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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 29, 2011

Andres Sanches, Aécio Neves, Luis Álvaro, Rede Globo: a peneira que não esconde o SOL

Como esperado, algumas federações tentaram reprimir a manifestação de torcedores contra Ricardo Teixeira.
Os aliados do Imperador trabalharam rápido, na tentativa de esconder a indignação popular.
Andres Sanches conseguiu o intuito de minimizar o movimento nas “organizadas” corinthianas, que, covardes, não participaram.
Diferentemente das palmeirenses, que até mosaico gigante contra Ricardo Teixeira fizeram em Presidente Prudente.
Vale lembrar que o presidente da tal associação de “organizadas” que liderava o movimento era exatamente o dos “Gaviões da Fiel”, que, demonstrando submissão, e o rabo preso por uma ação “entre amigos” num distrito policial, não ousou desobedecer aquele que o “ajudou”.
Na Vila, torcedores do São Paulo inundaram o estadio e suas cercanias com a maior manifestação entre todas as torcidas, enquanto as “organizadas” do Peixe, antes inimigas de Luis Álvaro, seguiram suas ordens de não afrontar àquele a quem o presidente santista beija as mãos.
Em Minas Gerais, Aécio Neves, amigo do Barão, impediu que as faixas entrassem no estádio, orientando ainda os policiais a darem constrangedoras explicações à imprensa.
Enquanto isso, a Rede Globo esforçava-se para não colocar em sua telinha sequer um cartaz, abusando de imagens fechadas e, por vezes, desfocadas.
Essa gente não percebeu ainda que é justamente a repressão que alimenta a indignação, motivo pelo qual não tenho dúvidas de que o “Fora Ricardo Teixeira” crescerá ainda mais nos próximos dias.
*comtextolivre

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