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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 08, 2012

Vladimir Safatle escreve para os próprios colunistas da Folha. Eliane Cantanhêde, leia e aprenda!

 

 

Vladimir Safatle
Pobres bancos
Quando o governo resolveu, enfim, denunciar a "lógica perversa" que guia o sistema financeiro brasileiro, era de esperar que os consultores e economistas regiamente recompensados pelos bancos aparecessem para contemporizar. Como em uma peça de teatro na qual as máscaras acabam por cair, foi isto o que ocorreu.
Há algo de cômico em ver adeptos do livre mercado e da concorrência procurando argumentos para defender uma banca de oligopólio especializada em espoliar os brasileiros com "spreads" capazes de deixar qualquer banco mundial corado de vergonha.
Se os bancos brasileiros estão entre os que mais lucram no Universo, é porque nunca precisaram, de fato, viver em um sistema no qual o poder estatal impediria a extorsão institucionalizada à qual ainda estamos submetidos.
No mundo inteiro, o sistema bancário faz jus à frase do dramaturgo Bertolt Brecht: "O que é roubar um banco se você imaginar o que significa fundar um banco?".
Nos últimos anos, vimos associações bancárias com comportamentos dignos da máfia, pois são especializadas em maquiar dados e balanços, criar fraudes, ajudar a evasão fiscal, operar em alto risco e passar a conta para a frente, além de corromper entes públicos.
Mas a maior astúcia do vício é travestir-se de virtude. Assim, o sistema financeiro criou a palavra "austeridade" a fim de designar o processo de assalto dos recursos públicos para pagamento de rombos bancários e "stock-options" de executivos criminosos, com a consequente descapitalização dos países mais frágeis.
Se não tivemos algo da mesma intensidade no Brasil, vemos agora um processo semelhante do ponto de vista retórico. Assim, os "spreads" bancários seriam o resultado indigesto do risco alto de inadimplência, já que a população brasileira teria o hábito pouco salutar de não pagar suas dívidas e se deixar endividar além da conta.
Neste sentido, os lucros bancários seriam (vejam só vocês) o remédio amargo, porém necessário, até que a população brasileira aprenda a viver com o que tem e assuma gastos de maneira responsável. O mais impressionante é encontrar pessoas que se acham capazes de nos fazer acreditar nessa piada de mau gosto.
A verdade é que quanto menos poder e margem de manobra o sistema financeiro tiver, melhor é a sociedade. Há sempre aqueles "consultores" que dirão: "É fácil falar mal dos bancos", apresentando o espantalho do populismo. A estas pessoas devemos dizer: "Sim, é fácil. Ainda mais quando não se está na folha de pagamento de um". Já sobre o "risco" do populismo, pobres são aqueles para os quais a defesa dos interesses econômicos da população sempre é sinal de irracionalidade.
VLADIMIR SAFATLE

O jornalismo da Globo pode durar ad aeternum, mas a sua credibilidade morreu faz tempo.

O Globo Corrupções Ltda defende bancos privados, apesar de fazerem festa nos tempos do vice-presidente José de Alencar, demonstrando que a mentira é a máxima na corrupta.

O segredo de Demóstenes Torres

Por Paulo Moreira Leite
Confesso que não dá para ficar espantado com as delinqüências do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Sem ser preconceituoso, pergunto: o que se poderia esperar de um contraventor a não ser que se dedicasse à contravenção?

Que fosse rezar ave-maria depois de pagar aposta no jacaré e no leão?

Mas há motivo para se espantar com o sucesso de Demóstenes Torres. Como ele conseguiu enganar tantos por tanto tempo?


A resposta não se encontra no próprio Demóstenes, mas em quem se deixou ser enganado.

O senador é um produto típico do radicalismo anti-Lula que marcou a política brasileira a partir de 2002. A polarização política criada em certa medida de modo artificial foi um campo fértil para políticos sem programa e aproveitadores teatrais.

Demóstenes contribuiu com sua veemência e sua falta de freios para criar um ambiente de intolerância política no Congresso, reeditando o velho anti-comunismo da direita brasileira, da qual o DEM é um herdeiro sem muitos disfarces.

Num país onde a oposição se queixava de que não havia oposição, Demóstenes apresentou-se. Contribuía para estimular o ódio e o veneno, com a certeza de que nunca seria investigado. Aliás, não foi.

Caiu na rede de seu amigo e parceiro Cachoeira. Se aquele celular fajuto de Miami fosse mesmo à prova de grampos, é provável que até hoje o país estivesse aí, ouvindo Demóstenes e seus discursos…

Quem sabe até virasse uma estrela da CPI…sobre Carlinhos Cachoeira.

Nunca se fez um balanço da passagem de Demóstenes pela secretaria de Segurança de Goiás, nunca se conferiu a promessa (doce ironia!) de acabar com o jogo do bicho no Estado nem as razões de seu afastamento do PSDB de Marconi Perillo.

Demóstenes dava até entrevistas contra as cotas e escrevia textos citando Gilberto Freyre. Pelo andar da carruagem, em breve seria candidato a Academia Brasileira de Letras e um dia poderíamos ouvi-lo tecendo comentários sobre a obra de Levi-Strauss, sobre a escola austríaca de economia…

O senador foi promovido, tolerado e bajulado por uma única razão: necessidade.

Nosso conservadorismo está sem quadros e sem votos. Lembra a conversa de que “faltam homens, faltam líderes”? Vem desde 64…

A dificuldade de construir um programa político autêntico e viável para enfrentar a competição pelo voto está na origem de mais um embuste.

Já tivemos Jânio Quadros, Fernando Collor… Felizmente Demóstenes não chegou tão longe.

Mas todos foram mestres na arte de esconder seu real programa político e oferecer a moralidade como salvação suprema.

O carinho, a atenção, a boa vontade com que Demóstenes foi tratado mostra que teria um longa estrada pela frente. Não lhe faltavam sequer intelectuais disponíveis para oferecer um verniz acadêmico, não é mesmo?

Há um problema de origem, porém.

A história da democratização brasileira é, basicamente, a história da luta da população mais pobre para conseguir uma fatia melhor na distribuição de renda. Este era o processo em curso antes do golpe que derrubou Jango. A luta contra o arrocho e contra os truques para escamotear a inflação esteve no centro das principais manifestações populares contra o regime.

Desde a posse de José Sarney que o sucesso e o fracasso de cada presidente se mede pela sua competência para para responder a esse anseio.

Aquilo que os economistas chamam de plano anti-inflacionário, estabilização monetária e etc, nada mais é, para o povão, do que defesa de seu quinhão. O Cruzado e o Real garantiram a glória e também a desgraça de seus criadores apenas e enquanto foram capazes de dar uma resposta a isso.

Essa situação também explica a popularidade de Lula, ponto de partida para o Ibope-recorde de Dilma.

E aí chegamos à pior notícia. O conservadorismo brasileiro aposta em embustes porque não quer colocar a mão no bolso. Quer votos mas não quer mexer – nem um pouquinho – na estrutura de renda. Quer embustes, como Demóstenes.

Fiquem atentos. Quem sabe o próximo Demóstenes apareça na CPI do Cachoeira, do Cavendish … e do Demóstenes.

O conservadorismo preocupa-se apenas com seu próprio bolso. Para o povo, oferece moralismo.

Civita e Cachoeira queriam derrubar Lula e dar a Cerra / Parlamentares defendendo investigar a Veja na CPI

 Parlamentares defendendo investigar a Veja na CPI

 

r7

Civita e Cachoeira queriam
derrubar Lula e dar a Cerra

O ansioso blogueiro assistiu à entrevista gravada com Fernando Ferro à Record News – clique aqui para ler “Ferro, CPI: Civita é cúmplice” – e se permitiu fazer como o Mino Carta e dialogar com os próprios botões.

(Clique aqui para ver o vídeo da entrevista, no R7.)

Existe um nexo que organiza as atividades agora reunidas sob a CPMI da Veja.

Basta identificar os elementos do conjunto.

Demóstenes e Cachoeira filmam Valdomiro Diniz a chantagear  Carlinhos Cachoeira.

Dois anos depois, divulgam a fita na Globo e na Veja, quando Diniz trabalhava no gabinete de José Dirceu.

Dirceu veta nomeação de Demóstenes Torres para o cargo de Secretário Geral de Justiça, onde supervisionária a política governamental para o jogo – legal ou não.

Clique aqui para ler “TV Record melou o mensalão”.

Demóstenes e Cachoeira filmam o ato de suborno nos Correios  e dão origem ao mensalão, que, como diz o Mino, ainda está por provar-se.

A Globo e a Veja dão à cena do suborno máxima relevância.

Roberto Jefferson dá “um furo” à Folha (*) e diz que aquilo é o mensalão.

No depoimento à CPI dos Correios, Jefferson apontou para o Palácio do Planalto do Lula e disse “o problema está lá”, ou seja, a roubalheira está lá.

Nessa CPI, o Lula só não caiu, porque o Feijóo não deixaria e o Fernando Henrique disse ao Agripino Maia para deixar o Lula sangrar, sangrar tanto, que chegasse às eleições exangue – e Fernando Henrique voltaria ao poder nos braços do povo (de Higienópolis).

Simultaneamente, o ínclito delegado Protógenes Queiroz investigava o banqueiro condenado por passar bola a um agente da Polícia Federal – clique aqui para ver o vídeo exibido pelo jornal nacional e que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo ignorou.

Daniel Dantas subornou o policial errado.

Porque Protógenes Queiroz e o destemido Juiz Fausto De Sanctis temeram pelo destino da Satiagraha, depois que um policial agora preso com Cachoeira compartilhou com uma “repórter” da Folha (*) a informação de que a Satiagraha estava para ser deflagrada e a “repórter” avisou Dantas.

Foi preciso “trocar” de delegado e Dantas não foi nada “brilhante” – subornou o falso Protógenes.

Quando Dantas foi preso, aparece no jornal nacional a declaração de um empregado dele: Dantas só tem a temer a Primeira Instância porque, nas mais Altas Instâncias ele “tem facilidades”.

Dantas obteve dois HCs Canguru, num espaço de 48 horas, concedidos por aquele que se tornou famoso como Gilmar Dantas (**).

Um dos motivos para um dos HC Canguru foi para proteger a supra-mencionada “repórter” da Folha (*) da “sanha” do ínclito delegado Protógenes: uma ameaça  à liberdade de imprensa !

Este mesmo Ministro do Supremo aparece num grampo sem áudio em conversa com o senador Demóstenes Torres.

Gilmar Dantas (**) se vale deste grampo sem áudio, divulgado pela Veja de Robert(o) Civita e amplificado pelo jornal nacional, para destituir o ínclito delegado Paulo Lacerda, desmontar a Satiagraha e tirar Daniel Dantas da forca, de novo.

(O então diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, que perseguiu Protógenes Queiroz com dezenas de ações judiciais, ainda não achou esse áudio até hoje.

Recentemente, Corrêa foi dispensado chefia da área de Segurança da Copa, nomeado pelo inesquecível Ricardo Teixeira, por suspeitas de corrupção.)

Nas escutas autorizadas da Satiagraha, aparece um diálogo de Dantas com uma funcionária de seu banco, a discutir sobre quando entrar com HC no Supremo.

Ele prefere entrar quando o Supremo estivesse em recesso, para que a decisão fosse de seu Supremo Presidente de plantão, Gilmar Dantas (**).

Foi o que se deu.

Uma das “reportagens” de capa da Veja foi a “denúncia” de que Lula tinha conta secreta no exterior.

A reportagem – segundo a própria Veja – foi escrita a quatro mãos por um de seus repórteres (depois assessor de imprensa de Cerra) e Daniel Dantas.

E a própria Veja confessa que não teve como confirmar a informação.

E mesmo assim publicou.

Depois, o senador Heráclito Fortes, que empregava a filha do Fernando Henrique e se notabilizou por liderar a Bancada Dantas no Senado, reuniu em casa para jantar o Daniel Dantas e o então Ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos.

Dantas provou que era um santinho, especialmente entre esfihas e grão de bico com muito azeite.

Hoje, Thomaz Bastos é advogado de Cachoeira.

Que já desistiu da “delação premiada”. 

Até aí, amigo navegante, o que se tem é a conjunção de esforços com o objetivo de desmanchar o Governo Lula – através de José Dirceu – e salvar Daniel Dantas, ou seja, o Governo Fernando Henrique, que presidiu a Privataria e nomeou Gilmar Dantas (**) para o Supremo.

Como Advogado Geral da União de Fernando Henrique, Gilmar Dantas (**) deu a substância jurídica para a Privataria.

Depois, o livro do Amaury Ribeiro Junior revelou que o clã Cerra foi quem mais se beneficiou – em dinheiro – da Privataria, a maior roubalheira numa Privataria latino-americana.

A “ação criminosa” que uniu Robert(o) Civita a Cachoeira tinha por objetivo – entre outros muitos – beneficiar a empreiteira Delta.

A empreiteira Delta operava com Cachoeira e o empregado de Robert(o), o Policarpo.

(Na Inglaterra, o Parlamento considerou que Rupert Civita foi “leniente” com a ação criminosa de seus “repórteres”.)

Eram “reportagens” para o Cachoeira e a Delta ganharem dinheiro.

A Delta operava em Goiás, no Distrito Federal, no Rio e no Governo Cerra, em São Paulo.

No auge da campanha presidencial, Cerra precisava de um favorzinho no Supremo e, ao telefone, se dirigiu a Gilmar Dantas (**) como “meu presidente !”.

Demóstenes diz a Cachoeira que “Gilmar mandou buscar” no Supremo um processo que interessava aos negócios de Cachoeira.

Como disse Fernando Ferro, a Veja e Cachoeira pretendiam fazer de Demóstenes, o “Catão do Cerrado”, Ministro do Supremo.

José de Abreu revelou no twitter que Robert(o) Civita disse a um interlocutor que seu objetivo na vida era destruir o Lula.

Numa boa.

Agora, o PiG (***) se fecha em bloco para proteger o Robert(o) Civita.

Tocou nele, tocou em todos nós.

E a vingança será implacável.

A Globo tem sido a mais conspícua defensora do Robert(o).

O Merval (veja o que o Mauricio Dias pensa dele) e a Urubologa acham muito natural jornalista conversar com bandido.

Dar 200 telefones a um mesmo bandido, com a mesma finalidade: derrubar o Lula.

Muito natural.

Como os cem telefonemas que o Eduardo Jorge dava ao Juiz Lalau, da sala ao lado do gabinete presidencial do Fernando Henrique.

Muito natural.

Claro que a Globo tem que defender o Robert(o).

A Globo não tem produção própria.

Ela pega o detrito sólido de maré baixa da Veja e transforma em Chanel # 5.

Sem a Veja e o Chanel # 5 do Ali Kamel, o Golpe ficaria mais fraco.

Caro amigo navegante, não é preciso ter a argúcia de um colonista (****) do PiG (***) para perceber.

Por trás dessa grande confusão, é como diz o Amaury das operações de lavagem de dinheiro do clã Cerra na Privataria: era tudo muito simples.

É tudo muito simples.

É só dar o fio que ordena as contas do colar.

O negócio era e é derrubar o Lula e entregar ao Cerra.

A CPI da Veja é a CPI do Golpe.


Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista (****) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (****) da GloboNews  e da CBN se refere a Ele.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.
*PHA

15M - VIVA A REVOLUÇÃO DA JUVENTUDE EUROPÉIA !

Por Eduardo Bueres
Este movimento que pretende e pode ganhar o mundo, é revolucionariamente exemplar e maravilhoso em muitos  aspectos; á começar pela nova tomada de consciência da novíssima geração de espanhóis que representa com o seu 15m o lado propositivo, o antídoto para a estagnação na qual a Espanha e a velha Europa estão mergulhadas até o pescoço. 
Segundo, em nível nacional, aponta o quanto é contraditória, surrealista e insuportável a relação da sociedade com a classe política, que apequenou e vulgarizou o papel transformador dos partidos tradicionais, especialmente os de esquerda que, quando assumem o governo, cumprem uma agenda de direita, por considerarem esse mecanicismo obrigatório quanto tarefa de estado.
Um exemplo disso é o cego aval transpartidário para o envolvimento nas modernas guerras travadas no oriente médio a partir dos interesses teracorporativistas dos Estados Unidos da América. 
Desta forma os partidos políticos europeus perdem a necessária credibilidade quanto eixo abstrato ideológico e transformador. 
O resultado disso é essa expressão de afirmação explosiva que busca  liberdade nas ruas e praças que assistimos compreensivos 
onde a juventude acampa para derramar suas lágrimas de frustração exigindo a refundação ou criação de uma nova ordem política verdadeiramente democrática continental 
que preserve os valores individuais em nível social, político, conjuntural e estrutural  dessas padecedoras nações europeias, sem perder a  esperança no futuro,
quando charlatões do tipo Aznar e Zapateiro,Sarkosy,Merkel,Berlusconi,
José Sócrates e alguns neo-socialistas portugueses, que cumpriram um mero papel de gerentes executivos dos interesses econômicos das corporações europeias e seus associados, tenham por força da suas próprias mediocridades, se transformados em peças de carroça de museu, depois de terem sido moralmente condenados no tribunal do futuro como criminosos sociais.
VIVA O 15M !
Texto e ilustração: Eduardo Bueres
*Blog militanciaviva
 

Indignados da Espanha pedem apoio político do Brasil


Integrantes do movimento apostam na interlocução com agentes públicos do país para fortalecer a organização, vista por governos e por parte da população como um grupo de protesto sem objetivos concretos. "Nas suas reuniões pelo mundo, quando ouvirem que o 15M não tem propostas, indiquem a leitura da nossa Demanda de Mínimos que está na internet", sugeriram ativistas ao governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, em Madri. A reportagem é de Naira Hofmeister, direto de Madri.

Madri - Eles não se sentem representados por partidos políticos e questionam até a atuação de sindicatos, mas viram em experiências de participação popular desenvolvidas pelo governo do Rio Grande do Sul elementos comuns a suas demandas. São Os Indignados, que questionam a agenda política que atende aos interesses de 1% da população ligada ao capital financeiro em detrimento dos outros 99%.
A crítica ao sistema foi exposta publicamente nas ruas da Espanha a partir de maio de 2011 e ganhou repercussão com os acampamentos em praça pública que inspiraram atos semelhantes em todas as partes do mundo.
Em Madri, onde manteve uma agenda política e econômica no primeiro final de semana de maio, o governador Tarso Genro se encontrou com integrantes do movimento - eles não admitem ser chamados de líderes, porque defendem uma organização horizontal.
O que era para ser uma troca de ideias, na qual Tarso se dispunha a ouvir críticas à estrutura tradicional dos partidos e outras bandeiras do grupo, se transformou em um convênio informal entre o governo do Estado e o 15M (o movimento também é chamado assim em alusão à sua data de fundação, 15 de maio). E em um ato de desagravo aos Indignados.
“Acampar se tornou ilegal na Espanha, a imprensa nos criminaliza, a polícia nos persegue. Precisamos de pronunciamentos em nível internacional para suportar isso. Queremos apenas falar dos problemas da sociedade e de como ela poderia ser”, explicou Javier Toret, um jovem catalão que participou da montagem da rede digital de descontentes que disparou a campanha “Toma as ruas” e que originou o 15M.
Ocorre que em razão da heterogeneidade de manifestantes e bandeiras, a força política do grupo - que calcula ter mobilizado 8 milhões de pessoas em toda a Espanha nos três primeiros meses de atuação - se diluiu um pouco. “Temos capacidade de construir uma alternativa, mas para isso precisamos de interlocutores em governos e na sociedade civil”, avaliou Raúl Sanchez, que ciceroneou o governador Tarso Genro pelo centro cultural comunitário La Tabacalera, onde ocorreu o encontro.
Os Indignados salientaram a importância de ter apoio internacional e formar uma rede de cidadania global diante das pressões que vêm sofrendo na Europa: eles temem, inclusive, uma repressão violenta no próximo 12 de maio, quando ocorrerá um grande ato em diversas cidades espanholas para marcar um ano do movimento. “Se tivermos esse tipo de problema, é muito importante divulgar em outros países”, exemplificou Toret.
“Também queríamos pedir que nas suas reuniões, quando ouvirem que o 15M não tem propostas, indiquem a leitura de Demanda de Mínimos que está na internet. São meia dúzia de documentos e estão direcionados tantos a socialistas como à classe média”, complementou a ativista Simona Levi.
Tarso se mostrou simpático à provocação democrática que o movimento propõe, mas não deixou de fazer observações críticas. “Quando vocês tomaram a praça para dizer '¡No nos representan!', foram notícia em todo o mundo, mas depois desapareceram porque propõem a radicalização do Estado de Direito. 

Como os argentinos, quando em 2001 saíram às ruas para pedir '¡Que se vayan todos!' – o problema é que se sai a política, ela é substituída pela burocracia e pelo capital, avaliou o governador.Movimento quer aproveitar modelo de participação popular
 

Tarso Genro
O governador gaúcho Tarso Genro se comprometeu a enviar para Os Indignados documentos que embasaram a construção do chamado Sistema de Participação Popular no Rio Grande do Sul. Trata-se de um conjunto de ferramentas que une desde a experiência do Orçamento Participativo, que dá às comunidades o poder de decidir prioridades nos gastos públicos em assembleias presenciais, até a Consulta Popular, no qual a população elege um projeto através de uma votação nas urnas e na internet.

Outro processo que integra o sistema chamou a atenção dos Indignados: o Gabinete Digital, com projetos como O Governador Pergunta e O Governador Responde, no qual dialoga virtualmente com a população, ou a Agenda Colaborativa, que recebe sugestões de pauta dos cidadãos via web.

“É preciso organizar um controle público sobre o Estado, implementar mecanismos de transparência e democratização da gestão para reduzir a força normativa do capital financeiro sobre os governos”, avaliou o chefe do executivo do Rio Grande do Sul.

Tarso ainda se comprometeu a encaminhar ao grupo relatórios sobre o Marco Civil da internet brasileira, texto que estabelece os princípios de uso da rede no país e que foi redigido quando ele era ministro da Justiça. Atualmente tramita no Congresso Nacional.

“Aqui na Europa se tende a restringir ao máximo o uso da internet. Estamos patrocinando apresentações para explicar aos eurodeputados que a rede é uma ferramenta para a democracia”, lamentou Simona.

O grupo se interessou ainda em receber informações sobre os projetos de economia solidária desenvolvidos no Brasil e no Rio Grande do Sul.
Carta Maior
 

Deputado Fernando Ferro fala sobre relação da Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira


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Pela primeira vez numa eleição nacional, a esquerda ganha em Paris

Em azul, o oeste de Paris votou Sarkozy. O voto Hollande, em rosa, à leste.

No Hupomnemata
*comtextolivre 

Hollande: “A austeridade não pode ser uma condenação”


A esquerda europeia renasceu neste seis de maio, na França. Françoise Hollande, de 57 anos, será o próximo presidente da República, confirmando os prognósticos com os 51,67% dos votos. O anunciado triunfo de Hollande abre uma nova etapa tanto na França quanto na Europa, e põe fim ao agitado reinado de Nicolas Sarkozy, que durante cinco anos presidiu o país com seu estilo peculiar.
Apenas vinte minutos após o fim da votação, o líder da direita compareceu perante centenas de seguidores, assumiu com elegância a “responsabilidade da derrota” e anunciou que agora será “um francês entre os demais franceses”.
Hollande também tratou de se pronunciar. 
“A troca começa agora. A austeridade não pode ser uma condenação”, proclamou. O socialista já havia anunciado sua intenção de renegociar com a Alemanha o rígido tratado de austeridade. Com sua calma característica, o líder socialista discursou sobre a vitória às 21h20 (horário local) na praça da catedral de Tulle, onde passou a tarde recebendo beijos e abraços dos moradores.
Seu primeiro feito foi enviar uma “saudação republicana” a Sarkozy. Logo disse que “a mudança tem que estar à altura da França” e prometeu exemplaridade institucional e, com um toque de lirismo, convidou os franceses a sobrevoar as estrelas e sentir o gosto do progresso.
Hollande reiterou que suas prioridades serão igualdade, juventude, justiça social e educação. Seu assessor especial, Jean-Marc Ayrault, possível futuro primeiro-ministro, disse que a ordem agora será recuperar a Europa, reorientando-a em relação ao crescimento, competitividade e proteção. Pierre Moscovici, diretor da campanha de Hollande, assegurou que a chanceler alemã Angela Merkel telefonou ao ganhador para o convidar para uma visita a Berlim nos próximos dias.


Jornal do Brasil * Com informações do jornal El País

Charge do Dia

Delegado Paulo Lacerda espera pedido de desculpas de Gilmar Mendes e Demóstenes

Paulo Lacerda
Agência Brasil
O delegado Paulo Lacerda, que por seis anos e meio dirigiu a Polícia Federal e a Abin durante os governos Lula, aguarda um pedido de desculpas. Ele espera (talvez sentado) que Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o senador Demóstenes Torres reconheçam as respectivas responsabilidades nos seus dois anos e meio de exílio.
Início da tarde de 9 de setembro de 2008. A sessão vai começar em instantes. O delegado Paulo Lacerda, diretor da Abin, está na ante-sala da Comissão Mista das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional. Uma dezena de parlamentares na sala. Sorrateiro, quase sem ser notado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), ex-secretário de Segurança Pública de Goiás, aproxima-se de Paulo Lacerda e diz:
- Eu o conheço. Sei que o senhor é um homem sério e, com certeza, não está envolvido com estes fatos, com grampos. Estou aqui pessoalmente para lhe prestar minha solidariedade e demonstrar o meu apreço…
Exatos dois meses antes, a Polícia Federal havia prendido o banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha, comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, hoje deputado federal do PCdoB (SP).
No rastro da operação, e tornados personagens de reportagem da Revista Veja de 3 de setembro, o senador Demóstenes Torres e Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), denunciaram: tinham sido grampeados pela Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, dirigida por Paulo Lacerda.
O juiz Mendes, em companhia de outros ministros do STF, fora ao Palácio do Planalto "chamar o presidente Lula às falas". Paulo Lacerda seria temporariamente suspenso de suas funções; depois, sob intensa pressão política, seguiu para o exílio. Por quase dois anos e meio, com a família junto, Paulo Lacerda foi Adido Policial na embaixada do Brasil em Portugal.
Nessa tarde de 9 de setembro de 2008, Lacerda ouve, perplexo, a manifestação de solidariedade sussurrada por Demóstenes, justamente um dos homens que o acusam de ter comandado grampos durante a Satiagraha. Acusam-no de ter ordenado, ou permitido, escuta ilegal contra um senador da República e um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Recuperado da surpresa, percebendo a pressa de Demóstenes, prestes a deixar a sala, Paulo Lacerda responde ao senador:
- Que bom que o senhor pensa assim, que vê as coisas desse modo. A sessão já vai começar e aí o senhor terá a oportunidade de dizer isso, de dizer a verdade, e esclarecer as coisas…
- Tenho um compromisso, vou dar uma saidinha, mas voltarei a tempo – promete o senador Demóstenes Torres.
A sessão arrastou-se por horas. O senador Demóstenes, o acusador, não voltou.
Naquela tarde, o delegado Lacerda foi duramente questionado. E acusado de ter montado um esquema de grampos ilegais na Abin. Em vão, ele repetia:
- Não comandei, não participei, não compactuei, nem tomei conhecimento de qualquer ilegalidade no procedimento da Abin…
Naquele dia, a estrela da comissão foi o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Às 16h53, Virgílio perguntou a Paulo Lacerda se o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tinha mentido ao dizer que a Abin possuía "equipamento de escutas". Lacerda pediu ao senador para "fazer a pergunta a Jobim".
Levemente exaltado, com um tom avermelhado na pele, o político amazonense bradou: disse não ser um "preso", nem estar "pendurado" num pau-de-arara. E que Paulo Lacerda não estava "numa delegacia" e, sim, numa sessão do Congresso. Como acusado.
Fim da sessão. O senador Arthur Virgílio se aproxima de Paulo Lacerda e discorre sobre o que é a política:
- O senhor entende… eu sou da oposição, temos que ser duros…
Paulo Lacerda é o delegado que comandou a prisão de PC Farias e a investigação do chamado "Caso Collor", quando mais de 400 empresas e 100 grandes empresários foram indiciados num inquérito de 100 mil páginas. Tudo, claro, dormitou nas gavetas do Judiciário, ninguém acompanhou nada e tudo prescreveu.
Anos depois, no governo Lula e com o Ministério da Justiça sob direção de Márcio Thomaz Bastos, por quase cinco anos Paulo Lacerda dirigiu – e refundou – a Polícia Federal. A PF teve, então, orçamento que jamais teve ou voltaria a ter.
Mais de 5 mil operações foram realizadas, centenas de criminosos de "colarinho branco" foram presos, o PCC foi atacado em seu coração financeiro. Na Satiagraha, a PF, já sob direção de Luis Fernando Correa, dividiu-se. Uma banda trabalhou para prender Daniel Dantas e os seus. Outra banda trabalhou contra a Operação; com a estreita colaboração, digamos assim, de jornalistas e colunistas que seguem por aí.
Paulo Lacerda, no comando da Abin, foi acusado por um grampo que nunca ninguém ouviu, que, pelo até hoje se sabe, nunca existiu. Demóstenes e Gilmar Mendes, por exemplo, nunca ouviram o suposto grampo; souberam por uma transcrição.
De resto, aquele teria sido um grampo inédito na história da espionagem. Não flagrou nenhum conversa imprópria. Um grampo a favor.
A Polícia Federal, ao investigar o caso, não encontrou vestígio algum de grampo feito pela Abin. Mas, claro, a notícia de inexistência do grampo saiu em poucas linhas, escondida, aqui e ali.
Quase quatro anos depois, caiu a máscara de Demóstenes Torres, o homem de muitas faces. Uma delas abrigava em seu gabinete uma enteada do amigo, o ministro Gilmar Mendes.
Paulo Lacerda voltou do exílio. Toca sua vida. E aguarda que Demóstenes Torres e Gilmar Mendes, entre tantos outros, lhe peçam desculpas.
Bob Fernandes
*GilsonSampaio

Veja e Mídia corrupta/golpista/venezuelizada na boca da caçapa