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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 03, 2012

A crise nuclear no Japão acelera-se há um ano do terremoto

Há um ano do devastador terremoto seguido por um tsunami de 11 de março, o Japão enfrenta a pior crise nuclear de sua história, sem medidas efetivas para conseguir eliminar a inquietude de seus habitantes.
O Governo do atual premiê Nishirio Noda instrumenta uma medida após a outra para tentar paliar os erros e a falta de previsão que, inclusive, obrigou seu antecessor a renunciar, Naoto Kan.
Organizações ambientalistas, grupos políticos e especialistas sobre o tema sustentam que nenhum projeto para reacomodar os mais de 80 mil evacuados dos arredores da danificada central nuclear de Fukushima pode ser aplicado.
Os fatores na contramão a esse respeito incluem um aumento constante da temperatura dos danificados reatores da planta, a comprovação de contaminação radioativa nas áreas vizinhas e a falta de um adequado projeto nacional sobre a indústria nuclear.
Oficialmente reconheceu-se a insuficiente preparação para enfrentar uma catástrofe de tal magnitude e a carência de relatórios confiáveis a respeito da segurança das 54 centrais nucleares japonesas.
Neste momento, somente duas dessas instalações funcionam e aprovou-se limitar a vida útil de cada planta até 40 anos, com a crescente oposição de grupos sociais e especialistas como os da Universidade Meiji, de Tóquio.
Muitos duvidam de que o primeiro centro para a desnuclearização na região de Fukushima possa ser efetivo, já que os especialistas estimam que tal tarefa pode durar não menos de 20 anos.
De igual maneira, é questionado um novo plano de alerta de tsunamis da Agência Meteorológica Nacional, ineficiente nas etapas e preparação para o que ocorreu imediatamente após o terremoto de nove graus na escala Richter.
Até a data, as complicações técnicas, econômicas e sociais causadas pelo pior desastre na história do Japão superam na prática o terceiro orçamento de 115 bilhões de euros (mais de 120 bilhões de dólares), para a reconstrução.
Tóquio, 2 mar (Prensa Latina) [Modificado el ( viernes, 02 de marzo de 2012 )]
Fonte:
*opovonalutafazahistoria

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