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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 27, 2013

Em estado terminal, co-criador de “Os Simpsons” doará toda sua fortuna para alimentar pessoas necessitadas com alimentação vegana e para a divulgação do veganismo





Uma lição de vida e a prova de que precisamos lutar pelos animais e também pelas pessoas
Admitindo ser um um paciente terminal de câncer de cólon, Sam Simon, que criou uma das séries de desenho animado mais famosas do mundo ao lado de Matt Groening, “Os Simpsons”, declarou que doará toda a sua fortuna para o combate à miséria e para ONGs que divulgam os Direitos Animais.
Todos os royalties que ganhou com a animação, avaliados em dezenas de milhões de dólares, serão transferidos para ONGs como a PETA e a Sea Shepherd. Para a Sea Shepherd, que trabalha na conservação dos oceanos, deve ser entregue um navio novo, atendendo a um pedido do capitão Paul Watson. Para a PETA, devem ser doados alguns milhões de dólares para a divulgação da filosofia de vida vegana em grandes meios de comunicação.
A vontade de ajudar as pessoas e os animais não veio apenas depois do diagnóstico do câncer. Sam mantém há anos a Sam Simon Foundation (conheça), que é uma fundação especializada em recolher e tratar animais que estão na rua e também em combater a fome, distribuindo milhares de refeições veganas.
Em uma emocionante entrevista publicada nesta quinta-feira (25) pelo site norte-americano Hollywood Reporter (leia aqui, em inglês), Simon disse que sua organização oferece apenas alimentos livres de crueldade e revelou que já deixou de doar seu dinheiro para uma grande e conhecida ONG que também combate a miséria pelo fato de não servirem alimentos veganos. Quando Sam perguntou à The food bankse os milhares de pratos distribuídos por eles eram livres de crueldade, recebeu uma justificativa rasa e em forma de pergunta: “Veja bem… e as pessoas que não são veganas?”. O argumento não convenceu Sam, que recusou-se a doar seu dinheiro para que carne e outros produtos de origem animal fossem comprados.
Em parceria com a PETA, Sam vem resgatando animais maltratados em circos e zoológicos. Sobre isso, ele lamentou o curto tempo de vida que o resta: “Eu só queria ter mais alguns dias para ver estes animais pisando na grama pela primeira vez.
O milionário sente prazer em ajudar e disse que toda sua família já recebeu todo cuidado que o dinheiro poderia oferecer, que não é casado e que não tem filhos e que, por isso, partiu para a caridade.
É realmente lamentável que pessoas como Sam simplesmente deixem este mundo. Mas é profundamente inspirador que um homem faça o que ele faz, quando tanta gente só pensa nos números. Sam é ovolactovegetariano desde os 19 anos e tornou-se vegano quando conhecer a PETA e começou a atuar pela ONG, há alguns anos.
O câncer de cólon tem forte ligação com o consumo de carne segundo estudos internacionais e também segundo a conclusão de um estudo da USP (leia aqui). Embora tivesse chances reduzidas de desenvolver a doença por ser ovolactovegetariano desde a juventude e veganos há alguns anos, Simon, que tem hoje 58 anos, teve a péssima notícia de quem tem pouco tempo de vida.
Fica a mensagem que Sam Simon deixou ao repórter do Hollywood Reporter sobre a relação do ser humano com os animais:
Repórter: Que mudanças você quer ver no mundo?
“Eu quero que os testes em animais acabem. Eles não funcionam. O veganismo é a resposta para a maioria dos problemas que temos no mundo em termos de fome e mudanças climáticas. Ele ajuda a saúde das pessoas. A produção de carne é a maior emissora de gases do efeito estufa. E tem o aspecto da crueldade e do sofrimento. Quando as pessoas deixam de comer produtos de origem animal e quando escolhem adotar um cão ao invés de comprá-lo, é uma vitória.”
Infelizmente, Sam não deve ver muitas das mudanças que espera, mas, ainda bem, existem milhares de pessoas comprometidas em passar essa mensagem adiante, geração após geração. Em nome de todas as pessoas que se preocupam com o bem deste mundo, obrigado, Sam, pela inspiração. O projeto Vista-se compartilha esta vontade de ajudar e de continuar na divulgação do veganismo e também com o a ideia de que o veganismo não é apenas proteger os animais não-humanos e sim também as pessoas.
Se você quer conhecer mais sobre o veganismo e saber como dar os primeiros passos neste novo estilo de vida, acesse www.sejavegano.com.br. Por favor, seja vegana(o).


*Nina

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