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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 04, 2012

MESTRE OSCAR NIEMEYER É INTERNADO COM PNEUMONIA E DESIDRATAÇÃO

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O arquiteto Oscar Niemeyer, 104 anos, está internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul da capital fluminense, com um quadro de infecção respiratória (pneumonia) e desidratação. 

Ele deu entrada no hospital na noite de ontem (2).
O boletim divulgado na tarde desta quinta-feira (3) “indica que o estado clínico do paciente é estável, mas inspira cuidado”.

Segundo o médico Fernando Gjorup, que assina a nota, Niemeyer está na unidade intermediária e, no momento, recebe tratamento com antibiótico venoso e soro.
O arquiteto está lúcido e respira sem a ajuda de aparelhos. 


A equipe médica que o acompanha emitirá um novo boletim por volta das 13h, de amanhã (4).

Oscar Niemeyer esteve internado no mesmo hospital em abril do ano passado, onde permaneceu por 12 dias, devido a uma infecção urinária.

Todo o Brasil torce pela pronta recuperação deste grande gênio da arquitetura e da humanidade.

 militanciavivaIlustration/com:redaçãoAB
*MilitânciaViva

Zé Dirceu: Arena perde duas no STF




Mais uma derrota do DEM. Acachapante, a segunda em uma semana, imposta pelo STF
Publicado em 04-Mai-2012
O velho DEM – que já se chamou antes PFL, PDS, Frente Liberal, ARENA, UDN… – não toma jeito nem se emenda. Enquanto se encaminha, tudo indica, para o fim anunciado nas urnas nas eleições municipais de 7 de outubro próximo, o partido acaba de sofrer mais uma fragorosa derrota no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por sete votos a um – o plenário não estava completo com os 11 ministros – a Corte suprema brasileira considerou constitucional o ProUni, o programa do governo federal instituído na 1ª gestão Lula (2003-2006) que concede bolsas de estudos em universidades particulares a alunos egressos do ensino público.
Vocês não acreditam? Mas, é verdade. Em 2004, junto com a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEM), o DEM entrou no STF com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contra o ProUni. Contestavam não só a legalidade da medida como, também, a reserva de vagas por critérios sociais e raciais dentro do programa que, alegavam, desrespeitaria o princípio da isonomia.
A segunda derrota dos demos em uma semana
Ontem o Supremo infringiu-lhes a fragorosa derrota. O presidente da Corte, tambem ministro-relator da matéria, Carlos Ayres Brito, foi taxativo em seu voto: “A lei atacada não ofende o princípio da isonomia. Ao contrário, busca timidamente efetivá-lo”.
Foi acompanhado em seu voto por mais seis dos sete colegas que se encontravam em plenário. Só houve um voto contra. Para o ministro Ayres Brito, a lei também não afeta a autonomia universitária (argumento do DEM), já que as instituições de ensino superior não são obrigadas a aderir ao programa.
Foi a segunda derrota DEM em uma semana, na persistente caminhada do partido de volta a tempos medievais. Na última semana, o Supremo já havia validado a política de cotas raciais em universidades públicas ao rejeitar ação proposta também pelos demos contra cotas raciais nas universidades.
Foram contra as duas mais avançadas medidas de inclusão social
Nesta outra sentença, por unanimidade, o Tribunal decidiu que as políticas de cotas raciais nas universidades estão de acordo com a Constituição e são necessárias para corrigir o histórico de discriminação racial no Brasil.
O DEM contestava e queria derrubar a política de cotas adotada pela Universidade de Brasília (UnB) a partir de 2004, que reserva, por 10 anos, 20% das vagas do seu vestibular exclusivamente para os estudantes que se autodeclaram negros, e um número anual de vagas para índios independentemente de vestibular.
Não se esqueçam: são de autoria do DEM, portanto, as duas ações contra as medidas mais avançadas de inclusão social na universidade brasileira – contra a política de cotas sociais e raciais e contra o ProUni. O partido não percebeu, até agora, que até no reacionarismo de suas posições deve haver limites.
http://www.viomundo.com.br/falatorio/ze-dirceu-arena-perde-duas-no-stf.html
*GrupoBeatrice


Com cara de tacho ! - STF decide pela validade do Prouni e direiteitistas ficam inconsoláveis


Em menos de 10 dias o DEM, o partido dos colegas de Demóstenes, que não gosta de pobre mas adora roubar, levou duas bordoadas no STF. A primeira delas foi a questão das cotas sociais. 
Agora,  foi a vez da legalidade do PROUNI.DEM e  seus aliado PSDB fizeram de tudo para acabar com o PROUNI, e o resultado é esse aí. Quando chegar as eleições esses demotucanos corruptos vão dizer que não tem nada contra o PROUNI, que tudo não passa de trololó, tititi do PT, como costuma dizer o sanguessuga José Serra. Francamente, não sei como ainda existe gente que vota nesses reacionários desgraçados.
*MilitânciaViva

Conheça os 40 mandamentos do reacionário perfeito (muito bom)


Cada um dos tópicos abaixo foi diretamente inspirado nas falas ou nas atitudes de pessoas de carne e osso

laerte reacionário direita conservador
Por Gustavo Moreira, em seu Blog








1- Negue sistematicamente a existência de qualquer conflito de classe, gênero, etnia ou origem regional ao seu redor, mesmo que o problema seja evidente até aos olhos do turista mais desatento. Afinal, sempre nos foi ensinado que a sociedade é um todo harmônico.
2-Não sendo possível negar o conflito, pela sua extensão, tente convencer seu interlocutor de que ele é limitado, reduzido a alguns focos ou induzido por estrangeiros perversos, mas que logo tudo voltará à tranquilidade costumeira.
3-Sendo impossível negar que o conflito é vasto e presente em quase toda parte, tome o partido dos mais poderosos. Afinal, eles representam a ordem, que deve ser mantida a qualquer custo.
4- Manifeste sua contrariedade diante de qualquer estatística que aponte para uma tendência de aumento da massa salarial. É inadmissível que os abnegados empreendedores sejam constrangidos a margens de lucro menores.
5-Demonstre contrariedade ainda maior quando notar que filhos de operários, camelôs e empregadas domésticas estão frequentando universidades. Prevalecendo esta aberração, que vai limpar o vaso sanitário para seu filho daqui a vinte anos?

6-Repita mil vezes por dia, para si mesmo e para os outros, que esquerdismo é doença, ainda que faça parte de uma classe média de orçamento curto, mas que, em estranho fenômeno psicológico, se enxerga como parte da melhor aristocracia do planeta.

7-Atribua a culpa pelos altos índices de criminalidade aos migrantes vindos de regiões pobres e imigrantes de países miseráveis. Estas criaturas não conseguem nem reconhecer a generosidade da sociedade que os acolhe.
8- Associe, sempre que possível, o uso de drogas a universitários transgressores e militantes de esquerda, mesmo sabendo que o pó mais puro costuma ser encontrado nas festas da “boa sociedade”. É necessário ampliar ou pelo menos sustentar o nível de reacionarismo da população em geral.
9- Tente revestir seu conservadorismo com uma face humanitária, reivindicando o direito à vida de todos os fetos, ainda que, na prática, vá pagar um aborto caso sua filha fique grávida de um indesejável, e seja favorável ao uso indiscriminado de cassetete e spray de pimenta contra os filhos de indesejáveis já crescidos.
10- Assuma o partido, em qualquer querela, daquele que for mais valorizado socialmente. Não é prudente que os “de baixo” testemunhem quebras de hierarquia, nem nos casos de flagrante injustiça.
11- Tente justificar, em qualquer ocasião, os ataques militares da OTAN contra países da Ásia, África ou da América Latina, mesmo que estes não representem a menor ameaça concreta para os agressores. Pondere que não é fácil carregar o fardo da civilização.
12- Mantenha assinaturas de pelo menos um jornal e uma revista de linha editorial bem reacionária, para usá-las como argumento de autoridade. Quando suas afirmativas forem refutadas, retruque de imediato com a fórmula “eu sei de tudo porque li o …”.
13- Nunca se esqueça: se um político socialista ou comunista cometer crimes comuns, isto é da essência do esquerdismo; se os crimes forem cometidos por um político de direita, ele é apenas um indivíduo safado que não merece mais o seu voto.
14- Vista-se somente com roupas de grifes caríssimas, não importando o quanto vá se endividar. Sobretudo jamais seja visto sem gravata por pessoas das classes C, D e E.
15- Nunca perca a oportunidade de discursar a favor da pena de morte quando o jornal televisivo noticiar o assassinato de um pequeno burguês por assaltante ou traficante de favela; se, ao contrário, surgir a imagem de algum rico que passou de carro a 200 km/h por cima de pobres, mude de canal, procurando um filme de entretenimento.
16- Quando ouvir narrativas sobre ações violentas de neonazistas e outros militantes de extrema-direita, minimize a questão. Afinal, eles podem ser malucos, mas contrabalançam a ação da esquerda.
17- Reserve pelo menos uma hora, durante as festas de aniversário de seus filhos, para aquela roda em que alguns contam piadas sobre padeiros portugueses burros, negros primitivos, judeus e árabes sovinas, gays escrachados e índios canibais. É necessário, para reforçar a coesão da comunidade burguesa “cristã-velha”!
18- Quando forçado a conversar com pobres, tente parecer um grande doutor, empregando seguidamente expressões estrangeiras; se um subalterno for inconveniente ou falar demais, dispare sem hesitar: “Fermez la bouche!” .
19- Seja sócio de um clube tradicional, ainda que falido, e se possível ocupe uma de suas diretorias, mesmo que totalmente irrelevante. Manifeste-se sempre contra a entrada no quadro social de emergentes sem diploma e outros tipos sem classe.
20- Jamais ande de trem ou de ônibus. É a suprema degradação, comparável somente a ser açougueiro na sociedade absolutista.
21- Obrigue todo empregado doméstico que venha a cair sob suas ordens a comprar uniforme e usá-lo diariamente, impecavelmente lavado e passado. Afinal, para que serve o salário mínimo?
22-Jamais escute música baiana de qualquer vertente, samba, forró ou cantores sertanejos. Uma vez flagrado, sua reputação de homem civilizado estaria arruinada.
23- Pareça o mais alinhado possível com o liberalismo do século XXI. Tendo preguiça de se dedicar a textos complexos, leia pelo menos “Não somos racistas”, de Ali Kamel, e o “Manual do perfeito idiota latino-americano”. Passará como intelectual para pelo menos 90% da juventude de direita.
24- Morra virgem, mas nunca apresente como esposa, noiva ou namorada uma mulher que não caiba no estereótipo da burguesa cosmopolita, porém comportada.
25- Faça eco aos discursos dos octogenários conservadores que constantemente repetem a fórmula “no meu tempo não era assim”, mesmo que saiba sobre inúmeras falcatruas e atrocidades “do tempo deles”. Quanto mais perto do Império e da República Velha, mais longe da contaminação esquerdista!
26- Passe sempre adiante, para parentes, amigos e conhecidos, notícias forjadas na Internet, no estilo “Todas as mulheres de uma cidade do Ceará se recusaram a trabalhar numa fábrica de sapatos, porque já recebiam o bolsa-família”. Não importa se é impossível que qualquer pessoa com mais de quatro neurônios ativos acredite que uma cidade inteira tenha recusado um salário de pelo menos seiscentos reais por achar que vive bem com um auxílio de cento e cinquenta.
27- Repasse, igualmente, juízos de valor negativos sobre personalidades de esquerda, na linha “Michael Moore é mentiroso”, “Chico Buarque é um comunista hipócrita que vive no luxo”, “Dilma foi terrorista”, etc. É preciso dar continuidade à teatral associação entre reacionarismo e moralidade.
28-Diante de qualquer texto ou discurso de esquerda, classifique-o imediatamente como doutrinação barata ou lavagem cerebral. Não importando sua eventual ignorância sobre o tema, é preciso fechar todos os espaços à conspiração gramsciana mundial.
29- Sustente a surrada versão de que “apesar dos erros, os milicos salvaram o Brasil do comunismo em 1964”. Desconverse mais uma vez se alguém perguntar como se chegaria ao comunismo através da provável eleição de Juscelino Kubitschek em 1965.
30- Deprecie ao máximo mexicanos, chilenos, peruanos, paraguaios, bolivianos, colombianos e demais hispânicos como caboclos de cultura atrasada. Abra exceção para argentinos ricos filhos de pais europeus, desde que estes se abstenham de chamá-lo de macaquito.
31- Defenda o caráter sagrado da propriedade rural. Quando alguém recordar que as terras registradas nos cartórios do estado do Pará equivalem a quatro Parás, procure ao menos convencê-lo de que é uma situação atípica.
32- Afirme com veemência que todo posseiro, índio ou quilombola em busca de regularização de terras é vagabundo, mesmo que seus antepassados estejam documentados no local há duzentos anos. Por outro lado, todo latifundiário rico sempre será um proprietário respeitável, ainda que tenha cercado sua fazenda à bala há menos de vinte.
33- Denuncie nas redes sociais os ambientalistas que tentam embargar a construção de fábricas de artefatos de cimento em bairros superpopulosos e de depósitos de gás ao lado de estádios de futebol. Esses idiotas não sabem que nada é mais importante do que o crescimento do PIB?
34- Rejeite toda queixa que ouvir sobre trabalho escravo. É tirania impedir que alguém trabalhe em troca de água, caldo de feijão, laranja mofada e colchão de jornal, se estiver disposto a isto. Deixem a vida social seguir seu curso espontâneo!
35- Quando alguém protestar contra o assassinato de duzentos gays no ano Y, responda que outras quarenta mil pessoas morreram violentamente naquela temporada. Finja que é limítrofe e não entendeu que a cifra se limita aos gays mortos em decorrência desta condição e não aos que tombaram em latrocínios, brigas entre torcidas e disputas armadas por vagas de garagem.
36- Acuse todo movimento constituído contra determinado tipo de opressão de querer promover a opressão com sinal contrário. As feministas, por exemplo, pretendem castrar os machos e colocar-lhes avental para lavar a louça e cuidar de poodles.
37- Enalteça “esportes e diversões” que favorecem o gosto pelo sangue, como arremesso de anões, rinhas de galo, pegas, caçadas em áreas de preservação ambiental, touradas, farras do boi e congêneres. Como já dizia seu patrono oculto Benito Mussolini, “o espírito fascista é emoção, não intelecto”.
38-Procure enxertar referências bíblicas nas suas falas sobre política. Ao defender um oligarca truculento, arremate a obra dizendo algo como “Cristo também jantou na casa do rico Zaqueu”. Tente dar a impressão de que qualquer um que venha a contestá-lo despreza pessoas religiosas.
39-Apresente a todas as crianças que tiver ao seu alcance, antes dos dez anos, o repertório integral de Sylvester Stallone e similares, nos quais o árabe é sempre terrorista, o vietnamita um comunista fanático que jamais tira a farda e o hispano-americano batedor de carteira ou traficante. Tendo a chance, compre também Zulu, para a garotada aprender desde cedo que africanos são selvagens que correm em torno da fogueira sacudindo lanças de madeira.
40- Não permita que a política externa dos Estados Unidos seja criticada impunemente. Nunca se sabe quando o homem de bem precisará de um poder maior e talvez irresistível para defendê-lo do zé povão.
*Cappacete

Camila Pitanga quebra protocolo e pede "veta, Dilma" em evento presidencial

 

A atriz Camila Pitanga quebrou o protocolo de um evento presidencial no Rio de Janeiro para reforçar o pedido do veto do novo Código Florestal.
Responsável pela apresentação da entrega do título Honoris Causa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela interrompeu a apresentação das autoridades para interpelar a presidente Dilma Rousseff.
"Presidenta, mil desculpas por essa quebra de protocolo, mas eu preciso pedir: veta, Dilma", disse a atriz. A plateia reagiu com entusiasmo ao pedido de Camila Pitanga e puxou o grito de "Veta, Dilma". Pega de surpresa, a presidente apenas sorriu.
No evento desta sexta, Lula recebeu o Horonis Causa das cinco principais faculdades públicas do Rio de Janeiro: UFRJ, UFF, Unirio, Rural e Uerj. 
*comtextolivre

Discurso de Lula ao receber título de Dr. Honoris Causa das Univ. do Rio


*osamigosdopresidentelula

Venezuela proíbe terceirizações, amplia licença maternidade e reduz jornada de trabalho a 40 horas

 

Via Hora do Povo
Um mar vermelho inundou as ruas de Caracas no 1º de Maio para comemorar a nova Lei Orgânica do Trabalho (LOT) da Venezuela, sancionada pelo presidente Hugo Chávez, que avança na garantia de benefícios e adota novas medidas de proteção à família e ao emprego.
Unindo trabalhadores urbanos e rurais, donas de casa, jovens,  mulheres grávidas e mães com bebês nos braços, a marcha saiu do parque general Francisco de Miranda e foi crescendo à medida que passava por diferentes pontos da capital como a praça Altamira, a avenida Libertador e a praça O´leary.
Ao assinar o documento, Chávez destacou que a lei, com 554 artigos, é um instrumento que permitirá construir uma "nova cultura do trabalho e de responsabilidade". "Enquanto eu viver, considerem-me um trabalhador a mais. Combato pelos trabalhadores", frisou.
A nova lei põe fim às terceirizações, acabando com as "empresas intermediárias", estabelecendo prazo de três anos para que as empresas absorvam os trabalhadores terceirizados.
A jornada de trabalho foi reduzida para 40 horas semanas, garantindo o direito a dois dias de descanso por semana. Para resguardar a estabilidade no emprego foi estabelecida a multa rescisória em dobro aos empregadores que demitirem sem justa causa.
A legislação fixa a licença pré-natal em seis semanas e a pós-natal em 20 semanas, além de garantir a licença paternidade de 14 dias. As mães que adotarem uma criança terão licença de 26 semanas, 16 semanas a mais do que a lei anterior.
A LOT também estende a dois anos a garantia de emprego para os pais e mães. Às mulheres com filhos que tenham alguma incapacidade terão estabilidade no emprego.
*GilsonSampaio

Trevas ao meio-dia

Mino Carta

Momento épico. Um daqueles atingidos pela Veja. E onde ficam os porões, caras-pálidas?
Por que a mídia nativa fecha-se em copas diante das relações entre Carlinhos Cachoeira e a revista Veja? O que a induz ao silêncio? O espírito de corpo? Não é o que acontece nos países onde o jornalismo não se confunde com o poder e em vez de servir a este serve ao seu público. Ali os órgãos midiáticos estão atentos aos deslizes deste ou daquele entre seus pares e não hesitam em denunciar a traição aos valores indispensáveis à prática do jornalismo. Trata-se de combater o mal para preservar a saúde de todos. Ou seja, a dignidade da profissão.
O Reino Unido é excelente e atualíssimo exemplo. Estabelecida com absoluta nitidez a diferença entre o sensacionalismo desvairado dos tabloides e o arraigado senso de responsabilidade da mídia tradicional, foi esta que precipitou a CPI habilitada a demolir o castelo britânico de Rupert Murdoch. Isto é, a revelar o comportamento da tropa murdoquiana com o mesmo empenho investigativo reservado à elucidação de qualquer gênero de crime. Não pode haver condão para figuras da laia do magnata midiático australiano e ele está sujeito à expulsão da ilha para o seu bunker nova-iorquino, declarado incapaz de gerir sua empresa.
O Brasil não é o Reino Unido, a gente sabe. A mídia britânica, aberta em leque, representa todas as correntes de pensamento. Aqui, terra dos herdeiros da casa-grande e da senzala, padecemos a presença maciça da mídia do pensamento único. Na hora em que vislumbram a chance, por mais remota, de algum risco, os senhores da casa-grande unem-se na mesma margem, de sorte a manter seu reduto intocado. Nada de mudanças, e que o deus da marcha da família nos abençoe. A corporação é o próprio poder, de sorte a entender liberdade de imprensa como a sua liberdade de divulgar o que bem lhe aprouver. A distorcer, a inventar, a omitir, a mentir. Neste enredo vale acentuar o desempenho da revista Veja. De puríssima marca murdoquiana.
Não que os demais não mandem às favas os princípios mais elementares do jornalismo quando lhes convém. Neste momento, haja vista, omitem a parceria Cachoeira-Policarpo Jr., diretor da sucursal de Veja em Brasília e autor de algumas das mais fantasmagóricas páginas da semanal da Editora Abril, inspiradas e adubadas pelo criminoso, quando não se entregam a alguma pena inspirada à tarefa de tomar-lhe as dores. Veja, entretanto, superou-se em uma série de situações que, em matéria de jornalismo onírico, bateram todos os recordes nacionais e levariam o espelho de Murdoch a murmurar a possibilidade da existência de alguém tão inclinado à mazela quanto ele. E até mais inclinado, quem sabe.
O jornalismo brasileiro sempre serviu à casa-grande, mesmo porque seus donos moravam e moram nela. Roberto Civita, patrão abriliano, é relativamente novo na corporação. Sua editora, fundada pelo pai Victor, nasceu em 1951 e Veja foi lançada em setembro de 1968. De todo modo, a se considerarem suas intermináveis certezas, trata-se de alguém que não se percebe como intruso, e sim como mestre desbravador, divisor de águas, pastor da grei. O sábio que ilumina o caminho. Roberto Civita não se permite dúvidas, mas um companheiro meu na Veja censurada pela ditadura o definia como inventor da lâmpada Skuromatic, aquela que produz a treva ao meio-dia.
Indiscutível é que a Veja tem assumido a dianteira na arte de ignorar princípios. A revista exibe um currículo excepcional neste campo e cabe perguntar qual seria seu momento mais torpe. Talvez aquele em que divulgou uma lista de figurões encabeçada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apontados como donos de contas em paraísos fiscais.
Lista fornecida pelo banqueiro Daniel Dantas, especialista no assunto, conforme informação divulgada pela própria Veja. O orelhudo logo desmentiu a revista, a qual, em revide, relatou seus contatos com DD, sem deixar de declinar-lhes hora e local. A questão, como era previsível, dissolveu-se no ar do trópico. Miúda observação: Dantas conta entre seus advogados, ou contou, com Luiz Eduardo Greenhalgh e Márcio Thomaz Bastos, e este é agora defensor de Cachoeira. É o caso de dizer que nenhuma bala seria perdida?
Sim, sim, mesmo os mais eminentes criminosos merecem defesa em juízo, assim como se admite que jornalistas conversem com contraventores. Tudo depende do uso das informações recebidas. Inaceitável é o conluio. A societas sceleris. A bandidagem em comum.
*GilsonSampaio

quinta-feira, maio 03, 2012

Obama visita Afeganistão para fechar acordo militar


*Telesur

Irmãos Sardemberg, meninos de recado dos bancos

 


Com a acalorada discussão que agora se trava sobre a guerra declarada pela presidente da República aos juros praticados pelos grandes bancos do País, muito do que era disfarce e jogo de espelho começa a revelar-se como o que de fato é, indisfarçável disputa pela apropriação de parcela expressiva da renda nacional pelo setor financeiro.

Tivemos a oportunidade de anunciar ainda em agosto de 2011 que o governo preparava-se para fazer da redução dos juros a espinha dorsal de sua política de incentivo aos investimentos, ao consumo e às exportações. Vale dizer, de uma efetiva política de longo prazo de renda e emprego benéfica ao País. Acertamos.

Nesse tempo, que não vai longe, a rede Globo de Televisão patrocinava em seus telejornais uma espécie da  “liga da injustiça”. Integravam-na Alberto Sardemberg, Miriam Leitão e um grupo imberbes rapazolas representantes dos departamentos econômicos do quarteto dos maiores bancos brasileiros.

A finalidade era a de inverter a legitimidade do comando da economia, fazendo-a deslocar-se do governo democraticamente eleito 4 anos antes – o de Lula da Silva –  para o sistema financeiro e a sua rede de intermediários e beneficiários mais diretos, os setores rentistas.

Aproveitavam a natural fragilidade do governo que se encerrava para fazerem dos interesses da banca o farol para as decisões econômicas do governo. Nada mais relevante então, segundo eles, para as definições do que seria melhor para o País que as projeções do chamado boletim Focus.

Elaborado pelo Banco Central, esse boletim é um apanhado de projeções elaboradas pelos economistas dos bancos privados, que antecipam à sociedade (melhor seria dizer, advertem-na) sobre quais os níveis desejáveis para a taxa de juros, os gastos governamentais e o câmbio a que as autoridades deveriam dar ensejo no período subsequente ao da sua divulgação.

Com o enfoque de cartilha que se dava (e ainda se dá) ao estudo, pretendia-se fazer passar as expectativas sobre o curso de maior conveniência a um determinado setor da economia, o bancário, como expressão do que seria o interesse geral da sociedade e reflexo de um auto-referido "pensamento do mercado".  Mercado que sem indústrias, sem comércio, sem agricultura e sem trabalhadores tem nos bancos o fim e o começo.

As sucessivas remarcações para baixo dos juros pelo banco central sem consideração à banca, e mais recentemente a redução das taxas praticadas pelos bancos oficiais, frustraram a tentativa de setor financeiro de pautar à sua conveniência a política econômica de governo e deram início a um programa que poderá contituir-se na maior conquista da cidadania depois do controle da inflação e da redução da pobreza: a queda estrutural do juros.

Ao mesmo tempo em que o governo recusava as apostas do mercado como parâmetro exclusivo para a tomada de decisões, sumiam dos telejornais da rede Globo os porta-vozes dos grandes bancos , Sardemberg e Leitão. Mais pelos prejuízos que trouxeram à imagem da emissora por vaticínios nunca consumados  sobre a ruína iminente do País caso a pauta fixada pelo setor financeiro não viesse ser implementada, e menos por qualquer conversão da empresa ao que constituiria os reais interesses da nação em matéria de política econômica.

Não por coincidência, o irmão de Alberto Sardemberg, que ainda impera como propagandista dos bancos na rádio CBN e no telejornal das Organizações comandado pelo suposto espia americano denunciado pelo Wikileaks ano passado, Wiliam Waack, aparece à luz do dia falando em nome da Federação Brasileira dos Bancos - Febraban.
Rubens Sardenberg que fez carreira nos departamentos de economia dos grande bancos, durante o tempo em que primogênito da família pontificava nos noticiosos da Globo, possui agora voz própria como presidente da entidade que representa os grandes bancos e pode prescindir algo da colaboração fraterna.
Nada diz, é verdade, sobre a margem de lucro de 30% que os grandes bancos usufruem pelos serviços de intermedição financeira no Brasil contra os 5% praticados pelos congêneres no resto do mundo. Mas é bastante eloquente quando fala da necessidade de sacrificar a remuneração da poupança para que não se torne atratativa o bastante aos depositantes na concorrência que faz às captações financeiras dos bancos.

O irmão mais velho, ainda armado dos microfones da Globo, naturalmente o endossa.
*Brasilquevai

DEBATE ABERTO

Código Florestal e pedido de referendo popular

O momento é de resistência, de denúncia e de exigências de transformações nesse Código Florestal. Agora é o momento da cidadania popular se manifestar. O poder emana do povo. A Presidenta e os parlamentares são nossos delegados e nada mais. Temos o direito de buscar o caminho constitucional do referendo popular.

Lamento profundamente que a discussão do Código Florestal foi colocada preferentemente num contexto econômico, de produção de commodities e de mero crescimento econômico.

Isso mostra a cegueira que tomou conta da maioria dos parlamentares e também de setores importantes do Governo. Não tomam em devida conta as mudanças ocorridas no sistema-Terra e no sistema-Vida que levaram ao aquecimento global.

Este é apenas um nome que encobre práticas de devastação de florestas no mundo inteiro e no Brasil, envenenamento dos solos, poluição crescente da atmosfera, diminuição drástica da biodiversidade, aumento acelerado da desertificação e, o que é mais dramático, a escassez progressiva de água potável que atualmente já tem produzido 60 milhões de exilados.

Aquecimento global significa ainda a ocorrência cada vez mais frequente de eventos extremos, que estamos assistindo no mundo inteiro e mesmo em nosso país, com enchentes devastadoras de um lado, estiagens prolongadas de outro e vendavais nunca havidos no Sul do Brasil que produzem grandes prejuízos em casas e plantações destruídas.

A Terra pode viver sem nós e até melhor. Nós não podemos viver sem a Terra. Ela é nossa única Casa Comum e não temos outra.

A luta é pela vida, pelo futuro da humanidade e pela preservação da Mãe Terra. Vamos sim produzir, mas respeitando o alcance e o limite de cada ecossistema, os ciclos da natureza e cuidando dos bens e serviços que Mãe Terra gratuita e permanentemente nos dá.

E vamos sim salvar a vida, proteger a Terra e garantir um futuro comum, bom para todos os humanos e para a toda a comunidade de vida, para as plantas, para os animais, para os demais seres da criação.

A vida é chamada para a vida e não para a doença e para morte. Não permitiremos que um Código Florestal mal intencionado ponha em risco nosso futuro e o futuro de nossos filhos, filhas e netos. Queremos que eles nos abençoem por aquilo que tivermos feito de bom para a vida e para a Mãe Terra e não tenham motivos para nos amaldiçoar por aquilo que deixamos de fazer e podíamos ter feito e não fizemos.

O momento é de resistência, de denúncia e de exigências de transformações nesse Código que modificado honrará a vida e alegrará a grande, boa e generosa Mãe Terra. Agora é o momento da cidadania popular se manifestar. O poder emana do povo. A Presidenta e os parlamentares são nossos delegados e nada mais. Se não representarem o bem do povo e da nação, de nossas riquezas naturais, de nossas florestas, de nossa fauna e flora, de nossos rios, de nossos solos e de nossa imensa biodiversidade perderam a legitimidade e o uso do poder público é usurpação. Temos o direito de buscar o caminho constitucional do referendo popular. E aí veremos o que o povo brasileiro quer para si, para a humanidade, para a natureza e para o futuro da Mãe Terra.

Leonardo Boff é teólogo e escritor.
*CartaMaior