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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 14, 2014

A VEJA ODEIA O BRASIL, PORQUE O DONO É UM PERDEDOR

Robert(o) Civita herdou do pai, Vitor Civita, a maior editora da América Latina.
He wishes

Robert(o) Civita herdou do pai, Vitor Civita, a maior editora da América Latina.

Robert(o) Civita tentou fazer televisão e perdeu.

A TV Abril não deixou vestígio.

Robert(o) Civita tentou fazer tevê a cabo e perdeu.

(Como ele vendeu a TVA à Telefonica, beneficiada na Privataria Tucana, é um capítulo que se esclarecerá na História do PiG (*) e, talvez, do PSDB.)

Robert(o) Civita tentou fazer internet e foi engolido pelo Luizinho Frias, do UOL.

Tudo o que ele tentou fazer além do que recebeu do pai foi um retumbante fracasso.

Como diria ele, que pensa que só ele sabe falar inglês, Robert(o) Civita é o que nos Estados Unidos se diz, de forma devastadora, um “loser”. 

Um perdedor.

A editora que herdou do pai é outro retumbante fracasso.

Metade da receita publicitária da Abril se origina na Veja, que, como se sabe – clique aqui para ler ” Tiragem da Veja é um grampo sem áudio“  – caminha para o buraco.

Esta informação se obtém do perfil publicado neste fim de semana pelo Valor.

Em que se sabe que Robert(o) se considera um gênio.

Que foi ele, por exemplo, quem fez a Veja.

Como é conhecimento do mundo mineral, quem fez a Veja, quando podia ser lida, foi o Mino Carta.

O Robert(o) lia a Veja na segunda feira, depois de impressa, porque o Mino não deixava ele dar palpite ANTES de a revista rodar.
Ele também diz ao Valor que salvou a Veja, logo no inicio, de um sócio que queria fechá-la, tal o prejuízo.

Quem salvou a Veja, conta o Mino, exaustivamente, foi o pai, Vitor.

Que ele ia ser um físico.

Depois, tornou-se um expoente da redação da Time, em Nova York.

(Do que não se tem notícia …)

Ia fazer carreira no Hemisfério Norte e no Japão, mas o pai o dissuadiu a tocar os negócios com ele.

Foi uma tragédia, ele diz:

“Voltar ao Brasil em 1958 era voltar no tempo … mesmo … mesmo”, lembra-se. “Comparando o Brasil com Hemisfério Norte, com Estados Unidos, Japão, Europa, era como pegar uma espaçonave e viajar no tempo. Aqui era muito mais atrasado. Estou na vanguarda e vou voltar 30 anos !”, teria dito ao pai.

Ele e a Veja continuam a achar isso até hoje.

Mas, os donos do PiG (*) pensam  a mesma coisa.

Os herdeiros como ele: os filhos do Roberto Marinho, que não tem nome próprio, os do “seu” Frias, os Mesquita, que terceirizaram o Estadão.

Para eles, isso aqui é uma mixórdia.

A diferença entre Robert(o) e os outros herdeiros é que os Mesquita, os Frias e os Marinho fazem parte da elite.

Ficam lá em cima, no topo.

Da elite política.

O Robert(o) Civita achou que ia chegar aqui se tornar o rei da cocada preta.

E perdeu.

Ela não entrou na turma.

É um outsider.

Por isso, além de militar no Golpe do PiG (*), ele contém um ressentimento adicional: ele perdeu.

Nos bons tempos antes da internet, o Padim Pade Cerra e o Fernando Henrique davam tres telefonemas e se blindavam: ao “seu” Frias, ao Dr. Roberto (Marinho) e ao Ruy Mesquita.

Não precisava ligar para o Robert(o).

O Robert(o) vinha no bolo.

Tudo o que o Robert(o) queria ser na vida era se transformar no Henry Luce do Brasil.

Henry Luce, o dono do Time e da Fortune.

Luce mandava.

Luce fazia a politica externa americana para a China.

Luce era o pai do Chiang Kai-shek

A mulher do Luce foi ser embaixadora dos Estados Unidos na Itália, para administrar o Plano Marshall e não deixar os comunistas tomarem o poder.

O Murdoch, convenhamos, o Robert(o) jamais imaginou que pudesse ser.

O Robert(o) aos poucos tira o time da família da Editora Abril.

E se encaminha para as ilhas gregas e o negocio da Educação.

Conseguirá, finalmente, vencer ?

A Veja, que se transformou num detrito de maré baixa, não tem conserto.

Paulo Henrique Amorim

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