Obama distende com Irã sem consultar Manhattan Connection
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, setembro 27, 2013
Brizola, o maragato libertário
Por Davis Sena Filho
No
dia 21 de junho de 2004, Leonel de Moura Brizola faleceu aos 82 anos.
Governador do Rio Grande do Sul e duas vezes do Rio de Janeiro, Brizola
foi um dos políticos mais emblemáticos e importantes do Brasil no século
XX, e caso único de mandatário eleito para governar em dois estados.
Conhecido mundialmente, Brizola, além de ser o responsável maior pela
Cadeia da Legalidade que garantiu a posse do presidente João Goulart, em
1961, impediu um golpe militar iminente, que foi “adiado” para o dia 1º
de abril de 1964, data considerada como o Dia da Mentira ou do
Mentiroso.
Em junho de 2014
completar-se-ão dez anos do desaparecimento do grande político
trabalhista gaúcho e brasileiro, presidente de honra da Internacional
Socialista, e que, em 1989, quase conseguiu levar o pequeno PDT ao
segundo turno das eleições presidenciais, disputa que ficou a cargo do
PT, de Lula, contra o candidato da direita, o hoje senador Fernando
Collor de Mello (PTB/AL). Brizola se aliou ao candidato petista,
transferiu seus votos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul quase que
integralmente, bem como seus eleitores de outros estados votaram também
em massa em Luiz Inácio Lula da Silva.
Contudo, a união
entre Brizola e Lula não foi o suficiente para derrotar Collor, que
recebeu a adesão de diversos partidos, grandes e pequenos, além de ter o
apoio da classe média coxinha e do empresariado urbano e rural,
principalmente dos magnatas bilionários da imprensa de negócios
privados, notadamente a Globo, que apoiou o candidato da direita durante
toda a campanha, bem como editou o último debate há apenas dois dias
das eleições quando mostrou, no Jornal Nacional, os melhores momentos de
Collor e os piores de Lula.
O episódio foi um
verdadeiro escândalo e negado pelas Organizações(?) Globo até há poucos
anos, mas reconhecido, posteriormente, pelos profissionais que
controlavam na época o jornalismo da televisão de Roberto Marinho, a
exemplo de Armando Nogueira e Alice Maria, além do Boni, vice-presidente
de operações da emissora, que já deram declarações nesse sentido sobre a
edição que favoreceu o candidato dos conservadores e da Globo. O
próprio Roberto Marinho anos depois afirmou que interferiu no processo
de edição do debate veiculado no Jornal Nacional.
Um crime cometido
pela imprensa corporativa, cúmplice efetiva da ditadura, que manipulou e
distorceu a informação, a fim de influenciar o eleitorado brasileiro,
em um tempo que o Brasil estava a realizar as primeiras eleições diretas
para presidente depois de longos 29 anos. Desde o ano de 1960, quando
Jânio Quadros foi eleito, os brasileiros ficaram sem o direito
constitucional de votar para presidente da República, assim como a
maioria das lideranças políticas socialistas, trabalhistas e até mesmo
liberais, mas legalistas foi exilada e, consequentemente, afastada do
processo político controlado pelos novos donos do poder: a direita e a
extrema direita brasileira.
Anteriormente, no ano
de 1982, Leonel Brizola foi vítima também de uma conspiração entre a
Globo, o SNI e a Polícia Federal do governo do presidente general João
Figueiredo. O líder trabalhista quase perdeu as eleições para governador
do Rio de Janeiro, no famoso escândalo da Proconsult, cuja intenção era
manipular os votos e, por conseguinte, fazer com que o candidato do
PDS, Moreira Franco, fosse o vencedor e assumisse o Palácio da
Guanabara.
Mais uma mácula na
história da Rede Globo, uma empresa privada, de concessão pública, a
fazer política e, mais do que isto, a cometer crimes eleitorais com a
intenção de interferir no processo eleitoral brasileiro, para que seus
interesses econômicos e políticos fossem concretizados. Leonel Brizola
percebeu a armadilha e convocou a imprensa para denunciar o jogo sujo
perpetrado por órgãos de segurança e pelos jornalistas empregados do
magnata bilionário Roberto Marinho.
O escândalo da
Proconsult contra a eleição de Brizola pelo povo do Rio de Janeiro e a
edição mequetrefe e manipulada do Jornal Nacional que prejudicou Lula há
apenas dois dias das eleições presidenciais são os maiores exemplos da
ousadia e do atrevimento de empresários autoritários inconformados com a
redemocratização do Brasil e que se assemelha ao inconformismo das
comunidades de informação e repressão, que, evidentemente, portadores de
outros instrumentos de coerção, passaram a boicotar e a sabotar com
violência a abertura política, bem como as primeiras eleições diretas da
década de 1980.
O trabalhista e
maragato Leonel Brizola foi lançado na vida pública pelo estadista
Getúlio Vargas, e teve uma carreira política longa, de mais de cinquenta
anos. Brizola lutou pelas causas populares e pagou um preço muito alto,
pois perseguido pelo establishment, bem como ofendido em sua honra e
dignidade, além sua pessoa ser, sistematicamente, desqualificada pelos
inimigos partidários e principalmente pelos sabujos da imprensa pagos
pelos seus patrões, os barões da imprensa, para desconstruí-lo e, por
sua vez, impedi-lo, entre outras coisas, de ser presidente da República.
Brizola foi um titã
vocacionado para a luta em prol da liberdade e do desenvolvimento social
do povo brasileiro. Político polêmico e nacionalista, considero que o
distanciamento histórico para uma análise precisa de sua vida pessoal e
política é ainda muito curto em relação ao tempo. A história tem de ser
escrita e lida de forma fria e isenta, mas uma coisa se pode dizer do
Velho Briza: era um homem muito corajoso, coerente e de valores perenes.
A coragem e a verve
ideológica de Leonel Brizola provêm dos rincões do Rio Grande do Sul,
que foram banhados de sangue ao longo de sua história, por causa de suas
inúmeras revoluções e conflitos armados entre suas elites e facções
políticas. Durante a Revolução Federalista, em 1923, seu pai, José de
Oliveira Brizola, morreu lutando nas tropas lideradas por Joaquim
Francisco de Assis Brasil, que combatiam os republicanos, cujo chefe era
o presidente do Rio Grande do Sul, Antônio Augusto Borges de Medeiros.
Os republicanos,
chamados de chimangos ou pica-paus, usavam lenços brancos no pescoço. Os
federalistas denominados maragatos, usavam o lenço vermelho, que
Brizola usou como símbolo de sua luta política por toda sua vida. O
legado de seu pai, humilde lavrador, foi sua morte em defesa de suas
crenças políticas e sociais. Brizola, de orlgem pobre, perdeu o pai com
um ano de idade e recebeu de herança o lenço vermelho, em referência aos
maragatos gaúchos ao tempo que uma homenagem ao seu pai.
Foi nesse ambiente
ideológico e de guerra entre os gaúchos que Leonel Brizola se fez
político. Ele foi o último personagem dos embates riograndenses, que
duraram cerca de duzentos anos. O mandatário é considerado o herdeiro do
trabalhismo de Getúlio Vargas e de João Goulart, única doutrina
política e social do Brasil que, realmente e rigorosamente, se propôs a
efetivar as reformas de base, no que tange à industrialização, ao
trabalho e à soberania do Brasil, a partir da Revolução de 1930. Até
hoje o povo brasileiro é beneficiado socialmente e economicamente pelo
legado dos trabalhistas, e por isso reconhece o valor desses homens de
alma popular e verve guerreira.
O nacionalismo de
esquerda de Leonel Brizola, chamado equivocadamente e cinicamente de
populismo pela direita partidária, com a cumplicidade da imprensa
burguesa, a fim de desqualificar as ideias do grande político,
desagradou às elites brasileiras. A partir de 1964, com a assunção dos
militares ao poder, por meio de golpe de estado, o perseguiram
cruelmente, calando-o, ameaçando-o de morte e exilando-o por 15 longos
anos. Investigaram sua vida, incessantemente, e não acharam sequer uma
mácula que manchasse seu nome. Chamaram-no de louco, radical, insano e
insensato, e, mesmo com as interpéries e os obstáculos, o gaúcho de
Carazinho continuou a marchar no caminho de sua vida e de seu destino.
Humilharam sua
mulher, seus amigos, sua família, seus correligionários e proibiram que
seu nome por 15 anos saísse, sequer, nas publicações impressas, nas
rádios e nas televisões brasileiras. Era como se Leonel Brizola nunca
tivesse um dia existido. Era como se Brizola fosse um ser invisível. A
minha geração somente tomou conhecimento da existência de Brizola em
1977, quando começou a recrudescer a luta pela Anistia, que, enfim, foi
concedida em 1979, por meio de muita pressão da sociedade organizada.
Vale lembrar ainda
aos que têm amnésia que a distensão política no Brasil e na América
Latina aconteceu também por causa do presidente dos Estados Unidos, o
democrata Jimmy Carter, que pressionou pelo estabelecimento da política
de direitos humanos no mundo, além de efetivar a distensão política na
América Latina. Carter cobrou do presidente general Ernesto Geisel, por
exemplo, o fim do regime de força, o que ocorreu no início da década de
1980.
O presidente
norte-americano, ao que me parece, nunca foi estudado a altura pelos
nossos historiadores e muito menos é personagem da imprensa associada à
ditadura no que diz respeito ao mandatário ter sido fundamental para que
houvesse abertura política no Brasil, além da forte pressão interna
liderada pelo MDB de Ulysses Guimarães e de setores da sociedade
organizada exemplificados na OAB, na CNBB, na ABI, nas universidades e
nos principais sindicatos de trabalhadores do ABCD paulista.
Leonel Brizola lutou
bravamente pelos direitos civis do povo, da legalidade constitucional e
institucional, bem como se sacrificou pela democracia. Foi combatido,
inapelavelmente, e combateu sem pedir arrego, porque como todo gaúcho de
caráter e coragem é bom de peleia, o que o levou a nunca desistir de
acreditar em um Brasil solidário, justo e democrático. Pagou um preço
alto por sua determinação de enfrentar o status quo estabelecido pelas
elites. Morreu sem ver o Brasil como em seus sonhos, ou seja, um País
para os brasileiros e também para os estrangeiros, que vieram para as
nossas terras viver e oferecer suas mãos para trabalhar.
O líder trabalhista
acreditava na educação. Somente por intermédio da educação nós sabemos
que o povo se torna digno, livre e emancipado. Um povo educado e
informado tem força para fiscalizar os maus governos e reivindicar seus
direitos. Com a crise econômica e política que o mundo vive atualmente
percebemos, então, como o gaúcho Leonel Brizola faz falta. Quando vivo
foi desprezado pelas classes dominantes e agora, morto, saberemos
justificar, dignificar e honrar seu legado e sua memória. Brizola é um
dos líderes da resistência do povo brasileiro, e homens de seu caráter
são imprescindíveis para a formação cívica e cultural de uma Nação única
e por isto especial como o é a brasileira. Brizola é o maragato
libertário. É isso aí.
*Ajusticeiradeesquerda
ex-prefeito de Osasco é lançado candidato a presidente do PT de São Paulo
EMÍDIO DÁ O TOM DO PT: “ALCKMIN É INCOMPETENTE”
Com a presença de Lula e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
ex-prefeito de Osasco é lançado candidato a presidente do PT de São
Paulo; ato que acontece agora, no centro da capital, abre luta entre o
partido e o PSDB pelo governo do Estado; "Geraldo Alckmin está no poder
há vinte anos e não mostrou ao que veio", disse Emídio de Souza; "Essa
incompetência irá ao julgamento das urnas"; transportes, violência e
saúde serão os temas principais em debate; franco favorito a assumir a
presidêcia do PT paulista, Emídio quer um empresário como vice do futuro
candidato Padilha
27 DE SETEMBRO DE 2013
247 - Às 20h22, sob os gritos de 'olê, olá, Lula, Lula", o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao palco montado na Casa de Portugal,
no centro de São Paulo, onde está sendo lançada a candidatura do
ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza à presidência estadual do partido.
Antes dele, também em clima de festa, foi recebido o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, virtual candidato do partido ao governo do Estado,
em 2014.
"Padilha deverá deixar o ministério entre o final deste ano e o inicio
do próximo, não ser muito mais para a frente que isso", disse Emídio,
franco favorito a vencer as eleições internas do PT. "A presidente Dilma
pediu para Padilha ficar até a implantação do programa Mais Médicos.
Depois disso, é entrar trabalhar em São Paulo", completou. Para ele, as
funções de ministro iriam congestionar a agenda do futuro candidato.
Nos primeiros discursos, prefeitos e deputados do partido frisaram que
2014 vai representar a melhor chance de o PT ganhar o governo de São
Paulo. "Os tucanos estão cansados", disse o dirigente Gerson
Bitencourt. "Além disso, estão mergulhados num mar de lama". A corrupção
à volta das multinacionais Alstom e Siemens, no setor de transporte
público do Estado, sem dúvida, como já se vê, será uma tecla muito
batida na campanha do PT.
Abaixo, notícia anterior:
Marco Damiani _247 – Cercado por quase uma dezena de jornalistas, e com
um auditório lotado por cerca de mil pessoas a esperá-lo, o ex-prefeito
de Osasco Emídio de Souza antecipou no início desta noite de sexta-feira
27, na Casa de Portugal, no centro da capital paulista, o tom que o PT
irá adotar na disputa pelo governo do Estado mais rico da Federação, São
Paulo com seu orçamento inferior apenas ao da União: é de ataque
frontal ao PSDB e seu virtual candidato à reeleição.
O PT batizou de PED 2013 - Processo de Eleições Diretas -- o calendário
de eleições diretas para todas as instâncias de presidência da legenda,
do diretório nacional aos estaduais e municipais. Os estrategistas do
partido acreditam que essas eleições irão mobilizar a militância e
esquentar as baterias para as disputas do próximo ano.
"Geraldo Alckmin entrou para o governo de São Paulo em 1º de janeiro de
1995, junto com o Mario Covas", lembrou Emídio, momentos antes de ter
seu nome lançado oficialmente como candidato a presidente do PT de São
Paulo. "Alckmin é, portanto, responsável por toda essa incompetência que
o PSDB praticou em São Paulo".
Além da platéia formada por militantes de dezenas de diretórios do
partido, sindicalistas e parlamentares, Emídio terá ao seu lado o
ex-presidente Lula e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que às
19h25 era aguardados para participar do ato político. O ex-prefeito de
Osasco por três vezes é franco favorito para ganhar as eleições internas
no PT.
Para Emídio de Souza, o partido deverá conduzir a campanha eleitoral do
próximo ano sobre dois eixos: destacar o perfil de realizador do
ministro Padilha, que já conta com o apoio da maioria da legenda para
sair candidato, e bater duro na administração tucana e no governador
Alckmin.
"Não dá para Alckmin dizer que não tem a ver com os esquemas montados
pelos governo tucanos em São Paulo. Ele é peça central de tudo isso",
desferiu o futuro presidente estadual do PT. "Um governo de 20 anos que
faz 1,4 quilômetro por ano, que não conseguiu resolver a situação da
saúde pública no Estado e não soube fazer parcerias para o
desenvolvimento, não merece continuar. É essa incompetência que estará
em julgamento nas urnas".
O candidato está animado. "OPT só tem tem crescido", contabiliza.
"Tivemos 28% com o Genoíno em 2008 e, em seguida, 32% e 35% com o
Mercadante. Nas últimas eleições, crescemos muito nas regiões
metropolitanas de São Paulo e Campinas. O que falta é nos enraizarmos
mais nas cidades com menos de 40 mil habitantes".
Emídio já defende a participação de um empresário na futura chapa de
Padilha. "São Paulo é um Estado que liderava o País e ficou para trás.
Temos de retomar o protagonismo. Nada melhor, para isso, do que termos
um vice que represente esse empresariado que quer fazer São Paulo voltar
a crescer", agregou.
Senado aprova o parto humanizado no SUS
por patrinutri
Credito da foto: Carol Dias Fotografia
Um grande benefício das mulheres, dos bebês e das
famílias este é o grito de comemoração entre os militantes em favor do
parto humanizado no Brasil!
Hoje todos os militantes em favor do SUS, do parto
humanizado comemoram a aprovação do projeto de lei que prevê parto
humanizado no SUS na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Isto ainda
requer a aprovação dos deputados federais da medida que altera a Lei
Orgânica da Saúde.
Mas já comemoramos que a partir disso todos os
profissionais e estabelecimentos da área de saúde mantidos pelo governo
terão que oferecer um tratamento humanizado a gestantes e
recém-nascidos.
Veja a matéria na íntegra publicada na Agência Brasil:
A notícia esta sendo amplamente divulgada na
imprensa, o que é uma boa pressão para que os deputados aprovem a
alteração da lei orgânica da saúde.
Os grande militantes em favor do parto humanizado
no Brasil, seguem na luta até que seja aprovado, bem como atentos as
definições de parto humanizado que deverá ser detalhado para que não
haja distorções.
Seguimos mais fortes, mas seguimos na luta!
Rede Cegonha, ReHuNa (Rede pela Humanização do
Parto e Nascimento), movimento da Parto do Princípio e cada uma e cada
um que acredita que é possível fazer mudanças sociais, mudando a forma
de nascer seguimos em rede com vocês!
Patrícia S C Silva
*http://www.redehumanizasus.net/66019-senado-aprova-o-parto-humanziado-no-sus
*alicebevilaqua
Requião denuncia “molecagem” da Globo
No último domingo, jornal O Globo publicou: “Embargos infringentes podem beneficiar 84 parlamentares no STF”; segundo o senador do PMDB-PR, a matéria coloca “no mesmo saco” todos os que são réus de ações penais no Supremo; reportagem inclui Requião como um dos possíveis “beneficiados”, já que o é processado naquele tribunal por calúnia contra o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. |
Na opinião do senador, a matéria coloca “no mesmo saco” todos os parlamentares que são réus de ações penais no Supremo.
– Estou aqui com O Globo, jornal fundado pelo Irineu Marinho, posteriormente dirigido por Roberto Marinho e atualmente dirigido pelos netos do Irineu, os filhos do Roberto, que se dedicam, como verdadeiros moleques, a fazer molecagem na imprensa – disse.
A matéria inclui Requião como um dos possíveis “beneficiados”, já que o senador é processado naquele tribunal por calúnia contra o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
– Aprendi há muito tempo, com meu avô sergipano, que quando você é mordido por um cachorro, você não bate no cachorro, você bate no dono do cachorro.
E o dono dos dois jornalistas que escreveram essa maravilha aqui chama-se Roberto Irineu Marinho.
É com ele que eu quero falar desta tribuna – afirmou.
Requião disse que o jornal colocou no mesmo patamar parlamentares processados por crimes diversos, “de delito eleitoral por afixar cartazes em locais não permitidos a peculato, fraudes em licitações, injúria e mais”.
Se uma pessoa desatenta ou desavisada ler a matéria, opinou o senador, acaba por acreditar que todos os 84 parlamentares que sofrem processo no STF são corruptos.
– Eu não sou Marinho. Eu não estou devendo milhões de reais para a Receita Federal. Não estou me escondendo no poder de comunicação dos seus jornais.
O Globo não se preocupa em separar alhos de bugalhos.
Não se preocupa em mostrar as diferenças das acusações contra 84 políticos. Não!
Para O Globo, buscar a verdade nos fatos, o fundamento do jornalismo, é apenas um detalhe absolutamente supérfluo – pontuou.
Requião afirmou que os jornalistas de O Globo sequer o procuraram para que ele contasse sua versão sobre o processo no STF, nem pesquisaram seu processo no Supremo, que inclui parecer do Ministério Público favorável a ele.
– Isso é um trabalho que os moleques a serviço do Roberto Irineu Marinho – parece que esse é o nome da peça rara –, esse é um trabalho a que eles não se dão.
Repudio esta molecagem de O Globo e dos Marinho, essa reportagem maliciosa, aleivosa, malandra, safada.
Não podemos continuar alvos de safadezas como essas, desse jornal safado, dirigido por malandros, que é O Globo – concluiu Requião depois de pedir o apoio dos deputados a seu projeto de lei que estabelece regras para direito de resposta por matéria ofensiva na imprensa.
do Blog do Esmael
*cutucandodeleve
Longo, tedioso e previsível
A ânsia de salvar a imagem do Campeonato Brasileiro
de futebol chega a níveis divertidos. Já inventaram de tudo, até que sua
fórmula de disputa foi engendrada para se adequar ao Estatuto do Torcedor. Logo
surgirá alguém criticando o imponderável no esporte e defendendo os “valores
morais do favoritismo”.
Nunca deixarei de repetir que a partilha desigual
de verbas transforma o sistema de pontos corridos em teatro de manipulação para a TV Globo e seus patrocinadores. Não há a menor sombra de justiça ou de mérito
no arranjo, e sequer a preocupação de forjá-los. Se, por um milagre qualquer,
todos os clubes passassem a desfrutar da mesma dinheirama dos mais bem pagos,
os pontos corridos seriam abandonados na primeira reunião da cartolagem. E por
pressão da Globo.
Dizem que as torcidas apoiam o ardil, tanto que
continuam a frequentar os estádios. Bobagem. O público médio é
sofrível, especialmente se levarmos em conta as estatísticas sobre os
apoiadores dos times mais populares. Ademais, a maioria dos espectadores é
formada por associados de planos de fidelidade, ou seja, tende a acompanhar os
jogos em qualquer circunstância, independente da fórmula da disputa.
A apologia desvairada do Brasileirinho quer esconder
o fato de que não existe emoção possível num campeonato com esses moldes. Oito
meses, somando trinta e oito rodadas, para que os mesmos times privilegiados
ocupem as melhores posições finais? Alguns “clássicos” mornos e umas
“surpresas” esparsas (quando a arbitragem permite) compensam quase um ano de
lucubrações bocejantes sobre elencos meia-bocas e seus atletas obscuros?
Não, não compensam. O futebol brasileiro é chato, bobo, medíocre. E imoral.
*GuilhermeScalzilli
MUJICA vou ter que experimentar maconha senão vão pensar que sou um careta
José Mujica está no centro do debate sobre drogas hoje no mundo.
Diferentemente de seus companheiros de geração que trocaram a luta
armada pelo poder institucional, Mujica não deixou seu passado de
ativismo ultradisciplinado e hierarquizado turvar sua visão sobre o
real: “muito pior que a droga e a dependência é o tráfico dela”, afirmou
em entrevista concedida ao canal TVN. Divulgada apenas parcialmente
pela televisão, ela foi depois cedida na íntegra para a revista chilena CAÑAMO, que publicou-a em sua edição de agosto.
Após criticar a proibição das drogas e criticar o posicionamento dos chefes de Estado sobre a questão – “somos meio covardes mundialmente, me parece. Os Estados não gostam de reconhecer o fracasso” – o presidente uruguaio defende a legalização da maconha e aponta seus consequentes dilemas, como a questão do cadastro estatal de usuários e a baixa aprovação nas pesquisas. Mas o principal vem ao final da entrevista, em trecho que transcrevemos na íntegra em tradução livre.
Entrevistador – Em relação a sua história pessoal, você que tanto gosta da natureza, da terra, não me respondeu muito bem no começo sobre a maconha em sua vida. Conheceu gente que fumasse, gente próxima de você?
Mujica – Não, não, não, não. Para nada, nunca tive nada a ver com esse bichinho nem nada, mas também não me espanta.
Entrevistador – Nem ao menos uma pessoa?
Mujica – Não, não, estive muito por fora da boemia intelectual. Eu me meti a mudar o mundo. Minhas amizades eram revolucionárias, clandestinas, fumadores de tabaco barato, de vestimentas severas e de vidas muito distantes das displicências intelectuais, porque lidávamos com muito perigo. E bom, nisso se foram meus anos de juventude. Mas não tome isso como uma visão crítica a outros jovens, não.
Entrevistador – Você já consumiu maconha alguma vez?
Mujica – Não, não consumi. Por acidente, pelas coisas que te expliquei, pela minha forma de vida. Vou ter que experimentar qualquer dia desses, porque vão pensar que sou um careta ou algo do tipo.
Entrevistador – Gostaria de provar então?
Mujica – Sim, provaria, como tantas outras coisas. Não tenho maior problema com isso.
Entrevistador – Hoje em dia você tem amigos que fumam maconha?
Mujica – Suspeito que sim, suspeito que sim. Nunca me disseram, mas suspeito que sim.
*coletivodar
Após criticar a proibição das drogas e criticar o posicionamento dos chefes de Estado sobre a questão – “somos meio covardes mundialmente, me parece. Os Estados não gostam de reconhecer o fracasso” – o presidente uruguaio defende a legalização da maconha e aponta seus consequentes dilemas, como a questão do cadastro estatal de usuários e a baixa aprovação nas pesquisas. Mas o principal vem ao final da entrevista, em trecho que transcrevemos na íntegra em tradução livre.
Entrevistador – Em relação a sua história pessoal, você que tanto gosta da natureza, da terra, não me respondeu muito bem no começo sobre a maconha em sua vida. Conheceu gente que fumasse, gente próxima de você?
Mujica – Não, não, não, não. Para nada, nunca tive nada a ver com esse bichinho nem nada, mas também não me espanta.
Entrevistador – Nem ao menos uma pessoa?
Mujica – Não, não, estive muito por fora da boemia intelectual. Eu me meti a mudar o mundo. Minhas amizades eram revolucionárias, clandestinas, fumadores de tabaco barato, de vestimentas severas e de vidas muito distantes das displicências intelectuais, porque lidávamos com muito perigo. E bom, nisso se foram meus anos de juventude. Mas não tome isso como uma visão crítica a outros jovens, não.
Entrevistador – Você já consumiu maconha alguma vez?
Mujica – Não, não consumi. Por acidente, pelas coisas que te expliquei, pela minha forma de vida. Vou ter que experimentar qualquer dia desses, porque vão pensar que sou um careta ou algo do tipo.
Entrevistador – Gostaria de provar então?
Mujica – Sim, provaria, como tantas outras coisas. Não tenho maior problema com isso.
Entrevistador – Hoje em dia você tem amigos que fumam maconha?
Mujica – Suspeito que sim, suspeito que sim. Nunca me disseram, mas suspeito que sim.
*coletivodar
Alemanha forte, Europa social destroçada
Por
Roberto Sávio
Reeleição de Angela Merkel pressagia continente que abandona solidariedade, assume face punitiva do protestantismo e descamba para desigualdade e xenofobia
Por Roberto Sávio | Tradução: Vinícius Gomes
As recentes eleições alemãs borraram as fronteiras entre norte e sul da Europa. Ao longo dos últimos três anos, todo o mundo parecia olhar apenas para a crise na Grécia, seguida pela da Irlanda, de Portugal; pelo declínio da França, a estagnação da Espanha e a falta de governabilidade na Itália. Poucos perceberam que a Holanda (quinta economia da zona do euro) foi obrigada a admitir que em 2014 não conseguirá cumprir a meta de déficit fiscal abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e já atingiu os 3,8%.
A Finlândia, outra forte aliada no dogma de “austeridade” da Alemanha e sua firme imposição no sul da Europa, admitiu que terá de violar outro princípio: aquele segundo o qual o endividamento não pode ultrapassar 60% do PIB. Também a Áustria parece caminhar em direção à desaceleração, sem falar da situação difícil dos países da Europa Oriental e da Polônia. A Eslovênia figura na lista como o próximo país a ser “resgatado”, depois do Chipre.
Em seu discurso no Dia do Príncipe, para as duas casas do parlamento holandês, o rei William praticamente liquidou o conceito de Estado de bem-estar social, ao dizer claramente que o sistema clássico da segunda metade do século XX seria “insustentável”, e clamar por sua substituição pela chamada “participação da sociedade”, em que as pessoas são responsáveis por seu próprio futuro. O rei lia um discurso preparado pelo premiê liberal Mark Rutte, que comanda o país com apoio dos sociais-democratas. […]
É exatamente a mesma posição do candidato republicano Mitt Romney durante sua campanha contra Barack Obama, nas últimas eleições dos EUA. Trata-se de um excelente exemplo de como o modelo social europeu vem progressivamente minguando e se tornando cada vez mais parecido com o norte-americano. E para ficar ainda mais semelhante, logo depois do discurso do rei o governo holandês comprou, por 6 bilhões de dólares, 37 caças F-35. A manutenção destes caças irá custar 300 milhões ao ano – um custo que certamente deixará mais seguros os cidadãos holandeses ameaçados de cortes em aposentadorias e benefícios sociais…
Ao vencer as eleições, Angela Merkel já anunciou que irá manter a “austeridade” como base dos relacionamentos da Alemanha na Europa. Em outras palavras, os países devem continuar cortando custos sociais para equilibrar o orçamento. Merkel acredita que a unidade europeia é importante: sabe bem que uma das razões para o sucesso da Alemanha é que uma Europa fraca torna mais forte a economia alemã, via exportações e taxas de juros. Mas Merkel não é uma líder da Europa, ela é líder da Alemanha. Nunca tentou explicar aos seus cidadãos as razões fundamentais da vantagem alemã.
O fato é que os empréstimos às nações do sul da Europa destinaram-se, primeiramente, a pagar as dívidas dos bancos daqueles países, sendo que alto percentual foi parar nos bancos alemães, detentores de títulos da Grécia, Irlanda, Portugal e por aí vai (além de a Alemanha injetar, em seus próprios bancos, 300 bilhões de dólares).
Merkel é uma líder que, ao contrário de seus antecessores, não se sente responsável, por razões pessoais e históricas, pelos pecados passados da Alemanha. Ela não tem problema algum em projetar uma imagem controversa de seu país. Não vê problemas em manter relações difíceis com outros líderes europeus. Tem sido acusada usar como modelo a Suíça (mais Zurique que Genebra): um país que só quer saber de comercial e, basicamente, evita envolver-se na solução dos problemas internacionais, a não ser que afetem estabilidade nacional. Merkel não definiu posição alguma da Alemanha sobre assuntos globais, além do reconhecimento genérico de que os Estados Unidos são o país responsável pela ordem mundial. Ela aceitou a posição de Obama nas questões da Líbia, do Egito e da Síria, mas não comprometeu a Alemanha a tomar nenhuma medida concreta. Na prática, a Alemanha está completamente ausente de qualquer debate global, de meio ambiente a desarmamento; de governança e governabilidade ao papel das Nações Unidas.
Na Europa, ela considera que os alemães – que teriam pago seus impostos e trabalhado duro, enquanto Grécia, Irlanda e Portugal gastavam dinheiro alegremente – estavam comprometidos, sob o comando do antigo chanceler Gerhard Schröder, com um processo doloroso e não solicitado de redução do bem-estar social. O modelo social alemão, acredita, tem sido um sucesso. Discursando em Meschede, na Renânia do Norte-Vestfália, em 2011, ela afirmou claramente: “Não podemos ser solidários e aceitar que países endividados continuem como estão. A Alemanha vai ajudar, mas apenas se os outros se esforçarem e demostrarem esforços. É importante que em países como Grécia, Espanha e Portugal as pessoas não possam aposentar-se antes que na Alemanha – que todos se esforcem mais ou menos igualmente. Isso é importante… Não podemos ter uma moeda comum se alguns têm muito tempo de férias e outros, pouco. Isso não vai funcionar no longo prazo.” E em 2012, quando a ideia de emitir eurobônus (títulos garantidos por todos os países da zona do euro para sustentar as finanças dos países europeus mais fracos) foi posta de lado, ela declarou enfaticamente: “Enquanto eu viver, não haverá eurobônus.” Disse ainda: “Programas de assistência devem estar sempre sujeitos a condições bem estritas”.
Assim sendo, o modelo social da Alemanha deve tornar-se o modelo social europeu. Parece fácil do ponto de vista de Berlim, mas, para países em recessão, manter os cortes de serviços públicos causa sérios custos sociais, como já admitiu até mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esses custos são vistos como desperdício e esbanjamento na Alemanha, onde o valor protestante da punição dos pecados desempenha forte, embora não declarada justificativa psicológica diante de notícias sobre o sofrimento dos cidadãos na Grécia e outros países no sul da Europa.
Merkel tem posição bem definida sobre a Europa, sempre sugerida, ainda que não expressa claramente. Ela favorece fortemente maior integração. Mas não procura fazê-lo delegando poderes às instituições européias, e sim por meio de mais e mais acordos entre a Alemanha e outros Estados. Tem resistido a ampliar os poderes do Banco Central Europeu (ECB) e diluído seu programa de controle do sistema bancário. Mas não tem nenhum problema em, por exemplo, fechar um acordo bilateral com a Espanha para aceitar profissionais qualificados como imigrantes (no ano passado a Alemanha bateu o recorde de um milhão de imigrantes), como forma de ajudar no emprego dos jovens. E tem feito várias declarações sugerindo que “é hora de retomar algumas funções de Bruxelas de volta aos Estados nacionais”.
Na verdade, isso torna Angela Merkel muito mais próxima do primeiro-ministro britânico David Cameron do que a maioria das pessoas imagina. Quando eles se conheceram, em junho de 2012, ambos assumiram exatamente as mesmas posições em relação ao orçamento europeu, deixando o presidente francês François Hollande completamente isolado. E foi Hollande quem teve de ir à luta junto a Cameron pela visão europeia, com Merkel basicamente assistindo. Cameron vê a Europa apenas como um mercado comum. A visão de Merkel não está distante disso. Ela olha para um conjunto de relações entre Estados europeus, com Bruxelas coordenado políticas comuns, mas com a condição de que os países se alinhem ao modelo social alemão.
Assim, nos próximos quatro anos não haverá grandes mudanças, ainda que um Partido Social Democrata (SPD) muito enfraquecido faça uma coalizão com Merkel. A propósito, o SPD debilitou-se precisamente por causa das reformas austeras de Schröder, e desde então não conseguiu se recompor. Fora alguns sinais progressistas emitidos durante a recente campanha eleitoral, as diferenças nas questões sociais entre o SPD e a União Democrática Cristã (CDU), de Merkel, foram mínimas. Em Dortmund (580 mil habitantes), um em cada quatro cidadãos está próximo da linha de pobreza e vive de subsídios. Nacionalmente, 6 milhões de alemães recebem alguma forma de ajuda estatal e 2,5 milhões com menos de 18 anos vivem na pobreza, de acordo com Massimo Nava, do Il Corriere della Sera. Enquanto isso, as frustrações na antiga Alemanha Oriental, que permanece mais deprimida que o resto do país, não se refletem em comparecimento às urnas, mas em abstenção. Os alemães olham para além de suas fronteiras e, temendo o pior, preferem manter o status quo.
Examinemos mais de perto uma era de Europa pós-Merkel. A partir do sul, a política de austeridade irá se propagar por toda a Europa. É possível que os cortes na seguridade social produzam alguns resultados, em termos macroeconômicos e orçamentários. A Grã-Bretanha é um bom exemplo. Cameron vem desmontando o famoso Sistema Nacional de Saúde do país, exemplo para toda a Europa depois da II Guerra Mundial. Ele vem cortando o orçamento da educação e o que mais seja possível, e também está privatizando cada vez mais. O setor financeiro corresponde hoje a 10% do PIB britânico e 2.436 banqueiros receberam mais de 1 milhão de euros em 2011, de acordo com as autoridades do Banco Europeu. O Partido Conservador obtém mais de 59% de seu financiamento na City, o centro financeiro de Londres. Em nível orçamentário parece haver uma melhoria à vista, mas, ao mesmo tempo, segundo previsões da London School of Economics para 2025, o país irá voltar aos tempos da Rainha Vitória, em termos de desigualdade social.
Essa tendência vai espalhar-se por toda a Europa – em diferentes velocidades, mas na mesma direção. Isso está derrubando a esquerda tradicional, que entrou na onda do liberalismo e globalização – ao invés de se colocar lado a lado com as vítimas. Estas, ou deixaram a política de lado ou se juntaram a partidos de protesto (geralmente xenófobos e de extrema direita), que estão surgindo em todos os lugares – desde o Partido Alternativo na Alemanha, que vem avançando, até seus semelhantes na Grã-Bretanha, Holanda, Noruega, Dinamarca, Hungria etc.
De certa forma, Merkel vem atacando e erodindo constantemente o SPD. Ele é agora um partido debilitado, que vai perder ainda mais força e credibilidade se aderir à premiê no governo. Em toda a Europa, os partidos tradicionais de esquerda estão em crise: as últimas eleições da Noruega, onde até mesmo o partido mais radical de extrema direita foi proporcionalmente melhor que os sociais-democratas, deveriam abrir os olhos de todo mundo.
O caso agora é muito sério: ao destruir os valores de justiça social e solidariedade, que eram o espírito de unidade real da Europa, Angela Merkel está, na verdade, também destruindo os valores em que o Cristianismo se baseia (ouça-se o Papa Francisco!). Quando ela deixar o cargo, muito provavelmente vai existir uma Europa bem diferente – muito radicalizada, onde possivelmente as pessoas excluídas vão retornar à política. A longo prazo, será que isso realmente corresponde aos interesses do CDU?
*http://outraspalavras.net/capa/alemanha-forte-europa-social-destrocada/
*FlaviaLeitão
quinta-feira, setembro 26, 2013
Artigo de editora do Portal AD está em obra indicada ao Prêmio Jabuti 2013
Obra é coordenada por Carolina Valença Ferraz, George Salomão Leite, Glauber Salomão Leite e Glauco Salomão Leite.
O livro “Manual dos Direitos da Pessoa
com Deficiência”, da Editora Saraiva, está entre os 10 finalistas ao
Prêmio Jabuti de melhor livro jurídico de 2013. Entre os diversos
autores que colaboraram com a obra está a editora do Portal e TV
Atualidades do Direito, Alice Bianchini, com o artigo Tutela penal da pessoa com deficiência, escrito em coautoria com Ivan Luís Marques.
O manual oferece ao leitor uma ampla
análise abrangente e ao mesmo tempo aprofundada da proteção jurídica
conferida à pessoa com deficiência, com fulcro especialmente na
legislação brasileira e na Convenção da ONU de 2007. Trata-se de um
trabalho amplo, que não se restringe a investigar um ramo específico do
direito positivo, contendo estudos variados a respeito da tutela
jurídica da pessoa com deficiência, de natureza constitucional,
tributária, previdenciária, penal, trabalhista, consumerista, civil,
dentre outros.
O objetivo da obra é contribuir com a
discussão do tema e, especialmente, ajudar a divulgar ao máximo a
necessidade de que as pessoas com deficiência saiam da “invisibilidade”
na qual se encontram atualmente, a fim de que tenham os seus direitos
respeitados como qualquer outra pessoa.
Sobre o prêmio - Criado em 1958, o
Jabuti é o mais tradicional prêmio do livro no Brasil. O maior
diferencial em relação a outros prêmios de literatura é a sua
abrangência: o Jabuti não valoriza apenas os escritores, mas destaca a
qualidade do trabalho de todas as áreas envolvidas na criação e produção
de um livro. O Jabuti 2012 contempla 29 categorias. Anualmente,
editoras dos mais diversos segmentos e escritores independentes de todo o
Brasil inscrevem milhares de obras em busca da tão cobiçada estatueta e
do reconhecimento que ela proporciona.
Receber o Jabuti é um desejo acalentado
por todos aqueles que têm o livro como seu ideal de vida. É uma
distinção que dá ao seu ganhador muito mais do que uma recompensa
financeira. Ganhar o Jabuti representa dar à obra vencedora o lastro da
comunidade intelectual brasileira, significa ser admitido em uma seleção
de notáveis da literatura nacional. Mais informações sobre o prêmio em www.premiojabuti.com.br
*Terra
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