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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 04, 2015

NOTA OFICIAL - APOIO ÀS OCUPAÇÕES] Os Gaviões da Fiel Torcida


Stella Tobar compartilhou a foto de GRÊMIO GAVIÕES DA FIEL TORCIDA.NOTA OFICIAL - APOIO ÀS OCUPAÇÕES]
Os Gaviões da Fiel Torcida, entendendo seu papel histórico além das arquibancadas, como movimento social que também é, vem a público declarar seu total apoio à juventude estudantil que hoje ocupa centenas de escolas por todo o estado, em protesto contrário à reorganização imposta pelo Governo Estadual.
A exemplo do que fizemos na época da maior greve de professores da história, onde apoiamos a causa de forma explícita, reiteramos nossa preocupação com a qualidade e desenvolvimento da educação pública do país (neste caso, do Estado).
Tendo em vista a importância da juventude como sendo o futuro do Brasil, consideramos que o fechamento de escolas seja justamente o caminho oposto da melhoria que todo cidadão espera para a educação pública. Lamentamos ainda, que tais fechamentos, denominados erradamente de "reorganização", sejam um ato imposto de forma arbitrária pelo Governador, sem qualquer abertura de diálogo com a sociedade, alunos e professores.
Sendo assim, declaramos total concordância com a causa e, acima de tudo, desejamos muita força e disposição para esses jovens, onde enxergamos uma verdadeira aula de cidadania a todos nós.
Por fim, nos colocamos à disposição dos estudantes, para o que e como pudermos ajudar. Internamente, abriremos uma discussão para estudarmos as possíveis contribuições que podemos dar ao movimento e às legítimas ocupações.
Sem mais para o momento.
// DIRETORIA DOS GAVIÕES DA FIEL TORCIDA \\


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