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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 22, 2012

A COMISSÃO DA VERDADE E O DIREITO AO PRANTO

O golpe político e militar contra o governo legítimo do presidente João Goulart, por mais se tente identificar como revolução, foi ato contra a República e de submissão à potencia estrangeira que o planejou, organizou e financiou.
 
 Assim ocorreu aqui e em outros paises do continente.

-se de ofensa imperdoável à nação de brasileiros. Hoje, com os documentos existentes e divulgados, não há dúvida de que a interrupção do processo democrático de desenvolvimento econômico e social do país se fez na defesa dos interesses do governo norte-americano no mundo. 

Essa origem externa não exculpa, e, sim, agrava a responsabilidade histórica dos brasileiros que aderiram ao movimento, mesmo que se escudem na defesa da ordem, da fé, das famílias e da virgindade de suas donzelas, como tantos religiosos pregaram do púlpito.

O golpe só foi possível porque frágeis eram (e frágeis continuam a ser) as instituições nacionais. A história republicana, maculada pela nostalgia oligárquica do Império, se fez no confronto entre a necessidade democrática e a reação conservadora. E, a partir da Revolução de 30, que se fez para modernizar e democratizar o Brasil, os golpes e tentativas de golpe passaram a ser freqüentes sob a influência da expansão imperialista americana e o então projeto nazista de estabelecer em nossas terras uma Germânia Austral.

Mas, não é este o espaço para discutir o que ocorreu em 1937, e o que teria ocorrido se as eleições de 1938 se realizassem, com a prevista vitória eleitoral do filo-fascista Plínio Salgado (foto abaixo). 

O fato é que Vargas se tornou a personalidade mais querida e mais poderosa do país, ao eleger-se presidente em 1950 e retomar o seu projeto nacional de desenvolvimento, frustrado pelo governo Dutra.

Ainda assim, com toda a sua popularidade, o presidente foi sitiado por uma terrível campanha parlamentar e jornalística, a pretexto do atentado da Rua Toneleros, até hoje não bem explicado, e que também merece ser investigado a fundo. Por detrás de tudo - sabemos hoje também com a divulgação de documentos norte-americanos - atuava o interesse de Washington contra os projetos de desenvolvimento do país. A criação de empresas estatais como a Petrobrás e a Eletrobrás era o sinal de que o Brasil buscava, com firmeza, sua segunda independência.

A nação reagiu contra o cerco a Getúlio Vargas (foto acima), rompido pelo grande presidente com a coragem do suicídio, e elegeu Juscelino, meses depois. Nova tentativa de ruptura do processo, em novembro de 1955, foi contida com o apoio de boa parcela das Forças Armadas, e o político mineiro pôde assumir a Presidência e dar o grande salto que completou a Revolução de 30, na efetiva modernização do país.
A Comissão da Verdade, como parece claro, não pretende buscar culpados, mas tem como prioridade saber o que ocorreu a centenas de brasileiros, entre eles Herzog e Manuel Fiel Filho, dos últimos trucidados por funcionários do Estado, que agiam em nome do governo militar. Na mesma ocasião, e de forma clandestina, dezenas de comunistas – que não participavam da luta armada – foram também executados pelo regime.

Quase todos nós nos sentimos torturados no sumo da alma, com as declarações de cabo Anselmo à televisão, ao fazer a apologia da entrega de pessoas indefesas à sanha de psicopatas treinados cientificamente para torturar jovens e velhos, homens e mulheres. E da entrega de mulheres grávidas aos torturadores como, sem arrependimento e com orgulho, declarou ter feito com a sua.
Todos os que perderam seus pais e filhos, irmãos e irmãs, maridos e mulheres, amigos e companheiros, têm direito ao pranto, se não diante de seus mortos, pelo menos diante da reconstituição de seus derradeiros momentos. Devem conhecer o lugar e o dia em que pereceram, para ali chorar. O direito ao pranto é tão necessário quanto o direito a viver. É assim que nos comovemos com a emoção da Presidente Dilma Roussef, na cerimônia de quarta-feira.

É certo que, no próprio processo investigatório, será difícil não se inteirar de atos praticados pelos que resistiam à Ditadura. Conhecê-los não macula os que os praticaram, nas duras condições dos combates nas trevas, para lembrar a imagem do historiador Jacob Gorender. A culpa real não cabe a quem age em defesa da legitimidade republicana, e, sim, aos que, ao praticar o crime de lesa populi, provocaram a reação desesperada de suas vítimas.


DESMATAMENTO E TRABALHO ESCRAVO ALIMENTAM CADEIA DE AÇO


Greenpeace - 17 de maio de 2012
O estudo "Carvoaria Amazônia”, produzido pelo Greenpeace, mostra irregularidades na cadeia de produção do ferro gusa. Siderúrgica envolvida contesta acusações. A cada quatro horas, ativistas do Greenpeace se revezam pendurados na corrente da âncora do navio Clipper Hope. Nesta quarta-feira (16/05), a ação, que tem prazo indeterminado, completa 48 horas. O cargueiro impedido de trafegar está a serviço da empresa maranhense Viena Siderúrgica e tenta ancorar na baía de São Marcos, a 20 quilômetros de São Luís, no Maranhão, para receber um carregamento estimado de 30 mil toneladas de ferro gusa. -"Não pretendemos sair daqui”, disse por telefone Paulo Adário, que lidera a ação pelo Greenpeace. Ele conversou com a DW Brasil a bordo do navio Rainbow Warrior, usado pela ONG em protestos em todo mundo.
A ação dos ativistas quer chamar a atenção para a cadeia de produção do ferro gusa, matéria-prima do aço, que tem deixado um rastro de destruição na Amazônia, denuncia a organização ambientalista. Simultaneamente ao protesto, a ONG lançou o relatório "Carvoaria Amazônia: como a indústria de aço e ferro gusa está destruindo a floresta com a participação de governo”, que coletou informações ao longo de dois anos sobre a atividade no Norte do Brasil.
Carvão: a raiz do problema
O estudo do Greenpeace afirma que a cadeia de produção do ferro na região amazônica do país inclui desmatamento, trabalho escravo e desrespeito a povos indígenas. E ainda: gigantes como Ford, General Motors, Nissan, Mercedes, BMW e a produtora de equipamentos agrícolas John Deere teriam participação indireta nessas irregularidades. Cerca de 80% de todo o ferro gusa ligado à devastação da região são exportados para os Estados Unidos para abastecer essas marcas.
A matéria-prima é extraída em Carajás, nos territórios do Pará, Amazonas e Tocantins. A região se tornou um polo de produção de ferro a partir da década de 1980 – de lá para cá mais de 40 altos-fornos se instalaram no local, operados por 18 empresas guseiras. A demanda por carvão para alimentar os altos-fornos deu origem a inúmeras carvoarias.
"O que sobrou de mata amazônica no Maranhão está dentro de áreas protegidas ou são terras indígenas. E essas áreas têm sido invadidas por madeireiros que buscam madeira para exportação e consumo interno e para produção de carvão”, acusa Adário. Dados oficiais mostram que 75% da floresta original que cobria o estado já foram desmatados.O uso de mão de obra análoga à escrava em carvoarias isoladas no meio da mata é, segundo a Comissão Pastoral da Terra, de conhecimento das autoridades: entre 2003 e 2011, foram libertados mais de 2.700 trabalhadores em situação degradante. Muitas dessas carvoarias, diz o relatório, usam madeira obtida de forma ilegal para produzir o carvão. Esse combustível irá, mais tarde, aquecer os altos-fornos para transformar o ferro gusa.No final de 2011, o Ibama comprovou que as maiores siderúrgicas do Pará utilizam carvão ilegal na produção do ferro-gusa. "Mais do que isso, as siderúrgicas fomentam o desmatamento da floresta amazônica em todo o sul e sudeste paraense para obter o carvão de que precisam, acobertando essa origem irregular com Guias Florestais fraudadas”, afirmou Luciano da Silva, coordenador da operação que foi batizada como Saldo Negro.O Ibama estimou, por exemplo, que o consumo de carvão vegetal da Siderúrgica do Pará, empresa de porte médio, correspondeu nos últimos cinco anos a 370 quilômetros quadrados de desmatamento ilegal.
Viena Siderúrgica contesta acusações
Outra empresa problemática, afirma Paulo Adário, é a Viena Siderúrgica. O navio Clipper Hope, impedido de atracar pelos ativistas do Greenpeace, será carregado com ferro gusa obtido nos altos-fornos dessa companhia e seguirá para os Estados Unidos.Questionada, a Viena Siderúrgica disse que foi surpreendida com o teor do relatório Carvoaria Amazônia. "Documentos em poder da empresa, tais como licença de operação e comprovação de regularidade no sistema DOF administrado pelo Ibama, comprovam a regularidade dos fornecedores no período em que a Viena manteve negociações com estes”, escreveu Wanderley M. dos Santos, advogado da siderúrgica, em resposta à DW Brasil.Ainda segundo o advogado, "a siderúrgica repudia todas as práticas citadas pelo relatório, reafirmando que sempre trabalhou para ser reconhecida pelas práticas socioambientais adequadas, por projetos de transformação social nas comunidades próximas à empresa e pela transparência de suas ações”.
Solução para o problema
Para o Greenpeace, não basta que o governo brasileiro combata as ilegalidades sociais e ambientais. "As montadoras, construtoras e outros consumidores de aço precisam identificar se os fornecedores de ferro gusa processado com carvão vegetal respeitam as leis brasileiras”, exige a ONG.Esse grandes consumidores, adiciona Paulo Adário, precisam adotar procedimentos para monitorar se sua cadeia de suprimento não destrói a floresta, não contém matéria-prima proveniente de áreas protegidas ou de terras indígenas, nem emprega mão de obra análoga à escrava.

Nádia Pontes
*educomambiental

Deus lhe pague: Bispo derruba em 85% o Ibope da Band em horário nobre

 


A Band arrecada quase R$300 milhões por ano com a venda de horários para igrejas, mas esse dinheiro também tem um altíssimo custo para a emissora: toda noite em que o pastor R.R. Soares, da Igreja Internacional, entra no ar, a Band perde quase imediatamente 85% da sua audiência.

Parece difícil acreditar, mas, minutos antes de o “Show da Fé” começar, a Band registra uma média de 6 pontos, com o “Jornal da Band”. Porém, cinco minutos após o pastor Soares iniciar a pregação, esse índice cai para 1 ponto, de onde dificilmente sai até o final, ou até menos.

Ou seja, o programa evangélico tira quase imediatamente 85% do ibope no horário mais valioso da TV brasileira.

Diga-me com tu andas....

 



O candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra, recebe oficialmente o apoio do partido Democratas, o DEM, partido de Demóstenes Torres, mergulhado na lama do Cachoeira e do ex governador Arruda que ja passou uma temporada na cadeia depois de roubar os cofres públicos do Distrito Federal

Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde 2000. O DEM, é o campeão com 69 cassações, tem o equivalente a 9,02% de todos os políticos cassados no período de apuração. Esse é o partido que está apoiando José Serra á prefeitura de São Paulo
*osamigosdopresdientelula

Safatle: resistir a
torturador não é crime


Toda violação será castigada


“Toda violação dos direitos humanos será investigada.” Com essa frase, Gilson Dipp, um dos integrantes da Comissão da Verdade, procurou constranger setores da esquerda que procuram levar a cabo as exigências de punição aos crimes da ditadura militar.


Trata-se de pressupor que tanto o aparato estatal da ditadura militar quanto os membros da luta armada foram responsáveis por violações dos direitos humanos. É como se a verdadeira função da Comissão da Verdade fosse referendar a versão oficial de que todos os lados cometeram excessos equivalentes, por isso o melhor é não punir nada.


No entanto o pressuposto de Dipp é da mais crassa má-fé. Na verdade, com essa frase, ele se torna, ao contrário, responsável por uma das piores violações dos direitos humanos.


Sua afirmação induz à criminalização do direito de resistência, este que -desde a Declaração dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão- é, ao lado dos direitos à propriedade, à segurança e à liberdade, um dos quatro direitos humanos fundamentais.


Digamos de maneira clara: simplesmente não houve violação dos direitos humanos por parte da luta armada contra a ditadura. Pois ações violentas contra membros do aparato repressivo de um Estado ditatorial e ilegal não são violações dos direitos humanos. São expressões do direito inalienável de resistência.


Os resistentes franceses também fizeram atos violentos contra colaboradores do Exército alemão durante a Segunda Guerra, e nem por isso alguém teve a ideia estúpida de criminalizar suas ações.


Àqueles que se levantam para afirmar que “a guerrilha matou tal soldado, tal financiador da Operação Bandeirantes”, devemos dizer:


“Tais ações não podem ser julgadas como crimes, pois elas eram ações de resistência contra um Estado criminoso e ditatorial”.


O argumento de que tais grupos de luta armada queriam implementar regimes comunistas no país não muda em nada o fato de que toda ação contra um Estado ilegal é uma ação legal. O que está em questão não é o que tais grupos queriam, mas se um Estado ilegal pode criminalizar ações contra sua existência impetrada por setores da população.


Como se não bastasse, integrantes da Comissão da Verdade que dizem querer investigar ações dos grupos de resistência “esquecem” que os membros da luta armada julgados por crimes de sangue não foram anistiados. Eles apenas receberam uma diminuição das penas.


Ou seja, os únicos anistiados foram os militares, graças a uma lei que eles mesmos fizeram, sem negociação alguma com a sociedade civil.



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Charge do Dia

Metrô tucano

Lula paulistano 

“Recebo com orgulho esse carinho da Câmara de Vereadores de São Paulo. E o recebo como um carinho destinado a todos os nordestinos que vieram para São Paulo, que ajudaram a construir a cidade e nela encontraram oportunidades, e hoje são pais, avós e bisavós de paulistanos”, diz Lula em seu discurso de agradecimento ao títulos de Cidadão Paulistano, à Medalha Anchieta e ao Diploma de Gratidão da cidade de São Paulo.

Grande Lula, pode continuar contando conosco

"Não vou me matar como Getúlio [Vargas] e não vou fugir obrigado como o João Goulart. Só tem um jeito de eles me pegarem aqui: é eles enfrentarem o povo nas ruas deste país"
Ex-presidente reafirma a tese de que o mensalão foi tentativa de golpe contra seu governo, às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal.

 22 de Maio de 2012 - 247

247 – Ao receber uma homenagem da Câmara Municipal de São Paulo, o ex-presidente Lula voltou a se referir ao escândalo do mensalão como uma tentativa de golpe para tirá-lo do poder. "Não vou me matar como Getúlio [Vargas] e não vou fugir obrigado como o João Goulart. Só tem um jeito de eles me pegarem aqui: é eles enfrentarem o povo nas ruas deste país", afirmou. A declaração foi feita às vésperas do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal.

Leia na reportagem da Folha:

Às vésperas do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente voltou ontem a descrever o escândalo como uma tentativa de golpe ao receber homenagem da Câmara Municipal de São Paulo.

"O PT era mais atacado do que hoje por grande parte dos políticos da oposição e por uma parte da imprensa brasileira. Na verdade, era um momento em que tentaram dar um golpe neste país."

Lula disse ter se comparado na época a ex-presidentes que não completaram seus mandatos. "Não vou me matar como Getúlio [Vargas] e não vou fugir obrigado como o João Goulart. Só tem um jeito de eles me pegarem aqui: é eles enfrentarem o povo nas ruas deste país", afirmou.

O ex-presidente disse que a oposição se intimidou depois que ele recebeu apoio de movimentos populares.

"Aquilo foi a coisa que mais deixou eles com medo de continuar na luta pelo impeachment", afirmou.

Lula agradeceu o apoio na crise do vereador Agnaldo Timóteo (PR), a quem convidou a se filiar ao PT. Timóteo cantou música e vestiu um sobretudo vermelho para homenageá-lo. 
*Brasilmostraatuacara

Collor defende novamente depoimento à CPI de Roberto Civita, Policarpo Jr e Roberto Gurgel



O senador Fernando Collor (PTB-AL) defendeu mais uma vez o depoimento do dono da editora Abril, Roberto Civita; do diretor da revista Veja em Brasília, jornalista Policarpo Júnior; e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira.
De acordo com o senador, está em curso “mais uma tentativa de manipulação da opinião pública”. Ele acredita que o objetivo é “fazer a sociedade acreditar que há uma campanha de cerceamento à liberdade de imprensa e de controle dos meios de comunicação, simplesmente por se tentar investigar ligações da revista Veja com o crime organizado, por se tentar ouvir o jornalista Policarpo Júnior e o senhor Roberto Civita numa CPI”.
- Nada mais retrógrado, dissimulado e miasmático do que a velha e conhecida tática de desviar o foco do debate para encobrir a realidade – afirmou o senador.
Collor disse haver “fortes indícios” de que a revista, depois de uma nítida mudança de sua linha editorial nos últimos 30 anos, vem, há quase uma década, “mantendo ligações escusas e suspeitas com uma organização criminosa, por meio de troca de favores, por meio de troca de informações, por meio de tráfico de influencia”.
Para o senador, é preciso ficar claro até que ponto há uma “coabitação perniciosa que extrapola uma mera relação jornalista-fonte”. Ele afirmou que investigar “essa coabitação” não tem nada a ver com cerceamento à liberdade de imprensa.
- Falamos de crimes, e não de ferir a livre manifestação – afirmou.
Para o parlamentar, Roberto Civita “encarna a figura do próprio departamento comercial” e sua revista “passou a viver do lobby editorial, para beneficiar outros grupos, e da necessidade de fabricar escândalos”. Para ele, a revista se equivale a “um autêntico cassino”, no qual suas diversas seções “são utilizadas como máquinas de caça níqueis”.
- Esta revista foi capaz de reunir, numa mesma equipe, nos últimos anos, confrades que se dedicam a transformar falsificadores de dossiês em vítimas de achacadores. E pior, utilizam-se de chantagens e meios truculentos contra os críticos da revista, mesmo que ex-colegas de redação, com ameaças por meio de dossiês forjados ou inexistentes. Esse é o modus operandi editorial da revista, sempre com o olhar para o comercial, o lucro – afirmou Collor.
O senador disse que o jornalista Policarpo Júnior – “vezeiro em escusos encontros no Parque da Cidade”, em Brasília – antecipa-se à ação e planeja, com a fonte, as informações a serem obtidas – sempre com a aquiescência de seu patrão.
- Presta-se a ser uma peça passiva em atos supostamente ilegais. E é isso que precisa ser investigado, já que tudo indica que esse esquema é uma das teias mais intrincadas, sofisticadas e importantes da rede supostamente criminosa montada pelo senhor Carlos Cachoeira – disse o senador.
Collor lembrou que Policarpo Júnior teve participação na CPI da Loterj, feita pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2004, e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em 2005, quando testemunhou a favor de Carlos Cachoeira. O senador defendeu o comparecimento espontâneo de Policarpo e de Roberto Civita para deporem na CPI e convencerem a opinião pública que “tudo não passa de uma relação típica da lide jornalística, como alegam”.
O parlamentar citou frases de diversos jornalistas sobre as práticas da revista, entre eles Luiz Nassif e Alberto Dines.
Collor disse, ainda, que “até agora ninguém explicou” o porquê de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a subprocuradora Claudia Sampaio Marques (esposa do procurador-geral) não terem tomado qualquer providência quanto ao inquérito da Operação Vegas. O senador citou diversas leis e duas resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público para afirmar que alguns veem, na ação de ambos, “materialização de crimes de prevaricação e de responsabilidade por descumprimento de prazo a que estão sujeitos os procuradores no trato e no desfecho de inquéritos nos quais se enquadram, acima de tudo, o dever de decidir e o prazo razoável”.
- Ou seja, a mais absoluta obediência ao princípio do dever de ofício. Assim, há que se investigar a motivação de posturas desse tipo. O que de fato há por trás dessa procrastinação? Que interesse outros moveram o procurador-geral da República para agir ou não agir desse modo? Já pensaram se todos os procuradores, baseados no exemplo do procurador-geral da República, desejassem fazer o mesmo? A sociedade espera uma resposta, uma resposta clara e insofismável – finalizou o senador.
*comtextolivre

A ocupação da América do Sul

Laerte Braga
O aumento constante e expressivo da presença militar dos Estados Unidos em países da América do Sul coloca em risco a segurança e a independência desses países e significa uma real ameaça de futuros conflitos numa região que os norte-americanos consideram como quintal.
Existem indícios claros que se organiza um golpe contra o presidente Hugo Chávez na Venezuela, que por extensão, numa teoria que os EUA gostam desde os tempos de Kissinger e é chamada de efeito dominó, e se estenderia a Bolívia, ao Equador e a Argentina. Países onde os governos são considerados hostis.
Essa presença militar é ostensiva no Peru, no Chile, na província do Chaco na Argentina e total na Colômbia. Não exclui a ação política de agentes dos EUA, de Israel, da União Europeia – a Grã Bretanha movimentou submarinos nucleares e equipados com mísseis também nucleares para as ilhas Malvinas – e políticos ou grupos de direita e extrema direita, caso, entre outros, do ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e do escritor peruano Vargas Llosa.
Os presidentes da Colômbia e Chile, Sebastian Piñera e Manuel Santos são alinhados incondicionais dos EUA e na prática não passam de "governadores" de províncias.
O controle da mídia de mercado, que se acentuou com a entrada de capital internacional em países como o Brasil, por exemplo, faz com que a percepção dessas políticas seja a menor possível e assim não desperte reações populares capazes de colocar em risco os dois pontos mais importantes da atual política dos EUA para a América do Sul. O Plano Grande Colômbia que inclui a região Amazônica inclusive a parte brasileira e o controle da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Uruguai).
No caso específico do Brasil o governo Dilma Rousseff dá sinais de ter abandonado a política de integração latino-americana e procura jogar as regras do jogo internacional, o mundo globalizado segundo a ótica e os interesses do capitalismo.
A Amazônia brasileira desde o governo FHC através do antigo projeto SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia – é controlada pelos norte-americanos. As imensas reservas de nióbio, outro exemplo, mineral estratégico e de fundamental importância para armas nucleares, estão em mãos de ingleses e mais de dois terços da produção e contrabandeada para países como a Grã Bretanha, os EUA, Bélgica e outros.
O controle da água e das imensas reservas de petróleo de países como o Brasil e a Venezuela é vital para os projetos norte-americanos. O não ter conseguido implementar políticas diretas para a instalação de bases militares no Brasil não significa que os EUA tenha deixado o país de lado, ou desconsiderado sua importância. A política externa brasileira de morde e sopra fez com que os norte-americanos passassem a considerar esse controle a partir da Colômbia, do SIVAM, do acorde de livre comércio firmado no governo Lula com Israel, que abriu as portas para a presença de empresas sionistas em setores estratégicos da economia e políticas de "colaboração" com o governo federal e governos estaduais na área de segurança pública.
E pela primeira vez, desde o fim do governo João Figueiredo, o último general da ditadura, um chefe militar – mesmo que na reserva – fala abertamente, em entrevista ao jornal ESTADO DE SÃO PAULO, em "poder moderador".
A constituição de 1988, por pressão dos militares, confere às forças armadas esse poder em caso de "graves" distúrbios políticos, econômicos ou sociais. O general Leônidas da Silva (ex-comandante do aparato repressivo no estado do Rio de Janeiro), ministro do Exército no governo Sarney, reagindo à Comissão da Verdade, que investiga os crimes da ditadura, foi claro ao afirmar que é necessária a "convocação do poder moderador".
Não importa que as circunstâncias sejam diversas, a conjuntura seja outra, mas claro está que a democracia em países da América do Sul é um ciclo consentido e sua efetiva transformação em realidade vai depender da reação de forças populares.
É uma luta que, em todos os países sul americanos, não vai ser travada dentro do mundo institucional limitado por essa espécie de camisa de força imposta por regimes totalitários – poder moderador –. A cumplicidade dos governos que se seguiram à ditadura no Brasil permitiu aos responsáveis pela repressão acumular forças para reagir agora à Comissão da Verdade. É um aspecto positivo do governo Dilma, ainda que não se saiba até que ponto a presidente terá forças para enfrentar a reação dos quartéis. A maioria dos militares brasileiros da ativa é leal a Washington e tem se deixado envolver pelos porões podres, mas ainda vivos, da ditadura militar.
Há uma ilusão nos países da América do Sul em relação aos governos dos EUA. Costuma-se acreditar que presidentes republicanos são diferentes de presidentes democratas na prática colonialista, o que é um equívoco. O que varia é a forma de agir. Republicanos chegam com areia e democratas com vaselina.
A derrubada de Chávez é quase uma obsessão em Washington e para isso a cumplicidade da direita venezuelana não vai se limitar a ações políticas. Se necessário for provocam um conflito social com o objetivo de cindir as forças armadas e criar condições para a intervenção internacional naquela conversa fiada de "ajuda humanitária" e "direitos humanos".
A doença do presidente abre espaços para especulações deliberadas na mídia de mercado, nas ações diplomáticas, no buscar criar confusão na opinião pública e no tentar impedir a permanência de Chaves, até agora imbatível nas urnas, fato que deverá se confirmar nas eleições de outubro deste ano.
Se o controle da América Central, a exceção de Cuba e Nicarágua se dá através de uma ostensiva presença militar, como se viu no golpe que derrubou Manoel Zelaya em Honduras, centro de uma escola militar de golpes dos EUA, o da América do Norte por governos dóceis no México e no Canadá (que os norte-americanos consideram um "México melhorado"), o da América do Sul começa a se tornar visível a olho nu na presença política, diplomática e militar e de governos controlados por Washington, no cerco a países considerados hostis.
Não é diferente do que fazem na África e a África, ou no Oriente Médio (por exemplo apoiar a junta militar egípcia, o governo da Jordânia e destruir Síria e Líbia), na Ásia no cerco militar (bases) da China, na dubiedade das políticas da Rússia de Putin, já que detêm o controle da União Europeia, a América do Sul, nessa visão totalitária dos EUA, não pode ser a exceção.
Tem que estar sob o tacão nazi/sionista de ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO S/A.
A reação não está no mundo institucional, mas nas forças populares. É o desafio.
*GilsonSampaio