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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 24, 2012

Comissão aprova união estável entre homossexuais

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quinta-feira (24) projeto de lei que inclui no Código Civil a união estável entre homossexuais e sua futura conversão em casamento. A proposta transforma em lei uma decisão já tomada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011, quando reconheceu a união estável de homossexuais como unidade familiar.
Em seu relatório sobre o PL, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) defendeu a proposta lembrando que o Congresso está atrasado não apenas em relação ao STF, quanto em relação à Receita Federal e ao INSS, que já reconhecem casais do mesmo sexo em suas normas. A senadora lembra, no entanto, que a conversão de união estável em casamento não tem qualquer relação com o casamento religioso. A proposta, da senadora Marta Suplicy (PT-SP), ainda terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a plenário e também terá que ser votada pela Câmara dos Deputados, onde deverá enfrentar muito mais resistência do que no Senado, especialmente por parte da chamada bancada evangélica.
*comtextolivre

Países pactuam contra a legalização das drogas


Do Terra Magazine
EUA, Rússia, Grã-Bretanha, Suécia e Itália assinam pacto contra a legalização das drogas
Wálter Fanganiello Maierovitch

Plantio de maconha no Marracos, o maior produtor mundial
Estocolmo acaba de servir de palco para a assinatura de um acordo contra a legalização das drogas proibidas pelas convenções das Nações Unidas e pela adoção de uma política balanceada e humana contra as drogas ilícitas. O documento foi assinado na sede da World Federation Against Drugs.
Os celebrantes e firmatários do acordo, já apelidado de pacto de ferro, são EUA, Rússia, Grã-Bretanha, Suécia e Itália.
Hoje, o acordo será encaminhado à Organização das Nações Unidas (ONU), ao Conselho da União Europeia e ao seu Grupo Horizontal sobre drogas ilícitas. A remessa foi incumbida ao governo da Suécia que tem a legislação proibicionista mais rígida da Europa.
Pela exposição de motivos contida no acordo, o objetivo é a união de esforços para barrar qualquer tentativa de legalização e estabelecer políticas voltadas a reforçar (1) a proteção às crianças e aos adolescentes; (2) promover permanente prevenção ao consumo; (3) interromper o ciclo de dependência da droga por meio da oferta de grande variedade de tratamentos e serviços sanitários àqueles que sofrem distúrbios pelo uso de drogas proibidas e (4) promover meios substitutivos e alternativas para as áreas de cultivos ilegais.
Para o presidente das políticas sobre drogas do Conselho da União Europeia, o acordo “representa um passo importante porque pretende reforçar a parceria internacional a fim de se desenvolver e implementar estratégias estribadas em dados científicos e na tutela a direitos humanos, tudo em sintonia com as convenções da ONU sobre drogas”.
Ainda não se sabe a opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o acordo que acaba de ser celebrado entre EUA, Rússia, Grã-Bretanha, Suécia e Itália. Nem se ele acompanha e sabe do acordo em questão.
FHC, que se esquivou de protestar sobre a ação desastrada, desumana e militarizada realizada na Cracolândia paulistana, quis, na conquista de holofotes e espaços na mídia, apropriar-se, na base do oportunismo, de discursos e teses de operadores que há anos empenham-se pelo fim do proibicionismo. Um proibicionismo consagrado, desde 1966, em convenções da ONU e gerador de aumento de oferta, demanda, dependência e exclusão social.
*Nassif
CPMI: Silêncio foi arma de assassino e chefe do tráfico





Carlinhos Cachoeira não foi o primeiro acusado de crimes graves e de grande repercussão na sociedade a utilizar-se do direito de ficar calado para esvaziar os processos em que foram denunciados. 
Um dos casos mais famosos é o do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Assim como Cachoeira, o chefão da facção criminosa que controlava a favela da Rocinha era considerado um arquivo vivo de informações sobre a corrupção de policiais e políticos com quem se relacionava. No entanto, em janeiro deste ano, ele optou por se calar ao ser ouvido, via videoconferência, pelo juiz responsável por seu processo.
Outro notório criminoso que utilizou do mesmo precedente foi Lindemberg Alves, que manteve em cárcere privado a namorada, Eloá Cristina Pimentel, de apenas 15 anos, e um grupo de amigos da jovem durante cerca de 100 horas. Lindemberg, que respondeu por 11 crimes, entre eles o assassinato de Eloá, também escolheu ficar em silêncio no seu depoimento à Polícia Civil de São Paulo e na primeira audiência do caso, na qual foi interrogado.
Como diria o sábio, "não há roubo com barulho. O ladrão rouba em silêncio"
Jornal do Brasil*Mariadapenhaneles 

PiG não vai poder
boicotar o ENEM


Saiu na Agência Brasil:

Enem 2012: estudantes terão acesso à redação corrigida, mas não poderão recorrer da nota

Amanda Cieglinski

Repórter da Agência Brasil

Brasília – A partir deste ano, pela primeira vez, todos os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão ter acesso às redações corrigidas. A mudança, anunciada hoje (24) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, está prevista em um acordo firmado com o Ministério Público Federal no ano passado.

“O acordo será mantido. O que nós estamos concluindo com o MPF é a operacionalização do acesso porque ele tem que ser individualizado e ter absoluta segurança”, disse Mercadante. De acordo com o ministro, a expectativa é que, com a disponibilização do espelho da redação e com as mudanças anunciadas no processo de correção, acabe a “judicialização” ocorrida no ano passado. Mas o edital do Enem não vai prever que o estudante recorra da nota obtida. Em 2011, muitos candidatos entraram na Justiça para ter acesso à prova e alguns conseguiram, inclusive, que a nota fosse revista.

Para 2012, o Inep anunciou mudanças nos critérios de correção para tornar o processo mais objetivo. A redação do Enem valerá 1.000 pontos e cada texto será lido por dois corretores, que atribuirão a nota de acordo com a avaliação de cinco competências, como o domínio da norma culta, a capacidade de argumentação e a compreensão da proposta da redação (tema). Cada item valerá 200 pontos.

Até o ano passado, se as notas dos avaliadores tivessem entre elas uma diferença superior a 300 pontos, uma terceira pessoa era chamada para fazer uma nova correção. Para este ano, a margem de discrepância caiu para 200 pontos. A terceira correção também será aplicada se houver diferença superior a 80 pontos em pelo menos uma das cinco competências. Se a discrepância nas notas permanecer mesmo após a terceira avaliação, será convocada uma banca, formada por três professores, que fará a correção presencial.

“Todo texto tem algum grau de subjetividade, mas a mudança é para que a gente dê segurança ao estudante do rigor dos procedimentos”, disse Mercadante. Outra novidade é que os corretores participarão de um treinamento online, logo após a aplicação da prova sobre o tema específico de 2012.

Edição: Vinicius Doria

Navalha
Como é do conhecimento do mundo mineral, uma das “tarefas” do PiG (*) é desmanchar o ENEM.
Porque o ENEM é a banda larga do acesso do pobre à universidade.
E, para citar o Mino Carta de novo, a Casa Grande não quer que o pobre deixe o eito.
Das Casas Grandes, segundo o Mino, a de São Paulo é a pior, a mais trevosa.
Uma das formas que o PiG encontrou de desmanchar o ENEM foi estimular, manchetar os recursos judiciais, oriundos, em boa parte e inexplicavelmente, do Ceará.
Como se sabe, o ENEM se tornou essa potência pelas mãos do Nunca Dantes e do Haddad, o “novo” que vai derrotar “o velho” em São Paulo.
Clique aqui para ler sobre o “Caracazo dos tucanos de SP”.
E aqui para ler “O Cerra tem menos 6%”.
Agora, o Mercadante e a JK de saias refinam a prova de Redação do ENEM, aquela mesma prova que os cursinhos de São Paulo, em vias de extinção, queriam extinguir.
A treva tenta adiar o amanhecer.
Mas, enfim, o sol brilha.
E a Casa Grande arde.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Explicação da senhoriagem bancária no mundo

Por que vocês ateus têm tanta raiva (Parte 1/2




*DiarioAteista/youtube

A escolha do dr. Márcio

Por Carlos Motta
Do Crônicas do Motta


Cachoeira e o dr. Márcio: o advogado fez sua escolha (José Cruz/ABr)

A foto do bicheiro Carlinhos Cachoeira na CPMI que investiga as suas relações com meia República mostra ao seu lado o seu advogado, Márcio Thomaz Bastos. É emblemática: um dos maiores contraventores do país sendo defendido pelo ex-ministro de Justiça do governo Lula. Água e óleo, sombra e luz, yin e yang, duas pessoas que representam lados opostos da sociedade, juntas num mesmo propósito.


Ao mesmo tempo, a foto revela o contraditório da democracia, que nivela os desiguais e, idealmente, dá a todos as mesmas oportunidades, sejam ricos ou pobres, baixos ou altos, gordos ou magros, brancos ou pretos, e possibilita o amplo direito de defesa para os acusados dos piores crimes.


É nesse ponto que o dr. Márcio entra na história. Um dos mais renomados advogados do país, ele deve ser procurado diariamente pelos mais variados tipos de clientes, desde aqueles que se meteram inocentemente numa encrenca até os mais cínicos delinquentes. Cabe a ele fazer a triagem dos casos que vai pegar, usando para isso critérios particulares, que não cabe a nenhuma pessoa julgar.


O dr. Márcio, leio na Wikipédia, já esteve, em sua longa carreira, ao lado de anjos e demônios: ajudou a acusar os assassino de Chico Mendes e defendeu os assassinos de um índio pataxó, por exemplo. A sua biografia conta que trabalhou em mais de mil julgamentos perante o Tribunal de Júri, muitos deles gratuitamente. Foi ainda um dos fundadores do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, entidade cuja missão, explicitada em seu site, "é fomentar na sociedade e em instituições do Estado a idéia de que todos têm direito a ter uma defesa de qualidade, de ter ao seu lado o princípio da presunção da inocência, de ter pleno acesso à Justiça, de ter um processo justo e de cumprir a pena de forma digna. Tudo isso independentemente da classe social, de ser culpado ou inocente, ou do crime de que está sendo acusado. O que buscamos é criar um espírito de maior tolerância na sociedade".


As convicções do dr. Márcio na democracia talvez expliquem por que está ao lado do bicheiro Carlinhos Cachoeira na foto do seu "depoimento" à CPMI - duas horas e meia de um silêncio comprometedor.


Para muitas pessoas, porém, vê-lo ajudando um dos mais notórios contraventores do país, cuja atuação vai muito além de comandar uma quadrilha de jogos ilegais e se amplia no perigoso terreno da manipulação do poder institucional e da própria ordem pública, é estranho, para dizer o mínimo.


Quando deixou de lado o seu escritório de advocacia para se tornar ministro da República do primeiro governo trabalhista depois da ditadura militar, o dr. Márcio claramente assumiu um risco: o governo Lula, desde o início até o fim incomodou muita gente poderosa no país. O dr. Márcio foi um importante aliado na resistência às forças que tentaram, de todos os modos, defenestrar do Palácio do Planalto o ex-metalúrgico, além de ter aprofundado o trabalho de formar no país uma Polícia Federal realmente republicana.
Essa sua atuação, por si só, já o credenciava a se tornar uma figura de relevância na história recente do Brasil. Mas o dr. Márcio parece não se importar com isso, parece dar mais valor ao seu trabalho como advogado criminal, parece que tem prazer em exercer de forma radical o seu ofício, de cultivar a polêmica, de provocar a discussão sobre os limites éticos e morais do profissional do direito.


Se foi essa a sua escolha, nada contra. É uma pena, porém, que uma pessoa com tanto conhecimento e tanta experiência de vida abandone a causa pública e opte por ser feliz ao lado dos vários Carlinhos Cachoeiras que existem por aí e têm condições de pagar os seus honorários.



 

Gigante americana compra brasileira Yoki por R$ 1,75 bi

 

 





A General Mills anunciou nesta quinta-feira que acertou a compra da fabricante brasileira de alimentos Yoki por cerca de R$ 1,75 bilhão. A General Mills informou que também assumirá uma dívida de R$ 200 milhões e que a adição da Yoki a seu portfólio vai mais que dobrar suas vendas anuais na América Latina, para quase US$ 1 bilhão.» Veja a evolução dos logos das empresasUma das maiores empresas de alimentos dos EUA, atrás apenas de PepsiCo e Kraft Foods, a General Mills teve receitas de US$ 14,7 bilhões em 2011, segundo ranking da revista Fortune. A transação deve ser concluída na primeira metade do ano fiscal de 2013 da General Mills, que começa em 28 de maio de 2012."Nossa família está confiante que as capacidades globais da General Mills, combinadas aos excelentes funcionários e portfólio de marcas da Yoki, levarão a empresa a um crescimento acelerado no Brasil nos próximos anos", afirmou em nota Mitsuo Matsunaga, CEO da Yoki. Fundada em 1960, a Yoki emprega mais de 5 mil pessoas no Brasil e comercializa cerca de 600 produtos de nove marcas."A Yoki acrescenta recursos chaves e escala geográfica que irão acelerar o nosso crescimento no Brasil", afirmou o vice-presidente executivo da General Mills, Chris O'Leary, em comunicado. "Planejamos focar na construção de um forte portfólio de produtos Yoki e Kitano, expandir os negócios de Haagen-Daz e Nature Valley no Brasil, e introduzir novas marcas da General Mills nesse importante mercado."
Reuters News


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  A transformação do bicheiro após período na cadeia

 

 

Após quase três meses na cadeia — ele foi preso em 29 de fevereiro — o bicheiro Carlinhos Cachoeira apareceu na última terça-feira (22) para depor na CPI que leva seu nome com as feições bastante alteradas.

O período atrás das grades fez com que ele perdesse quase 20 quilos, causando mudanças profundas em seu rosto. Além disso, o bicheiro parou de pintar os cabelos, revelando os fios brancos que o tempo lhe trouxe.

Durante sua passagem para depor na CPI, Cachoeira, disse "não" 48 vezes para os deputados e senadores que tentaram lhe fazer perguntas sobre as ligações de sua rede de jogos ilegais com empresários e parlamentares.

Com um ar irônico, que às vezes beirou o deboche, Cachoeira repetiu que só vai falar depois de sua audiência, marcada para os dias 31 de maio e 1º de junho, na 11ª Vara de Justiça Federal, em Goiânia.


Nesta quarta-feira (23), o bicheiro confirmou as expectativas e não compareceu ao depoimento marcado no Conselho de Ética do Senado. Ele havia sido indicado pelos advogados do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) como testemunha de defesa do parlamentar e sua presença não era obrigatória.

Os senadores investigam se houve quebra de decoro por parte de Demóstenes. Segundo investigação da Polícia Federal, o parlamentar usava o cargo para beneficiar os negócios do contraventor.
*Onipresente