Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 25, 2011

EMBAIXADA DA VENEZUELA NA LÍBIA É ASSALTADA E SAQUEADA




(ANSA) - A Embaixada da Venezuela na Líbia, localizada em Trípoli, foi "assaltada e saqueada" hoje, informou o presidente Hugo Chávez, citando um informe do ministro de Comunicação e Informação, Andrés Izarra. 

O mandatário venezuelano classificou o ataque como um atentado contra a própria Venezuela, "levando em conta que uma embaixada é território do país que representa", observou.   

Chávez declarou hoje na sede do governo, o Palácio de Miraflores, que o "drama da Líbia" não irá terminar com a queda do governo de Muammar Kadafi, mas ao contrário disso, "irá começar". "Destroçaram um país e não foi [culpa de] Kadafi", mas da "loucura imperial e da crise do capitalismo global", criticou.  

Para ele, a perseguição a Kadafi vivo ou morto faz parte desta "loucura desatada" que classificou como "pilhagem" por parte dos países que alimentam interesses "imperialistas". Segundo o venezuelano, "não os interessa que saibamos" o que ocorre na Líbia.    

Chávez lembrou que, "além do destino do nosso amigo Kadafi", incontáveis crianças foram vítimas do conflito que está em curso no país. Ele ainda revelou ter informações que comprovam que a entrada em Trípoli por parte do exército rebelde foi feita "em meio a um massacre da população civil" que incluiu "bairros inteiros".   

"Falam de dois ou três mil [mortos], ninguém sabe, ninguém saberá a cifra exata", concluiu o presidente, que ontem afirmou que só reconheceria um governo na Líbia caso este fosse liderado por Kadafi.   

O chefe de Estado venezuelano recebeu o secretário do Comitê Popular Geral de Planejamento e Finanças da Líbia, Abdulhafid M. Zlitni, enviado do ditador Muammar Kadafi, no começo deste mês.  

Ele disse na ocasião que Kadafi estava "resistindo à agressão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], que bombardeia até meios de comunicação", e ao mundo, que assiste a tudo de braços cruzados.
*Cappacete

Nenhum comentário:

Postar um comentário