Policiais bolivianos queimam documentos na sede de Inteligencia da Polícia hoje (22/06) em La Paz
Centenas
de policiais saquearam e destruíram a sede da Inteligência da Bolívia,
perto do palácio do governo de La Paz. Dezenas de agentes armados e
encapuzados estavam no teto, enquanto outros queimaram documentos na
rua, quebraram computadores e destruíram o edifício, informou a mídia
local.
Os
agentes marcharam diante do Palácio Quemado, onde fica o escritório do
presidente Evo Morales, e depois atacaram os escritórios da Inteligência
da Polícia Nacional.
Radicalização
Os protestos dos policiais de baixa patente tiveram início há duas semanas, mas apenas se radicalizaram durante esta semana.
Após
confronto com policiais de alta patente contrários às manifestações, os
oficiais tomaram o quartel da Unidade Tática de Operações Policiais
(Utop) nesta quinta-feira (21/06). Os policiais se apossaram do
edifício, onde saquearam armas, munições e outros materiais bélicos,
como granadas.
Nas
cidades de Cochabamba, Oruro, Potosí e Sucre, os agentes ocuparam os
Comandos Departamentais e Tribunais da Polícia e colocaram fogo nos
arquivos policiais. Na prisão de San Pedro, presos e guardas estão em
rebelião.
Efe
Policiais
bolivianos no principal quartel de Santa Cruz nesta sexta (22/06) em
solidariedade com companheiros mobilizados em La Paz
Em
diferentes localidades, os oficiais se retiraram para suas respectivas
unidades e mostraram os armamentos com que defendem as ruas. “Se nos
provocarem, haverá reação”, afirmou um porta-voz da Associação Nacional
de Suboficiais, Sargentos, Classes e Policia (Anssclapol) ao jornal La
Razon.
Diversos bancos já funcionam de portas fechadas sem o apoio das forças policiais.
Unidades que ainda não abandonaram seu ofício ameaçam aderir ao movimento, deixando as ruas bolivianas sem nenhuma proteção.
Histórico
As
esposas dos policiais começaram a protestar no início do mês para pedir
melhora salarial a seus maridos, a revogação da lei 101 do Regime
Disciplinar da Polícia, aposentadoria com 100% de seus ativos e a
criação de uma Defensoria da Polícia.Localizadas em oito das nove
capitais bolivianas, as mulheres realizam greves de fome e vigílias.
O jornal
El Diario descartou a possibilidade do movimento dos policiais procurar
desestabilizar o governo de Evo Morales. No entanto, a Agência Efe
informou que nesta quinta-feira (21/06) alguns policiais exigiram a
gritos a renuncia do presidente.
Negociações
Em
conferência de imprensa nesta sexta-feira (22/06), o Ministro da Casa
Civil, Carlos Romero, chamou os representantes das esposas e dos
policiais para retomar as negociações com o governo. “O Executivo previu
um aumento salarial para o setor”, disse ele.
Romero
também pediu para os policiais pararem de realizar ações violentas que
prejudicam os cidadãos bolivianos. Comandantes da Polícia reforçaram o
pedido do governo, solicitando calma aos milhares de policiais.
Ópera Mundi
*Mariadapenhaneles
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