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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 21, 2016

Em carta, movimento LGBT unificado rechaça tentativa de golpe

Várias entidades do movimento LGBT nacional lançaram uma carta nesta sexta-feira (18), rechaçando o golpe em curso no país, provocado pela direita e que possui seus tentáculos na grande mídia e nos setores do judiciário, "precisamos neste momento defender a democracia", afirma o movimento.


Reprodução
  
Confira a ínegra da nota:

"Nós cidadãs e cidadãos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) nos últimos 500 anos do Brasil, tivemos nossos direitos negados, na última década ampliamos conquistas, simultaneamente ao processo de consolidação da Democracia brasileira, vivemos um período de consideráveis avanços. Em 2003 com a criação do Programa Brasil sem Homofobia, conquistamos o reconhecimento pelo STF das uniões homoafetiva; a participação nas políticas sociais, o acesso Integral da população LGBT no SUS, o direito ao processo transexualizador, o uso do nome social; ampliação da participação e o controle social, os instrumentos legais de políticas públicas de enfrentamento ao preconceito, à discriminação e promoção dos direitos humanos de LGBT, por meio das Conferências, da Coordenação Geral de Promoção dos Direitos LGBT, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT, Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência LGBT, Comitê Técnico de Cultura do MinC e o Disque 100 LGBT.

LGBT hoje não canta mais o hino da fome, a situação é diferente; enfrentamos uma crise do capitalismo, mas garantimos nas urnas a continuidade do projeto político que vem demonstrando compromisso com o enfrentamento às desigualdades. Contudo, forças reacionárias, golpistas, conservadoras e fundamentalistas, usam instrumentos políticos há séculos para nos oprimir; não suportam ver a justiça social, com distribuição de renda, como o bolsa família, minha casa minha vida, Luz para Todos, Ciências sem Fronteiras, as Ações Afirmativas, o ProUni, Pronatec, as cotas nas Universidades e no serviço público.

O povo brasileiro bate panela porque tem direitos sociais. A estagnação econômica agravada pelos partidos da direita, não aceitaram a derrota e não respeita o Estado Democrático de Direito, uma tentativa de implementar um golpe midiático-jurídico partidarizado, manipular mentes e corações, causando sensação de angústia e descrédito; aliados a um discurso de ódio e intolerância fundamentalista, uma verdadeira luta de classes, numa tentativa de dar um golpe nas conquistas da população de jovens, negr@s, mulheres, LGBT, comunidades tradicionais de terreiro, quilombolas, indígenas, população em situação de rua, pessoas vivendo com HIV/aids, entre outros historicamente excluídos da Democracia e dos espaços de Poder e decisão, geram o sentimento de ódio contra nós e contra a Democracia.

Precisamos neste momento defender a democracia, suas instituições, nossas conquistas, para que o nosso projeto democrático e de participação, onde a classe trabalhadora, nós LGBT, as mulheres, estudantes; não sejamos derrotados, só com a Democracia podemos ver o país crescer e avançar nos direitos e igualdade de oportunidades".

Por isso, nesta sexta-feira, 18 de março, venha você também defender a Democracia!"

Brasil, 17 de Março de 2016.

Assinam:

União Nacional LGBT

Articulação brasileira de gays – Artgay Articulação

ABGLT

ANTRA

MOVELOS (CEARÁ)

FÓRUM PAULISTA LGBT


GRUPO LAMBDA LGBT

 FPTT

Rede de Juventude Alexandre Ivo

FALGBT


Do Portal Vermelho 

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