Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 27, 2011

Cuidado, Serra: vem aí o PSDEMB…

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo noticia o jornal O Globo. confessou hoje  entendimentos sobre a fusão do PSDB com o DEM. Porém, ele afirmou que as conversas ainda são preliminares.
Quanto ao que seriam “entendimentos preliminares”  para a união estável entre tucanos e  demos , deixo que meu malicioso leitor imagine.
Estamos na iminência de um quatro partidário inacreditável na oposiçao. Uma luta entre o PSD(EM)B  e o PS(de Serra)D. Ou, como dizia o meu avô, o diabo e o coisa-ruim.
Fernando Henrique, louco para detonar Serra, o manco, contemporiza com a revoada tucana em direção ao partido de Kassab, naquele jeitão “cult” que diz nada de maneira complexa, vejam só:
-  Esse esforço (de coesão) implica que as várias tendências do partido entendam que tendências são normais, que opções por pessoas são normais. O que não é normal é ruptura, em função seja de personalismo, seja da falta de aceitação da diversidade. Ninguém pode pregar a democracia, que implica pluralidade, se não a pratica. Temos de ter pluralidade interna, expressão da nossa divergência, mas também uma coesão. Deixo um apelo pela unidade.
Sei… Unidade? Não tem unidade, coisa nenhuma, para Fernando Henrique que não passe pelo reconhecimento de sua magna liderança. Ele não perdoa Serra pelo “lulismo” hipócrita que este praticou – inclusive “exilando-o”  -  no início da campanha, mas não desdenha a força que este acumulou.
Está evidente que ele vai se apresentar como fiador da composiçao entre os dois grupos nas eleições municipais.  Como ter um candidato do PSDemB  e outro do PS(erra)D?
Fernando Henrique é o ACM com doutorado.
*tijolaço

Nenhum comentário:

Postar um comentário