Fausto
Silva, o Faustão, já há algum tempo se mete a falar de questões
políticas e problemas brasileiros. Seus pitacos no ar e ao vivo são
“harmoniosos”, “ponderados” e “sábios” tais quais a elefantes a se
movimentar dentro de pequenas lojas de porcelanas e cristais. Tudo isto
acontece porque o Faustão, no alto de sua ignorância, bem como de sua
arrogância e prepotência, resolveu fazer política, e, para isso, utiliza-se de um poderoso canal aberto de televisão como palanque eleitoral.
O apresentador de inutilidades e futilidades ataca o Governo Dilma
Rousseff, a Copa do Mundo e as autoridades incumbidas para organizar e
administrar tão grande e pujante evento. A verdade é que a Copa do Mundo
é mais do que um torneio esportivo internacional, porque se trata de um
“encontro de civilizações”, como afirmou pontualmente e textualmente o
ex-presidente Lula, responsável principal por trazer para o Brasil a
Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Faustão não conhece o
Brasil e sua multipolaridade. Muito longe disso. Ele pensa que o País
continental, multirracial e cultural se resume a São Paulo e seu sotaque
e pizzas. Ledo engano. Talvez conheça menos a rua do bairro ou
condomínio de luxo onde mora do que Miami ou Nova Iorque. O apresentador
da Rede Globo é, no fundo, um provinciano de “elite” e, evidentemente,
não está acostumado a ver o Brasil em destaque no mundo, ainda mais
quando sabemos que o poderoso País americano se localiza geograficamente
no hemisfério sul do planeta e gente de cabeça colonizada e com um
incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata, a exemplo de
Faustão, está acostumada, quiçá subalternamente resignada, a aceitar a
ver somente os países desenvolvidos serem as sedes dos grandes eventos
de escala mundial. O colonizado é subserviente a quem ele considera
“sua” Corte.
*TadeuVezzi
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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