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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 09, 2016

Eduardo Cunha, que é primo do dono da Band, Johnny Saad, pode virar vice-presidente e se livrar da cassação, num golpe




Primeiro, deixa explicar o porquê de fazer esta citação do Saad no título. É que li num texto doLaurindo Lalo Leal Filho que a jornalista Barbara Gancia foi demitida da Band:
"Fui demitida da Band porque me recusei a pegar leve com o Eduardo Cunha. Um belo dia recebo uma orientação: você não pode falar do Eduardo Cunha porque ele é primo do Johnny Saad (dono da emissora). Como assim, eu sou comentarista. Jamais poderia aceitar uma coisa dessas"

Então, durante um tempo vou lembrar ou informar a todo mundo que o dono da Band, Johnny Saad, é primo do Eduardo Cunha.

Agora, vamos ao resto do título. Caso Dilma sofra impeachment (não acredito nisso, o jogo virou), Temer assume a presidência e Cunha (que é primo do dono da Band, Johnny Saad) vira vice. Já até fiz uma postagem sobre isso aqui.

Mas, tem mais: virando vice-presidente, Eduardo Cunha (que é primo do dono da Band, Johnny Saad) muda de patamar e seu processo de cassação na Câmara, que ele enrola e inacreditavelmente comanda há mais de seis meses, se transforma.

Como vice, ele só vai poder ser cassado por uma maioria de 2/3 da Câmara. Ou seja, jamais.

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