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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Após 17 anos, a Justiça age contra "Trensalão"

A Justiça demorou 17 anos para agir contra o 'trensalão' - cartel que envolveu grandes empresas em contratos no setor metroferroviário paulista, durante governos do PSDB. A demora é criticada por Ricardo Kotscho, em seu blog. Ele também ressalta que a mídia não deu o destaque necessário para a notícia, veiculada ontem, de que a Justiça de São Paulo bloqueou bens da Alstom, envolvido no escândalo, e do conselheiro do TCE Robson Marinho. Ele diz que o caso tem o mesmo "modus operandi" do chamado 'petrolão'. Leia abaixo:

Após 17 anos, a Justiça age contra "Trensalão"


A Justiça demorou 17 anos para agir contra o 'trensalão' - cartel que envolveu grandes empresas em contratos no setor metroferroviário paulista, durante governos do PSDB. A demora é criticada por Ricardo Kotscho, em seu blog. Ele também ressalta que a mídia não deu o destaque necessário para a notícia, veiculada ontem, de que a Justiça de São Paulo bloqueou bens da Alstom, envolvido no escândalo, e do conselheiro do TCE Robson Marinho. Ele diz que o caso tem o mesmo "modus operandi" do chamado 'petrolão'. Leia abaixo:

Após 17 anos, a Justiça age contra "Trensalão"

Nenhum dos nossos jornalões deu esta notícia em manchete, mas merecia. O caso é de 1998, quando o governador era Mário Covas, do PSDB. Só agora, a Justiça resolveu agir para recuperar os prejuízos milionários causados aos cofres públicos de São Paulo pelo cartel formado por empresas multinacionais e agentes públicos, popularmente conhecido como "Trensalão".

Nesta segunda-feira, finalmente, a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital, decretou o bloqueio de bens, no valor de R$ 282 milhões, de Robson Marinho, ex-chefe de gabinete de Covas e atual conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, e da multinacional francesa Alstom, entre outros.

Apesar de ser em tudo semelhante ao "modus operandi" do esquema do "Petrolão" petista, que começou a ser investigado no ano passado, e já levou muita gente para a cadeia, o "Trensalão" tucano não mereceu a mesma atenção e presteza da Justiça e da mídia, mostrando o caráter seletivo dado aos casos de corrupção que assolam nosso país, faz muito tempo.

Na Folha, o decreto da juíza não mereceu nem chamada de capa e apareceu escondidinha num canto da página A10, quase pedindo desculpas, sob o título "Justiça bloqueia bens de Robson Marinho, do TCE". Quem não conhece o passado de Marinho nem o que quer dizer TCE, nem nunca ouviu falar em "Trensalão", passa batido.

No concorrente Estadão, a notícia mereceu chamada e mais destaque numa página interna, dando maiores detalhes da história, mas sem em nenhum momento falar em escândalo, nem citar a palavra pela qual o caso ficou conhecido.

Só relembrando: fundador do PSDB e homem de confiança de Mário Covas, Marinho foi seu chefe da Casa Civil entre 1995 e 1997, sendo indicado para o Tribunal de Contas em 1998, quando esta história começou, 17 anos atrás. Segundo o Estadão, "o conselheiro está sob suspeita de ter recebido na Suíça US$ 2,7 milhões em propinas da Alstom, entre os anos 1998 e 2005 (US$ 3,059 milhões em valores atualizados)".

Os promotores de Justiça Silvio Antonio Marques, José Carlos Blat e Marcelo Daneluzzi acusam Robson Marinho de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e de ter participado de um "esquema de ladroagem do dinheiro público". Na ação de improbidade, eles pediram o bloqueio total de R$ 1,129 bilhão, valor referente aos danos causados pelos acusados ao erário e à multa processual. Todos os réus juntos devem, por responsabilidade solidária, pagar este valor.

"Há provas robustas sobre o esquema de corrupção que envolveu o conselheiro do Tribunal de Contas e grandes empresas", justificou o promotor Blat. Em sua defesa, Marinho negou tudo: "Nunca recebi um tostão da Alstom, nem na Suíça, nem no Brasil".

Como cabe recurso contra a liminar, não se sabe quando esta história vai chegar ao fim. Ninguém ainda foi preso, mas agora, pelo menos, e já não era sem tempo, o "Trensalão" tucano está saindo da clandestinidade, antes que tudo prescreva e seja esquecido.

KOTSCHO CRITICA POUCA ATENÇÃO DA MÍDIA E DA JUSTIÇA AO ‘TRENSALÃO’ 
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/168834/Kotscho-critica-pouca-atenção-da-mídia-e-da-Justiça-ao-‘trensalão’.htm

Queima de arquivo:
Mascarados sumiram com provas do propinoduto dos tucanos paulistas, queimando 15 mil caixas de documentos
http://www.istoe.com.br/reportagens/316677_QUEIMA+DE+ARQUIVO

Nenhum dos nossos jornalões deu esta notícia em manchete, mas merecia. O caso é de 1998, quando o governador era Mário Covas, do PSDB. Só agora, a Justiça resolveu agir para recuperar os prejuízos milionários causados aos cofres públicos de São Paulo pelo cartel formado por empresas multinacionais e agentes públicos, popularmente conhecido como "Trensalão".

Nesta segunda-feira, finalmente, a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da Capital, decretou o bloqueio de bens, no valor de R$ 282 milhões, de Robson Marinho, ex-chefe de gabinete de Covas e atual conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, e da multinacional francesa Alstom, entre outros.

Apesar de ser em tudo semelhante ao "modus operandi" do esquema do "Petrolão" petista, que começou a ser investigado no ano passado, e já levou muita gente para a cadeia, o "Trensalão" tucano não mereceu a mesma atenção e presteza da Justiça e da mídia, mostrando o caráter seletivo dado aos casos de corrupção que assolam nosso país, faz muito tempo.

Na Folha, o decreto da juíza não mereceu nem chamada de capa e apareceu escondidinha num canto da página A10, quase pedindo desculpas, sob o título "Justiça bloqueia bens de Robson Marinho, do TCE". Quem não conhece o passado de Marinho nem o que quer dizer TCE, nem nunca ouviu falar em "Trensalão", passa batido.

No concorrente Estadão, a notícia mereceu chamada e mais destaque numa página interna, dando maiores detalhes da história, mas sem em nenhum momento falar em escândalo, nem citar a palavra pela qual o caso ficou conhecido.

Só relembrando: fundador do PSDB e homem de confiança de Mário Covas, Marinho foi seu chefe da Casa Civil entre 1995 e 1997, sendo indicado para o Tribunal de Contas em 1998, quando esta história começou, 17 anos atrás. Segundo o Estadão, "o conselheiro está sob suspeita de ter recebido na Suíça US$ 2,7 milhões em propinas da Alstom, entre os anos 1998 e 2005 (US$ 3,059 milhões em valores atualizados)".

Os promotores de Justiça Silvio Antonio Marques, José Carlos Blat e Marcelo Daneluzzi acusam Robson Marinho de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e de ter participado de um "esquema de ladroagem do dinheiro público". Na ação de improbidade, eles pediram o bloqueio total de R$ 1,129 bilhão, valor referente aos danos causados pelos acusados ao erário e à multa processual. Todos os réus juntos devem, por responsabilidade solidária, pagar este valor.

"Há provas robustas sobre o esquema de corrupção que envolveu o conselheiro do Tribunal de Contas e grandes empresas", justificou o promotor Blat. Em sua defesa, Marinho negou tudo: "Nunca recebi um tostão da Alstom, nem na Suíça, nem no Brasil".

Como cabe recurso contra a liminar, não se sabe quando esta história vai chegar ao fim. Ninguém ainda foi preso, mas agora, pelo menos, e já não era sem tempo, o "Trensalão" tucano está saindo da clandestinidade, antes que tudo prescreva e seja esquecido.

KOTSCHO CRITICA POUCA ATENÇÃO DA MÍDIA E DA JUSTIÇA AO ‘TRENSALÃO’
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/168834/Kotscho-critica-pouca-atenção-da-mídia-e-da-Justiça-ao-‘trensalão’.htm

Queima de arquivo:
Mascarados sumiram com provas do propinoduto dos tucanos paulistas, queimando 15 mil caixas de documentos
http://www.istoe.com.br/reportagens/316677_QUEIMA+DE+ARQUIVO


*piggolpista

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