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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 05, 2011

Corinthians, 101 anos de muitas histórias

Andrés Sanches e Kia, grandes amigos no passado e no presente
Alberto Dualib apontou Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e Kia Joorabchian, ex-representante da MSI, como os responsáveis pela sua queda no clube. Em entrevista a O Estado de S. Paulo, o antigo cartola alvinegro revelou que a ligação entre os antigos aliados o derrubou do poder em 2007.
“Eu fui a Londres [em 2007, quando Kia deixou o Brasil]. E, mesmo eu estando lá, Andrés Sanchez foi à Inglaterra e, na mesma hora, foi recebido por Kia. Ali foi tramada a minha queda”, disse Alberto Dualib, que está de volta à cidade de São Paulo após um período vivendo no interior.
Dualib foi presidente do Corinthians de 1993 a 2007, quando deixou o clube alvo de uma enorme pressão de outros dirigentes e da torcida. Mentor da parceria com a MSI, que trouxe Carlitos Tévez ao Parque São Jorge em 2005, ele foi apontado como culpado pelo fracasso do negócio, que terminou por colocar o clube na segunda divisão.
Na ocasião, Andrés, que chegou a ser diretor de futebol do Corinthians nos tempos de MSI, virou-se contra Dualib e acabou sendo eleito às pressas para o lugar do antigo aliado. Desde então, a suposta ligação com Kia Joorabchian tem atormentado o presidente alvinegro, que sempre negou a relação veementemente.
Dualib não faz menções sobre a relação entre os dois após a sua queda, mas atacou até o candidato de Andrés Sanchez na próxima eleição. “O próprio Andrés só teve cargo de realce no clube comigo.
Ele é dominado por um grupo raivoso, que tem ódio no coração, gente que nunca fez nada pelo Corinthians e que lhe impôs a candidatura de Mário Gobbi. Até outro dia o Gobbi não sabia onde ficavam os banheiros do clube”, disse o ex-presidente.

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