Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 26, 2011

Renato Rovai: CQC, Band, Marcelo Tas e a liberdade de imprensa

 

O jornalista Mauricio Stycer revela no UOL que o programa “CQC”, comandado pelo Marcelo Tas, censurou a entrevista do jornalista Jorge Kajuru nas críticas que este fez a Ricardo Teixeira, ao governador Marconi Perillo e a apresentadora Luciana Gimenez.

Por Renato Rovai, em seu blog

Esse programa chamado CQC é comando pelo jornalista Marcelo Tas, que vive atacando a falta de defesa da liberdade de imprensa na casa dos outros, como no Congresso.

E que saiu de pau em cima dos blogueiros que foram entrevistar Lula porque, na sua opinião, o time era chapa branca.

Ficaria muito feliz em saber de tão impoluta figura o que ele considera o que o seu programa fez com Kajuru? Se não é censura qual o nome que o lustroso jornalista dá a isso?

A defesa seletiva da liberdade de imprensa é um dos critérios que transforma algumas pessoas apenas em humoristas, não em jornalitas.

PS: Por meio de sua assessoria de imprensa, a Band informou que “o CQC grava muitas horas por semana e nem tudo que é gravado vai para o ar.” (Esclareço que isso não é uma piada da Band nem do CQC. O comunicado é sério.)

Band vetou críticas a Ricardo Teixeira em quadro do "CQC"

Por Mauricio Stycer, no UOL

Convidado do “CQC” a dar entrevista para o quadro “Resta Um”, o jornalista Jorge Kajuru fez críticas duras, como de hábito, ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mas a Band vetou a exibição de suas palavras.

Segundo o UOL Esporte apurou, a emissora inicialmente vetou a íntegra do quadro, realizado pelo repórter Oscar Filho. Depois de alguma negociação interna, foram cortadas as menções a Teixeira, à apresentadora Luciana Gimenez e ao governador de Goiás, Marconi Perillo.

No lugar de fazer comentários sobre dez personalidades, como usualmente ocorre no “Resta Um”, Kajuru falou apenas sobre sete pessoas no quadro exibido na noite de segunda-feira (18). “Cortaram 100% do que eu disse sobre o Teixeira, sobre a Luciana e sobre o Perillo”, protesta o jornalista.

“Acho engraçado ver um programa como o ‘CQC’, que reclama tanto em Brasília da falta de liberdade de expressão fazer exatamente isso comigo”, diz Kajuru.

A Band é, já há alguns anos, parceira da Rede Globo na exibição de partidas do Campeonato Brasileiro. A emissora carioca é dona dos direitos e os sublicencia para a emissora paulistana.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Band informou apenas: “O CQC grava muitas horas por semana e nem tudo que é gravado vai para o ar.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário