A história é bem outra e a repórter Mariana Schreiber a descreve corretamente: as causas principais para esse fenômeno foram a transferência de renda por meio do Bolsa Família, o forte aumento do salário mínimo e os investimentos em infraestrutura.
O próprio gráfico publicado pela edição impressa da Folha mostra que, em matéria de crescimento da renda, o Estado do Rio não teve qualquer salto, muito pelo contrário.
O crescimento maior na região metropolitana se explica por duas razões. A primeira é que, percentualmente, os níveis de pobreza – atingidos pelo Bolsa Família – eram muito mais altos no Grande Rio que em São Paulo. A segunda é que o peso dos funcionários públicos federais e empregados de empresas estatais, que saíram de um longo período de arrocho nos anos FHC, aqui, é muito maior.
Crescimento imenso teve, sim, a Região Nordeste. Pela primeira vez, começamos a entender que o Brasil não pode ser um mar de injustiça com algumas poucas ilhas de prosperidade.
Não pode haver prosperidade sustentável, aliás, em meio à miséria. Os habitantes das grandes e mais ricas cidades sabem, na própria pele, que a imigração maciça que vivemos nos anos 70 e seguintes corrói o ambiente urbano e o convívio social.
A distribuição menos ruim de renda dos últimos anos, obtida não pela retirada de privilégios, mas apenas pela melhor distribuição do crescimento da economia.
Mas a elite brasileira, rançosa como ela é, não consegue imaginar-se parte de uma nação, preferindo achar uma insolência pobre ter carro, babá ter direitos e nordestino ter salário.
PS. A matéria, na íntegra, é restrita a assinantes, mas você pode lê-la no Nassif.
*tijolaço
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