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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 14, 2011

MAIS DE 400 MIL ISRAELENSES SAEM ÀS RUAS PEDINDO JUSTIÇA SOCIAL E MUDANÇAS NA POLÍTICA ECONÔMICA DO PAÍS

Nos cartazes empunhados pela multidão nas ruas frases como "O poder do povo" e "Queremos justiça social"
Onda de protestos por democracia, mais oportunidades e justiça social chega à Israel e faz seus indignados! No Oriente Médio, as manifestações se voltam para a política neoliberal do ministro Benjamín Netanyahu.

Da Carta Maior
Mais de 400 mil saem às ruas pedindo justiça social em Israel
Tradução por Marco Aurélio Weissheimer
Milhares de israelenses se mobilizaram neste sábado e saíram às ruas centrais de várias cidades exigindo mudanças na política econômica do governo Netanyahu. A maior manifestação ocorreu em Tel Aviv, onde cerca de 300 mil pessoas se reuniram na praça Kikar Hamedida, no centro da cidade. Os manifestantes levavam cartazes e faixas com o slogan “O poder do povo” ou com mensagens para o primeiro ministro “Bibi Netanyahu, vá para casa”, e gritavam consignas como “Queremos justiça social”.
Apesar do recrudescimento da situação em Gaza, milhares de israelenses se mobilizaram neste sábado e saíram às ruas centrais de várias cidades em defesa de reformas no sistema econômico e educacional, de uma mudança na legislação trabalhista e da baixa de custos para adquirir ou alugar uma moradia, produto da política neoliberal do ministro Benjamín Netanyahu.
Segundo os organizadores, mais de 450 mil pessoas participaram dos protestos – número superior as 300 mil que saíram às ruas no mês passado – naquela que foi considerada a maior manifestação da história de Israel por motivos não vinculados ao conflito no Oriente Médio.
Ainda que o cartaz de convocação da manifestação afirmasse, em um jogo de palavras, “Eles só entendem números”, os organizadores insistem que o êxito do protesto não deve ser medido unicamente pelo número de participantes. O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que só 100 mil pessoas participaram dos protestos.
A maior manifestação ocorreu em Tel Aviv, onde cerca de 300 mil pessoas se reuniram na praça Kikar Hamedida, no centro da cidade. Os manifestantes levavam cartazes e faixas com o slogan “O poder do povo” ou com mensagens para o primeiro ministro “Bibi Netanyahu, vá para casa”, e gritavam consignas como “Queremos justiça social”. (Texto completo)
* Educaçãopolítica

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