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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 10, 2011

Boicote ao show de Roberto Carlos

Como brasileiros e brasileiras sabedores da importância da mídia como formadora de opinião, protestamos contra o anúncio de exibição pela TV Globo do show do cantor Roberto Carlos realizado em Jerusalém, a convite do Governo de Israel, no último dia 7 de setembro. Essa apresentação encobrirá questões importantes que precisariam ser colocadas para a sociedade brasileira, como a ocupação ilegal de territórios naquela região por parte de Israel.
Ademais, a iniciativa enfraquece o chamado da sociedade civil palestina feito desde 2005 para o BDS (boicote, desinvestimento e sanções) até que Israel cumpra os requisitos básicos do direito internacional, pondo fim à ocupação militar, à tomada de terras e construção de novas colônias nos territórios palestinos, respeitando os direitos humanos e dos refugiados. Inspirado pelo boicote cultural ao apartheid na África do Sul, o povo palestino pede a artistas internacionais que se juntem ao movimento BDS cancelando shows e eventos em Israel, que só servem para igualar o ocupante ao ocupado e, portanto, promover a continuação da injustiça.
Em outubro do ano passado, o sul-africano Desmond Tutu, consagrado com o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o apartheid, apelou à ópera de seu país para cancelar a apresentação agendada em Israel. Infelizmente, o cantor Roberto Carlos, apoiado pela TV Globo, não seguiu esse e outros exemplos, como os de Elvis Costello, Carlos Santana, Roger Waters e os Pixies, que se recusaram a fazer shows em Israel no ano passado.
Com essa atitude, entendemos que a TV Globo acaba por apoiar a campanha israelense para encobrir violações do direito internacional e projetar uma imagem falsa de normalidade. Muito mais pessoas teriam a noção da injustiça cotidiana cometida nos territórios ocupados, entre os quais Jerusalém, se o show não fosse exibido no Brasil. Por isso, vamos nos juntar ao apelo da comunidade árabe e muçulmana no País por um grande movimento de boicote à emissora durante a exibição do show.
A apresentação está marcada para este sábado (10/9), após a exibição da novela Fina Estampa. Faça a sua parte: boicote o show, mudando de canal ou desligando a TV neste momento!
Da Frente em Defesa do Povo Palestino
*comtextolivre 

Árabes e israelenses se unem para que Roberto Carlos volte a compor um sucesso

O Itamaraty estuda enviar sósias de Roberto Carlos para uma turnê no Oriente Médio
FAIXA DE GAZA - Líderes judeus e muçulmanos se deram as mãos e prometeram assinar um acordo de paz caso Roberto Carlos dê um jeito de compor uma música de sucesso. "Derrubaremos o muro, reconheceremos o Estado Palestino, incluiremos a kafta e a esfiha no nosso cardápio diário e conviveremos como se tivéssemos um milhão de amigos", declarou Benjamin Netanyahu, afagando um camelo. A seu lado, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, também conhecido como Abu Mazen, disse aos jornalistas que, em troca de um novo Côncavo e Convexo, está disposto a incluir todos os filmes de Woody Allen e os livros de Philip Roth no currículo escolar da Cisjordânia, além de permitir que Benjamin Netanyahu tenha, como ele, um segundo nome: “Se ele quiser ser chamado de Moacir, será muito bem-vindo.”
O anúncio aconteceu logo depois do show do Rei na Terra Santa e as adesões foram imediatas. Fã da Jovem Guarda, o ex-ditador Muammar Kadafi divulgou uma gravação em que promete se entregar caso Roberto "volte a cantar Quero que vá tudo para o inferno ou As curvas da estrada de Santos”.
Profundamente tocado com a perspectiva de um retorno de Roberto Carlos às paradas de sucesso, Mahmoud Ahmadinejad enviou um telegrama para Barack Obama com a seguinte mensagem: "Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo. Mas é muito bom saber que você é meu amigo". Mexida, Hillary Clinton respondeu pedindo a Ahmadinejad que esquecesse as desavenças do passado, pois “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi...”
Os governos da França e da Espanha prometeram resolver a questão basca contanto que Biafra se aposente.
No The i-Piauí Herald

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