Da Revista Brasileiros
Em ato contra o golpe, a psicanalista afirmou que a crise política não passa da velha “luta de classes, num momento onde quem perde não são os empresários”
A crise política que nas últimas semanas ganhou ares de golpe de Estado acirrou-se na quarta-feira (16) com a ação conjunta da imprensa, de movimentos conservadores e do juiz Sergio Moro, que decidiu ele próprio quebrar o sigilo da Operação Lava Jato e divulgar grampos telefônicos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bombardeados pela imprensa, boa parte da população está propensa a acreditar no discurso de que é necessário tirar a presidenta Dilma Rousseff do poder. Para a psicanalista Maria Rita Kehl, “não adianta ficar contra eles”.
“É muito importante ganhar aqueles que estão mal informados, que leem o Estadão e veem o Jornal Nacional”, afirmou Maria Rita, que na noite de ontem participou no teatro Tuca, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, do Ato Pela Legalidade Democrática. “Não adianta ficar contra eles. Se a gente não conversar com eles é a Globo quem vai fazer isso.”
A psicanalista lembrou que, embora lotado, aquele espaço na PUC é pequeno se todas as forças que estão atuando no País nesse momento forem levadas em consideração.
De acordo com ela, o que está por trás da crise é um velho problema brasileiro. “Como sempre é a luta de classes, num momento onde quem perde com a crise econômica não são os empresários, que tem perdas menores, mas sim o povo, que perde seus trabalhos, suas casas e seus meios de subsistência.”
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