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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 16, 2011

Presidente Chávez: “Meios de comunicação: falem a verdade do que ocorre na Líbia por respeito ao ser humano”

Sanguessugado do Jornal Água Verde
"Recomendo, sugiro aos jornalistas, aos meios de comunicação, aos europeus que façam um esforço, que digam verdades a respeito do que acontece na Líbia, pela dignidade deste mundo, pelo respeito ao ser humano", anuncia o chefe de Estado Venezuelano em entrevista no Palácio de Miraflores.
Cataloga como uma barbárie o que ocorre na nação norte-africana
"Que coisa tão terrível o que acontece na Líbia, os aviões europeus, a OTAN e os americanos abrindo brechas por vilarejos inteiros com bombas e milhares de mortos, para que alguns bárbaros consigam derrubar o governo", enfatiza.
Rememora a época do colonialismo “A Europa hoje deveria ter vergonha, levantou as bandeiras da barbárie. Outra vez a barbárie, outra vez as cruzadas".
Faz um chamado aos povos desse continente para que continuem despertando e exijam que seus governos respeitem a humanidade, a vida e a encerrar o caminho da barbárie".
"Isto é mais ou menos o que ocorreu aqui há 500 anos quando chegaram seus barcos, de lá chegaram, da Espanha".
Assinala que nesta época o continente americano tinha 90 milhões de habitantes e 200 anos depois, ficaram somente 4 milhões.
"Agora já não são barcos (...) agora são aviões sem tripulantes, foguetes e mísseis de longo alcance disparados, porém cem sobre hospitais, cidades e sobre pessoas inocentes, para justificar o injustificável", explica.
"Hoje queremos é a união. Queremos a paz", anunciou.
Trad. Vera Vassouras

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