulgado pelo BC mostra que do total de recursos brasileiros lá fora US$ 189,2 bilhões são referentes a investimentos diretos, que cresceram 15% em relação a 2009. Comparado aos R$ 49,7 bilhões de investimentos em 2001, a evolução mais que triplicou, “evidenciando a sólida e acelerada internacionalização das empresas de capital brasileiro”.

Os investimentos brasileiros em carteira no exterior somaram US$ 38,397 bilhões, dos quais US$ 797 milhões em derivativos. Os demais US$ 47 bilhões correspondem a aplicações diversificados. Segundo o BC, a participação do capital brasileiro no exterior concentra-se em atividades de extração mineral (27,4%) e em serviços financeiros e atividades auxiliares (38,2%).

Quanto à distribuição geográfica, destaque para a Áustria, país no qual foram investidos 21,9% do estoque total. Mais do que receberam alguns paraísos fiscais como as Ilhas Cayman (17,4%), Ilhas Virgens Britânicas (8,7%) e Bahamas (7,3%). Os ativos brasileiros são significativos também nos Estados Unidos (7,8%), Países Baixos (6,4%), na Dinamarca (5,5%) e Espanha (5,3%).

Os empréstimos intercompanhia, que compreendem os créditos concedidos a subsidiárias e filiais no exterior na forma de empréstimos e financiamentos de bens e serviços, bem como a compra de títulos emitidos por essas coligadas, registraram retração de 37,2% no ano. Eles somaram US$ 20,2 bilhões ao final de 2010, dos quais US$ 15,6 bilhões de longo prazo e US$ 4,6 bilhões de curto prazo.

Edição: Rivadavia Severo

*esquerdopata