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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 14, 2011

Está na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor

*tijolaço

O embaixador Ron Kirk, secretário de Comércio dos Estados Unidos, admitiu que o destino da longa rodada de negociações de Doha, que há dez anos tenta estabelecer novas regras para o comércio mundial “depende da vontade da China, Índia e Brasil de fazerem um acordo que abra seus mercados para mais bens e serviços estrangeiros”. E, de antemão, já previu que “não há razões para otimismo”.
Os Estados Unidos bloquearam, em 2008, uma minuta de resolução que, entre outras regras, punha por terra as barreiras protecionistas que o país mantém, sem abrir mão, ao mesmo tempo, que os demais países eliminassem, praticamente, todas as suas restrições às exportação das economias desenvolvidas, como os EUA e a União Européia.
“O poder econômico dos Brics está crescendo à medida que o mundo desenvolvido luta para abater suas dívidas, e os cinco países começam a operar como um bloco único no G20, fornecendo um contraponto aos Estados Unidos e outras potências tradicionais”,
*reuters

BRICS atuam em bloco e enfrentam antiga hegemonia EUA-Europa-Japão

Os líderes dos BRICS, grupo dos cinco grandes países em desenvolvimento, composto pela China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul, se reuniram na ilha de Hainan (China), para estreitar a cooperação nos interesses comuns e aparar arestas.

Desvalorização do dólar

As discussões passaram pela desvalorização do dólar, uma vez que a moeda estadunidense é a principal unidade de referência dos preços das mercadorias negociadas no mercado mundial. A enxurrada de dólares no mundo causa inflação, instabilidade cambial e guerra de divisas.

Em um comunicado divulgado durante cúpula na ilha de Hainan, os líderes de China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul disseram apoiar um sistema de reserva monetária internacional amplo, o que significa reduzir a dependência do dólar.

Em pauta, esteve a função global do Direito Especial de Saque (SDR), um ativo de reserva internacional do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Como parte do esforço para fortalecer o comércio e o investimento entre si, os líderes devem assinar na quinta-feira um acordo para ampliar as linhas de crédito mútuas não mais em dólares, mas nas moedas locais dos BRICS, de acordo com relatos da mídia indiana.

Condenação aos ataques aéreos na Líbia

Líderes dos cinco países que formam os "Brics" criticaram a campanha aérea do Ocidente na Líbia, disse uma fonte governamental na cúpula do grupo na quinta-feira.

"Todos eles condenaram os ataques", afirmou a fonte que participou das reuniões dos líderes dos Brics.

A fonte acrescentou que eles expressaram preocupação sobre os efeitos dos ataques aéreos sobre os civis líbios.

Mesmo a África do Sul, que votou a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorizou uma zona de "exclusão aérea" na Líbia, adotou às críticas aos ataques.

Rodada de Doha

Os ministros do comércio dos cinco países soaram pessimistas com as perspectivas. Os Estados Unidos disseram no mês passado que as grandes economias emergentes precisam abrir seus mercados. Mas, ao endossar o projeto de acordo de 2008, os Brics deram a entender que cabe ao Ocidente o ônus de ceder.

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