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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 22, 2012

Dilma sugiere la expulsión de Paraguay del Mercosur




La presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, sugirió expulsar a Paraguay del Mercosur y de la Unasur, luego de conocerse la destitución del mandatario Fernando Lugo.
En una conferencia de prensa en la tarde del viernes, antes de hablar en la sesión de clausura de la Conferencia de las Naciones Unidas sobre el Desarrollo Sostenible, Río +20, Dilma reiteró que el MERCOSUR y UNASUR son organismos que tienen cláusulas en sus estatutos que requiere el respeto de las reglas democráticas.
"Hay pena anticipada" para aquellos que no cumplen con "los principios que caracterizan a una democracia", dijo Dilma. Para ella, el Paraguay está experimentando una "situación complicada".
Preguntado cuál es la pena para el Paraguay, optó por responder de una manera genérica. 
Dijo que para un país que viola la cláusula de la democracia la sanción es "la no participación de los organismos multilaterales. Es decir, la expulsión del MERCOSUR y UNASUR".

*MAriadapenhaneles

China oferecerá a brasileiros vagas em universidades

 


China oferecerá a brasileiros 5 mil vagas em universidades do país
Acordo foi assinado em reunião da presidente Dilma com premiê chinês.
Serão oferecidas anualmente 250 bolsas de estudo pelo governo da China.
Nathalia Passarinho
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou nesta terça-feira (21) que a China oferecerá a estudantes brasileiros beneficiários do Programa Brasil Sem Fronteiras cinco mil vagas em universidades do país asiático entre 2012 e 2015. O acordo foi firmado em reunião da presidente Dilma Rousseff com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no Rio de Janeiro, onde participam da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
A China oferecerá anualmente 250 bolsas de estudo. “Além disso, serão oferecidas pelo governo chinês 600 vagas nas universidades chinesas sem nenhum custo aos estudantes brasileiros do Programa Ciência sem Fronteira”, disse Mercadante. As demais vagas serão custeadas pelo governo brasileiro.
As bolsas serão oferecidas em áreas consideradas prioritárias pelo Ministério da Educação como engenharias, ciências da natureza e energia renováveis. As bolsas são para cursos de graduação, graduação sanduíche e pós-graduação, em instituições que ofereçam aulas em inglês.
China e Brasil também firmaram acordo para a criação de um centro de cultura brasileira na China, e um centro de cultura chinesa no Brasil.
*Nassif
Vai vendo: Policiais destroem e saqueiam sede da Inteligência da Bolívia



Policiais bolivianos queimam documentos na sede de Inteligencia da Polícia hoje (22/06) em La Paz 
Centenas de policiais saquearam e destruíram a sede da Inteligência da Bolívia, perto do palácio do governo de La Paz. Dezenas de agentes armados e encapuzados estavam no teto, enquanto outros queimaram documentos na rua, quebraram computadores e destruíram o edifício, informou a mídia local.
Os agentes marcharam diante do Palácio Quemado, onde fica o escritório do presidente Evo Morales, e depois atacaram os escritórios da Inteligência da Polícia Nacional.
Radicalização
Os protestos dos policiais de baixa patente tiveram início há duas semanas, mas apenas se radicalizaram durante esta semana. 
Após confronto com policiais de alta patente contrários às manifestações, os oficiais tomaram o quartel da Unidade Tática de Operações Policiais (Utop) nesta quinta-feira (21/06). Os policiais se apossaram do edifício, onde saquearam armas, munições e outros materiais bélicos, como granadas.   
Nas cidades de Cochabamba, Oruro, Potosí e Sucre, os agentes ocuparam os Comandos Departamentais e Tribunais da Polícia e colocaram fogo nos arquivos policiais. Na prisão de San Pedro, presos e guardas estão em rebelião.  
Efe
Policiais bolivianos no principal quartel de Santa Cruz nesta sexta (22/06) em solidariedade com companheiros mobilizados em La Paz 
Em diferentes localidades, os oficiais se retiraram para suas respectivas unidades e mostraram os armamentos com que defendem as ruas. “Se nos provocarem, haverá reação”, afirmou um porta-voz da Associação Nacional de Suboficiais, Sargentos, Classes e Policia (Anssclapol) ao jornal La Razon. 
Diversos bancos já funcionam de portas fechadas sem o apoio das forças policiais. 
Unidades que ainda não abandonaram seu ofício ameaçam aderir ao movimento, deixando as ruas bolivianas sem nenhuma proteção. 
Histórico
As esposas dos policiais começaram a protestar no início do mês para pedir melhora salarial a seus maridos, a revogação da lei 101 do Regime Disciplinar da Polícia, aposentadoria com 100% de seus ativos e a criação de uma Defensoria da Polícia.Localizadas em oito das nove capitais bolivianas, as mulheres realizam greves de fome e vigílias. 
O jornal El Diario descartou a possibilidade do movimento dos policiais procurar desestabilizar o governo de Evo Morales. No entanto, a Agência Efe informou que nesta quinta-feira (21/06) alguns policiais exigiram a gritos a renuncia do presidente.
Negociações 
Em conferência de imprensa nesta sexta-feira (22/06), o Ministro da Casa Civil, Carlos Romero, chamou os representantes das esposas e dos policiais para retomar as negociações com o governo. “O Executivo previu um aumento salarial para o setor”, disse ele. 
Romero também pediu para os policiais pararem de realizar ações violentas que prejudicam os cidadãos bolivianos. Comandantes da Polícia reforçaram o pedido do governo, solicitando calma aos milhares de policiais. 

Ópera Mundi
*Mariadapenhaneles

Charge do Dia



Discurso de Raúl Castro na Rio+20

 DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DOS CONSELHOS DE ESTADO E DE MINISTROS DA REPÚBLICA DE CUBA RAÚL CASTRO RUZ NA CÚPULA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Sra. Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff:
Sr. Secretário Geral das Naçoes Unidas, Ban-Ki Moon:
Excelências:
Há 20 anos, a 12 de junho de 1992, neste mesmo local, o líder histórico da Revolução cubana Fidel Castro Ruz expressou e cito: “Uma importante espécie biológica está em risco de desaparecer pelo rápido e progressivo acabamento das suas condições naturais de vida: o homem”. Fim da citação.
O que pôde ter sido considerado como alarmista, hoje é uma realidade irrefutável. A incapacidade de transformar modelos de produção e consumo insustentáveis atenta contra os equilibrios e a regeneração dos mecanismos naturais que sustentam as formas de vida no planeta.
Os efeitos não podem ser ocultados. As espécies desaparecem a uma velocidade cem vezes mais rápida do que as indicadas nos registos fósseis; mais de cinco milhões de hectares de florestas perdem-se cada ano e cerca de 60 por cento dos ecossistemas estão degradados.
A pesar do que representou a Convenção da Nações Unidas sobre a Mudança Climática, as emissões de dióxido de carbono aumentaram 38 por cento entre 1990 e 2009. Agora vamos para um aumento da temperatura global que vai por em reisco, em primeiro lugar, a integridade e a existência física de numerosos Estados insulares em desenvolvimento e producirá graves conseqüências em Países da África, Ásia e América Latina.
Um profundo e detalhado estudo realizado nos últimos anos por nossas instituições científicas, coincide no fundamental com os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática e confirma que no presente século, de se manter as atuais tendencias, producir-se-á uma paulatina e considerável elevação do nível médio do mar no arquipélago cubano. A referida previsão inclui a intensificação dos eventos meteorológicos extremos, como os ciclones tropicais e o aumento da salinização das águas subterráneas. Todo isto terá sérias conseqüencias especialmente nas nossas costas, pelo que já iniciamos a adopção das medidas correspondentes.
Este fenómeno teria, igualmente, fortes implicações geográficas, demográficas e económicas para as ilhas do Caribe, que também devem encarar as iniqüidades dum sistema económico internacional que exclui aos pequenos e mais vulneráveis.
A paralisação das negociações e a falta de um acordo que permita parar a mudança climática global são um nítido reflexo da falta de vontade política e a incapacidade dos países desenvolvidos para atuarem conforme as obligações derivadas da sua responsabilidade histórica e sua posição atual.
Aumenta a pobreza, cresce a fome e a desnutrição e aumenta a desigualdade, agravada nas últimas décadas como conseqüência do neoliberalismo.
Durante estes vinte anos lançaram-se guerras de novo tipo,concentradas na conquista de fontes energéticas como a acontecida no 2003 com o pretexto das armas de exterminação maciça que nunca existiram, e a que recentemente se produziu no norte da África. Às agressões que agora se vislumbram continuar contra países do Oriente Médio somar-se-ão outras, com o objetivo de controlar o acesso à água e a outros recursos em vías de esgotamento.Deve se denunciar que tentar uma nova partilha do mundo, vai desencadear uma espiral de conflitos de incalculáveis conseqüências para um planeta já gravemente inseguro.
A despesa militar cresceu nestas duas décadas à astronómica cifra de 1,74 milhões de dólares, quase o dobro que em 1992, o que arrasta à corrida aos armamentos a outros estados que se sentem ameaçados. A dois decênios do fim da Guerra Fria, contra quem usarão estas armas?.
Deixemos as justificações e egoísmos e busquemos soluções .Esta vez, todos, absolutamente todos, pagaremos as conseqüências da mudança climática. Os governos dos países industrializados que atuam desta forma não deveriam cometer o grave erro de achar que poderão sobreviver um pouco mais às custas de nós. Seriam imparáveis as vagas de milhões de pessoas famintas e desesperadas do Sul para o Norte bem como a revolta dos povos perante tanta indolência e injustiça.
Nenhum hegemonismo então será possível. Que pare a pilhagem, que pare a guerra, avancemos para o desarmamento e destruamos os arsenais nucleares.
Temos a urgência duma mudança transcendental. A única alternativa é construir sociedades mais justas, establecer uma orden internacional mais eqüitativa, baseada no respeito ao direito a todos; garantir o desenvolvimento sustentável às nações, especialmente do Sul, e colocar os avanços da ciencia e a tecnologia ao serviço da salvação do planeta e da dignidade humana.
Cuba aspira a que se imponham a sensatez e a inteligencia humana sobre a irracionalidade e a barbárie.
Muito Obrigado
*GilsonSampaio

Golpe consumado Fernando Lugo cassado



Senado paraguaio aprova impeachment contra Fernando Lugo

  1. Notícia

O Senado paraguaio aprovou, no final da tarde desta sexta-feira, o processo de impeachment contra o presidente Fernando Lugo. O pedido havia sido aprovado por quase unanimidade (73 votos a 1) na quinta-feira na Câmara dos deputados, e chegou ontem mesmo à casa dos senadores. A decisão implica no fim da presidência de Lugo, desde 2008 no poder; seu mandato iria até agosto de 2013.
Os trabalhos no Senado começaram hoje por volta do meio-dia, quando a equipe de defesa de Lugo se pronunciou, sem a presença do presidente, por cerca de duas horas. Seguiram-se apreciações dos senadores e nova rodada de manifestações da acusação dos deputados e dos advogados do mandatário. Assim, o impeachment foi sugerido e aprovado em menos de 36h.
Enquanto as partes presentes no Senado debatiam o futuro do presidente, a comunidade latino-americana chamava forte atenção para o processo político em curso no Paraguai. A manifestação mais forte foi da União das Nações Sul-americanas, que, por meio de uma equipe especial de chanceleres enviada a Assunção, declarou que o impeachment significaria uma ameaça à ordem constitucional e à democracia na América Latina. No horizonte, acena-se para um isolamento político do país.
Fernando Lugo, ex-bispo eleito em 2008 pela Aliança Patriótica para a Mudança (Alianza Patriótica para el Cambio), primeiro anunciou que aceitaria o julgamento, embora declinasse qualquer chance de renúncia. Hoje, contrariando as expectativas, Lugo não se fez presente no Senado e, mais tarde, anunciou que respeitaria o julgamento do Senado.
*Terra

Os bancos ocidentais ganham milhões com a cocaína colombiana


Enquanto a produção de cocaína devasta os países da América Central, os consumidores dos EUA e da Europa ajudam as economias desenvolvidas a enriquecerem-se com os lucros dessa produção.
Ed Vulliamy
Os vastos lucros do tráfico e da produção de droga vão para os países ricos e consumidores – como os da Europa ou os Estados Unidos da América – numa proporção muito superior do que ficam nos países devastados por essa produção, como a Colômbia ou o México, revela um estudo recente [1] . Os seus autores afirmam que as entidades reguladoras são relutantes em investigar o enorme processo da lavagem de dinheiro da droga, levada a cabo pelos bancos europeus e norte-americanos.
A mais recente análise da economia da droga – no caso específico da Colômbia – demonstra que apenas 2,6 % do total do valor de mercado da cocaína produzida fica nesse país, ao passo que uns espantosos 97,4% dos lucros são arrecadados pelas máfias criminosas do chamado primeiro mundo, sendo posteriormente submetidos a um processo de "lavagem de dinheiro" nos bancos desses países.
"A história acerca de quem realmente lucra com a cocaína colombiana é uma metáfora para o fardo desproporcionado colocado de todas as maneiras sobre países "produtores" como a Colômbia em consequência da proibição das drogas" afirma, Alejandro Gaviria, um dos autores do estudo, aquando do lançamento da edição inglesa do mesmo na semana passada.
"A sociedade colombiana tem sofrido imenso e não tem retirado nenhuma vantagem económica do tráfico de drogas, os verdadeiros lucros revertem a favor das redes criminosas de distribuição nos países consumidores de drogas, que os "reciclam" no sistema bancário local, sistema esse que opera com muito menos restrições do que o sistema bancário colombiano."
O seu co-autor, Daniel Mejia, acrescentou: "O sistema aplicado pelas autoridades dos países consumidores de drogas tem como objectivo a repressão do pequeno distribuidor, ele é o elo mais fraco da rede, estas nunca procuram atingir os grandes negociantes de drogas ou os sistemas financeiros que os suportam e é aí que está realmente o grosso do dinheiro".
Este trabalho, de dois economistas da Universidade de Los Andes, em Bogotá, faz parte de uma iniciativa do governo da Colômbia para reformular a política anti-droga global recentrando-a nos processos de lavagem de dinheiro levados a cabo pelos grandes bancos norte-americanos e europeus, assim como na prevenção social e num processo de descriminalização de algumas ou mesmo de todas as drogas.
Estes economistas tomaram em consideração vários factores económicos, sociais e políticos, das guerras da droga que têm devastado a Colômbia. O conflito estendeu-se, com graves consequências, ao México e receia-se que possa alastrar-se à América Central. Mas a conclusão mais chocante está relacionada com aquilo a que os autores chamam "microeconomia da produção de cocaína" na Colômbia.
Gaviria e Mejía calculam que, ao mais baixo valor que a cocaína pura produzida na Colômbia pode atingir nas ruas (cerca de 100 dólares/ 80 euros por grama) o lucro foi, no ano de 2008, de 300 mil milhões de dólares, dos quais apenas 7,8 mil milhões ficaram no país.
"É uma porção minúscula do PNB", disse Mejía, "o que pode ter um efeito desastroso na vida política e social da Colômbia, mas não na economia. A economia da cocaína colombiana está fora da Colômbia".
Mejía disse ainda a The Observer: "Na minha perspectiva a proibição das drogas é um processo de transferência de custos do problema das drogas, dos países consumidores para os países produtores".
"Se países como a Colômbia lucrassem economicamente com o tráfico de droga, ainda faria um pouco de sentido" afirmou Gaviria". Em vez disso, a Colômbia e o México pagam o maior preço para que outros tenham lucro".
"Eu gostava de ilustrar a situação para os cidadãos norte-americanos: imaginem que o consumo de cocaína nos Estados Unidos desaparecia e se deslocava para o Canadá. Será que os americanos gostariam de ver a taxa de homicídio de Seattle disparar para que se evitasse que a cocaína e o dinheiro fossem para o Canadá? Desta maneira talvez percebessem os custos desta situação para países como o México e a Colômbia"
Os mecanismos de lavagem de dinheiro foram tratados pelo The Observer no ano passado, depois de um raríssimo acordo judicial em Miami entre o governo federal dos Estados Unidos e o Wanchovia Bank, tendo este último admitido que fazia entrar 110 milhões de dólares de dinheiro da droga nos Estados Unidos. No entanto as autoridades não conseguiram monitorizar os 376 mil milhões de dólares que, ao longo de quatro anos, entraram nas contas desse banco através de casas de câmbio no México. O Wachovia Bank foi, já depois deste acordo, adquirido pelo Wells Fargo que cooperava com a investigação.
No entanto ninguém foi preso, e o banco está hoje fora de qualquer complicação judicial. "O sentimento geral é o de uma grande relutância em ir atrás dos lucros reais da droga" disse Mejía. "Eles não se ocupam daquela parte do sistema onde está a maior soma. Na Europa e nos EUA o dinheiro está disperso – quando chega a estes países o dinheiro entra no sistema, em todas as cidades, em todos os estados. Eles preferem ir atrás da pequena economia, dos pequenos intermediários e das plantações de coca na Colômbia, mesmo sabendo que essa economia é minúscula".
O Dr. Mejía acrescentou: "Na Colômbia eles colocam aos bancos questões que nunca colocariam aos bancos nos Estados Unidos. Se o fizessem seria contra as leis do sigilo bancário. Nos Estados Unidos existem leis muito fortes que protegem o segredo bancário, na Colômbia tais leis não existem – ainda que a lavagem de dinheiro se faça mais nos Estados Unidos. É um sistema um pouco hipócrita, não?"
"É uma extensão da forma como operam no seu próprio país. Vão atrás das classes baixas, dos elos mais fracos da cadeia, do pobre tipo – para mais facilmente mostrar resultados. Mais uma vez: é a vontade de transferir o custo da guerra da droga para os mais pobres, deixando o sistema financeiro e os grandes negociantes intocados, que motiva todo este sistema"
Tendo o Reino Unido suplantado os EUA e a Espanha como o maior consumidor mundial de cocaína per capita , a investigação ao Wachovia mostrou também que muito do dinheiro da droga era lavado através da City de Londres, onde o principal denunciante do caso, Martin Woods, estava sediado, no departamento anti-lavagem de dinheiro do banco. Martin Woods foi posteriormente demitido depois de ter denunciado a situação.
Gaviria disse ainda: "Nós sabemos que as autoridades nos Estados Unidos e no Reino Unido sabem mais do que aquilo que as suas acções fazem transparecer. As autoridades apercebem-se de inúmeros casos de pessoas que tentam movimentar dinheiro para o tráfico de droga – mas a DEA (Departamento Anti-droga dos EUA) age apenas num número mínimo de casos"
"É um verdadeiro tabu perseguir os grandes bancos" acrescentou Mejía, "seria suicidário neste clima económico devido às elevadas quantias de dinheiro reciclado"
02/Junho/2012
[1] Alejandro Gaviria Uribe e Daniel Mejía Londoño, Políticas antidroga en Colombia: éxitos, fracasos y extravíos , Ediciones Uniandes, Bogotá, 2012, 458 pgs., ISBN/ISSN: 978-958-695-602-4
Tradução de MQ. 
*GilsonSampaio

CHAUÍ EMOCIONA PÚBLICO EM ATO PELA COMISSÃO DA VERDADE DA USP

O Ato teve um encerramento emocionante, com uma integrante da Comissão que leu em voz alta do nome de desaparecidos na ditadura que possuíam vínculos com a USP. À leitura de cada nome, todos gritavam “presente”.

Do SpressoSP

marilena chauí usp
  Heleny Guariba, uma das desaparecidas pela ditadura militar (Foto: Spresso SP/Arte Jornal Brasil Atual)


O ato pela criação da Comissão da Verdade na USP, realizado na semana passada no auditório da Faculdade de Economia e Administração (FEA), contou com a presença de mais de 500 pessoas e teve como um dos destaques o depoimento da filósofa e professora Marilena Chaui.
Chauí iniciou sua fala relatando o caso de dois grandes amigos, Heleny Guariba, uma das desaparecidas na ditadura militar, e de Luiz Roberto Salinas Fortes, morto por conta dos reflexos deixados pela tortura que sofreu também na época da ditadura.

Ela também relembrou como era entrar na USP em 1969, após a proclamação do Ato Institucional número 5, o AI 5, que foi assinado em dezembro de 1968. “A sensação que a gente tinha era de não saber se voltaria para casa, você não tinha nenhuma garantia de que não seria preso e torturado, portanto você não sabia se seus alunos estariam na classe, e quando você se dava conta de que alguns não estavam você não ousava a perguntar onde eles estavam, se eles tinham faltando na aula, se eles tinham partido para um exílio, se eles já estavam presos ou se já estavam mortos. E a mesma coisa com relação aos colegas.”

Ela disse que acha de “essencial importância que a Comissão da verdade resgate todos os decretos da USP, com as datas de implantação e por quem eles foram implementados”. E adiantou que se coloca desde já à disposição para depoimentos e para ajudar na Comissão. A filósofa também criticou o atual reitor João Grandino Rodas: “Este reitor foi formado e teve seu aprendizado como dirigente nesse caldo de cultura da ditadura. Essa forma de gestão explica essa coisa inacreditável. Isso nem a ditadura fez: pôr a polícia dentro do campus para espancar os alunos”.

Também participaram do ato o professor Paul Singer (FEA/USP), Edson Teles, doutor em filosofia pela USP, professor da UNIFESP, ex-preso político e membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Vera Paiva, professora do Instituto de Psicologia da USP e filha do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar, e Eduardo Gonzales Cueva, diretor do programa Verdade e Memória do Centro Internacional para a Justiça de Transição. Roberto Schwarz, professor da USP/Unicamp, também convidado não pôde estar presente, mas enviou sua solidariedade ao movimento. O encontro também contou com a participação de representantes do DCE, do Sintusp, da Adusp e de alguns Centros Acadêmicos da universidade.

A professora Vera Paiva ressaltou que o movimento de democratização da USP tem perdido tempo em discussões por divergências partidárias ao invés de ficar mais atento ao verdadeiro inimigo. Em resposta à pergunta sobre qual verdade queremos, a professora respondeu: “Verdade que permita dizer que isso nunca mais pode acontecer no Brasil.”.

Sua fala também foi marcada por uma preocupação em relação aos órgãos de imprensa que, segundo ela, continuam não apurando os fatos de maneira limpa e clara. Na sua opinião, precisa-se resgatar o que significa “o terrorismo de Estado com a cumplicidade dos órgãos de imprensa”. E acrescentou ao final que é inaceitável o fato de ter de viajar passando por um viaduto com o nome Costa e Silva e por uma estrada chamada Castelo Branco.

Edson Telles disse que não se deve aceitar mais do Estado respostas que tratam a violação dos direitos humanos como uma “reconciliação nacional”, pois não estamos nesse conflito. Eduardo Gonzales acrescentou que a Comissão da Verdade é importante para que se acabe com a história de que as violações aos direitos humanos no Brasil na ditadura foram inferiores a outras ditaduras onde houve mais mortos e desaparecidos: “Direitos humanos não são uma questão de aritmética, mas sim de princípios”. Além disso, destacou que a Comissão da Verdade vai ser importante também para apurar esses números.
Paul Singer destacou que se deve investigar o passado, “pois só assim podemos entender o presente”.

Assista trechos:

*MidiaCaricata
Acidente deixa ao menos dois mortos em obra do Metrô em São Paulo







Grua que caiu no canteiro de obras da futura Estação Eucaliptos, em Moema, em São Paulo

De acordo com o Corpo de Bombeiros, 14 agentes e cinco viaturas estão trabalhando do atendimento da ocorrência. As duas vítimas fatais eram operários contratados pelo Consórcio Heleno Fonseca/Triunfo-Iesa para a construção da estação.
A Polícia Militar (PM) informou que recebeu o chamado para atender a ocorrência às 12h57 e o helicóptero Águia foi direcionado para o local e fez o resgate de uma pessoa. 
Segundo o Metrô, uma sindicância foi aberta para apurar as causas e responsabilidades do acidente. A investigação será conduzida pela gerência de engenharia de obras da linha 5-Lilás.
O Metrô também informa que lamenta profundamente as mortes e que "além de uma rigorosa investigação, prestará plena assistência às famílias das vítimas".
*Mariadapenhaneles