Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 05, 2011

EUA tenta evitar votação de Estado palestino na ONU, diz NYT

Obama estará em Nova York para a Assembleia Geral
entre 19 e 21 de setembro
Os Estados Unidos começaram uma campanha para persuadir os palestinos a abandonarem a busca de reconhecimento como Estado nas Nações Unidas. O governo de Barack Obama propõe novas negociações de paz entre israelenses e palestinos com o objetivo de persuadir o presidente palestino, Mahmud Abbas, a abandonar o plano de pedir o reconhecimento à Assembleia Geral da ONU, que será realizada no dia 20 de setembro em Nova York.
A informação foi publicada neste sábado (3) pelo jornal New York Times. Os Estados Unidos argumentam que os palestinos só conquistarão um Estado por meio de negociações diretas de paz. O governo norte-americano vetaria no Conselho de Segurança qualquer pedido a favor da entrada na ONU de um Estado palestino com plenos direitos.
Mas Washington, segundo o jornal, não tem o apoio suficiente para bloquear a iniciativa na Assembleia Geral, que elevaria o estatuto da missão palestina de “entidade” observadora sem direito a voto a Estado observador sem direito a voto.
A mudança fará com que os palestinos tenham acesso a agências e convenções da ONU, que reforçarão, por exemplo, sua habilidade para denunciar Israel diante do Tribunal Penal Internacional.
No Sul21
*comtextolivre

Nenhum comentário:

Postar um comentário