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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 20, 2010

Você é vitima de telemarketing
do Serra ? Denuncie aqui !








Cara de um focinho do outro



Amiga navegante baiana, vítima de telemarketing que só ajuda o Serra, sugeriu que se abrisse essa página para que os amigos navegantes pudessem denunciar essa calhordice.

Ou aqui ou no Escrevinhador, do Rodrigo Vianna, que , primeiro, fez essa grave denúncia:


Enquanto alguns no PT comemoram o Vox Populi, Serra já contra-ataca.
Vamos deixar claro: essa é a eleição dos movimentos subterrâneos, não captados pelas pesquisas. No primeiro turno, o PT acreditou nas “qualis” e na “eleição decidida”. Os boatos moveram a montanha e levaram Serra (com a mãozinha verde de Marina) para o segundo turno.
Agora, as pesquisas refletem o bom momento de Dilma, que mudou a pauta semana passada (trouxe à tona Paulo Preto, privatizações e a onda de baixarias).
Só que já há uma nova onda, que pode ter reflexos nas pesquisas da semana que vem: é o terrorismo difuso! Ele vem na forma de panfletos (distribuídos de porta em porta nas áreas mais pobres do Nordeste), com afirmações maldosas sobre a vida sexual de Dilma; e vem , também, na forma de um gigantesco esquema de telemarketing.
No Escrevinhador, já noticiei esse fato aqui.
De ontem, pra hoje, recebi – via twitter e também no blog - dezenas de mensagens de pessoas que receberam ligações. É o telemarketing das sombras em ação.
Alguns exemplos:
- PaulaBeiro @rvianna Hj ligaram aqui para casa (Goiânia) com gravação contra Dilma.
- @Eleitor_2010 Eu achava q o tal telefonema do PSDB falando da Dilma era lenda! Olha o número aí! Acabei d atender: http://twitpic.com/2z1b89
Esse último link traz a foto do bina, com o número que disparou a ligação das trevas.
Porto Alegre parece ter sido a cidade mais bombardeada, nas últimas 24 horas.
Vários leitores (alguns pedem sigilo) informam ter recebido a ligação de um outro número, de São Paulo: (11) 3511-1700. Liguei para lá. Uma mensagem informa que o o telefone “está programado pelo assinante para não receber ligações”.
Com ajuda do tuiteiro “páginadois”, descobrimos o nome da empresa que está autorizada pela Anatel a prestar esse tipo de serviço. A empresa fica no bairro do Paraíso, em São Paulo. Levantamos todos os dados: endereço, sócios etc. Preservamos o nome da empresa porque – aparentemente – é apenas uma prestadora de serviço.
Pode ter sido contratada para dar suporte à central de telemarketing – mas sem responsabilidade pelo conteúdo. Basta à campanha de Dilma acionar a PF e o MPE, para saber quem contratou a empresa. É algo que pode ser feito rapidamente.
O que pode ser feito também: quem receber a ligação deve tentar gravá-la. Várias secretárias eletrônicas têm esse serviço!
Há mais números de telefone, e nomes de outras empresas de telefonia. Marco Aurelio Weissheimer, do RS Urgente, também está investigando o assunto.
Mas a campanha do terror difuso não se restringe ao telemarketing.
- Há os panfletos religiosos (alguns apreendidos, mas milhares de outros sendo produzidos e estocados). Estamos checando nesse momento a denúncia de uma outra gráfica com panfletos contra Dilma.
- Ao mesmo tempo, surgem em São Paulo faixas como a que reproduzo abaixo.
Pelo twitter, comentaristas dizem que militantes pró-Dilma já teriam ido ao local e retirado as faixas – http://twitpic.com/2z177k.
São apenas alguns exemplos do que será a campanha até dia 31. Quem acredita em eleição já definida não conhece o “Coiso”. Botou na cabeça que deve ser o próximo presidente. Se tiver que criar um clima de conflagração pra isso, vai criar!
Pode-se esperar qualquer coisa até o dia da eleição.

*ConversaAfiada

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