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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 06, 2011

Soninha na SUTACO: “aparelhamento”?

Soninha faz pose para a revista
"Mymag"; e a SUTACO?
Acho certa graça quando tucanos falam em “aparelhamento” do Estado.
Primeiro, porque o povão não entende direito. O eleitor tende a achar que aparelhamento é bom. O administrador está “aparelhando”, ou seja, colocando aparelho novo pra funcionar. Aparelho de música? Computador na escola? Ou, como diz um amigo jornalista, aparelho novo pro locutor da SUDERJ anunciar gol no Maracanã?
Segundo, porque o tal “aparelhamento” (uso da máquina para alojar aliados e companheiros de partido) é prática comum nos governos demotucanos. As estatais paulistas serviram de cabide pra gente que nem em São Paulo vivia. Leia mais aqui. Não houve escândalo por causa disso. Ninguém pediu “faxina” nas estatais paulistas.
Agora, leio matéria no site da “Folha”, por indicação do leitor Marcelo de Mattos. O assunto: Soninha (PPS) posou (de novo?) para uma revista, fazendo tipo de moça marota. E deixou no ar a história de que ela e Serra teriam tido um relacionamento íntimo. Isso pouco me interessa. O importante mesmo é a informação que vem no pé da matéria da ”Folha”:
“Atualmente, a ex-vereadora [Soninha] é superintendente da Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades), uma autarquia de artesanato no governo de São Paulo. Soninha, que foi coordenadora da campanha virtual do tucano José Serra nas eleições presidenciais, recebeu o convite de Davi Zaia (PPS), secretário do Emprego e Relações de Trabalho. Presente na cerimônia de posse, Zaia assumiu a secretaria para preencher a cota do PPS na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).”
A Soninha é especialista em artesanato? Uma carreira brilhante no serrismo: da MTV para a SUTACO!
Se fosse num governo do PT, seria “aparelhamento” do Estado. Mas como é governo tucano, fica tudo por isso mesmo.
A SUTACO está aí pra isso mesmo!!!
Viva a SUTACO!!!
Rodrigo Vianna
No Escrevinhador
*comtextolivre

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