Em público, Dilma chama atenção de Kassab por falta de creches em São Paulo
Cerimônia em São Paulo em que Dilma anunciou parcerias com Alckmin e chamou atenção para metas não cumpridas por Kassab (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR) |
Durante o discurso a respeito da liberação de recursos para o trecho Norte do Rodoanel, a presidenta fez questão de se dirigir a Kassab ao afirmar que o Ministério da Educação vai abrir um processo de seleção e de avaliação do atendimento de crianças em 136 municípios brasileiros. “Essa seleção indica São Paulo como uma das áreas com mais necessidade de creches, a cidade de São Paulo”, ponderou.
De acordo com levantamento da Rede Nossa São Paulo, que acompanha o cumprimento das metas estabelecidas por Kassab para sua gestão, o patamar relativo às creches está longe de ser atingido. O prefeito prometia, em 2009, ter 100% das crianças cadastradas em creches. Além disso, a ONG detectou que regiões de alta vulnerabilidade social não estão sendo atendidas a contento, com ritmo mais lento de execuções de obras e de cadastramento de entidades capacitadas a oferecer o serviço.
A presidenta pediu ainda a participação de Kassab na segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, de concessão de crédito imobiliário para famílias de baixa e média renda. Dilma lembrou que existe na cidade uma grande dificuldade em encontrar terrenos para as construções. As construtoras indicam que o ritmo aquecido do mercado imobiliário torna cada vez mais difícil atender ao teto estabelecido pelo projeto.
Durante o governo Lula, chegou a haver críticas abertas do ex-presidente e do então assessor especial da Presidência, Gilberto Carvalho, hoje secretário-geral, à política habitacional de Kassab. Ao ouvir queixas de catadores de materiais recicláveis em relação ao prefeito em dezembro de 2010, Lula lamentou ter de receber todos os anos o mesmo quadro, cobrou publicamente de Kassab que tratasse com carinho os mais pobres e disparou: "O problema do Brasil é que muita gente continua agindo como agia 20 anos atrás, sem se dar conta de que o país mudou".
Na ocasião, Carvalho arrematou, indicando que a fala de Lula se devia a uma certa impaciência pela inação do prefeito em tentar encontrar soluções, e completou que a mentalidade geral dos governantes brasileiros é de fazer desaparecer com quem provoque algum incômodo.
Na nova gestão, Kassab fez fortes gestos de aproximação ao Palácio do Planalto. Ele deixou o DEM para fundar o PSD, sigla que diz não ser “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, e que não fará, a priori, oposição ao governo federal nem ao governo estadual. Nesta terça-feira (13), Kassab fez um enxuto discurso no qual ressaltou a importância da cooperação entre as diferentes esferas de governo.
*comtextolivre
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