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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 24, 2013

Charge foto e frase do dia





















Papa é um Feliciano com mais poder e apoio da Globo







Homofobia, machismo, apego ao dinheiro, religião interferindo no Estado. Os motivos que inspiram o “Fora Feliciano” se aplicam ao papa. Com o agravante de que ele é bem mais poderoso
Os evangélicos estão sendo injustiçados. O tsunami de críticas que atingiu Marco Feliciano, Silas Malafaia e demais líderes evangélicos fundamentalistas se aplica ao papa Francisco e à Igreja Católica. Explico: as mesmas bandeiras conservadoras levantadas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso estão no centro da atuação da igreja católica há séculos. E o argentino Mario Bergoglio, agora chamado de Francisco, comunga destes ideais e não se mostra disposto a alterá-los. Pelo contrário.
Vamos por partes:
Primeiro, a homofobia
Muito se reclamou da atuação de Feliciano contra os direitos fundamentais dos homossexuais. A coleção de frases e a atuação do pastor não deixam dúvidas quanto à sua posição. Como é sabido, a igreja católica igualmente condena a homossexualidade, e considera pecado o amor da população LGBT.
O próprio Francisco, pessoalmente, demonstra preocupação com o que chama de “lobby gay” no Vaticano. Conforme revelou o site católico Reflexión y Liberación, o pontífice afirmou o seguinte em uma audiência recente com a diretoria da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos: “Na Cúria há gente santa de verdade. Mas também há uma corrente de corrupção, é verdade. Fala-se de lobby gay, e é verdade, ele está aí… temos que ver o que podemos fazer”.
Segundo, os direitos da mulher
Em entrevista para o livro “Religiões e política”, o deputado do PSC-SP afirmou o seguinte: “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo; [assim] você destrói a família, cria-se uma sociedade só com homossexuais, e essa sociedade tende a desaparecer, porque ela não gera filhos”.
A igreja católica sempre tratou a mulher de forma diferenciada. A começar pelo fato de que elas não podem ser ordenadas. Aos homens (padres) cabe orientar os fiéis, ditar os rumos da igreja e do mundo. Às freiras cabem tarefas como cuidar dos enfermos e necessitados e, por exemplo, cozinhar, lavar e passar para o “homem simples de fala mansa” que está entre nós.
Mais: estão sendo distribuídas 2 milhões de cópias de um Manual de Bioética durante a visita do papa ao Brasil, sendo quase a metade da tiragem a versão em português, segundo informações da Confederação Nacional de Bispos Brasileiros. De suas 72 páginas, praticamente a metade traz pilhas de informações “científicas” e julgamentos morais contra o aborto. O restante divide-se entre a condenação de pesquisas com células-tronco, a condenação da inseminação artificial e a condenação da eutanásia.
O direito sobre o próprio corpo, uma questão que o movimento feminista do mundo todo considera vital desde a década de 1960, é classificado como “crime” em diversos pontos do texto. De acordo com o manual, mesmo em caso de estupro ou de inviabilidade do feto, a interrupção da gravidez não pode ser sequer aventada: “O direito de matar o próprio filho não pode ser fonte de liberdade nem de realização pessoal”. Todos os métodos contraceptivos, pílula e DIU inclusive, são considerados abortivos e criminosos.
Em terceiro lugar, o apego ao dinheiro
Causou espécie um vídeo que circulou recentemente, no qual o pastor Marco Feliciano pedia a senha de um cartão de crédito para um fiel, dizendo que, caso a senha não fosse revelada, “o milagre não viria”. Costuma ser igualmente criticada a cobrança do dízimo por parte de igrejas evangélicas –como se a igreja católica não o fizesse.
Tudo isso, contudo, é esmola perto do patrimônio misterioso e incalculável da igreja católica. A revista Exame fez uma reportagem bastante reveladora sobre o Banco do Vaticano. Entre diversos casos de lavagem de dinheiro, escândalos sexuais, corrupção e má administração relatados pela publicação, destaco uma informação: o banco gere cerca de 6 bilhões de euros em ativos. Vou repetir: 6 bilhões de euros.
Isso sem contar as milhares de propriedades da igreja católica ao redor do globo todo. Não sou um estudioso do cristianismo, mas acredito que valores como ajuda ao próximo, desapego e amparo aos pobres não combinam com a acumulação de fortunas dessa grandeza. Mesmo que o chefe da instituição prefira andar num fiat “sem luxo” e dormir num “quarto simples”.
Em quarto lugar, a promiscuidade com o poder público
papa francisco globo
Fiel chora de emoção no Jornal Nacional ajoelhada
diante de microfone da Globo (Reprodução)
Muito se critica Feliciano e a bancada evangélica por usarem o poder público que detêm para obter vantagens para suas instituições. O que afronta o conceito de estado laico. O catolicismo faz o mesmo.
O amplo uso de estruturas e verbas públicas durante a visita de Francisco; o mesmo lobby para isenções fiscais e outras benesses financeiras; a mesma submissão dos governantes (de Dilma ao vereador de Pindamonhangaba). Mais: há crucifixos em repartições públicas (desrespeitando os evangélicos, inclusive) e mensagens religiosas nas notas de dinheiro, que são um símbolo nacional. E por aí vai.
(Parênteses: pedofilia)
Aqui não há o paralelo com Feliciano, mas vale lembrar das inúmeras acusações de abuso sexual contra padres no mundo inteiro, muitas cometidas contra menores e encobertas pelo Vaticano. A situação é tão grave que a ONU pediu, agora no começo de julho, esclarecimentos sobre os crimes cometidos por padres em todo mundo. Como o vaticano é membro das Nações Unidas e tem a falta de transparência como uma de suas marcas, a ONU quer saber o que a Igreja Católica têm feito de efetivo contra os criminosos que foram descobertos em suas fileiras.
Por fim, o apoio da mídia
Aqui, uma das maiores injustiças com Marco Feliciano. O pastor é hostilizado por todos, TV Globo inclusa. Suas posições, conforme demonstrado, são irmãs siamesas das defendidas por Francisco e pela religião que comanda. E dos dogmas vindos de Roma ninguém reclama.
Pior: a maior TV do país (bem como quase todos os outros veículos de imprensa) ajoelha-se ao mandatário da tv católica. E não acredito ser esta uma decisão baseada somente pela audiência. A missa de domingo está na grade da Globo há décadas –atualmente é celebrada ao vivo pelo Padre Marcelo. E a emissora, apenas recentemente, de olho na perda de audiência e de dinheiro, começou um flerte institucional com os evangélicos, inaugurado com o festival de músicas gospel Promessas.
Pare finalizar, deixo vocês com algumas frases do primeiro bloco do Jornal Nacional desta segunda-feira. Tentem imaginar Marco Feliciano ou qualquer outro líder evangélico sendo tratado desta forma pelo noticioso visto por quase metade da população brasileira toda noite:
“De papamóvel, fez um passeio que vai ficar na memória dos fieis”
“Distribuiu simpatia”
“Mais perto do povo, do jeito que o papa Francisco gosta”
Fiel: “Foi um presente de Deus, eu consegui estar perto dele e pude constatar que ele realmente é esse pastor humilde, amigo do povo e que veio pra resgatar mais fieis pra igreja católica”
“Deixou uma legião de fieis encantados”
“Santo, abençoado, humilde… os elogios vão brotando”
Fiel: “Ele é gente como a gente”
“A cada esquina ele faz novos amigos”
“Os gritos pareciam saídos de um show de rock”
“Se fosse só isso, já valeria a pena, e o papa Francisco acabou de chegar”.
Lino Bocchini, jornalista de CartaCapital
*comtextolivre

China e Rússia contra o dólar dos EUA



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China e Rússia se unem com o objetivo de privar o dólar dos EUA o título de moeda de reserva do mundo, diz Russ Inverno, comerciante Unidos com 40 anos de experiência.

O especialista lembrou que, em 2009, o Banco Nacional da China afirmou que a situação prevalecente no mundo, quando apenas uma moeda pode provocar uma crise. As autoridades russas propuseram a sua moeda nacional, rublo, como moeda de reserva.
Atualmente, duas economias em desenvolvimento estão dispostos a implementar planos para fortalecer o rublo eo yuan, diz Inverno. Na sua opinião, os EUA, com o nível de endividamento que supera 110% do PIB, é incapaz de responder a esse desafio.
ech / as
1 - O Dólar Furado
2 - O dólar furado
3 - O assalto do Fed ao ouro – A "venda a descoberto" e a falsificação do mercado do ouro
4 - O mundo diz NÃO aos dólares "fake" dos EUA
*GilsonSampaio

Papa é a contrarrevolução moderna




Por Breno Altman, no sítio Opera Mundi:

A visita do chefe máximo da Igreja Católica ao Brasil virou um daqueles consensos aos quais se referia o escritor Nelson Rodrigues. “A unanimidade é burra”, pontificava o reacionário e fanático torcedor do Fluminense. Praticamente todos os setores da sociedade, afinal, estão batendo palmas para o sumo pontífice.


Até mesmo representantes ilustres da antiga teologia da libertação juntam-se ao coro dos embevecidos. O centro nervoso do culto ao papa argentino está em seus modos simples e nos discursos voltados à pobreza. Depois da égide de uma nobreza eclesiástica ancorada na guerra fria contra o socialismo, eis que o Vaticano passa ao comando de um cardeal paisano e latino-americano.

Cada gesto seu é saudado como se uma grande modificação estivesse em curso. A cobertura de emissoras tão díspares como a Globo e a venezuelana Telesur parece decidida pelo mesmo editor. As loas ao líder dos católicos eventualmente obedecem a pontos de vista opostos, mas buscam anular qualquer atividade ou pensamento críticos.

Os meios de comunicação brasileiros se calam sobre a biografia de Jorge Mario Bergoglio, quase sempre abdicando de qualquer apuração ou comentário acerca de seu papel durante a ditadura militar argentina. Sequer entre os veículos progressistas há real interesse de colocar luz sobre o tema, apesar de a Jornada Mundial da Juventude ser momento propício para discutir credenciais em direitos humanos.

Ressurgido como Francisco e elevado ao trono de Pedro, o religioso portenho reanima a mais importante instituição mundial do conservadorismo. Despida de ritos aristocráticos e confrontando a antiga cúria corrupta, a Igreja Católica apresenta-se com uma face nova, capaz de cativar o mundo para as mesmas ideias de sempre.

A imagem midiática do papa tem se sobressaído tanto que poucos se dão ao trabalho de informar e analisar a doutrina que vértebra seu mandato. Mas uma boa leitura da primeira encíclica que publicou, além de um quase desconhecido manual de bioética que está no prelo, pode revelar que tudo segue como dantes no quartel de Abrantes.

Não há qualquer diferença de abordagem, nestes textos, daquela pregada por João Paulo II e Bento XVI. Continuam de pé os mesmo dogmas: a centralidade da fé religiosa sobre os problemas políticos e sociais, , o combate irascível do direito das mulheres à interrupção da gravidez e a afirmação da heterossexualidade como única relação erótico-afetiva possível.

O estilo de Francisco, claro, é muito diferente. Traz jovialidade, simpatia e humildade à linguagem carcomida de seus antecessores. Apesar de refutar qualquer alteração ao conjunto de decisões que tiraram correntes católicas do apoio às batalhas populares, sua oratória a favor dos pobres rejuvenesce o Vaticano.

Estratégia

A direita encontra, nesta renovação, bom motivo para entusiasmo. Um papa fortalecido e celebrado é instrumento notável para qualquer estratégia de redução da influência de esquerda nas camadas de menor renda, especialmente na América Latina. Além de criar obstáculos para a expansão de pentecostais e outros grupos religiosos, em países nos quais a maioria da elite se vincula à tradição católica.

Não é à toa que o jornalista Elio Gaspari, em artigo recente e afobado, vaticinou que a visita de Francisco ao Brasil poderia ter significado semelhante aquela de Karol Wojtyla a Polônia, em 1979, deflagrando o cerco político que levaria à queda dos regimes socialistas no leste europeu.

Tamanha euforia também levou conservadores a redobrar esforços pelo veto presidencial ao PL 03/103, que regulamenta procedimentos médicos no Sistema Único de Saúde para casos de violência sexual, incluindo a profilaxia da gravidez. O papa irá embora apenas três dias antes do prazo final para a sanção da lei, que passará a vigorar em 1º de agosto.

O curioso é ver forças de esquerda, em plena continuidade da contrarrevolução iniciada nos anos 80, também exaltarem a Francisco. Atiram-se às migalhas oferecidas pela retórica da pobreza como se fosse, depois de décadas ao relento, a própria redenção do catolicismo progressista.

Ainda que de ilusão também se viva, há um preço por abrir mão da crítica, a única vacina possível contra valores reacionários que se camuflam de modernos. Fragiliza a batalha por corações e mentes. Torna mais vulnerável o caráter laico do Estado.

A presidente Dilma, a bem da verdade, com um discurso secular na chegada do ilustre visitante, foi a voz pública que sutilmente dissentiu do pacto de adulação. Sobre ela, porém, caíram representantes do obscurantismo e o silêncio amolecido de quem deveria estar com os olhos bem abertos diante da escalada papista.
*RenéAmaral 

Contrastes Com Trastes

René Amaral

É  de pasmar o nível de despolitização e desinformação da população, principalmente aqueles que, depois de eleger Cabrau duas vezes, acham que acordaram e querem removê-lo na marra, antidemocraticamente. 
Vão pras ruas infiltrados de agitadores, e até da própria puliça do Cabrau, além de neofascistas e golpistas diversos, incomodam a população, destroem propriedade pública e privada (se bem que, nesse caso, alguns Toulons merecem) e ficam lá gritando fora Cabrau. Como se ele fosse o único! Esquecem que a ALERJ é perto de 80% PODRE, e só eles podem tirar Cabrau.

Ou ficam na palhaçada do "fora Renan", esquecendo que o senado é 80% PODRE, e só eles podem tirar Renan.

E de carona ainda idolatram o Chico!!! 

Por sua "simplicidade", sua "humildade" e sua "pobreza". 
Esquecem que o Chico não é a Igreja, nem, no seu âmago, a representa. Esquecem que os Bispos e Arcebispos ainda vivem nababescamente, numa fartura que poucos fiéis conhecem. Esquecem que a castidade é virtude ignorada por pedófilos e homossexuais (não tenho nada contra, o catolicismo é que tem) e das vítimas dos santos do pau oco (ou loco).
Não tenho nada a favor de nenhum desses mencionados acima, todos sem exceção  hipócritas e mentirosos. 
Principalmente o Papa Merchant, que colocou em risco a  própria segurança e a reputação brasileira, ao desfilar num carro italiano, montado na Argentina, só pra fazer merchandizing, e depois pegou um avião da FAB pra ir pra Aparecida. Culto da personalidade no melhor estilo Stalin ou João Paulo II.
Que fosse de pau de arara se queria mostrar humildade, ou a pé, para se igualar a Cristo. 
Pedro, o dono do trono onde ele hoje senta o rabão bem nutrido, pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não dizerem que tentava igualar a Cristo. Mas andar por aí, às custas dos pobres, no luxo de aviões estatais pra esnobar uma pobreza que não pratica, é demais pra mim.

Se é pra dar  exemplo:
Mujica pra Papa e canonização imediata de Nelson Mandela JÁ!

Enquanto o Papa Papauta a Pauta Os Direitos São Papados


Ruralistas tentam descaracterizar o que é trabalho escravo

PEC é aprovada por unanimidade na CCJ do Senado graças a acordo que prevê criação de grupo misto no Congresso para debater conceito. Manobra ameaça combate à prática
Por Christiane Peres Repórter Brasil
Brasília (DF) - Com uma sala repleta de trabalhadores rurais, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (27), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 57-A/1999, a conhecida PEC do Trabalho Escravo, que há 14 anos tramita no Congresso. Seu texto dá nova redação ao artigo 243 da Constituição Federal e prevê a expropriação de terras onde for flagrado trabalho análogo à escravidão e sua destinação para reforma agrária ou uso social urbano, sem indenização do proprietário.
Mas, para que o relatório do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) fosse aprovado nesta manhã, o presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), propôs um acordo que causou preocupação nos defensores da proposta: uma comissão especial formada por deputados e senadores debaterá a conceituação de trabalho escravo e o processo de expropriação. O grupo deve ser criado até a próxima semana e entre 30 e 60 dias deverá apresentar um parecer sobre a regulamentação para que seja votada em plenário, juntamente com a PEC. Segundo Vital do Rêgo, a votação da proposta deve acontecer no começo do segundo semestre, logo após o retorno do recesso parlamentar.
Sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado que aprovou nesta quinta-feira (27) a PEC do Trabalho Escravo (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Sessão da CCJ que aprovou a PEC do Trabalho Escravo (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Um dos reticentes com o acordo é o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP). De acordo com ele, no processo de regulamentação do trabalho escravo não se pode cair no que chamou de “armadilha”: “A caracterização o trabalho escravo não é a mesma do século 19. Não implica mais na velha caracterização da senzala, do açoite, da corrente. O trabalho escravo do século 20 é mais do que isso, é a condição degradante do trabalho, a privação da liberdade. Não podemos aceitar o retrocesso desse conceito. O Brasil que está vindo das ruas é um Brasil mais moderno, que não tem espaço para isso”, disse, em referência às manifestações que tomaram o país nas últimas semanas.
O acordo foi uma forma de avançar com a proposta no Senado e tentar impedir possíveis alterações no texto na futura votação. Para Nunes, essas medidas são necessárias para diminuir a resistência dos parlamentares que afirmam que sem regulamentação a PEC vai permitir expropriações arbitrárias, como defendeu o senador Blairo Maggi (PR-MT), integrante da bancada ruralista, durante a sessão. Caso haja mudanças, a proposta retorna à Câmara dos Deputados, onde enfrentou grande resistência da bancada ruralista e só foi aprovada depois de 11 anos de tramitação. “Essa PEC não pode ser aplicada automaticamente. Então precisamos trabalhar concomitantemente essas regulamentações, pois a lei precisa ser clara sobre o que é trabalho escravo para efeito de aplicação da PEC e para diminuirmos as resistências”, explica o relator da proposta.
Descaracterização
A tentativa de alterar a definição do crime não é nova. Em maio do ano passado, na aprovação da então PEC 438 na Câmara – nome da PEC do Trabalho Escravo naquela Casa –, os ruralistas fizeram a mesma proposta. A matéria, porém, foi aprovada com a promessa de um acordo igual ao estipulado na votação de hoje na CCJ. No entanto, a comissão da Câmara nunca saiu do papel. Luiz Antonio Machado, coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz que o interesse em debater o assunto é legítimo, mas alerta para o perigo que isso pode significar. “Quem acompanha o debate do trabalho escravo sabe que seria um retrocesso. Os ruralistas reclamam do conceito, da ação fiscal exagerada, mas temos confiança nas estruturas brasileiras para julgar a ‘degradância’ do trabalho”, diz.
Na próxima terça-feira (2), a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) pretende articular uma reunião entre parlamentares e especialistas no assunto para mostrar que a conceituação de trabalho escravo no Brasil é sólida. “É um conceito referenciado pela OIT como um dos mais avançados”, ressalta José Guerra, coordenador geral da Conatrae.
Clique aqui para acompanhar a tramitação da PEC direto no site do Senado e aqui para ver a composição da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
*amoralnato

Meritocracia: Uma Mentira Conveniente

Meritocracia: uma força inquestionável que promove justiça para quem tem mais mérito, ou uma desculpa esfarrapada para não se sentir mal com a miséria alheia? Você decide!

*Mariadapenhaneles

Joaquim Barbosa terá que dar explicações sobre empresa privada

Joaquim Barbosa terá que dar explicações sobre empresa privada

 Redação, com Vermelho - deBrasília


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, terá que dar explicações sobre a compra de um apartamento em Miami (EUA) por cerca de R$ 1 milhão. A compra do imóvel não teria nenhuma irregularidade se não fosse pelo detalhe de que a aquisição foi feita por meio de uma empresa constituída com fins lucrativos nos Estados Unidos.
Joaquim Barbosa
Joaquim Barbosa
O blog “O Cafezinho” publicou nesta terça-feira os documentos da compra do imóvel feita pela Assas JB Corp, cujo presidente éBarbosa. A constituição da empresa contraria a Lei da Magistratura que não permite a um juiz ou ministro da Justiça ter cargo em empresa privada.
Os documentos, conseguidos pelo blog “O Cafezinho” num cartório de Miami, apontam que o cargo de presidente da Assas JB Corp, exercido por Barbosa, também pode estar infringindo o Estatuto dos Servidores Públicos da União, que proíbe aos que exerçam carreiras de estado de participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada. A formação da empresa por Barbosa teve como objetivo evitar o pagamento de impostos com a transferência do imóvel a seus herdeiros após sua morte.
Ao ser comprado por pessoa jurídica, o apartamento de Barbosa em Miami deixa de pagar quase 50% de seu valor em impostos no caso de transferência para os herdeiros. Além do problema com o cargo administrativo de uma empresa privada, Barbosa terá ainda que explicar o fato de ter adquirido o apartamento por apenas US$ 10 de Alicia Lamadrid, o que pode resultar em explicações ao fisco no Brasil.
*correiodobrasil

João Saldanha, o militante comunista que comandou a Seleção Brasileira


João SaldanhaEstamos numa época em que o futebol, esporte tão amado pelo povo, foi transformado em mercadoria.Em que o povo brasileiro vai às ruas, em plena Copa das Confederações, protestar pela redução das passagens de ônibus, contra os superfaturados gastos bilionários com os estádios, contra a interferência da Fifa na soberania nacional, contra as remoções dos pobres que moravam nas áreas onde os estádios foram construídos.Numa época em que o futebol tem sido instrumento de corrupção, lavagem de dinheiro, enriquecimento de uma minoria, refúgio para agentes da Ditadura Militar.
Pois bem, nada mais oportuno então do que resgatar o nome de um cidadão consciente, engajado, militante, amante do futebol e profissional bem sucedido como técnico e comentarista esportivo. É preciso que a juventude rebelde conheça e se mire no exemplo de João Saldanha.
João Alves Jobim Saldanha já nasceu lutando, no dia 3 de julho de 1917, ano abençoado, em que os bolcheviques tomavam o poder na Rússia, instalando o primeiro governo popular da História, que construiria a primeira experiência de socialismo científico na vida humana. Não. Não quero dizer que o menino já nasceu comunista. É que o casal que o gerou – Gaspar Saldanha e Jenny Jobim Saldanha –estava refugiado no Uruguai por conta de sua participação no enfrentamento dos maragatos contra os chimangos, no Rio Grande do Sul. Voltou pouco tempo depois às terras gaúchas, e, aos seis anos de idade, ajudava os irmãos mais velhos – Aristides e Maria – a carregar armas e munições por baixo da roupa.
Maragatos x Chimangos
Um breve intervalo para compreendermos melhor essa luta. Começou em 1893, com os maragatos defendendo uma Federação com maior autonomia para os Estados, considerando que o governo central exercia um controle quase absoluto, negando, na prática, a República Federativa proclamada em 1889. O apelido tem origem no fato de que os líderes da Revolução Federalista estiveram exilados no Uruguai, numa região chamada de Maragateria.  Defendendo o Governo Central, estavam os Pica-Paus, assim denominados por conta de um chapéu branco que deixava suas cabeças parecidas com a do pássaro. O conflito terminou em 1895 com a derrota dos maragatos. Mas estes não desapareceram. Retomaram o combate em 1923, contra o governo de Borges de Medeiros. Este era acusado de fraude eleitoral, corrupção e repressão, agindo como verdadeiro ditador. A luta durou 11 meses, terminando em dezembro com uma negociação intermediada pelo Governo Federal. Borges permaneceu no Governo, mas foram abolidas a reeleição e a indicação de intendentes prefeitos. Os defensores do Governo do Estado foram denominados chimangos, uma ave de rapina parecida com o carcará.
Futebol e Militância
A família mudou-se para o Paraná, onde morou em várias cidades do interior, fixando-se finalmente em Curitiba, a dois quarteirões do Atlético Paranaense. O gosto pelo futebol começou ali, jogando com os meninos da vizinhança e assistindo aos treinos atleticanos. Uma curiosidade: no curso primário, teve como colega de escola um garoto que se tornaria personagem marcante na História do Brasil: Jânio da Silva Quadros.Nova mudança, agorapara o Rio de Janeiro, em 1931;João Saldanha tinha 14 anos. Aos 18, conseguiu mudar seu registro de nascimento,oficializando-se como natural de Alegrete (RS), onde a família vivia antes de deixar os pampas. No Rio, continuou seus estudos, cursou a Faculdade de Direito, ingressou no PCB, então denominado Partido Comunista do Brasil, e jogou profissionalmente pelo Botafogo, pouco tempo, parando após fraturar uma perna.
João SaldanhaO cronista Rubem Braga assim o descrevia: “Um cara que não perdeu aquele topete gaúcho e incorporou muito da malícia carioca”. E Nelson Rodrigues, escritor e teatrólogo, deu-lhe uma alcunha: João Sem Medo.
Na fase mais dedicada à militância política no PCB, João Saldanha foi assistente político do grupo que conduziu a guerrilha camponesa do Porecatu, no Paraná (1947-1951); ele era o “Professor Siqueira”, lembra JeaneteGouvea, que o conheceu na época e escreveu sobre esta revolta para o jornal A Verdade,nº 67.
Com larga experiência na redação dos jornais e boletins clandestinos do PCB, Saldanha estreou como comentarista esportivo no Rádio Nacional, tendo se tornado muito popular e festejado pelo modo enfático e simples de comentar e pela criação de frases inesquecíveis, que se tornaram bordões populares, a exemplo de “Se concentração ganhasse jogo, o time da penitenciária seria campeão” e “Se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado”.Em 1957, o Botafogo o convidou para técnico. Ele não tinha experiência, mas o clube ganhou o campeonato estadual. Mais um êxito profissional.
Na Copa do Mundo de 1966, o Brasil teve um fraco desempenho. A imprensa, o povo todo, criticava. Era geral o descrédito para a Copa de 1970. João Saldanha também criticava, mas de forma construtiva, dava sugestões. A direção da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) pensou uma cartada. Ele era super-respeitado como comentarista, tinha levado o Botafogo à vitória como técnico. Então, que venha comandar a Seleção Brasileira.
João Sem Medo aceitou o desafio. E disse: “Só vou convocar feras”. Por isso, a imprensa batizou a seleção como “As Feras do Saldanha”. E eram.  Pelé, Tostão, Gérson, Rivelino, Carlos Alberto Torres, Jairzinho… “Tive a sorte de contar com um celeiro de craques; lamentei não convocar Ademir da Guia, por exemplo…”1(Ademir era um grande jogador, ídolo da torcida palmeirense).
“Na seleção, mando eu”
O Brasil vivia sob ditadura militar. Quando Saldanha foi convocado, o ditador de plantão era o general Artur da Costa e Silva, que mantinha uma fachada “democrática”. Mas 1968 foi um ano de grandes mobilizações de massa, especialmente do movimento estudantil, e, em dezembro, veio o AI-5, o golpe dentro do golpe.A dita, que alguns consideravam branda, endurece de vez.Uma polêmica, aliás, inócua, porque como bem definiu o poeta “dita é sempre dita, tanto faz dita mole ou dita dura, tanto faz”,pois, “cala a voz, mata a canção, joga o direito no chão…”2
Em agosto de 1969, Costa e Silva, considerado da ala moderada das Forças Armadas, adoece. Assume uma Junta Militar e, a seguir, é nomeado para a chefia da Ditadura o general Emílio Garrastazu Médici. Este não simpatizava com um comunista dirigindo a Seleção,especialmente quando convocou a CBD para uma reunião, e João Saldanha não compareceu. Ele justificou: “…Eu não teria prazer em apertar a mão de um homem que tinha matado vários amigos meus. Não sei se foi ele quem mandou ou deixou. O caso é que, coincidentemente, trezentos e tantos morreram naquele Governo, o mais assassino da História do Brasil”.
As eliminatórias foram um sucesso, mas, uma semana antes da Copa de 1970, João Saldanha é demitido. A versão corrente, assumida pelo próprio Saldanha, é que Médici queria mandar em tudo e começou a pressionar em favor da convocação de jogadores de sua preferência, especialmente Dario Maravilha (Atlético Mineiro), pois queria agradar Minas Gerais. Segundo Saldanha, Dario era “…um bom jogador. Era de alto nível, mas não de tão alto nível como os jogadores de que a Seleção Brasileira precisava”.
Médici pressionava a diretoria da CBD, e esta transmitia a pressão para João Saldanha, até chegar ao ponto de João Havelange dizer: “João, não podemos aguentar mais. Pelo amor de Deus, convoque Dario”.  “Se convoco Dario, eu ia me avacalhar. Não me avacalhei”.
Há um boato, não comprovado, de que a cúpula do regime se reunira para debater o tema João Saldanha. Houvera uma divisão. Parte considerava que não ficava bem a taça ser levantada por um comunista. Outra parte afirmava que o Partido teria decidido que a Seleção não poderia ser vitoriosa, pois isto serviria de propaganda para o Governo. A minoria confiava em Saldanha e acreditava que ele não se submeteria a pressão de ninguém. Por via das dúvidas, foi decidido demiti-lo. A ordem de convocar Dario teria sido apenas um pretexto.
O fato é que veio a demissão. Assume Zagallo às vésperas da Copa. Manteve o mesmo time. Só teve o trabalho de levantar a taça. Um desempenho fenomenal “As Feras de Saldanha” tiveram no México, levando o Brasil ao tricampeonato mundial.
João Saldanha voltou à sua função de comentarista renomado e continuou militando no PCB até o fim da vida, que aconteceu em 12 de julho de 1990, em Roma, onde fora cobrir a Copa do Mundo, por conta de um enfisema pulmonar. O Brasil caiu nas oitavas de final.
José Levino,
historiador
AVERDADE

terça-feira, julho 23, 2013

"O Intelecto é Segregador e Controlador"

Arte: "Mind Throne" by Justin Slattum

O "Eu" é um trono mental que alimenta a ilusão de poder que por consequência gera um peso para o Observador, deixando-o exausto pelo excesso de pensamentos e com tendencias cada vez mas controladoras e obsessivas.
O que identificamos como "eu" é apenas a imaginação de nós mesmos, não tente super proteger a sua máscara(personalidade, aparência, conhecimentos que "possui").
Apenas pare e observe por um momento seus pensamentos. Quantos "eus"(vozes mentais) com opiniões diferentes você tem por dia? Você acha que alguma deles representa a totalidade do que você é?

Parte do texto:
"O Intelecto é Segregador e Controlador"
http://libertesedosistema.blogspot.com.br/2012/04/o-intelecto-e-segregador.html

A medida que nos tornamos mais presentes e alertas, começamos a ver quanto somos robóticos e encurralados nas personalidades que criamos. E podemos escolher tomar medidas proativas para lidar com as sombras que estão nos prendendo e tentar nos libertar. Não se iluda: se não lidarmos com essas sombras, elas lidarão conosco…

Você não é sua personalidade, nem seus pensamentos, nem suas emoções, nem os objetos que possui ou quanto dinheiro e status social você tem, todas essas coisas são PARTES de você, mas não a totalidade. Você é O Observador.

"Quem você é, é absolutamente inimaginável.
Quando você parar de se imaginar sob qualquer forma, há uma revelação que nunca foi falada, mas esta revelação é experimentada diretamente."
- Gangaji

"Despertar não significa que você despertou, significa que há apenas o despertar. Não há "você" que está desperto, só existe pura consciência. Enquanto você se identificar com um "você" que esteja acordado ou não acordado, você ainda estará sonhando. Despertar é despertar do sonho da existência de um "eu separado", é a revelação que existe apenas consciência."
- Adyashanti

Liberte-se do Sistema Mental!