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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 11, 2011

Rio de Janeiro ultrapassa São Paulo e Minas

Os estados comandados por tucanos ficam para trás
O Rio de Janeiro se converteu em um polo de atração de investimentos e passou a ser a unidade da Federação que mais receberá recursos nacionais e estrangeiros nos próximos anos. De um total de US$ 268,8 bilhões anunciados para o Brasil em 2010, o Rio recebeu US$ 18,45 bilhões, saindo da 3 posição em 2009 e indo para a 1 no ano seguinte, segundo o Relatório de Anúncios de Projetos de Investimentos (Renai) de 2010, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O estado passou à frente de Minas Gerais e São Paulo, que receberam, respectivamente, US$ 10,6 bilhões e US$ 10,4 bilhões.
A locomotiva desses investimentos bilionários é o petróleo na camada do pré-sal e o que a descoberta representa em termos de formação de cadeias de fornecedores dos mais variados segmentos da economia, como construção naval e siderurgia. Os americanos são os maiores investidores estrangeiros, com projetos específicos e em parceria com empresas brasileiras.
Atualmente, há projetos espalhados por todo o estado. Em São João da Barra, no Norte Fluminense, destacam-se a construção de uma usina para a produção de placas de aço pela Ternium, no valor de US$ 6 bilhões, além da construção do Superporto do Açu, que vai consumir outros R$ 3,4 bilhões.
Em Itatiaia, no Sul do estado, a Michelin destina R$ 1,1 bilhão a uma fábrica de pneus e a Procter & Gamble vai ampliar seu centro de distribuição. A MAN Latin America, fabricante de caminhões e ônibus Volkswagen, investe R$ 150 milhões na ampliação de sua unidade fabril de Resende.
Em Angra dos Reis, a Technip destina R$ 700 milhões na ampliação do porto da cidade. Já a Rolls Royce vai destinar US$ 60 milhões para construir fábrica de geradores de turbinas para a produção de energia em plataformas de petróleo em Santa Cruz.

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