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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 05, 2013

ISTOÉ DETALHA CONEXÃO PARIS-PSDB PAULISTA



 Esquema tinha como peça central Andrea Matarazzo; nasceu na área de energia e migrou, depois, para o setor de transportes; propinoduto tucano movimentou mais de R$ 425 milhões; investigações da Polícia Federal, a partir dos apontamentos feitos pelo Ministério Público, podem estar chegando em sua etapa conclusiva: relação entre a empresa francesa Alstom e os tucanos paulistas começam a ficar mais claras, para provar caso de superfaturamento; reportagem também aponta os lobistas dos esquemas de energia e transporte: um deles é Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e diretor dos Correios na gestão FHC

4 DE OUTUBRO DE 2013 

247 – Os tucanos Andrea Matarazzo, ministro do governo FHC e secretário estadual nas gestões Serra e Covas, Henrique Fingermann e Eduardo José Bernini, ex-dirigentes da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (EPTE) são apontados em nova reportagem da revista Istoé que chega neste sábado (5) às bancas, como peças centrais nos escândalos que envolveram os governos paulistas em São Paulo. Primeiro na área de energia, depois no transporte público, atravessando as gestões de Mário Covas (1995-2001), de Geraldo Alckmin (2001-2006) e de José Serra (2007-2010). Esquemas envolveram pelo menos R$ 425 milhões dos cofres públicos. "Parte da propina paga pela empresa francesa Alstom abasteceu os cofres do PSDB paulista”, diz a matéria

“Documentos e depoimentos obtidos também já foram considerados suficientes para Milton Fornazari Júnior, delegado da Polícia Federal, estabelecer que as ordens dos executivos franceses Pierre Chazot e de Philippe Jaffré eram suficientes para convencer os mais altos escalões do governo estadual a conceder a Alstom vitórias em contratos superfaturados para o fornecimento de equipamentos no setor de energia. Eles usavam aquilo que um executivo da empresa francesa qualificou de “política de poder pela remuneração””, anota.

Confira a reportagem na íntegra:

Operação França

Investigações chegam ao topo do esquema e mostram que líderes tucanos operaram junto com executivos franceses para montar o propinoduto do PSDB paulista. Os acordos começaram na área de energia e se reproduziram no setor de transporte trilhos em SP

As investigações sobre o escândalo do Metrô em São Paulo entraram num momento crucial. Seguindo o rastro do dinheiro, a Polícia Federal e procuradores envolvidos na apuração do caso concluíram que o esquema do propinoduto tucano começou a ser montado na área de energia, ainda no governo de Mário Covas (1995-2001), se reproduziu no transporte público – trens e metrô – durante as gestões também de Geraldo Alckmin (2001-2006) e de José Serra (2007-2010) e drenou ao menos R$ 425 milhões dos cofres públicos. Para as autoridades, os dois escândalos estão interligados. Há semelhanças principalmente no modo de operação do pagamento de propina por executivos da multinacional francesa Alstom a políticos e pessoas com trânsito no tucanato para obtenção de contratos vantajosos com estatais paulistas. Nos dois casos, os recursos circulavam por meio de uma sofisticada engenharia financeira promovida pelos mesmos lobistas, que usavam offshores, contas bancárias em paraísos fiscais, consultorias de fachadas e fundações para não deixar rastros. A partir dessas constatações, a PF e o MP conseguiram chegar ao topo do esquema. Ou seja, em nomes da alta cúpula do PSDB paulista que podem ter tido voz ativa e poder de decisão no escândalo que foi o embrião da máfia dos transportes sobre trilhos. São eles os tucanos Andrea Matarazzo, ministro do governo FHC e secretário estadual nas gestões Serra e Covas, Henrique Fingermann e Eduardo José Bernini, ex-dirigentes da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (EPTE). Serrista de primeira hora, Matarazzo é acusado de corrupção por ter se beneficiado de “vantagens oferecidas pela Alstom”. De acordo com relatório do MP, as operações aconteciam por meio dos executivos Pierre Chazot e Philippe Jaffré, representantes da Alstom no esquema que teria distribuído mais de US$ 20 milhões em suborno no País. É a chamada conexão franco-tucana.

Para avançar ainda mais nas investigações e conseguir esquadrinhar com precisão o papel de cada um no esquema, a procuradoria da República obteve judicialmente a quebra dos sigilos bancários e fiscais dos três líderes tucanos e de mais oito pessoas. Constam da lista lobistas, intermediários e secretários ou presidentes de estatais durante a gestão de Mário Covas (PSDB) em São Paulo. A ordem judicial também solicitou informações sobre o paradeiro dos dois executivos franceses. As investigações conduzidas até agora já produziram avanços importantes. Concluíram que parte da propina paga pela Alstom abasteceu os cofres do PSDB paulista. Documentos e depoimentos obtidos também já foram considerados suficientes para Milton Fornazari Júnior, delegado da Polícia Federal, estabelecer que as ordens dos executivos franceses Pierre Chazot e de Philippe Jaffré eram suficientes para convencer os mais altos escalões do governo estadual a conceder a Alstom vitórias em contratos superfaturados para o fornecimento de equipamentos no setor de energia. Eles usavam aquilo que um executivo da empresa francesa qualificou de “política de poder pela remuneração”.

Uma série de evidências demonstra que a máfia na área de energia serviu como uma espécie de embrião do cartel dos trens. Ao elencar os motivos do pedido de quebra de sigilo, o procurador da República Rodrigo de Grandis faz a ligação entre os dois esquemas ao destacar a existência de “contratos de consultoria fictícios utilizados para o pagamento, entre abril e outubro de 1998, quando a Alstom T&D (por meio do consórcio franco-brasileiro Gisel) e a Eletropaulo negociavam um contrato aditivo à obra de reforma e expansão do Metrô de São Paulo”.

Os métodos para acobertar os pagamentos de suborno utilizados pela Alstom se assemelham aos de outras empresas do cartel dos trens, a exemplo da Siemens. Como ISTOÉ mostrou em julho, a multinacional alemã, por meio de sua matriz ou filial brasileira, contratava as offshores uruguaias Leraway Consulting S/A e Gantown Consulting S/A, controladas pelos lobistas Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, falecido. Os irmãos ficavam encarregados de intermediar ou distribuir o dinheiro da propina. Porém, o número de empresas em paraísos fiscais usadas pela Alstom para encobrir o pagamento dos subornos pode ter sido bem maior. Pelo menos cinco já foram identificadas: a MCA, comandada por Romeu Pinto Júnior e com sede no Uruguai, a Taltos, a Andros, a Janus e a Splendore. Elas eram operadas pelos franceses Pierre Chazot e Philippe Jaffré, então executivos da Alstom, por meio de procurações. Eles abriam contas nos Estados Unidos e na Suíça e distribuíam os recursos. Foi através dessa engrenagem que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e homem forte do governo Mário Covas, Robson Marinho, recebeu cerca de US$ 1 milhão em uma conta na Suíça. O montante encontra-se bloqueado pela Justiça do país europeu.

Se alguém preferisse receber no Brasil, os executivos da francesa Alstom também se encarregavam de fazer o caminho de volta por um doleiro. Em depoimento ao Ministério Público, Romeu Pinto Júnior confirmou que recebia os valores em notas e que o executivo Pierre Chazot “lhe ordenava entregar os pacotes com dinheiro em espécie a pessoas”. Porém, inacreditavelmente, declarou “que desconhece a identidade” daqueles que foram os destinatários dos polpudos envelopes. Parte do dinheiro que chegou às mãos de Romeu veio pelo doleiro Luiz Filipe Malhão e Sousa. Ele assumiu para as autoridades ter feito duas remessas de contas da MCA do Exterior para o Brasil. “A primeira no valor de US$ 209.659,57”, destaca documento do MPF. “A segunda no valor de US$ 298.856,47”, consta em outro trecho. A origem de ambas as operações era uma conta da MCA no banco Union Bacaire Privée, de Zurique, na Suíça.

Assim como outras empresas do cartel, o conglomerado francês também lavava o dinheiro da propina em território nacional. O esquema consistia em contratar empresas brasileiras que emitiam notas de serviços que nunca foram prestados. Em troca de comissão, os valores pagos eram repassados pelos contratados a políticos e servidores públicos, sempre seguindo as ordens dos executivos do grupo francês. Era esse serviço que a Acqua Lux Engenharia e Empreendimentos, com um único funcionário, desempenhava. “A principal origem de receitas (da Acqua Lux) advém de serviços prestados à Alstom T&D Ltda.”, destaca documento do MPF. “Os peritos verificaram a possibilidade de a empresa, nos anos 2000 e 2001, não ter prestado efetivamente serviços para a Alstom”, diz o MP em outro trecho. O proprietário da companhia, Sabino Indelicato, figura entre os indiciados pela Polícia Federal. Na Siemens, a encarregada dessa função era a MGE Transportes, dirigida por Ronaldo Moriyama. De acordo com uma planilha de pagamentos do conglomerado alemão, já revelada por ISTOÉ, a empresa alemã pagou à MGE R$ 2,8 milhões até junho de 2006. Desse total, pelo menos R$ 2,1 milhões foram sacados na boca do caixa por representantes da MGE para serem distribuídos a políticos e diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Também chama a atenção da Polícia Federal e do Ministério Público o fato de os dois escândalos utilizarem lobistas e consultores em comum. Um deles é Jorge Fagali Neto. Ex-secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (1994) e diretor dos Correios na gestão Fernando Henrique Cardoso, Fagali Neto é conhecido pelo seu bom trânsito entre os tucanos. Seu irmão José Jorge Fagali foi presidente do Metrô na gestão de José Serra e é investigado pelo MP e pelo Tribunal de Contas Estadual por fraudar licitações e assinar contratos superfaturados à frente do estatal. Em 2009, autoridades suíças sequestraram uma conta conjunta com US$ 7,5 milhões de Fagali Neto com José Geraldo Villas Boas – também indiciado pela PF. A quantia depositada no banco Leumi Private Bank AG teve como origem o caixa da francesa Alstom. Agenda e e-mails entregues por uma ex-funcionária de Fagali Neto ao MP mostram que ele prestava serviços também a outras empresas da área de transporte sobre trilhos relacionadas ao cartel. Entre elas, a canadense Bombardier e Tejofran. O seu interesse pelo setor é tamanho que, por e-mail, ele recebeu irregularmente planilhas de um projeto ainda em desenvolvimento de Pedro Benvenuto, dirigente da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo demitido nas esteiras das acusações. Em outra troca de mensagens com agentes públicos, Fagali Neto também mostra preocupação com a obtenção de financiamento junto ao Banco Mundial (Bird), BNDES ou JBIC para as obras das linhas 2 e 4 do Metrô paulista. Tamanha interligação entre os esquemas, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, não é mera coincidência.
* Blog Justiceira de Esquerda

UM FILMAÇO PARA VOCÊ VER : "SACCO E VANZETTI"


Cucciola e Volonté, perfeitos...
Foi enorme a minha satisfação ao ver disponibilizada no Youtube esta impecável reconstituição do Caso Sacco e Vanzetti - tanto que me inspirou a abrir uma janela no blogue para meus filmes prediletos e os cults da minha geração
A dramaticidade do episódio se deve a ter sido um dos piores assassinatos legalizados cometidos pela Justiça estadunidense em todos os tempos: um sapateiro e um peixeiro italianos foram condenados à pena capital, sem provas, por um latrocínio ocorrido em abril de 1920.

A evidente tendenciosidade do tribunal de Massachussetts causou enorme indignação --manifestações de protesto reuniram multidões por todo o mundo, um sem-número de celebridades e juristas deram declarações candentes e até o Papa tentou evitar que eles fossem executados. Tudo inútil.

O fato de serem ambos anarquistas havia sido o fator preponderante para sua condenação --os EUA viviam um período de histeria anticomunista após a revolução soviética de 1917-- e a inevitável politização do caso acabou determinando a não aceitação de provas e de uma confissão que os inocentavam.

Ou seja, quando surgiram gritantes evidências de que os crimes haviam sido cometidos por bandidos comuns, as autoridades já tinham ido muito longe e preferiram perseverar no erro do que o admitir honestamente. Cometeram homicídio premeditado, portanto; elas sim mereciam a cadeira elétrica!

...nos papéis de Sacco e Vanzetti.
Em agosto de 1927, após mais de sete anos de tensão e sofrimento,  foram eletrocutados. Meio século depois, o governador do Massachussets reconheceu-lhes oficialmente a inocência.
Esta saga foi levada às telas em 1971 pelo diretor e roteirista Giuliano Montaldo, um especialista em cinebiografias e dramas que têm acontecimentos históricos como pano de fundo (Giordano Bruno, Deus está conosco, L'Agnese va a morire, L'addio a Enrico Berlinguer, a mini-série Marco Polo, etc.).

Ele foi feliz em apresentar uma síntese bem essencializada do caso, sem prejuízo da sua enorme carga emocional. E teve a felicidade de contar com uma dupla de atores magníficos, extremamente identificados com seus papéis (Gian-Maria Volonté e Riccardo Cucciola); e com mais uma trilha musical memorável do gênio Ennio Morricone, incluindo a felicíssima escolha de Joan Baez para interpretar as três partes da Balada de Sacco e Vanzetti e o tema final, Here's to You.

Na minha opinião, o Caso Battisti foi um Caso Sacco e Vanzetti que acabou bem. Assistindo ao filme, vocês poderão tirar as próprias conclusões.
 


Não esqueçam de clicar no botão "ativar legendas"
*naufrago dautopia

O Caso dos Cinco Cubanos


Os 13 mil atentados terroristas sofridos por Cuba entre 1959 e 2000, financiados pelos EUA, que a mídia burguesa brasileira nunca noticiou. Os cinco heróis cubanos.



*Opensadordaaldeia

“Dia contra Estado Penal-Militar”


Manifestação e debate protestam contra massacres e defendem desmilitarização da polícia neste sábado (5)

“Dia contra Estado Penal-Militar” marca fim de semana contra massacres e contará com atingidos pela violência do Estado, incluindo familiares de Amarildo de Souza. Desmilitarização da polícia é uma das bandeiras dos movimentos.
25 anos CFP
Tomando como símbolos os aniversários de 21 anos do Carandiru (2/10) e de 25 anos da Constituição Federal (5/10), diversos movimentos sociais, coletivos e indivíduos organizam neste sábado o “Dia contra o Estado Penal-Militar”, que acontecerá nas ruínas do Carandiru – atual Parque da Juventude – e contará com uma manifestação pública e uma tribuna livre de debates com atingidos pela violência estatal. Michele e Carlos, sobrinha-irmã e primo de Amarildo de Souza, já estão em São Paulo e estão entre os confirmados para a atividade.
O sábado de atividades iniciará às 13h30 com uma “Tribuna livre sobre o genocídio” na qual atingidos pela violência do Estado e ativistas dialogarão sobre suas histórias e sobre a desmilitarização da polícia.
Na sequência, por volta de 15h30, haverá a manifestação “Memória, resistência: pelo fim dos massacres”, que homenageará os 111 mortos de 2 de outubro de 1992 e denunciará a manutenção da brutalidade e arbitrariedade policial nos 25 anos da Constituição dita cidadã. Haverá intervenções lúdicas e teatrais, e participação da bateria do Movimento Passe Livre (MPL).
Os eventos deste sábado marcam o último dia da “Semana contra a democracia dos massacres”, iniciada com coletiva de imprensa no dia 2 de outubro e que contou também com manifestações contra a militarização da Câmara Municipal e em favor dos direitos indígenas, além de um sarau que acontecerá na Favela do Moinho nesta sexta-feira, dia 4. A semana foi organizada por uma articulação de coletivos e movimentos sociais autônomos que têm discutido a desmilitarização da polícia, estando entre eles Rede 2 de Outubro, Mães de Maio, Coletivo DAR, Comitê contra o Genocídio da População Preta, Pobre e Periférica, Comissão Estadual de Mortos e Desaparecidos SP, Frente de Esculacho Popular, Margens Clínicas, Grupo Tortura Nunca Mais e Periferia Ativa.

5/10 – Dia contra o Estado Penal-Militar:
13h30 – Tribuna livre sobre o genocídio
15h30 – Memória e resistência: manifestação pelo fim dos massacres
Parque da Juventude – Metrô Carandiru

estado penal
*coletivodar

Rap da Religião


Constituição 25 anos


 

Marco entre a ditadura e a democracia, Constituição de 1988 completa 25 anos


O trabalho que resultou na “Constituição Cidadã” começou muito antes da Assembleia Constituinte e o fim da ditadura. A luta para acabar com o chamado “entulho autoritário” ganhou força com a derrota da Emenda das Diretas-Já, ou Emenda Dante de Oliveira, rejeitada por faltarem 22 votos, no dia 25 de abril de 1984.
Passadas duas décadas dos militares no Poder, com a restrição de vários direitos e depois da derrota na votação que instituiria o voto direto para presidente da República, lideranças políticas, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Luiz Inácio Lula da Silva, Miguel Arraes, Fernando Henrique Cardoso e muitos outros percorreram o Brasil para tentar unir a sociedade com o ideal de pôr um fim ao regime autoritário.
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>> As conquistas sociais e econômicas da Constituição Cidadã
>> Manobras para aprovar a nova Constituição
>> Em 25 anos, Constituição Cidadã foi modificada 80 vezes
>> Palco de debates, Constituinte também teve pontapé e sequestro de avião
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>> Após Constituição, Brasil conseguiu controlar economia e reduzir analfabetismo
Com a impossibilidade de eleições diretas, o então governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, passou a articular a disputa da eleição presidencial no Colégio Eleitoral, formado por deputados e senadores. Até então, só os militares participavam do processo. Tancredo convenceu os aliados, deixou o governo de Minas e se tornou o candidato das oposições. Uma das suas promessas de campanha era a convocação da Constituinte. Na disputa, o ex-governador mineiro venceu Paulo Maluf, candidato oficial dos militares.
Com a eleição de Tancredo, estava cada vez mais próxima a possibilidade do país deixar para trás os anos de ditadura e avançar para o regime democrático. Mas o sonho, no entanto, se viu ameaçado com a impossibilidade de Tancredo tomar posse em 15 de março de 1985, em virtude de uma crise de diverticulite. Internado às pressas no Hospital de Base do Distrito Federal, o presidente eleito fez uma cirurgia de emergência. No dia seguinte à sua internação, subiu a rampa do Palácio do Planalto o vice-presidente José Sarney. Com a morte de Tancredo, em 21 de abril de 1985, Sarney foi efetivado e deu andamento ao processo de transição.
Em 28 de junho de 1985, Sarney cumpriu a promessa de campanha de Tancredo e encaminhou ao Congresso Nacional a Mensagem 330, propondo a convocação da Constituinte, que resultou na Emenda Constitucional 26, de 27 de novembro de 1985. Eleitos em novembro de 1986 e empossados em 1º de fevereiro de 1987, os constituintes iniciaram a elaboração da nova Constituição brasileira. Ao todo, a Assembleia Constituinte foi composta por 487 deputados e 72 senadores.
A intenção inicial era concluir os trabalhos ainda em 1987. No entanto, as divergências entre os parlamentares, especialmente os de linha conservadora e os considerados progressistas, quase inviabilizaram o resultado da Constituinte e provocaram a dilatação do prazo. Foram 18 meses de intenso trabalho, muita discussão e grande participação popular até se chegar ao texto promulgado em 5 de outubro de 1988, por Ulysses Guimarães. Foi a primeira vez na história do país que o povo participou efetivamente da elaboração da Constituição. Além da apresentação direta de sugestões, a população acompanhou da galeria do plenário da Câmara os trabalhos dos constituintes.
A participação popular neste momento histórico da política brasileira pode ser traduzido em números: foram apresentadas 122 emendas, dessas 83 foram aproveitadas na íntegra ou em parte pelos constituintes na elaboração do texto final da Constituição. As emendas foram assinadas por 12.277.423 de brasileiros.
*JB

As vaias que Dilma não recebeu e a CBN reportou


A presidente Dilma Rousseff fala para funcionários dos Correios em Campos Mourão. Quando menciona a presença de Paulo Bernardo, há um esboço de vaia.
Bem humorada, Dilma interrompe a fala e conversa informalmente com o público. Disse que estava pedindo para não vaiarem o Ministro, embora reconhecesse a legitimidade genérica das vaias. "Outro dia fui impedir que vaiassem uma governadora e no outro dia a imprensa dizia: presidente foi vaiada. Vou tentar impedir que vocês não vaiem o Paulo Barnardo. Então vocês não me vaiem não".
Clique aqui para assistir os trechos em que houve a vaia.


Dito e feito. Logo depois, o site da CBN de Maringá estampava a seguinte manchete:


Rio Antigo - Video 1 de 4 - Widescreen


Ciganos europeus irão se fixar na Ucrânia



Ucrânia

A Ucrânia poderá vir a ser o refúgio de centenas de milhares de ciganos da União Europeia. O país assumiu o compromisso de acolhê-los no âmbito da sua associação com a UE. O decreto correspondente já tinha sido assinado pelo presidente ucraniano Viktor Yanukovich em abril, e agora está terminando o prazo de seis meses que o chefe de Estado determinou para a elaboração de um conceito especial para o assentamento dos ciganos e para a sua integração social na Ucrânia.


Os detalhes do reassentamento dos ciganos serão, provavelmente, discutidos em novembro na cúpula da Parceria Oriental em Vilnius. O acordo de Associação da Ucrânia à UE poderá ser assinado precisamente nessa reunião. O desejado passo em direção à Europa acarreta, naturalmente, novos compromissos. Um deles será o acolhimento hospitaleiro dos acampamentos de ciganos do Velho Mundo.
A "questão cigana" nunca foi simples na Europa, mas se tornou um problema depois da adesão da Romênia e da Bulgária à UE em janeiro de 2007. Esse acontecimento foi na altura classificado de "queda final do Muro de Berlim". Mas parece que agora nem a Alemanha, nem a França, estão contentes com essa "queda". Os ciganos, maioritariamente da Romênia e do Kosovo, acabaram por não se integrar na sociedade europeia. Os acampamentos continuam sendo nômades e vivendo de subsídios sociais que lhes são pagos "das bolsas" dos contribuintes.
As autoridades ucranianas estão convencidas de que o problema está na discriminação dos ciganos e estão dispostas a propor um programa seu que ofereça iguais oportunidades para a participação dos ciganos na vida socioeconômica e cultural do país, refere o deputado da Rada Suprema pelo Partido das Regiões Vladimir Oleinik:
"É preciso atuar pela via legislativa, isso tanto abrange a aprovação de legislação correspondente, como a exigência do cumprimento na Ucrânia da legislação respectiva relativamente aos que aqui entram. Também temos de manter contatos estreitos com os nossos colegas da UE."
Mas terá essa colaboração algum benefício real? Na União Europeia não existe uma opinião unânime sobre o tema cigano. Em França, por exemplo, a discussão dessa questão a nível ministerial terminou num escândalo. O ministro do Interior propôs expulsar os ciganos do país, pelo que foi duramente criticado por alguns dos seus colegas. O ministro, porém, foi apoiado pela maioria dos franceses. Segundo as últimas pesquisas, as medidas por ele propostas são apoiadas por três quartos da população do país. Os europeus estão dispostos a gastar bilhões de euros do seu orçamento para reassentar os ciganos. A Alemanha, a Áustria, a Suíça e a Dinamarca já estão a realizar com sucesso uma política semelhante. Mas porque é que a Ucrânia necessita de acolher todos esses imigrantes? Isso dificilmente poderá ser explicado apenas com a vontade de ficar mais perto da Europa, considera o diretor do Centro de Informação Russo-Ucraniano Oleg Bondarenko:
"Quem pensa que irá lucrar com tudo isso? Provavelmente os apoiantes do partido racista Svoboda (Liberdade), que irão depois dizer que a Ucrânia se está tornando num local frequentado por toda a gente. De resto, existe toda uma estratégia de transformação de Oleg Tyahnybok no principal concorrente de Ianukovich para as eleições presidenciais de março de 2015. Essa técnica está a ser desenvolvida pela administração de Yanukovich e é evidente que, seja qual for o cenário, Yanukovich irá vencer essas eleições a Tyahnybok."
Nem Tymoshenko, nem Klichko poderão participar nessas eleições, portanto o reforço visível dos nacionalistas favorece o presidente ucraniano, refere o perito, recordando que o partido nacionalista radical Svoboda de Tyahnybok já obteve 37 lugares na Rada Suprema nas últimas eleições parlamentares. Daí resulta que a Ucrânia precisa dos ciganos. Pelo menos deles precisa o seu presidente.