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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 06, 2016

O Brasil que a “Casa Grande” (e os coxas) querem

PIG, o mesmo que deu sustentação ao golpe de 1964, impõe terror por inflação “jamais vista” que está girando em torno 10%/ano com tendência de queda. E o pior, houve época muito mais perniciosa, com hiperinflação “medida oficialmente” de 499,2%/ano. Mas todos que vivemos à época sabemos que foi mais de 1.000%/ano. Sem contar os diversos e mirabolantes “planos econômicos” que cortavam três zeros do nosso dinheiro. E o PIG, principalmente a Globo, Folha, Estadão e Veja sempre apoiaram.
Por: Eliseu 
golpe_folha_Tenho acompanhado a política brasileira há mais de meia década, quando aos 8 anos, logo no início do “regime”, meu pai foi preso pelos malfadados militares que se perpetuaram no poder por 21 anos, cometendo todo tipo de atrocidade.
Cometeram atrocidades com as pessoas, prendendo sem provas, torturando e matando sem nunca terem respondido por isso. Cometeram atrocidades no campo econômico, com o ditomilagre econômico. Este “milagre” foi bancado às custas de empréstimos no exterior, que causou elevada inflação no período, que ficou entre 15% e 20% ao ano. Hoje o PIG, o mesmo que deu sustentação ao golpe de 1964, impõe terror por inflação “jamais vista” que está girando em torno 10%/ano com tendência de queda. E o pior, houve época muito mais perniciosa, com hiperinflação “medida oficialmente” de 499,2%/ano. Mas todos que vivemos à época sabemos que foi mais de 1.000%/ano. Sem contar os diversos e mirabolantes “planos econômicos” que cortavam três zeros do nosso dinheiro. E o PIG, principalmente a Globo, Folha, Estadão e Veja sempre apoiaram.
Consequentemente houve o aumento da dívida externa, que só foi sanada no governo Lula. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do Brasil nos anos futuros, e até hoje, pois criou uma dependência com relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), além de comprometer uma significativa fatia do orçamento para pagamento de juros da dívida.Embora a economia tenha crescido consideravelmente, não houve distribuição de renda e, portanto, aumentou ainda mais as desigualdades sociais no país com o aumento da concentração de renda nas mãos dos mais ricos. E a educação foi relevada à segundo plano. Quanto mais analfabetos, “melhor”, é o que pensa a elite.
golpeAgora vemos diuturnamente a mídia “batendo” na Presidenta Dilma, eleita por mais de 54,5 milhões de votos, dizendo que ela “acabou com o Brasil”. Por sua vez os políticos, encabeçados por Michel Temer, Eduardo Cunha, ambos do PMDD e na linha sucessória respectivamente, e pelo inconformado perdedor Aécio Neves (PSDB), tentam a todo custo dar um golpe de Estado disfarçado de impeachment. E o mais triste: vendo parte da população desinformada, analfabetos funcionais, que só veem Globo e similares acreditando nessa barbárie.
Concomitante à isso temos parte do judiciário também comprometido com a “Casa Grande”, como o juiz Sérgio Moro que foi censurado pelo STF por conduta irregular no caso da divulgação dos “grampos” com conversas da Presidenta da República. Também parte do STF, como o Ministro Gilmar Mendes que vem dando entrevistas à mídia fazendo prejulgamento de processos em andamento.
E como prova da parcialidade do judiciário, o Presidente da Câmara que aceitou o pedido de impeachment de Dilma, Eduardo Cunha, conhecido bandido, réu em vários processos no STF, não é cassado nem preso. Com o apoio de seus asseclas e a benevolência do STF, Cunha vem protelando sua cassação e prisão.
seduardo-cunha-pmdb-rj-em-sessao-na-camaraDe acordo com matéria do Rede Brasil Atual, Cunha protocolou na mesa diretora, na noite de ontem (5), um pedido para cancelar convite feito pelo relator do processo que o investiga no Conselho de Ética da Casa, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), a oito testemunhas que estão sendo investigadas na operação Lava Jato e que citaram o parlamentar durante depoimentos diversos. O argumento é que o processo do conselho investiga apenas se ele mentiu ao depor em comissão dizendo não ter contas no exterior uma vez que a mentira configura a quebra de decoro parlamentar e já pode levá-lo à cassação. Diante disso, sua defesa entende que outras denúncias feitas contra o presidente da Câmara por temas diferentes não poderiam ser objeto de convocações.
É esse o Brasil que a elite (com toda razão) quer de volta. O problema é que boa parte da população de pobres desinformados (os coxinhas), que também sofrerão as consequências ululam em apoio aos que lhes querem mal. Por exemplo, a FIESP.
*OCarcará

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