Obama diz não estar blefando em ameaça militar ao Irã
Por Matt Spetalnick e Jeffrey Heller
WASHINGTON/OTTAWA- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez a ameaça mais direta até agora de uma ação militar norte-americana contra o programa nuclear iraniano, mas alertou Israel a não realizar um ataque preventivo.
"Como
presidente dos Estados Unidos, eu não blefo", disse Obama em
entrevista publicada na sexta-feira pela revista Atlantic, três dias
antes de receber o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na
Casa Branca.
Os
EUA temem as repercussões de um ataque unilateral de Israel às
instalações militares iranianas, e esse assunto deve dominar a reunião
em Washington.
Mas Netanyahu disse que buscará preservar a "liberdade de ação do Estado de Israel diante das ameaças de nos varrer do mapa".
Mas Netanyahu disse que buscará preservar a "liberdade de ação do Estado de Israel diante das ameaças de nos varrer do mapa".
O
Irã nega ter a intenção de desenvolver armas nucleares, e promete
reagir se sofrer um ataque. Os EUA continuam sendo os maiores aliados
de Israel nessa e em outras questões, mas Obama e Netanyahu têm
relações turbulentas, com uma clara desconfiança mútua.
Netanyahu
está tentando convencer Obama a definir mais claramente qual é o
limite nuclear que o Irã não pode cruzar, ao passo que o presidente
norte-americano pede a Israel que dê mais tempo para a busca por uma
solução diplomática, que inclui a imposição de sanções a Teerã.
"Acho que tanto o governo iraniano quanto o israelense reconhecem que, quando os Estados Unidos dizem que é inaceitável que o Irã tenha uma arma nuclear, estamos falando sério", disse Obama à Atlantic.
Ele
repetiu o bordão de que todas as opções estão sobre a mesa", mas
acrescentou termos mais diretos. "Isso inclui um componente militar. E
acho que as pessoas entendem isso", afirmou.
Ele
admitiu que Netanyahu tem uma "profunda responsabilidade" de proteger o
seu povo, mas apontou "consequências potenciais indesejadas" numa ação
militar. "Num momento em que não há muita simpatia pelo Irã, e que seu
único aliado real (a Síria) está nas cordas, queremos uma distração na
qual de repente o Irã se coloque como vítima?", argumentou.
Mas
Obama não pode ser duro demais com Netanyahu, já que os pré-candidatos
republicanos à Presidência fazem marcação cerrada sobre sua política
para o Oriente Médio, e tendem a criticar qualquer sinal de desgaste na
aliança com Israel. Por outro lado, a Casa Branca receia que uma nova
guerra no Oriente Médio semeie o caos e faça o preço do petróleo
disparar.
Netanyahu
está no Canadá e chega no domingo a Washington. Na sexta-feira, ele
disse a jornalistas em Ottawa que não acredita em uma negociação
internacional para tentar impedir o Irã de obter armas atômicas. "Acho
que a comunidade internacional não deveria cair nessa armadilha",
declarou.
(Reuters)
Reportagem adicional de Caren Bohan
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