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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 01, 2012

De que adianta repudiar Serra e votar em Russomano? Celso Russomano é o plano B da extrema direita paulistana

                             
O plano B da direita

Essa pergunta vai para os 43% que dizem repudiar José Serra. Russomano é um Kassab de cara nova, um tipo aventureiro, sem história na política. Rechaçado pelo povo de Santo André, que sempre lhe negou seu voto, agora ele cai de paraquedas na capital paulista. Se fosse outro candidato, com o telhado de vidro do senhor Russomano, Policarpos e Cia já estariam providenciando mil e um dossiês. Mas o candidato do PRB cai bem ao gosto do PIG e da elite nazista de SP. Caso vença, prosseguirão os incêndios em favelas, a onda de proibicionismo, a higienização social, a militarização da cidade, a ofensiva contra os movimentos sociais, o abandono completo dos projetos voltados as setores menos privilegiados da população (corredores de ônibus, creches, moradias populares), etc etc, etc. Se Russomano vencer, a máfia da especulação imobiliária seguirá dando as cartas, tornando o ar nessa cidade cada vez mais irrespirável.
*Cappacete

Igreja Católica do Paraguai pede perdão por ter apoiado renúncia de Lugo

 

Na véspera do impeachment, líderes da instituição se reuniram com ex-presidente e pediram sua saída do cargo

 

A Igreja Católica do Paraguai pediu nesta sexta-feira (31/08) "compreensão e perdão" por ter requisitado a renúncia do ex-presidente Fernando Lugo durante o desenvolvimento do julgamento político no país que terminou com seu impeachment.
 
Na noite de 21 de junho, na véspera da destituição, o presidente da CEP (Conferência Episcopal Paraguaia), monsenhor Claudio Giménez, e outros dois prelados visitaram Lugo para pedir que ele apresentasse sua renúncia para evitar um suposto cenário de violência que se configurava.
 
 
 
"Julgamos que foram cometidos erros, pedimos a compreensão e o perdão", apontou uma mensagem enviada nesta sexta pela Conferência dos Bispos, acrescentando que "nossas limitações foram reconhecidas".
 
A mensagem acrescentou que a atuação de alguns bispos da CEP "deveu-se à notícia de um iminente derramamento de sangue" e que, diante disso, a Igreja "quis evitar que houvesse outro ato criminosos entre irmãos".
 
O "outro ato" se refere ao então recente enfrentamento entre camponeses e policiais que deixou um total de 17 mortos e que foi o principal argumento para o impeachment contra Lugo.
 
Sacerdotes, bispos e fiéis questionaram na ocasião o pedido de renúncia realizado em um momento político tão crítico.
*ÓperaMundi

Charge do Dia






Se estivéssemos em um país que não teme seu passado...

 

do Diário Guache

Cristóvão Feil
O choque e a ironia
"A cada fisgada elétrica vai-se tecendo a argumentação virulenta cuja eficácia faz desabar as ilusões que ainda nutríamos sobre a realidade da vida nacional."
Desta forma, Luiz Roberto Salinas Fortes [foto acima], professor de filosofia da Universidade de São Paulo, nos descreve a verdadeira dor provocada pela tortura em um pau-de-arara. A dor de descobrir que "o abismo, na realidade, é imenso entre a literatura e o choque, entre o argumento e a porrada".
Isso talvez nos explique porque boa parte daqueles que descobrem a vulnerabilidade nua da tortura só suportem o silêncio. Porque um choque elétrico em um pau-de-arara não se escreve. A escrita ainda pressupõe alguma demanda de partilha, mas um choque não se partilha. Ele apenas faz tudo desabar, a começar pela ilusão de que os conflitos da vida nacional possam se resolver em alguma forma de diálogo socrático.
Aí está talvez a grandeza de "Retrato Calado", livro reeditado agora, no qual Salinas Fortes descreve suas prisões e torturas na ditadura militar e, assim, elabora o mais profundo dos traumas, este que nos leva à "cena primitiva": o trauma de descobrir um país sem argumentos. País que periodicamente entra na via larga da porrada e sai sempre com as mãos ilesas.
Lá onde todos preferem se calar, Salinas Fortes resolveu escrever. Uma escrita que, no entanto, não espera "contar" o que não se conta.
Como se a crueza de um relato em primeira pessoa pudesse fazer os choques serem sentidos pelo leitor, obrigando-o a pensar de outra forma.
Alguém como Salinas não tem mais essas ilusões. Por isso, ele usa a única coisa que até hoje restou a esse país quando seus traumas se confrontam com a fraqueza das palavras.
De maneira monstruosa.
Salinas usa a ironia melancólica para fornecer o melhor retrato que temos da brutalidade da ditadura militar.
Essa estranha distância irônica diante de seu próprio destino amargo dá a "Retrato Calado" a força dos que não querem ser empurrados para a vala do ressentimento. Força própria àqueles que sabem que a inteligência é a mais doce de todas as vinganças, e a única realmente permitida.
Se estivéssemos em um país que não teme seu passado, "Retrato Calado" seria adotado nas escolas de ensino médio, da mesma forma que os alemães adotaram em suas escolas livros sobre os horrores do nazismo.
Nossos estudantes aprenderiam não apenas a brutalidade do cárcere político, mas a altivez da inteligência irônica que nunca se quebra. Única forma de dizer o que não cessa de não se escrever.
Artigo do professor Vladimir Safatle, da Filosofia da USP. 
*GilsonSampaio

Assange afirma que EUA rastreiam usuários por meio do Google


Assange concede entrevista à teleSu


“O jornalista e fundador do Wikileaks, Julian Assange, concedeu, nesta quinta-feira (30), a primeira entrevista desde que fugiu de sua prisão domiciliar e pediu asilo político à Embaixada do Equador em Londres. 


Na conversa, Assange qualificou a decisão do Equador de conceder-lhe asilo como “correta”, porque é uma pessoa “perseguida política pelos Estados Unidos e seus aliados”. 


Vermelho / Brasil de Fato 


Na conversa com o jornalista Jorge Gestoso, transmitida pelo Canal Multiestatal teleSur e pela equatoriana Gama TV, Assange afirmou que se uma pessoa fizer algo que “vai de encontro à vontade dos Estados Unidos, algo de mau vai acontecer com ela”. 


A entrevista aconteceu nas dependências da embaixada do Equador no Reino Unido, onde Assange está alojado desde 19 de junho, data na qual deixou a prisão domiciliar e pediu ao governo de Rafael Correa a concessão de um asilo político. 


A resposta positiva para o pedido veio no dia 16 de agosto, momentos após o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, alegar que o governo britânico pretendia invadir a representação diplomática para prender o jornalista. 


O governo britânico nega-se a conceder um salvo-conduto para o jornalista deslocar-se até o aeroporto e seguir para Quito. 


“Eles (EUA) já disseram em documentos oficiais que não se trata somente de acusar Julian Assange por espionagem, mas de parar as atividades do Wikileaks”, relatou Assange. 


Em um dos momentos da entrevista, o ativista australiano afirmou que está em marcha uma espécie de “totalitarismo transnacional”, a partir da espionagem deliberada de todos os dados pessoais disponíveis na internet, assim como todas as ligações telefônicas. 


“Agora podem interceptar tudo, não é necessário preocupar-se com algum suspeito. Simplesmente interceptam-se todos e armazena-se tudo”, disse. Ele afirmou que empresas de espionagem já possuem tecnologia para armazenar todos os dados pessoais e fornecer pesquisas cruzando informações. 


O jogo novo é a interceptação, registra-se tudo, é mais barato registrar tudo desde os EUA e armazenar. Dentro de alguns anos, se te transformas em uma pessoa interessante para as agências dos EUA e seus amigos, dizem: revisemos o que estava fazendo o senhor Assange nestes últimos anos, quem são seus amigos, com quem ele se comunicou”, explicou o jornalista, denominado o tal “totalitarismo transnacional”, porque, para ele, não só os EUA estão praticando esse monitoramento, mas também Alemanha e outras importantes economias mundiais.”

do blog Brasil!Brasil!
*cutucandodeleve

Embaixada brasileira em Israel se prepara para emergência

 


Por zanuja castelo branco
Da BBC Brasil
Tensão em Israel leva Embaixada do Brasil a se preparar para emergência
Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
A tensão crescente em Israel, em decorrência das declarações do governo sobre um eventual ataque às instalações nucleares do Irã, levou a Embaixada do Brasil em Tel Aviv a tomar medidas de precaução e a estudar planos sobre a assistência à comunidade brasileira caso haja uma guerra na região.
O conselheiro Roberto Parente, que é cônsul do Brasil em Tel Aviv e está à frente dos planos de emergência, disse à BBC Brasil que "obviamente há uma preocupação crescente".
"Nossa missão é, dentro do possível, atender a comunidade brasileira quaisquer sejam as circunstâncias. Devemos nos preparar para a possibilidade de que haja uma crise e tenhamos que deslocar brasileiros de áreas de risco e até fornecer alojamentos temporários e alimentação para essas pessoas", afirmou Parente."Estamos observando o clima aqui em Israel e a todo momento há novas manchetes sobre um eventual ataque ao Irã, que por sua vez poderia ter consequências graves", afirmou.
De acordo com a representação em Tel Aviv, atualmente há cerca de 10 mil cidadãos brasileiros que vivem em Israel, além dos cidadãos em trânsito, em visitas de turismo ou de negócios.
"Temos a obrigação de dar atendimento a todos os cidadãos brasileiros aqui, tanto aos permanentes como aqueles que estão em trânsito", disse o diplomata.
Grande parte dos cidadãos brasileiros que se encontram em Israel têm dupla cidadania – brasileira e israelense.
"A maioria deles vive aqui há muitos anos e já criou sua vida aqui. Esses não teriam interesse de deixar o país mas poderiam necessitar de deslocamentos internos", disse o diplomata.
Saída emergencial
Para os brasileiros em trânsito, os planos mais relevantes caso haja uma situação de risco dizem respeito a uma saída emergencial do país.
"Temos que levar em consideração que, em uma situação de guerra o espaço aéreo do país poderá ser fechado, nesse caso o melhor caminho seria ajudar os brasileiros a saírem por vias terrestres, principalmente através da Jordânia", disse.
Outro tema que preocupa o cônsul é a localização da embaixada brasileira em Tel Aviv.
"Caso haja um ataque de mísseis contra Tel Aviv, os escritórios da nossa embaixada deverão ser transferidos imediatamente para a residência".
Os escritórios ficam em um prédio alto no centro de Tel Aviv, que, segundo Parente, "poderá ser uma área de alto risco", já a residência da embaixada fica em um bairro mais afastado, em uma casa mais segura.
Segundo Parente, "o problema principal é a incerteza".
"Não podemos saber ao certo quais serão as áreas de risco e inclusive não podemos saber se haverá algum risco, mas temos que estar preparados para as várias possibilidades", afirmou.
Blefe
Entre os analistas há divergências sobre a probabilidade de um ataque israelense ao Irã antes das eleições americanas. Alguns afirmam que o ataque é "iminente", outros dizem que o ataque é "impossível" e há vários que dizem que "não se pode descartar ambos os cenários".
Para vários analistas, as declarações do governo do primeiro ministro Binyamin Netanyahu "não passam de um blefe para pressionar os Estados Unidos a agirem de maneira enérgica contra o programa nuclear iraniano".
Outros dizem que "o blefe já está indo longe demais".
"Temos, já montada, uma rede de comunicações com a comunidade brasileira, que se multiplica por intermédio de nosso Conselho de Cidadãos", disse Parente, "se houver uma situação de risco essa rede será acionada".
Palestina
Nos territórios palestinos o clima é, nesse sentido, bem mais tranquilo.
A BBC Brasil também conversou com o ministro conselheiro João Marcelo Soares, encarregado de assuntos consulares no Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia.
O escritório brasileiro em Ramallah tem um plano para reagir a qualquer situação de emergência, desde diversos cenários de conflagração de violência até desastres naturais.
"Em uma situação de crise deveremos acionar nossa rede de contatos com a comunidade brasileira na Palestina, por intermédio do Conselho dos Cidadãos que integra lideranças da comunidade", disse Soares.
"Temos um sistema de comunicação com a comunidade, para qualquer tipo de crise, e esse sistema será aplicado conforme o cenário que se configurar", afirmou.
De acordo com o diplomata brasileiro em Ramallah, cerca de 3,5 mil cidadãos brasileiros vivem nos territórios palestinos, quase todos na Cisjordânia e apenas algumas famílias na Faixa de Gaza.
Pressupõe-se que, se houver uma guerra entre Israel e Irã, mesmo com o envolvimento da milicia xiita libanesa Hezbollah, os riscos nos territórios palestinos seriam bem menores do que nas grandes cidades israelenses.
*Nassif

sexta-feira, agosto 31, 2012


DECISÃO INÉDITA

Militares que atuaram no Araguaia vão responder processos


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Major Lício Augusto Maciel e Major Curió (Fonte: Reprodução/Montagem/Bahia Notícias e AE)

Major Lício Augusto Maciel e Major Curió são acusados de sequestro de militantes políticos

fonte | A A A
Em uma decisão inédita, a Justiça Federal de Marabá (PA) aceitou denúncia contra dois militares da reserva por supostos crimes cometidos durante a repressão à Guerrilha do Araguaia na década de 1970.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal. A juíza federal Nair Cristina Corado Pimenta de Castro acatou nesta quarta-feira, 29, o pedido de ação penal do MPF contra o major da reserva Lício Augusto Maciel e contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, mais conhecido como Major Curió.

Lei da Anistia

Os dois militares da reserva são acusados de sequestro de militantes políticos durante o regime militar. A decisão da Justiça Federal de Marabá é inédita. Até então, todas as tentativas de responsabilização penal de agentes do governo acusados de violações de direitos humanos haviam sido rejeitadas, sob a argumentação de que os crimes estavam prescritos ou por causa da Lei da Anistia de 1979.
Em março deste ano, o MPF teve negado o pedido de uma ação penal contra o Major Curió, decisão que foi revista pela juíza Nair Cristina.
*NINA

JULIAN ASSANGE / JORGE GESTOSO / TELESUR


Procurador pede prisão de Geraldo Alckmin e Naji Nahas por crimes no Pinheirinho


O procurador do Estado de São Paulo Marcio Sotelo Felippe afirma que o governador Geraldo Alckmin, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori, e Naji Nahas devem ser presos pelos crimes cometidos contra a humanidade no Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo

Alckmin Nahas Sartori Pinheirinho PrisãoDurante quinze dias, o jurista Márcio Sotero  se debruçou na documentação da área do Pinheirinho, onde foram expulsas pela tropa de choque da Polícia Militar, no dia 22 de janeiro, milhares de pessoas pobres.
A reintegração de posse foi requerida pela massa falida da Selecta, empresa do especulador Naji Nahas. Ao pesquisar toda a papelada do processo de falência o procurado do Estado fez algumas descobertas até agora não divulgadas por autoridades que tinham este conhecimento.
Márcio Sotero Felipe também é professor de Filosofia do Direito da Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e exerceu o cargo de Procurador Geral do Estado na gestão Mário Covas.
*Pragmatismopolítico