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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 28, 2011


Nordeste continua a ser a China do Brasil.
Ou: o plano secreto do Lula



Saiu na Folha (*) pág. A4:

“Nordeste mantém ritmo da economia e descola do país”


“Região continua crescendo como no inicio do ano, ao contrário do Sudeste”

“Investimentos privados e dinheiro de programas sociais contribuem para amortecer os efeitos do combate à inflação”


Clique aqui para ler “Se o PiG (**) não fosse o PiG, o Brasil seria maior”.

“ … o Nordeste virou destino de vultosos investimentos como os do porto de Suape, na região metropolitana de Recife, onde estão previstos aportes de R$ 24 bilhões até 2014, a maior parte de empresas privadas”, diz a Folha.

Clique aqui para ler “Suape faz uma revolução em Pernambuco; Eduardo Campos dá de 10 a 0 em Padim Pade Cerra”.

Clique aqui para ver a entrevista em que Eduardo Campos administra o vigor tucano dos entrevistadores de um programa na Bandeirantes.

A economista Tânia Bacelar – “a mulher nordestina do ano” – lembra que o desemprego em julho em Pernambuco foi de 6,3%, bem abaixo de sua média histórica:

“ (porque) Pernambuco está recebendo um volume de investimentos equivalente a toda a riqueza que produz em um ano”.

As obras da ferrovia Transnordestina (que ligará o interior do Piauí aos portos de Suape e Pecém, no Ceará) empregam 11,5 mil pessoas.
NavalhaEste Conversa Afiada sustenta que o Nunca Dantes tinha (e tem, com sua sucessora) um plano secreto.

Além da mobilidade na vertical (ele puxou uma Espanha para a Classe C), fomentou a mobilidade na horizontal.

Fez o Brasil crescer fora do eixo Rio- São Paulo.

Por que, amigo navegante, o Padim Pade Cerra tem uma idéia fixa, o câmbio ?

Porque o câmbio alto foi o que desenvolveu São Paulo – com a exportação de café.

E encolheu o resto do Brasil, que não podia importar (e crescer).

Por isso ele só pensa naquilo: no câmbio.

Como diz o sábio Fernando Lyra, São Paulo não pensa o Brasil.

O Padim talvez ainda não tenha percebido que o Nunca Dantes realizou um plano secreto.

Esses tucanos de São Paulo um dia vão tomar um susto.

Vão precisar de muita bolinha de papel.


Paulo Henrique Amorim

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