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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 05, 2012

PROJETO DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE FIRMA PARCERIAS COM SINDICATOS E ENTIDADES DE CLASSE PARA REFORÇAR ATUAÇÃO DA COMISSÃO DA VERDADE

Os trabalhos da Comissão da Verdade devem se iniciar em breve, tão logo os nomes sejam escolhidos pela presidente Dilma Rousseff, mas diversos projetos paralelos acontecem para reforçar a importância da Comissão e envolver diversos setores da sociedade com o intuito de garantir que os seus resultados promovam de fato o resgate da memória e da justiça.

Um desses projetos é o Direito à Memória e à Verdade que pretende criar “comissões da verdade” em todos os sindicatos e entidades de classe interessadas, à exemplo do que já vem sendo feito em assembleias legislativas, câmaras de vereadores e entidades de direitos humanos de todo o país, para resgatar a memória dos trabalhadores brasileiros vítimas da Ditadura Militar.

O projeto pretende, neste sentido, que os diversos setores assumam a responsabilidade pelo seu passado e estejam envolvidos nas discussões a serem desencadeadas pela Comissão. Gilney Viana, coordenador do projeto, lembra em notícia publicada pela Carta Maior, que a expectativa em torno da Comissão da Verdade já está fazendo com que novas denúncias e fatos à respeito do período ditadorial apareçam com potencial para alterar a forma com que boa parte da sociedade brasileira encara o seu passado.

Isso porque a Ditadura Militar no Brasil até hoje não é vista em sua crueldade e autoritarismo por setores da sociedade ainda influenciados pela ilusão do milagre econômico, distantes de toda tortura e desrespeito aos direitos humanos praticados nos porões do DOI/CODI e, na época, mascarados pela censura.

Mas a Comissão e os projetos que caminham de forma paralela a ela estão aí para dar ao peso da história a sua real dimensão.

Veja trecho da notícia sobre o assunto:

SDH firma parcerias para criar comissões da verdade em sindicatos
Por Najla Passos
Brasília – A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência está firmando parcerias com sindicatos e entidades de classe para resgatar a memória dos trabalhadores brasileiros vítimas da ditadura militar. De acordo com Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, a proposta é criar “comissões da verdade” em todas as entidades interessadas, à exemplo do que já vem sendo feito em assembleias legislativas, câmaras de vereadores e entidades de direitos humanos de todo o país. “Os sindicatos têm que assumir a responsabilidade pelo seu passado”, afirma.
Viana avalia que a efervescência social suscitada pela expectativa de instalação da Comissão da Verdade, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em outubro e que, agora, aguarda a indicação dos seus sete membros para começar a atuar, tem provocado o surgimento de novas denúncias sobre violações de direitos, que podem alterar drasticamente a forma com que o país e o mundo encaram o mais sangrento período da história recente brasileira. “Essas denúncias reforçam a tese de que o número de vítimas é muito superior do que o já reconhecido”, afirma.
Para o eterno militante que ficou preso nos porões da ditadura por quase 10 anos, nem a Comissão de Mortos e Desaparecidos, criada de 1995, e nem a Comissão de Anistia, de 2001, foram capazes de dar conta do grau de impacto da ditadura na vida dos brasileiros. “A Comissão de Mortos e Desaparecidos, por exemplo, reconhece apenas 17 camponeses vítimas do período. E os relatos já sistematizados indicam que pelo menos 450 vítimas. Além disso, há as perdas institucionais que também foram enormes. A Universidade de Brasília (UnB), para citar a mais prejudicada, perdeu cerca de 80% do quadro docente”, reforça.
Gilney acredita que, neste contexto, o apoio dos sindicatos e entidades de classe é fundamental para o resgate da história. Ele explica que a SDH oferecerá todo o suporte para a efetivação das parcerias, mas que cada entidade terá total autonomia para decidir como encaminhará seus trabalhos. (Texto completo)
*Educaçãopolítica

PSDB tenta afastar Protógenes da CPI: ataque pessoal

 


Parlamentares do PSDB integrantes da CPI mista do caso Cachoeira questionaram a participação do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) na comissão. Segundo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), cassado por abuso do poder econômico e político em 2008, o deputado estaria envolvido no caso. Para Protógenes, o pedido é um ataque pessoal porque ele é autor de processo na Câmara contra o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE), por vandalismo praticado em seu gabinete.

O presidente da CPI, Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) negou o pedido Cássio Cunha Lima, que leu a questão de ordem apresentada pelo partido, afirmando que Protógenes foi citado em gravações interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.

Vital do Rêgo rejeitou o pedido de impedimento alegando que não tem a prerrogativa de derrubar uma determinação regimental, em decisão conjunta de deputados e senadores. Para vetar a indicação de Protógenes, orientou Vital, o partido terá de apresentar um requerimento a ser votado em sessão do Congresso.

Protógenes classificou a questão de ordem do PSDB como “absurda, maldosa e desrespeitosa”. Para ele, a intenção do pedido é deferir um ataque pessoal, pois ele é autor de um processo na Câmara contra o presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE), por vandalismo praticado em seu gabinete.

Sérgio Guerra e o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) arrancaram um cartaz da CPI da Privataria Tucana, defendida por Protógenes, da porta do gabinete do deputado paulista.

“Minha participação é legítima, legal e constitucional. Originalmente eu fui o autor do pedido de investigação contra o Cachoeira. É uma contradição me vincular a qualquer crime praticado pelo grupo dele”, disse o deputado contestando a argumentação do tucano. Ele lembrou ainda que foi ele quem começou o processo de coleta de assinaturas de adesão para a criação de um colegiado de investigação na Câmara, com mais de 200 assinaturas.

Cassado por abuso do poder econômico e político em 2008, Cássio alegou que, como pairam suspeitas contra Protógenes, ele não poderia participar de uma CPI mista que, em tese, poderia investigá-lo.

De Brasília
Com Congresso em Foco
*Onipresente

Apertem os cintos, os juros vão despencar!

A principal notícia do dia, a meu ver, é o lançamento do novo portal de transparência do governo, com dados da União, Estados e municípios centralizados. É uma iniciativa bastante inovadora, que põe o Brasil na vanguarda mundial da transparência pública.
Ela permite que as críticas aos governos sejam mais qualificadas. Agora não há mais desculpas para se afirmar que tal ministério acabou com isso, reduziu investimentos naquilo, sem apontar exatamente um link do portal de dados que mostra esse recuo. E o próprio governo terá uma ferramenta para se defender.
Esse tipo de transparência reduz o poder da mídia, porque permite ao cidadão informar-se diretamente, sem intermediários. Não é por outra razão que os jornalões investem cada dia mais em infográficos deslumbrantes: é o único diferencial que eles podem oferecer ao cliente.
Por falar em infográfico, os jornalões vieram hoje com notícias catastróficas em relação a produção industrial. Eu já esperava isso. Vou repetir aqui alguns argumentos que já expus ontem, num post para assinantes.
Os números do IBGE não mostram uma indústria em queda, mas sim em recuperação dos baques sofridos nos últimos meses, por causa da crise vivida na Europa e EUA. As coisas estão tão bem no Brasil, que às vezes se esquece que o mundo desenvolvido viveu uma (outra) grande crise no ano passado, e ainda respira com dificuldade.
Em março, houve recuo de 0,5% na indústria geral, na comparação com o mês anterior, mas o setor de bens de capital, avançou 3,8% em março, depois de ter disparado 5,7% em fevereiro.
(Gráfico do Estadão).
O crescimento do segmento de bens de capital é sinal de recuperação, porque indica investimento na recuperação da infra-estrutura industrial do país.
O forte crescimento de 3,4% dos bens duráveis também é um excelente sinal de que os setores mais estratégicos da economia mostram-se bastante dinâmicos. Bens duráveis referem-se à produtos industriais de maior valor agregado, como carros, geladeiras, ar-condicionados, aviões, etc.
O setor de veículos automotores, por exemplo, que é o principal eixo da indústria de transformação no país, registrou crescimento de 11,54% em março. Outro segmento estratégico que apresentou um crescimento razoável foi o item Máquinas para Escritório e Equipamentos de Informática, cujo crescimento em março foi de 3,17%.
Algumas quedas verificadas em março foram pontuais, como a de produtos hospitalares: depois de crescer 24% em fevereiro, o item recuou 10% em março; no acumulado do primeiro trimestre do ano, este item registra alta de 15% sobre o ano anterior.
Vale a pena analisar esse gráfico, com os melhores e piores do trimestre. Repare que, entre os piores, há liderança dos veículos automotores, justamente o setor que registrou a maior recuperação em março:
(Gráfico da Folha).
*
O senador pernambucano Humberto Costa (PT) divulgou ontem o relatório sobre o caso Demóstenes no Conselho de Ética. Eu achei particularmente interessante o seguinte trecho:
Em outro trecho, com riqueza de detalhes, Humberto Costa destaca a atuação de Demóstenes, em 2003, para questionar a renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a Gtech do Brasil, para operação da loteria: nove meses antes de vir à tona o vídeo em que Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu, aparece pedindo propina a Cachoeira, o senador fez um requerimento de informações ao Ministério da Fazenda, sobre o contrato fechado entre a Caixa e a Getch.
Humberto Costa, tendo por base relatório da CPI dos Bingos, mostra que Cachoeira queria fazer negócio com a Gtech e contava com a ajuda de Waldomiro. Quando a negociação fracassou, no início de 2003, Demóstenes começa a agir no Senado. Em agosto de 2003, ele reclama, no plenário do Senado, que recebeu documentos da Fazenda “mutilados” e denuncia, então, irregularidade no contrato CEF-Gtech. Quando o vídeo veio à tona, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) elogia a “capacidade de antevisão de Demóstenes”.
O relator pergunta: “O que balizou o requerimento, feito nove meses antes que os fatos se tornassem públicos? Qual o interesse de um senador da República em um procedimento licitatório que não possuía, àquele tempo, qualquer questionamento público? Quem estaria a par das tratativas não oficiais entabuladas?”. E arrisca um palpite: “Tudo leva a crer que seriam os vínculos que já ligavam o senhor Carlinhos Cachoeira ao autor do requerimento: o senador Demóstenes Torres“.
Ou seja, Humberto matou uma charada. A denúncia contra Waldomiro Diniz, o primeiro grande golpe no ministro José Dirceu, e um dos prelúdios do “mensalão”, teve como pano de fundo a tentativa (mal sucedida) de Cachoeira de montar um esquema com a Gtech. E mostra, também, que Demóstenes operava em favor de Cachoeira desde o início do mandato.
*
Apertem os cintos: os juros devem cair muito ainda este ano. Não sou eu que digo, e sim economistas entrevistados pelo Estadão, que não é exatamente um jornal governista. Eles esperam juros de 8% ou menos até o fim de 2012. A queda dos juros básicos, somada à redução do spread, das taxas administrativas e dos juros reais cobrados pelos bancos, já estão promovendo uma nova revolução no crédito, que deverá se aprofundar até o fim do ano. Como de praxe, os jornais não estão informando a população corretamente, escondendo as notícias mais importantes. Por exemplo, confiram essa informação oculta ao final de uma nota na página 31 do caderno de Economia, do Globo:
Considerando as diferentes linhas de financiamento para pessoa física, a média diária de desembolsos em novas operações do BB cresceu 48,16% nos últimos 20 dias, passando de R$ 190,5 milhões, antes do corte, para R$ 288,5 milhões. Já os desembolsos em operações para empresas cresceram 20% na mesma comparação.
Leandro Fortes publica uma matéria contundente na edição desta semana da Carta Capital, denunciando as ligações da máfia Cachoeira com o governo Perillo e a revista Veja.Fonte:O Cafezinho


SERÁ A TERCEIRA VIA? AÇÃO DO GOVERNO DILMA ROUSSEFF SOBRE JUROS BANCÁRIOS ABRE CAMINHO PARA O BRASIL ESTABELECER UM NOVO PROJETO POLÍTICO-ECONÔMICO

Seriam Dilma Rousseff e Lula os iniciadores da terceira via?

A ação de Dilma Rousseff, colocando a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, para reduzir os juros e estabelecer medidas que possam baratear o custo do dinheiro pode ser o caminho de fato de uma “terceira via” política-econômica.

Dilma Rousseff se utiliza de empresas estatais para atuar de forma a equilibrar o mercado oligopolizado por três ou quatro grandes bancos privados. Ou seja, temos um país em que há uma forte presença do capital privado (bancos como Itaú, Bradesco, Santander etc) e uma forte presença do capital do Estado (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES etc). Nesse ambiente, a ação governamental, com regras de mercado e com regras precisas de Estado, parece ser algo bastante diferente do que as velhas opções entre estatizar ou privatizar.

Nos tristes tempos do governo de Fernando Henrique Cardoso e da hegemonia do pensamento único liberal se falou muito em uma “terceira via’.  Essa proposta foi propalada a quatro cantos principalmente por Bill Clinton, Tony Blair e Fernando Henrique Cardoso. Isso não é uma grande piada para quem conhece os governos de Clinton, Blair e FHC, mas essa terceira via era apenas discurso vazio. Ninguém sabia exatamente o que era porque não era nada. Não houve sequer uma única prática política desse trio de patéticos governos para que se estabelecesse uma “terceira via”.

Na verdade, Inglaterra e Estados Unidos são os sumos representantes da primeira via, ou seja, do capitalismos de grandes corporações privadas controlando o Estado e a política do país. Do outro lado temas Cuba e, principalmente, a China com um capitalismo de Estado forte (antes a Rússia e o bloco socialista) .  Depois de décadas de guerra fria (estatal contra o privado) e depois de décadas de hegemonia liberal, após a queda do muro de Berlin em 1989,  parece que se pode realmente elaborar um modelo novo.  (Claro que isso só acontece  se a revista Veja deixar ou descobrir que acabou a guerra fria)

Esse modelo poderia ser construído por países com total liberdade econômica para o grande capital como o Brasil, mas que reserve também uma boa presença do estado em setores estratégicos da economia.  Para isso é preciso ter empresas estatais bem estruturadas e com transparência, para não se tornarem ineficientes.

No caso do setor bancário, o Brasil é forte com os bancos Estatais e também com grandes bancos privados. No setor de combustíveis também, o país tem grandes empresas privadas e a Petrobrás com grande poder de mercado. A presença estatal no mercado de combustível permitiu ao país uma grande estabilidade nos preços dos combustíveis nos últimos anos, graças aos governos do ex-presidente Lula e a continuação com Dilma Rousseff.

Por que então não ter liberdade econômica com presença forte do mercado para controlar e administrar setores estratégicos ou importantes? Por que não ter uma grande empresa estatal no setor de comunicação, telefonia e internet disputando mercado com as companhias privadas, assim como acontece com os bancos e empresas de combustível?

Essa talvez seja uma terceira via de fato, mas com outro nome, porque a expressão “terceira via” virou pó na mão de Tony Blair e FHC.

*Educação Política

Candidata a musa da CPI está na mira dos senadores

Candidata a musa da CPI está na mira dos senadores
Depois de afirmar que uma revista masculina a convidou para posar nua, mulher de Cachoeira está na mira da CPI do Cachoeira.Entre a CPI e posar nua prefiro ver Vanessa na revista Sexy.Eu adoro!

 Dificilmente o posto de musa da CPI do Cachoeira não será ocupado pela empresária Andressa Mendonça, noiva do bicheiro que dá nome à comissão. Andressa, que vem atuando com a voz de Cachoeira por meio de entrevistas (numa, ela disse que Cachoeira “se considera um preso político”, deve ser convocada para prestar depoimento na CPI.
Segundo nota da coluna Radar, os petistas Humberto Costa, Walter Pinheiro e José Pimentel resolveram convocar a empresária baseados nos fatos de que “Andressa circulava com o marido entre figuras importantes” e que “conhece a rede de influências” de Carlinhos. Pela beleza e pela proximidade com o contraventor, Andressa vem frequentando o noticiário desde que Cachoeira foi preso, no dia 29 de fevereiro – eles estavam com o casamento marcado para março.
Famosa em Goiás, a moça de 30 anos já frequentava as colunas sociais locais, pelo menos desde o lançamento de sua loja de lingeries da marca Valisere – com sala de fetiche e tudo. Depois do início tímido da CPI do Cachoeira, sem convocações de governadores, do procurador-geral da República ou de Fernando Cavendish, da Delta Construções, seria essa a aposta dos parlamentares para esquentar as apurações? Brasil 247
*oterrordonordeste

Cachoeira e suas duas esposas

  Bicheiro Carlinhos Cachoeira administrava relações delicadas
Contraventor, preso em Brasília, dava conta de duas mulheres, um cunhado e um ex-marido
Maria LIma
 Arquivo pessoal
Carlinhos Cachoeira com Andressa, atual companheira Arquivo pessoal
BRASÍLIA - Além de gerenciar e coordenar todas as providências dos mais diferentes interesses de sua organização criminosa, o bicheiro Carlinhos Cachoeira ainda tinha que administrar uma delicada rede familiar que inclui duas mulheres e suas famílias: a ex-mulher Andreia Aprígio, a toda poderosa com quem teve três filhos, que ficou com grande parte dos seus bens, inclusive o laboratório Vitapan, e que tem o irmão Adriano Aprígio como testa de ferro do grupo; a atual, a bonitona Andressa Mendonça que pretendia casar agora em maio, mas com o noivo preso se recusa a casar na cadeia; e o ex-marido de Andressa, o secretário de Infraestutura do governo Marconi Perillo, Wilder Morais, que ainda inferniza o bicheiro.
Cachoeira e Andressa moram juntos há nove meses. Nos grampos feitos pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, ele fala muito sobre a nova mulher. Em uma dessas conversas ele reclama com seu braço direito Wladmir Garcez do corte de água da mansão onde mora Andressa, que pertencia anteriormente a Marconi Perillo, por causa de uma conta antiga não paga de R$ 40. E pede a demissão dos responsáveis do corte na Saneago.
_ R$ 40.00, rapaz, casa do governador e emite um papel de corte ... pega um papel desse aqui, demite todo mundo lá.
Em outra conversa Cachoeira conta para um dos seus auxiliares que não sabe o que fazer com o ex-marido de Andressa, Wilder Moraes, que ainda estaria apaixonado por ela.
_ Quer voltar com a Andressa de qualquer jeito, apaixonado nela, morre por causa dela, mulher da vida dele _ diz Cachoeira, na transcrição das conversas da Operação Monte Carlo.
Dona de uma franquia de lingeries francesa em um shopping de Goiânia, Andressa comenta com Cachoeira que vai mandar uma mensagem convidando o ex, Wilder, para a inauguração. Mas desta vez Cachoeira acha que ele deve ter uma atenção especial e diz que não pode mandar mensagem, tem que ligar pessoalmente. Ela justifica o motivo do convite:
_ Não, só uma mensagem, chamando, porque ele que pagou a loja inteira, né?
A inauguração foi uma badalação só, com direito a espaço especial num programa de TV local. No vídeo Andressa faz a propaganda das langeries e explica que a loja possui um local especial para os maridos e mulheres adquirirem acessórios de sexy shop chique, para apimentarem a relação, uma “salinha de fetiches”.
_ Quero convidar as mulheres para conhecerem a salinha de fetiches com produtos eróticos, mas sem perder a finesse! _ diz Andressa , trajando um deslumbrante vestido de rendas preto, na entrevista ao programa de TV que cobria o evento.
Trocado por cachoeira, o ex-marido de Andressa tem 42 anos e pertence a uma família rica, proprietária da Construtora Orca, com negócios no Brasil, em Medellin (Colômbia) e na Índia. Além de secretário de Infraestrutura de Perillo, é suplente de Demóstenes Torres e nessa confusão toda pode ter perdido a bonitona, mas deve ganhar o mandato de senador como prêmio de consolação.
_ A mulher do meu suplente o deixou e passou a viver com Cachoeira. Eu e minha mulher tivemos de resolver esse problema. Por isso houve tantas ligações e encontros _ disse Demóstenes tentando explicar a ligação com Cachoeira.
Numa das conversas Cachoeira reclama que seu braço direito Wladmir Garcez não consegue emplacar umas indicações no governo, mas Wilder, mesmo sem ter botado dinheiro na campanha de Marconi, consegue.
_ Até o Wilder consegue por essa bosta desse cara ai e a gente não consegue por ninguém... É muito mais competente pois não pôs nenhum centavo na campanha , está na secretaria e pôs o cara dele lá _ reclama Cachoeira.
Mais discreta e escondida até agora dos holofotes, a primeira esposa de Cachoeira, Andréa Aprígio, na separação, quando havia risco de bloqueio dos bens com o primeiro escândalo dos bingos, ficou com todos o patrimônio em seu nome. Legalmente é a dona do laboratório Vitapan, fabricante de genéricos, apontado como a mais importante fachada legal de negócios do bicheiro. Andréa também é sócia do ICF – Instituto de Controle de Fármacos, que certifica a qualidade dos medicamentos da Vitapan.
O outro proprietário do IFC é Marcelo Limírio, sócio de Demóstenes na Nova Faculdade, em Contagem (MG). Só em bens declarados em 2010, Cachoeira e seus três principais laranjas somaram R$ 25,4 milhões. Apenas em 2009, ele repassou R$ 2,85 milhões para a ex-mulher Andréa Aprígio de Souza e para o irmão dela Adriano Aprígio de Souza, seus dois principais laranjas.
A polícia começou a investigar o patrimônio do cunhado Adriano após captar uma conversa do contraventor com a atual mulher, Andressa Mendonça, na qual ele se desespera aos saber que o cunhado estava se divorciando:
— Uma bomba aqui! O Adriano tá largando a Suzane. Os trem (sic) tá tudo no nome dele — diz Cachoeira.

Luis Nassif entrevista Fernando Haddad

JOSÉ SERRA, O ANTICRISTO

JOSÉ SERRA, O ANTICRISTO
JOSÉ SERRA TENTA ENGANAR OS FIÉIS DAS RELEGIÕES, FINGINDO DEFENDER OS VALORES DA FAMÍLIA, MAS NÃO PASSA DO ANTICRISTO TENTANDO LEVAR AS NOSSAS ALMAS PARA O INFERNO
*aposentadoinvocado 

O Globo Corrupções Ltda, com seus Merval Pereira, Ricardo Noblat e outros, não sabem de nada. O editor do "JN", com todos os meios da Globo, ainda não conseguiu falar nada sobre a corrupção da revista Veja e sua relação incestuosa com Carlinhos Cachoeira, Demóstenes e outros. Não acho, tenho certeza que o Jornal Nacional é corrupto.


Trevas ao meio-dia:"Por que a mídia nativa fecha-se em copas diante das relações entre Carlinhos Cachoeira e a revista Veja? O que a induz ao silêncio?"

 

*aaposentadoinvocado 

Samuel Wainer e a CPI da Veja


 

Por  Ana Flávia Marx

A operação Monte Carlo que deflagrou a CPI de Carlinhos Cachoeira evidenciou o que muita gente já sabia: o laço da revista Veja através de seu editor-chefe de Brasília, Policarpo Junior, é muito mais estreito do que mera relação com uma fonte.

Não é a primeira vez que um órgão da imprensa pode ser investigado nos trabalhos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Aliás, a primeira CPI brasileira teve como objeto principal o jornal Última Hora do jornalista Samuel Wainer.

Pepe Escobar: “E rola a cabeça do rei Sarkô!”


4/5/2012, Pepe Escobar, Asia Times Online, The Roving Eye blog
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Pepe Escobar
O homem fez pose de fenomenal grandeur, como neoimperial Libertador da Líbia – poucos anos depois de o coronel Colonel Muammar Gaddafi ter ajudado a financiar sua campanha eleitoral, com nada menos que límpidos 65 milhões de dólares.
Servindo-se de um misterioso pacto entre o Espírito Santo e uma camareira africana em New York, ele livrou-se do adversário que já o desafiava e muito provavelmente o derrotaria na reeleição, o ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Khan, libertino assumido.
E mesmo assim, os franceses, no próximo domingo – nova tomada da Bastilha em estilo Facebook remix – lá estarão, aos gritos de “cortem a cabeça dele!”.
Por quê? Pela arrogância. Pela húbris. O presidente francês Nicolas Sarkozy, também conhecido como Rei Sarkô, o Neonapoleônico; ex-rei do chacoalhar de correntes de ouro e diamantes de pescoço [bling bling]; “Chuchu”, para a primeira dama, a italiana Carla Bruni [1], é o pior inimigo dele mesmo.
Estilo Ritz de viver
Bashir Saleh é ex-chefe de gabinete de Gaddafi e ex-presidente do Fundo Soberano Líbio. Foi o encarregado de ir e vir, quando Gaddafi decidiu financiar a campanha eleitoral de Sarkozy, em 2007.
Rei Sarkô
O Rei Sarkô, como seria de prever, negou tudo e disse que processaria Mediapart, website francês que revelou o que, para muitos, nem foi novidade. Seja como for, na 5ª-feira, 3 de abril, o ex-primeiro-ministro líbio Baghdadi Ali al-Mahmoudi confirmou tudo, outra vez. E disse exatamente o que o filho de Gaddafi e ex-aluno de prestígio da London School of Economics, Saif al-Islam, já dissera antes, em março de 2011: “Sarkozy que devolva todo o dinheiro que aceitou da Líbia, para pagar sua campanha presidencial.”
Saleh está na lista de procurados da Interpol, mas permanece na França, autorizado pelo regime “rebelde” da OTAN na Líbia, o qual, simultaneamente, também diz estar à procura dele. Guarda com ele confortáveis US$5,2 milhões, bem próximo da fronteira suíça, com vista para o Mont Blanc.
Tudo isso protegido pela polícia do Rei Sarkô, que disse que o negócio todo é feito com “pleno conhecimento e acordo do presidente [do Conselho Líbio de Transição] Abdel Jalil”. A vida é bela. Essa semana, Saleh foi visto badalando no Ritz, em Paris [2].
Meu voto é da Carla
Sarkozy - Hollande
A campanha presidencial na França passou hoje pelo proverbial anticlímax, depois de debate de quase três horas de duração entre o Rei Sarkô e o desafiante, François Hollande, do Partido Socialista. Consumiram-se trilhões de bytes nas telinhas, para descrever o debate como essencialmente “tenso”. Sem nocaute. Sarkô mexeu-se mais que coelho movido a pilhas alcalinas, enquanto Hollande – carismático como linguiça seca – mostrou-se, de fato, sólido e relativamente preciso.
A mentira rolou solta. Sarkô defendeu um seu recorde de empregos criados. Em abril de 2007, prometia 5% de desemprego ao final de cinco anos de governo. A França já chegou aos 9,4% de desempregados na população urbana ativa. Depois de cinco anos de Sarkô, há hoje um milhão de franceses desempregados, a mais.
Como a broinha que completa o café, o centrista Francois Bayrou – que recebeu 9,1% dos votos no primeiro turno – manifestou sua repulsa pelo que fez a campanha de Sarkô, que tentou seduzir a extrema direita; e anunciou que votará em Hollande.
Vale lembrar que nada menos que 33% dos franceses mantiveram-se longe das urnas no primeiro turno; preferiram concentrar-se nas ramificações geopolíticas da franja de Carla Bruni, visão absoluta de top model [3].
Realmente vitoriosa no primeiro turno – embora opere como míssil político Hellfire tóxico, sem tirar nem por – foi a extrema direita francesa, com a Frente Nacional (18% dos votos) “normalizada” por Marine Le Pen, empresária espertíssima e filha do fundador do partido e conhecido fascista Jean-Marie Le Pen.
O crescimento da influência da Frente Nacional desde os anos 1980s em todos os círculos da extrema direita europeia é simplesmente espantoso. O câncer espalhou-se por toda parte, da França à Itália, Grã-Bretanha, Bélgica, Países Baixos (Holanda), Áustria, Hungria, Suécia, Dinamarca, Finlândia e até Grécia.
A xenofobia e a islamofobia estão vivas e fortes, por toda uma Europa paralisada de medo, afundada em crise. Na Áustria, a extrema direita, depois de anos de liderança do carismático Jorg Haider, já está hoje completamente normalizada e legitimada.
Geert Wilders
Nos Países Baixos, liderado pelo hiper-islamófobo Geert Wilders, o PVV (Partij voor de Vrijheid, Partido pela Liberdade) obteve 24% dos votos nas eleições de 2010 e fez parte da coalizão conservadora no poder, a qual acabou por rachar por causa, mais uma vez, de Wilders.
Na Escandinávia, a extrema direita é rampante; na Suécia, por exemplo, os Democratas Suecos (belo toque orwelliano), pela primeira vez puseram os pés no Parlamento.
Quem faça campanha a favor da extrema direita na Europa praticamente jamais erra; basta por-se contra a globalização e os imigrantes “marrons” e “pretos”; denunciar elites corruptas; demonizar o Islã; alertar sobre os perigos que ameaçam a identidade nacional, por culpa do multiculturalismo; e, essencialmente, apresentar-se como “contra o sistema”. É como se o espectro da Alemanha Nazista flutuasse nos céus, do sul da França às montanhas dos Cárpatos.
Não surpreende que, se um partido de extrema direita tem 15% dos votos dos franceses, os partidos conservadores ponham-se a abraçar as políticas de direita. Foi exatamente o que fez o Rei Sarkô; perdido o primeiro turno, ele logo declarou que Marine Le Pen era “compatível com a República”. Pouco funcionou – porque milhões de eleitores alimentavam neles mesmos, de fato, outra espécie de fúria: a própria eurofobia. 
Eurófobos, uni-vos
Merkozy
A crise da eurozona, países falidos, ortodoxia de “austeridade” por todos os lados, desemprego, a mão de ferro das agências de avaliação de riscos e dos tecnocratas do orçamento, e horror econômico generalizado; milhões de franceses, como outros europeus, culpam Bruxelas. E acontece que o Rei Sarkô é parte dessa mesma elite odiada – vale 50% do par “Merkozy” (com a chanceler alemã Angela Merkel) que, em teoria, está tentando “salvar” a Europa.
Assim, um problema extra para o rei Sarkô do chacoalhar de correntes de ouro e diamantes de pescoço [bling bling] é que ele não é nem jamais foi capaz de vender qualquer projeto político, cultural e social, uma visão sua para a Europa. Ou, que fosse, apontar algum modo de recriar alguma Europa pós-crise (supondo-se que a atual crise suma logo, o que não acontecerá).
Hollande é um pepino frio e tudo que diz talvez seja mesmo “superado” – acusações que ouviu do Rei Sarkô e de The Economist; mas, pelo menos, o retorno dos socialistas ao poder na França tem alguma chance de sacudir o tabuleiro trôpego.
A União Europeia terá forçosamente de reexaminar o eixo franco-germânico nesse momento “pós-Merkozy”; esse, afinal, é o eixo que realmente governa a Europa. Já se fala muito, em Paris e Berlim, sobre “continuidade”. Aconteceu também antes, entre Giscard d'Estaing e Helmut Schmidt, e entre Francois Mitterrand e Helmut Kohl.
Mas a verdadeira incógnita é o que algum governo de Hollande conseguirá fazer a favor de uma Europa mais social e mais igualitária. The Economist – quer dizer, os interesses financeiros da City de Londres – já lamenta o destino do Rei Sarkô, que tentava “salvar” não só a França mas também a Europa. Bobagens.
Bye bye, Rei Sarkô – e já vai tarde!
*redecastorphoto