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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 23, 2013

"O Intelecto é Segregador e Controlador"

Arte: "Mind Throne" by Justin Slattum

O "Eu" é um trono mental que alimenta a ilusão de poder que por consequência gera um peso para o Observador, deixando-o exausto pelo excesso de pensamentos e com tendencias cada vez mas controladoras e obsessivas.
O que identificamos como "eu" é apenas a imaginação de nós mesmos, não tente super proteger a sua máscara(personalidade, aparência, conhecimentos que "possui").
Apenas pare e observe por um momento seus pensamentos. Quantos "eus"(vozes mentais) com opiniões diferentes você tem por dia? Você acha que alguma deles representa a totalidade do que você é?

Parte do texto:
"O Intelecto é Segregador e Controlador"
http://libertesedosistema.blogspot.com.br/2012/04/o-intelecto-e-segregador.html

A medida que nos tornamos mais presentes e alertas, começamos a ver quanto somos robóticos e encurralados nas personalidades que criamos. E podemos escolher tomar medidas proativas para lidar com as sombras que estão nos prendendo e tentar nos libertar. Não se iluda: se não lidarmos com essas sombras, elas lidarão conosco…

Você não é sua personalidade, nem seus pensamentos, nem suas emoções, nem os objetos que possui ou quanto dinheiro e status social você tem, todas essas coisas são PARTES de você, mas não a totalidade. Você é O Observador.

"Quem você é, é absolutamente inimaginável.
Quando você parar de se imaginar sob qualquer forma, há uma revelação que nunca foi falada, mas esta revelação é experimentada diretamente."
- Gangaji

"Despertar não significa que você despertou, significa que há apenas o despertar. Não há "você" que está desperto, só existe pura consciência. Enquanto você se identificar com um "você" que esteja acordado ou não acordado, você ainda estará sonhando. Despertar é despertar do sonho da existência de um "eu separado", é a revelação que existe apenas consciência."
- Adyashanti

Liberte-se do Sistema Mental!




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