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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 09, 2010

“Aborto” é o filho bastardo
da herança de FHC

Na foto, amigo do Serra ao reverenciar Pinochet (morto)

O programa da Dilma no horário eleitoral – http://www.dilma13.com.br/verdades – ignorou a calhordice: recusou-se a politizar o aborto.

Comparou Lula a FHC, mostrou quem é, o que fez e o que vai fazer.

Ao contrário, o programa do Serra só tinha “aborto”.

Como se sabe, o jenio não tem uma ideia original.

Amiga navegante baiana sugeriu a seguinte reflexão.

Nas mãos de um inescrupuloso como o Serra – segundo o Ciro Gomes – a herança política e doutrinária do FHC reduziu-se à calhordice – de novo, segundo o Ciro: a politização do aborto.

Serra não tem o que mostrar.

Ele não tem estratégia, plano de voo.

Suas propostas são um Frankenstein construído num curso à distância da Faculdade do Gilmar.

O mais notável pensamento neoliberal, a frondosa árvore onde se penduram Hayek, Roberto Campos, Pinochet, Reagan, Thatcher, Salinas, Fujimori e Menem, toda essa notável tradição de filósofos e estadistas se reduziu a uma calhordice.

O PiG (*) dizia que o Serra, no segundo turno, ia tirar o Farol de Alexandria do armário.

De fato, tirou.

FHC aparece numa galeria, tão rápido quanto se fosse uma figurinha no álbum do Shrek.

O “aborto”, diz a amiga navegante baiana, comprova a irrelevância da oposição brasileira.

A herança do FHC é um conjunto vazio.

Clique aqui para ler “Como Serra e o FHC venderam o Brasil”.

Serra e o FHC, diz o Delfim, conseguiram o milagre de vender o patrimônio e aumentar a divida.

Uns jenios !

A calhordice é o último reduto dos velhacos, diria Samuel Johnson, se conhecesse os brucutus do José Serra.

Clique aqui para ler “como transformar a banda larga num esgoto”.

Clique aqui para ver o depoimento impressionante do Deputado Gabriel Chalita, perseguido de forma sórdida, depois que rompeu com o Serra.

O Aécio também vai comprar a ficha do “aborto” ?

O FHC subscreve o programa de seu filhote na tevê ?

Vamos ver o PSDB defender a Família, a Propriedade e a Tradição ? (Clique aqui para ler sobre o papel da TFP na campanha do Serra)

Quando o CCC entra na parada ?

Os tucanos vão falar de filho fora do casamento ?

É assim que os tucanos pretendem homenagear os Chicago boys, o Pinochet ?

O Serra queria o segundo turno para mostrar quem ele, de fato, é.

Conseguiu.

Clique aqui para ler “Ele não muda de idéia e foi prefeito até o fim” .


Paulo Henrique Amorim

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