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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, outubro 21, 2010
Fidel apela pelo fim das armas nucleares
O líder cubano Fidel Castro gravou um apelo, que foi divulgado hoje, pelo fim das armas nucleares e advertindo que um ataque dos Estados Unidos e Israel contra o Irã levaria, inevitavelmente, a um conflito nuclear global.
Creio que este assunto interessa diretamente aos brasileiros. Todas as potências econômicas mundiais – exceto o Japão – possuem armas nucleares. Todos os emergentes as possuem, exceto o Brasil.
Se abrimos mão, em nome da paz, de termos este tipo de armas, temos o direito de exigir perante o mundo, que o pesadelo da destruição atômica seja banido da face da Terra.
Um Brasil autônomo, forte e respeitado internacionalmente, tem este dever para com a vida humana. Se temos de nos preocupar e defender cada vida e cada cantinho de natureza, seria um contrassenso se deixássemos de lado o dever de defnder a sobrevivência de toda a espécie humana e deste planeta como um lugar especial do universo, onde a vida, em todas as suas formas, é possível.
PS. Não estranhe as legendas, estão na forma do português falado em Portugal.
*Tijolaço
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