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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 23, 2014

"Letalidade da PM de SP é inaceitável", diz cientista social

Para Silvia Ramos, discurso “duro contra o crime” encobre a brutalidade e a ineficiência policia
André Caramante, Do R7
A cientista social Silvia Ramos estuda a violência no Brasilarquivo pessoal
Estudiosa da violência no Brasil e coordenadora do CESeC (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes), a cientista social Silvia Ramos diz que pesquisadores de outros países não acreditam quando os dados sobre a violência policial no Brasil são apresentados pelo mundo.
Ao analisar os dados sobre a letalidade envolvendo PMs como autores de mortes, seja no trabalho oficial ou durante a folga, bem como quando os policiais são as vítimas, a cientista social deu a seguinte entrevista: 
R7: Qual avaliação a senhora faz sobre esse total de 11.569 mortos no enfrentamento entre PMs e parte da população civil em pouco mais de 19 anos no Estado de São Paulo?
Silvia Ramos: Os números são inaceitáveis. O Brasil é conhecido no mundo por ter uma das polícias mais violentas entre países democráticos. Há uma contradição entre o avanço de nossa sociedade em termos de direitos civis gerais e a relação que as polícias mantêm com a sociedade. Especialmente com os mais pobres, com os jovens negros, os moradores das regiões mais afastadas do olhar da mídia e das autoridades, as áreas com menor capital social. Ali é onde a polícia mais se excede. Pelo último levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, tomando os dados apenas das polícias que divulgam as mortes provocadas em ações policiais (diversos Estados escondem esse dado e não o passam nem mesmo ao governo Federal) cinco brasileiros são mortos todos os dias em ações policiais. Quando falamos isso no exterior, os pesquisadores e os policiais de outros países não acreditam.
O levantamento que vocês [do R7] apresentam agora tem uma novidade importante. Contabiliza não apenas as mortes por agentes policiais em serviço, mas também os homicídios provocados por policiais quando não estão atuando como policiais. E também as mortes de policiais na folga. De fato, a cultura disseminada em polícias de todo o Brasil, mas em especial em São Paulo e Rio de Janeiro, com a mística da Rota e do Bope, de que o policial deve combater o crime a qualquer custo; e não de que o policial deve proteger a vida a qualquer custo, leva a que fora de serviço o policial se envolva em situação de conflitos, disputas e as mortes ocorram com frequência ainda maior do que em serviço.
Mas não devemos nos esquecer que a ideologia Rota-Bope, a metáfora da guerra, dos “duros contra o crime” esconde, no sentido em que dá uma “fachada” a dinâmicas em que o que está por trás das mortes que envolvem policiais muitas vezes é corrupção, extorsão, acertos de contas — quando não extermínio, execuções, ações de milícias e esquadrões. Ou seja, grupos organizados dentro da polícia, para promover violência com fins lucrativos. Atrás do policial “durão” se esconde o agente corrupto. Isso está bem descrito na literatura sobre polícia no mundo todo.
R7: Como a senhora avalia a atual política de segurança pública do Estado de São Paulo? As autoridades da Segurança Pública têm um discurso uniforme para defender o combate aos crimes contra o patrimônio. Em defesa dessa premissa de defender o bem material, a Polícia Militar pode se tornar extremamente violenta?
Silvia Ramos: Entre 2009 e 2012, Antonio Ferreira Pinto, oficial aposentado da PM e ex-procurador do Ministério Público, atuou como secretário da Segurança Pública de SP e colocou a Rota na linha de frente da repressão ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Em 2012, a estratégia deu início a uma guerra, em que o crime organizado matou pelo menos 26 PMs na Grande SP, enquanto a ação de policiais fardados e de grupos de extermínio provocou centenas de mortes na periferia. Num único mês (maio de 2013) da gestão do novo secretário de Segurança, Fernando Grella, as mortes por intervenção policial caíram 84% na capital. No total de um ano, comparando 2012 com 2013 em todo o Estado de São Paulo, houve 39% de redução: em 2012, policiais militares mataram 546 pessoas em confrontos, no ano seguinte foram 335. Para quem olha essa história a partir do que ocorre no Rio de Janeiro, o que dá para dizer é que as mortes provocadas pela polícia são extremamente sensíveis a comandos. A simples mudança do secretário fez as mortes por intervenção policial despencarem.
Alguma coisa houve na gestão da segurança em São Paulo que a orientação do secretário deixou de ser cumprida como no início e as mortes provocadas pela polícia — incluindo as mortes fora de serviço, como vocês mostram na matéria — não continuou decrescendo.
R7: Por quais motivos parte da população tem a ideia de que a polícia eficiente é a polícia que mata supostos criminosos?
Silvia Ramos: O discurso “duro contra o crime” produz sentido no mundo todo (são as chamadas políticas tough on crime extremamente usadas em momentos de crises) e encobre brutalidade e ineficiência policial. Expressões como “bandido bom é bandido morto” são muito populares, especialmente em épocas de eleições. Paradoxalmente, são ideias que encontram apoio também em parte dos setores mais pobres da população e nos bairros de periferia, aqueles mais vulneráveis à brutalidade e corrupção policiais.
Nada deixa uma sociedade mais desamparada do que o sentimento constante de insegurança, as histórias próximas de pessoas que foram machucadas, assaltadas ou mortas. Nada deixa a população mais frágil do que viver com medo. Uma sociedade onde as políticas de segurança estão sendo ineficazes é presa fácil desse tipo de discurso, curiosamente o mesmo discurso desde os anos 1950, sem nenhuma modernização. Na minha opinião, as “ondas” de reação, como as que produzem o apoio aos linchadores, a execuções, e a (in)justiças com as próprias mãos têm que ser combatidas de uma forma muito simples. São atos ilegais e serão punidos como determina a lei; de preferência de forma exemplar.



*R7
*FláviaLeitão

segunda-feira, setembro 22, 2014

A contribuição de Luciana Genro ao debate político presidencial


Luciana Genro não será uma campeã de votos em 2014.
Mas, ainda assim, a contribuição que ela deu ao debate eleitoral é milionária.
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Dois assuntos vitais para o Brasil teriam ficado na gaveta se ela não os trouxesse à cena com sua ousadia gaúcha: a tributação das grandes fortunas e a regulação da mídia.



O sistema tributário brasileiro é um absurdo. É regressivo. Isso significa que, proporcionalmente, paga mais quem tem menos DINHEIRO.

Luciana Genro tem uma proposta para começar a corrigir essa aberração. Taxar em 5% ao ano fortunas acima de 50 milhões de reais.
Com seu estilo divertido e incisivo, amplificado pelo indomado sotaque gaúcho, ela diz que quer taxar o “ricaço”, e não o riquinho.
Luciana Genro está propondo algo que vigora da Escandinávia, e que explica, em grande parte, o avanço extraordinário da sociedade da região.
Os escandinavos ricos se orgulham de pagar altos impostos, porque sabem que só assim você vive em sociedades saudáveis, em que você anda nas ruas sem medo de ser morto.
Os brasileiros ricos se orgulham em sonegar, sob a alegação – sem nexo e sem sustentação em nada real – de que a carga tributária brasileira é “a maior do mundo”.
As grandes companhias de jornalismo alimentam essa falácia, com um noticiário repetitivo e maroto que leva o leitor a crer que paga impostos escandinavos.
O objetivo dessa campanha é legitimar os truques que as empresas de mídia – e tantas outras – cometem para sonegar os impostos.
O segundo ponto vital que Luciana Genro trouxe diz respeito especificamente à mídia.
Ela expôs com clareza seu ponto na sabatina a que se submeteu na Folha, na sexta passada.
“Liberdade de expressão, como a que temos, é a liberdade de expressão dos donos das empresas de jornalismo”, ela disse.
Esse monopólio da opinião, que tanto mal causou ao Brasil, só começou a ser rompido com o surgimento da internet.
A internet trouxe uma pluralidade de ideias que enriqueceu fabulosamente o debate político nacional.
Todo jornalista sabe dessa verdade doída, embora muitos finjam que não é assim. A liberdade de expressão, na grande mídia, é limitada aos proprietários.
A pluralidade não pode depender da internet. Tem que estar na lei. Para evitar concentração de mídia, nos Estados Unidos a legislação veda que o New York Times seja dono, por exemplo, de uma cadeia de televisão, ou de rádio.
As leis antimonopólio americanas jamais permitiriam uma empresa como as Organizações Globo: os Marinhos espalham sua influência e seus interesses por virtualmente todos os meios possíveis, de jornal a tevê, de rádio a revista.
A questão da mídia é tão complicada, no Brasil, que ela acabou fora do programa de Dilma, mesmo com muitos líderes petistas lutando para que estivesse dentro.
Marina, com sua “nova política”, simplesmente ignora a questão da concentração da mídia em seu programa de governo.
Coube à combativa Luciana Genro, nesta campanha, segurar, sozinha, essas duas tochas – a da desconcentração da mídia e a da tributação das grandes fortunas.
Ela não vai se eleger. Não tem chance nenhuma de ir para o segundo turno.
Mesmo assim, vai sair dessa campanha muito maior do que entrou.
Escrito por: Redação
*Entrefatos

RELATÓRIOS COMPROVAM ESQUEMA CRIMINOSO NIÓBIO MG AÉCIO

Ação bilionária envolve Aécio e Anastasia na exploração de Nióbio em Araxá

Via Comtextolivre
 11/05/2014  


Nióbio entregue

O Nióbio, riqueza que poderia significar a redenção da economia mineira e nacional, foi entregue, através de operação bilionária e ilegal, a empresa estatal japonesa, Japan Oil, Gas and Metals National Corporation, em parceria com um fundo de investimento coreano que representa os interesses da China. Este é o final de um ruidoso conflito instalado no centro do Poder de Minas Gerais que vem sendo, nos últimos dois anos, de maneira omissa e silenciosa, testemunhado pelo governador Antônio Anastásia.

Aécio e a Codemig

Desde 2002 o então governador e atual senador Aécio Neves entregou a condução das principais decisões e atividades econômicas do Estado de Minas a Oswaldo Borges da Costa, que assumiu a função estratégica de presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Criou um governo paralelo, onde as principais decisões sobre obras e investimentos das estatais CEMIG, COPASA, DER/MG, DEOP e das autarquias de MG ficaram a cargo de “Oswaldinho”.

Palácio da Liberdade e os milionários

Para sede da CODEMIG, caminharam nos últimos 10 anos investidores internacionais que tinham interesse no Estado. O Palácio da Liberdade transformou-se apenas em cartão postal e símbolo de marketing publicitário de milionárias campanhas veiculadas na mídia. Por trás deste cenário artificial operou um esquema de corrupção, que contou com a cumplicidade até mesmo da Procuradoria Geral de Justiça, que impedia a atuação do Ministério Público Estadual.

Disputa entre família Neves fortuna duvidosa

Foi necessária esta longa introdução, uma vez que à imprensa mineira jamais foi permitido tocar neste assunto para que se entenda o que agora, uma década depois, está ocorrendo.

Após a morte do banqueiro Gilberto Faria, casado em segunda núpcias com Inês Maria, mãe de Aécio, iniciou uma disputa entre a família Faria e a mãe de Aécio, sob a divisão do patrimônio deixado. Oswaldo Borges da Costa, casado com uma das herdeiras de Gilberto Faria, passou a comandar inclusive judicialmente esta disputa.

Diante deste quadro beligerante, as relações entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa acabaram, o que serianatural, pois Aécio fatalmente ficaria solidário com sua mãe. Mais entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa é público que existia muito mais, desta forma deu-se início a divisão do que avaliam ser uma fortuna incalculável.

Origem da fortuna…

No meio desta divisão estaria “a renda” conseguida e a conseguir através da diferença entre a venda subfaturada e o valor real no exterior do Nióbio. Peça chave neste esquema, a CBMM pertencente ao Grupo Moreira Salles, que sem qualquer licitação ou custo renovou o contrato de arrendamento para exploração da mina de Nióbio de Araxá pertencente ao Governo de Minas Gerais por mais 30 anos.

Investidores não identificáveis?

Meses depois venderia parte de seu capital a um fundo Coreano, que representa investidores, não identificáveis.

RogerioCorreia
Para se ter idéia do que significou, em matéria de ganho, a renovação para Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que tem com atividade exclusiva a exploração da mina de Nióbio de Araxá – sem a mina cessa sua atividade – depois da renovação a empresa vendeu 15% de suas ações por R$ 2 bilhões, ou seja, levando em conta apenas o valor de suas ações a empresa valeria hoje R$ 28 bilhões, R$ 4 bilhões a menos que o Estado de Minas Gerais arrecada através de todos os impostos e taxas em um ano. Mas esta operação já havia causado desconfiança principalmente nas forças nacionalistas que acompanhavam de perto a movimentação.

Acrescentando: “Circula por aí versão segundo a qual só as jazidas de nióbio dos “Seis Lagos” valem em torno de 1 trilhão de dólares. Necessário esclarecer que por sua localização e facilidade de exploração a jazida de Araxá vale muito mais que a “Seis Lagos”.

CADE – Ministério da Justiça omisso, favorece as classes internacionais

Evidente que o Ministério Público mineiro já está investigando esta renovação do arrendamento celebrado pela CODEMIG, porém, ela nada significa perto do crime praticado contra a soberania nacional que foi a venda de parte das ações da CBMM, dando poder de veto a uma empresa estatal japonesa. Foi uma operação cheia de irregularidades com a questionável participação de órgãos que deveriam fiscalizar este tipo de operação como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), subordinado ao Ministério da Justiça.

A operação foi aprovada em prazo recorde e com base em um parecer de folha única, que desrespeitou toda legislação existente no País. A menor das irregularidades cometidas foi conceder “Confidencialidade” aos termos da operação aprovada. Foi desrespeitada a determinação legal para que não ocorra a cassação da autorização da sociedade estrangeira funcionar no País; esta deverá tornar público todos os seus dados econômicos, societários e administrativos, inclusive de suas sucursais (art. 1.140, CC).

Sociedades estrangeiras funcionando no território brasileiro contrárias a ordem pública do Brasil

E mais, conforme constante do artigo 1.134 do Código Civil, se faz necessária para que a sociedade estrangeira possa funcionar no território brasileiro prévio exame da legitimidade de sua constituição no exterior e a verificação de que suas atividades não sejam contrárias a ordem pública no Brasil.

O Poder Executivo poderá, ou não, conceder a autorização para uma sociedade estrangeira funcionar no Brasil, estabelecendo condições que considerar convenientes à defesa dos interesses nacionais (art. 1.135, CC). Segundo a assessoria de imprensa do CADE, na tramitação da analise foi-se observado o regimento, evidente que um regimento não pode se sobrepor a lei.

Por que o CADE não analisou a critério?

Nada disto foi observado e agora, a exemplo da briga instaurada entre as famílias Faria e Neves, o divorcio entre Aécio Neves e Oswaldo Borges da Costa fatalmente se transformará num dos maiores escândalos da historia recente do País e poderá levar Minas Gerais a perder a propriedade sobre a jazida de Nióbio.

Principalmente as Forças Armadas veem promovendo gestões para federalizar, a exemplo da Petrobras, a exploração de Nióbio.

Relatórios comprovam esquema criminoso de subfaturamento do nióbio

Relatórios confidenciais da Abim e da área de inteligência do Exército demonstram como operou o esquema criminoso de subfaturamento montado pela CODEMIG/ CBMM, através da Cia de Pirocloro de Araxá. A assessoria de imprensa da CBMM, da CODEMIG e do senador Aécio Neves foram procuradas e não quiseram comentar o assunto.

O assunto “Nióbio” é amplo, não tendo como esgotá-lo em apenas uma matéria, desta forma Novojornal publicará uma série de reportagens ouvindo as diversas áreas envolvidas no tema.

Nota da Redação (atualizado às 15:26 de 21/12/2012)
O valor da venda de 15% da CBMM, ao contrário dos R$ 2 bilhões de reais, constante na matéria, foi de US$ 2 bilhões de dólares. Desta forma, 100% das ações da CBMM equivalem a US$ 28 bilhões de dólares, levando em conta que a arrecadação total anual do Estado de Minas Gerais é de R$ 32 bilhões de reais, o valor das ações da CBMM representa quase o dobro do arrecadado.

(US$ 28 bilhões de dólares x R$ 2 reais = R$ 56 bilhões de reais).

Leia também:


domingo, setembro 21, 2014

O que foi que espantou a tripulação do navio de guerra estadunidense que navegava pelo Mar Negro?

22.09.2014
 
O que foi que espantou a tripulação do navio de guerra estadunidense que navegava pelo Mar Negro?. 20896.jpeg
A imprensa especializada mundial não disse nada sobre o incidente, mas os observadores e analistas militares, em todo o mundo, não param de comentar.
O Departamento de Estado, dos Estados Unidos, reconheceu que a tripulação do destroyer Donald Cook ficou seriamente desmoralizada depois do seu encontro com o caça russo Su-24, que não transportava bombas nem mísseis, mas apenas um dispositivo com um SISTEMA de guerra eletrónica. Que outros dispositivos de guerra eletrónica terão as Forças Armadas russas?
 Rede Voltaire | 21 de Setembro de 2014
O destroyer americano Donald Cook dirigindo-se para o Mar Negro, junto às águas territoriais da Rússia.
No passado dia 10 de abril, o destroyer Donald Cook entrou no Mar Negro. A 12 de abril, um bombardeiro russo Su-24 sobrevoou o navio. Mais tarde comentou-se que a tripulação do Donald Cook tinha ficado desmoralizada após o seu encontro com o bombardeiro, e alguns média afirmaram que 27 marinheiros norte-americanos pediram baixa do serviço.
O que é que assustou a tripulação do destroyer?
O Donald Cook é um destroyer lança-mísseis, de quarta geração, pertencente à Marinha dos Estados Unidos. A sua principal arma são os mísseis de cruzeiro Tomahawk, que têm um alcance máximo de 2.500 km e podem transportar ogivas nucleares. Na sua versão normal, o navio está equipado com 56 mísseis, e na sua versão de ataque conta com 96 mísseis.
O destroyer está equipado com o SISTEMA de combate, de última geração, Aegis, um SISTEMA integrado que reúne os meios de defesa anti-mísseis de todos os navios em que está instalado, numa rede geral, permitindo controlar e atacar centenas de alvos ao mesmo tempo. Junto às amuradas o destroyer tem instalados quatro enormes radares universais, cujas antenas contam com uma potência semelhante à de várias estações de radar. Além dos mísseis Tomahawk, nos seus lançadores de proa e popa, conta com meia centena de mísseis antiaéreos guiados de várias classes.

 
O bombardeiro russo Su-24 que sobrevoou o Donald Cook não levava a bordo nem bombas nem mísseis. Sob a sua fuselagem tinha apenas um dispositivo com um SISTEMA de guerra eletrónica (eletrônica-Br) chamado Jibiny.
Ao aproximar-se do destroyer, o sistema Jibiny foi activado e desactivou os radares, os circuitos de controle, os sistemas de transmissão de informação ... Por outras palavras, todo o sistema Aegis ficou desconectado tal como quando se apaga uma TV pressionando o botão de um controle remoto. Depois disso, o Su-24 simulou um ataque com mísseis contra o navio, que tinha ficado completamente cego e surdo. E, ele repetiu esta acção num total de 12 vezes.
Quando o bombardeiro se afastou, o Donald Cook dirigiu-se rapidamente para um porto romeno e não voltou a acercar-se de águas russas.
Os guerreiros da frente invisível
« Quanto mais complexo é um sistema rádio-eletrónico mais fácil é de interromper o seu funcionamento por meios de guerra eletrónica », comenta o diretor do centro de pesquisa científica sobre a guerra eletrónica e avaliação da eficácia em meios de redução da visibilidade, da Academia Aérea Militar, Vladimir Balybin. « Para vencer uma guerra moderna não basta dominar o espaço aéreo. É necessário conseguir a superioridade tecnológica ».
Além do sistema Jibiny, o complexo industrial militar russo trabalha no desenvolvimento de vários dispositivos que podem desencorajar tanto as unidades de um inimigo clássico como as de grupos terroristas. As unidades das Tropas Aerotransportadas começaram a ser equipadas com sistemas Infauna. Instalado num tanque ou qualquer outro veículo militar, este sistema localiza e isola a comunicação de rádio inimigo, nas bandas de HF e VHF do espectro eletromagnético, «adormecendo» as suas armas de controle remoto. Essas armas chegam a disparar, mas só depois das colunas de tanques russos terem passado por elas e se terem afastado para uma distância segura.
A Infauna dispõe de uma outra função: sensores ópticos montados lateralmente que detectam os flashes dos disparos e dão a ordem para criar uma cortina de fumaça que protege a coluna de tanques do fogo inimigo.
O dispositivo Lesochek executa as mesmas funções que o Infauna, mas é muito mais compacto: pode ser transportado numa mochila ou numa mala pequena. Com este SISTEMA torna-se muito cómodo estar em importantes reuniões de negócios, já que os mais avançados serviços de espionagem não conseguiram espiar nem uma palavra dessas reuniões.
A base para a protecção electrónica das comunicações do exército da Rússia é o SISTEMABorisoglebsk-2. Este sistema conta com um ponto automático de controlo e quatro tipos de estações de interferência de rádio: estas localizam as fontes de actividade das comunicações inimigas no ar, e inutilizam-nas.
O dispositivo Zhítel localiza e bloqueia telefones por satélite e celulares(telemóveis- Pt), assim como SISTEMAS de navegação por GPS. A sua eficácia ficou demonstrada durante o conflito na Ossétia do Sul, onde ele conseguiu desorientar os veículos georgianos não tripulados.
O reequipamento das forças estratégicas da Rússia com novos meios de guerra eletrónica avança a ritmo vertiginoso, segundo anunciou o vice-presidente do governo Dmitri Rogozin.
Se em 2020 o exército e a frota estarão reequipados em cerca de 70%, todos os dispositivos de potencial estratégico para a guerra eletrónica estarão actualizados a 100%.
«Os meios de guerra electrónica permitem que as nossas armas inteligentes ajam e as do nosso inimigo sejam postas fora de combate. Isto é algo extremamente útil», assinala o vice-presidente.
 
 
Vídeo apresentando o sistema de mísseis americano Aegis, que foi totalmente neutralizado, recentemente, por um único avião de combate russo S-24 nas águas do Mar Negro.
 

*Pravda

Cocaína e maconha são achadas em carro oficial do Vaticano na França


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O veículo com chapa diplomática do Vaticano transportava 4kg de cocaína e 200g de maconha quando foi parado na alfândega francesa. O carro pertence a Jorge Maria Mejía, cardeal argentino responsável pelos arquivos secretos da biblioteca da instituição católica. Entre estas e outras que perguntamos: a quem realmente interessa a proibição das drogas? As informações são da BBC Brasil


Um carro diplomático do Vaticano que transportava quatro quilos de cocaína foi interceptado pela polícia alfandegária da França em um pedágio próximo a Chambéry, na região dos Alpes franceses.
Além da cocaína, 200 gramas de maconha foram encontrados em bagagens no carro com chapa diplomática, ocupado por dois italianos, de 30 e 41 anos, que permanecem detidos para interrogatório.
Segundo investigadores franceses, o veículo pertence ao cardeal argentino Jorge Maria Mejía, de 91 anos, bibliotecário emérito do Vaticano, responsável pelos arquivos secretos da instituição religiosa.
O Vaticano confirmou, segundo a agência I.Media, especializada na Santa Sé, que um de seus carros diplomáticos foi apreendido na França com droga a bordo, mas ressaltou que nenhum membro ou funcionário do Estado está envolvido diretamente no caso.
Como os dois italianos não possuem passaporte diplomático, nada até o momento permitiria suspeitar o envolvimento do Vaticano nessa operação de tráfico, de acordo com fontes judiciais ouvidas pela imprensa francesa.
Descoberta e apreensão
A descoberta e apreensão da droga ocorreu no domingo, mas a notícia só foi divulgada nesta terça-feira na França, inicialmente pela rádio RTL.
Os primeiros elementos das investigações permitiram apurar que o secretário particular do cardeal argentino havia enviado o carro para revisão alguns dias antes.
Suspeita-se que os italianos teriam aproveitado para ir até a Espanha para comprar a droga, convencidos de que escapariam, no retorno à Itália, dos controles nas fronteiras graças à chapa diplomática do carro. Mas essa versão ainda não foi confirmada, afirmaram fontes judiciais francesas.
A polícia judiciária de Lyon foi encarregada das investigações pelo ministério público de Chambéry.
Em janeiro, a alfândega alemã havia interceptado um pacote destinado ao Vaticano contendo 14 preservativos sexuais repletos de cocaína, segundo o jornal Bild am Sonntag.
De acordo com a publicação, a caixa continha 340 gramas de cocaína, com valor estimado de 40 mil euros, e havia sido enviada de um país da América do Sul. O destinatário do pacote não foi identificado.
*http://smkbd.com/cocaina-e-maconha-sao-achadas-em-carro-oficial-vaticano-na-franca/

Que tal criminalizar o poder público por conivência com o crime organizado? Bem dizia o filósofo Carlito Maia: “O problema do menor é o maior.”

Todos os países que reduziram a maioridade penal não diminuíram a violência




Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima

Por Frei Betto
Voltou à pauta do Congresso, por insistência do PSDB, a proposta de criminalizar menores de 18 anos via redução da maioridade penal.
De que adianta? Nossa legislação já responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, o menor infrator deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração.
Leia também: Quatro razões para não reduzir a maioridade penal
Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima.
O índice de reincidência em nossas prisões é de 70%. Não existe, no Brasil, política penitenciária, nem intenção do Estado de recuperar os detentos. Uma reforma prisional seria tão necessária e urgente quanto a reforma política. As delegacias funcionam como escola de ensino fundamental para o crime; os cadeiões, como ensino médio; as penitenciárias, como universidades.
O ingresso precoce de adolescentes em nosso sistema carcerário só faria aumentar o número de bandidos, pois tornaria muitos deles distantes de qualquer medida socioeducativa. Ficariam trancafiados como mortos-vivos, sujeitos à violência, inclusive sexual, das facções que reinam em nossas prisões.
Já no sistema socioeducativo, o índice de reincidência é de 20%, o que indica que 80% dos menores infratores são recuperados.
Nosso sistema prisional já não comporta mais presos. No Brasil, eles são, hoje, 500 mil, a quarta maior população carcerária do mundo. Perdemos apenas para os EUA (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil).
Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, e não a causa. Ninguém nasce delinquente ou criminoso. Um jovem ingressa no crime devido à falta de escolaridade, de afeto familiar, e por pressão consumista que o convence de que só terá seu valor reconhecido socialmente se portar determinados produtos de grife.
Enfim, o menor infrator é resultado do descaso do Estado, que não garante a tantas crianças creches e educação de qualidade; áreas de esporte, arte e lazer; e a seus pais trabalho decente ou uma renda mínima para que possam subsistir com dignidade em caso de desemprego.
Segundo o PNAD, o adolescente que opta pelo ensino médio, aliado ao curso técnico, ganha em média 12,5% a mais do que aquele que fez o ensino médio comum. No entanto, ainda são raros cursos técnicos no Brasil.
Hoje, os adolescentes entre 14 e 17 anos são responsáveis por consumir 6% das bebidas vendidas em todo o território nacional. A quem caberia fiscalizar? Por que se permite que atletas e artistas de renome façam propaganda de cerveja na TV e na internet? A de cigarro está proibida, como se o tabaco fosse mais nocivo à saúde que o álcool. Alguém já viu um motorista matar um pedestre por dirigir sob o efeito do fumo?
Pesquisas indicam que o primeiro gole de bebidas alcoólicas ocorre entre os 11 e os 13 anos. E que, nos últimos anos, o número de mortes de jovens cresceu 15 vezes mais do que o observado em outras faixas etárias. De 15 a 19 anos, a mortalidade aumentou 21,4%.
Portanto, não basta reduzir a maioridade penal e instalar UPPs em áreas consideradas violentas. O traficante não espera que seu filho seja bandido, e sim doutor. Por que, junto com a polícia pacificadora, não ingressam, nas áreas dominadas por bandidos, escolas, oficinas de música, teatro, literatura e praças de esportes?
Leia mais: Aécio Neves defende redução da maioridade penal
Punidos deveriam ser aqueles que utilizam menores na prática de crimes. E eles costumam ser hóspedes do Estado que, cego, permite que dentro das cadeias as facções criminosas monitorem, por celulares, todo tipo de violência contra os cidadãos.
Que tal criminalizar o poder público por conivência com o crime organizado? Bem dizia o filósofo Carlito Maia: “O problema do menor é o maior.”
*Pragmatismopolitico
Renomado fotógrafo mineiro destaca o projeto Genesis e suas experiências internacionais
Fotógrafo Sebastião Salgado é o convidado desta edição do programa Espaço Público da TV BrasilFotógrafo Sebastião Salgado é o convidado desta edição do programa Espaço Público da TV BrasilSebastião Salgado fala das viagens pelo mundoSebastião Salgado fala das viagens pelo mundoO programa Espaço Público recebe nesta terça-feira (02/09), às 22h, o fotógrafo brasileiro e conhecido mundialmente, Sebastião Salgado
Radicado na França, Salgado já percorreu mais de 100 países registrando em milhares de fotos a condição humana e também a beleza e degradação do planeta.
Economista por formação, o mineiro Sebastião Salgado já trabalhou nas principais agências de fotos da Europa, como as agências Sygma, Gamma e Magnum Photos. Suas imagens, sempre em preto e branco, estão no caminho entre o jornalismo e a arte.
A preocupação com o meio ambiente, revelada nas obras do premiado fotógrafo abriu espaço para a criação do Instituto Terra, que tem como objetivo a preservação da floresta e o desenvolvimento sustentável. Junto com a esposa, Salgado já recuperou uma extensa área da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, com a plantação de um milhão e meio de árvores.
Na entrevista Sebastião Salgado fala das suas experiências pelo mundo e sobre o seu mais recente trabalho: a mostra Genesis, que também virou livro. O projeto levou oito anos para ser concluído com mais de 30 viagens pelo mundo, aos lugares mais remotos e intocados do planeta.
Entre outros trabalhos fotográficos que resultaram em publicações estão Trabalhadores (1996), Terra (1997), Serra Pelada (1999), Outras Américas (1999), Retrato de Crianças do Êxodo (2000), Êxodos (2000), O Fim do Pólio (2003), Um incerto Estado de Graça (2004) e O Berço da Desigualdade (2005).


sábado, setembro 20, 2014

A cada novo episódio desse tipo, a desmilitarização da polícia mostra-se mais e mais necessária.

imprudência do ambulante cobrou um preço elevado demais: a vida. O momento do disparo foi registrado por curiosos e pode ser conferido no Youtube aqui:https://www.youtube.com/watch?v=dAGLmUplDF8.
Há seis meses, segundo a PM, este mesmo policial atirou contra um morador de rua durante uma abordagem policial e o matou. A cada novo episódio desse tipo, a desmilitarização da polícia mostra-se mais e mais necessária. Da mesma forma, permanece fundamental aprovar o PL 4471/2012, de minha autoria, que prevê o fim dos autos de "resistência seguida de morte". Se o ambulante tivesse morrido à noite, numa rua deserta da periferia, e não numa das regiões mais movimentadas da Lapa, à luz do dia, com dezenas de testemunha e imagens captadas por telefone celular, é muito provável que o policial registrasse no auto o que é praxe na PM: diria que a vítima resistiu à prisão e, ao revidar, foi atingida. Estima-se que mais da metade das mortes registradas como "resistência seguida de morte" foram execuções sumárias, episódios que confirmam a violência e o despreparo das polícias ao mesmo tempo em que mantêm inalterado o quadro de genocídio da população jovem e periférica, em São Paulo e em diversas regiões do país.