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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 11, 2011

NASA diz que Satélite cairá na Terra

A chance de que um dos 26 pedaços do satélite que chegarão à superfície atinja um ser humano é de 1 em 3.200.(Imagem: NASA) A chance de que um dos 26 pedaços do satélite que chegarão à superfície atinja um ser humano é de 1 em 3.200.[Imagem: NASA]
Em algum momento, em algum lugar
Um satélite artificial de 6 toneladas vai cair em algum lugar da Terra entre o final de Setembro e o início de Outubro.
Isto é tudo o que a NASA sabe dizer a respeito do UARS (Upper Atmosphere Research Satellite), um satélite de observação atmosférica colocado em órbita em 1991 pelo ônibus espacial Discovery.
O UARS chegou ao fim de sua vida útil em 2005, transformando-se em mais um lixo espacial. Aos poucos, o atrito com o ambiente rarefeito da órbita baixa da Terra vai sendo suficiente para trazê-lo de volta.
Finalmente, em algum momento entre o final de Setembro e o início de Outubro, ele atingirá as camadas superiores da atmosfera e começará seu turbulento caminho de reentrada.
Cuidado com a cabeça
Mas o satélite é grande demais e não se queimará todo. A NASA calcula que 26 pedaços grandes atingirão a superfície, o maior deles com cerca de 150 quilogramas.
A agência espacial norte-americana só não sabe onde: pode ser virtualmente em qualquer ponto do planeta, habitado ou não, excluindo-se as regiões polares - na verdade acima dos 57° de latitude norte ou sul.
A chance de que um desses pedaços atinja um ser humano é de 1 em 3.200.
Mas esse é um cálculo para "qualquer ser humano". Se o cálculo for feito para um ser humano específico - você, por exemplo - a chance é de 1 em 22 trilhões.
Se isto acontecer, o que é muito improvável, será a primeira vez que um artefato espacial fará uma vítima humana.
Previsão tardia
Como não há como saber quando a reentrada começará, não é possível calcular o local exato da queda, que deverá arremessar pedaços por uma área de 800 km, segundo a Força Aérea do Estados Unidos, que irá rastrear a queda por radar.
De acordo com os técnicos, só será possível ter alguma informação mais precisa sobre o local da queda cerca de duas horas antes do evento.
Na prática, isso significa que só saberemos onde o UARS vai cair quando ele cair.
NASA vai postar atualizações semanais até quatro dias antes da reentrada. Daí em diante, diariamente, até cerca de 24 horas antes da reentrada e, finalmente, 12 horas, seis horas e duas horas antes da reentrada - o endereço é www.nasa.gov/mission_pages/uars.
*OCarcará

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