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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 05, 2013

MEGAVAZAMENTO GERA PÂNICO ENTRE OS SUPER-RICOS


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"Offshore Leaks" vaza 2,5 milhões de documentos e registros internos de empresas com algo em torno de US$ 32 trilhões escondidos em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens; entre os milhares de nomes revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos estão Jean-Jacques Augier, amigo e tesoureiro da campanha do presidente francês François Hollande, e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev; e no Brasil?
4 DE ABRIL DE 2013 ÀS 18:33
247 - Os jornais 'Guardian', 'Le Monde' e 'The Washington Post' anunciaram nesta quinta-feira o vazamento de "milhões de registros internos" de empresas britânicas offshore, apelidado de "Offshore Leaks". Os documentos expõem pela primeira vez a identidade de milhares de pessoas, de mais de 170 países, ligadas a empresas offshore com dinheiro escondido em paraísos fiscais. Entre eles estão Jean-Jacques Augier, amigo e tesoureiro da campanha do presidente francês François Hollande, e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.
O vazamento é resultado de parceria do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês) com 38 veículos. O consórcio obteve um drive com 200 GB com arquivos de agências nas Ilhas Virgens Britânicas, Cingapura e Ilhas Cook. A base de dados contém informações de 120 mil empresas e é 160 vezes maior que os arquivos divulgados em 2010 pelo WikiLeaks sobre o Departamento de Estado norte-americano.
A lista de milionários, que somariam algo em torno de US$ 32 trilhões escondidos em paraísos fiscais, inclui governantes e famílias ricas de países como Canadá, Estados Unidos, Índia, Paquistão, Indonésia, Irã, China, Tailândia e ex-repúblicas comunistas. É gente como o ex-primeiro ministro da Mongólia Bayartsogt Sangajav, o marido de uma senadora canadense e a filha de Ferdinand Marcos, ex-ditador filipino.
O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) escreveu em seu blog que o assunto é um dos "mais comentados hoje aqui em Brasília". "E tem gente já na base do Lexotan", brincou. "Vêm muitas bombas por aí. Salve-se quem puder! Eu vou ficar assistindo de camarote", comentou. Será que aparecem nomes brasileiros nos próximos dias?
*GilsonSampaio

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