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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 04, 2013

Fonte da imagem: Solidariedade à Coreia Popular
Por Carlos Everardo Silva

Os reacionários, os imperialistas e os neocolonialistas, a grande mídia capitalista do ocidente, os jornalistas vendidos ao capital, os agentes da burguesia mundial e os esquerdistas covardes se uniram nas últimas semanas para atacar o direito de existência do povo norte-coreano. Que outra definição poderíamos dar às atitudes daqueles que, sob máscaras variadas, tentam justificar as ações do imperialismo americano e de seu cão de guarda sul-coreano? Fora a posição dos oportunistas de plantão que tentam se colocar "acima do bem e do mal", sob o argumento de que "não estão nem de um lado, nem do outro", quando se sabe que, em situações assim, aqueles que se dizem neutros sempre acabam fazendo o jogo dos opressores.

Os jornalistas da mídia corporativa, agentes da democracia imperialista, foram encarregados de convencer o público ocidental de que a reação norte-coreana às provocações dos neocolonialistas não passam de delírios de um governo que "investe todos os seus recursos em armas de destruição em massa, enquanto seu povo morre de fome".

Através de métodos nazistas de propaganda e manipulação, semelhantes aos que eram usados contra os judeus, a burguesia midiática e seus capangas tentam ocultar do público que o povo norte-coreano tem sido vítima de ataques constantes nas últimas décadas. Tentam passar a ideia de que o povo norte-coreano e seu governo são uma ameaça à paz e ao mundo. Não foram os norte-coreanos que romperam com o acordo de armistício. Ele nunca foi respeitado. Sabe-se que o parágrafo 60 do acordo colocava como condição a total ausência de tropas estrangeiras na península coreana. Assim como também se sabe que o império americano desrespeita diariamente tal parágrafo, pois mantém bases militares e milhares de soldados em território sul-coreano, além de realizar exercícios militares constantes naquela região.

E o que dizer das sanções e bloqueios econômicos impostos pelas potências ocidentais aos norte-coreanos, na clara intenção de sufocar a economia do país e matar a população de fome? Como o governo da Coreia Popular não poderia reagir a tudo isso? A Coreia do Norte não quer a guerra. É um país pacífico. Mas que tem o total direito de se defender daqueles que querem aniquilar a sua população. A Coreia Popular simplesmente se cansou das perseguições, sabotagens e ameaças que o seu território vem sofrendo nas últimas décadas.

É lamentável ver que, mesmo na esquerda, encontramos pessoas que se deixam levar pela propaganda da mídia burguesa. É claro que a esquerda não é uma corrente política homogênea. Mas há uma profunda contradição em alguém se dizer de esquerda ao mesmo tempo que, sob qualquer desculpa, se coloca ao lado do imperialismo.

A perseguição sofrida pela Coreia Popular nada mais é do que uma versão mais agressiva do bloqueio norte-americano à Cuba. As mesmas campanhas difamatórias e as mesmas táticas desonestas utilizadas contra Cuba podem ser encontradas nos ataques à Coreia.

Não vou entrar na questão que sempre é colocada quando se fala no socialismo norte-coreano. Há aqueles que o defendem radicalmente, assim como existem esquerdistas que se opõe totalmente ao modelo, sob o argumento de que o país estaria dominado por uma "burocracia vermelha", além dos que defendem o sistema econômico do país, mas acham que ele precisa ser, de algumas forma, aperfeiçoado. Não vale apena entrar nesse debate no momento. Porque, independentemente do que possa ou não ser considerado socialismo, o que está em jogo é a soberania norte-coreana e o direito à auto-determinação do seu povo.

Os Estados Unidos tem como único objetivo se apropriar do território norte-coreano. E é dever de toda a esquerda e de todos aqueles que acreditam na justiça defender a Coreia Popular de todas as mentiras que vem sendo levantadas contra ela. Os norte-coreanos nunca mais serão escravos dos colonialistas. Nunca mais se curvarão aos interesses mesquinhos dos exploradores. Qualquer um que tente se opor à luta dos norte-coreanos por sua independência, estará se colocando ao lado do genocídio imperialista.

Podemos estar diante de um novo massacre. Milhões de norte-coreanos podem perecer caso os terroristas de Estado do ocidente decidam destruir o país. O Iraque e as armas de destruição em massa inventadas pelo governo americano como desculpa para invadir o país, são a prova de que os Estados Unidos são capazes de tudo para obter seus fins.

Já ficou claro que Obama, esse fantoche da burguesia americana, em nada se diferencia de Bush. Apenas usa métodos mais sofisticados, como ataques por meio de drones, para fazer suas vítimas. Ele é o chefe da campanha difamatória que se levantou contra os norte-coreanos. Qualquer semelhança com as campanhas anti-semitas de Hitler e Goebbels não é mera coincidência. Hitler, ao desenvolver a poderosa máquina de propaganda nazista, não inventou nada de novo, apenas aperfeiçoou os métodos que já eram utilizados pela burguesia. Formas de manipulação que hoje são usadas contra a Coreia Popular. Os norte-coreanos são os judeus insolentes de Obama.

A única posição descente que se pode tomar diante tudo isso, é a defesa absoluta do povo coreano. 
Fim das sanções e bloqueios econômicos

Direito à independência e auto-determinação do povo norte-coreano

Expulsão das tropas e bases militares americanas da Coreia do Sul!

Pleno direito para os norte-coreanos desenvolverem seu programa nuclear e sua defesa

Essas são as palavras de ordem a serem adotadas pela esquerda autêntica.
*centrodosocialismo

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